A cruz representa Cristo e o amor que Ele tem por nós

A cruz é poderosa e tem força de vitória. Sim, nela, temos salvação e vida. Quem nela permanecer terá a vida do Evangelho, a vida de Cristo neste mundo e, a vida eterna. A cruz tem, dá, traz e oferece a vida de Cristo. Quem vive dela, quem vive o mistério da cruz, terá sua vida revestida de Cristo, por dentro e por fora. Estes somos nós, os batizados, como afirma São Paulo: “pois todos vocês, que foram batizados em Cristo, se revestiram de Cristo” (Gl 3,27).

Muitas pessoas gostam de levar uma cruz, pendurada no pescoço; outros a têm em casa, nos seus espaços de vida. Óbvio, não deve ser só mais um pendurico. Deve ser, isto sim, sinal da vida de Cristo abraçada; deve ser sinal do mergulho na vida ressuscitada de Cristo.

A-cruz-representa-Cristo-e-o-amor-que-Ele-tem-por-nós

                                 Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

A força da cruz

A cruz dá conforto, segurança, proteção, força, companhia – ela é companheira de vida. Mas, o que é a cruz? Quem é, quando falamos em “força da cruz”? É Aquele que padeceu a morte na cruz, por amor a nós, em Sua obediência ao Pai; é Aquele que se entregou por nós e que ressuscitou dos mortos, vencendo a morte, matando a morte, na Sua morte. Cruz é, ainda, a vida entregue de Cristo. É o símbolo do próprio Cristo, “que se humilhou por nós, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 2,8). É, por isso, toda a vida de Jesus Cristo, vida entregue, vida ressuscitada e exaltada pelo Pai (Fl 2,9). Aquele que morreu na cruz destruiu a nossa morte e, ressurgindo, restaurou a nossa vida (SC 5). Ela é o patíbulo donde pendeu a salvação do mundo. É mistério, é o jeito de Deus ser, é a força de Deus, que aos nossos olhos é fraqueza (2Cor 12,10).

Quando a Cruz é força? O Autor sagrado da carta aos Hebreus nos ajuda: “Embora sendo Filho de Deus, aprendeu a ser obediente através de seus sofrimentos. E tornou-se a fonte de salvação eterna para todos que lhe obedecem” (Hb 5,8-9). Então, ela é força na sua vida, se e quando você obedece ao Filho de Deus. Vivendo no seguimento do Senhor Jesus, fazendo o que Ele diz, buscando ser como Ele, trazendo dentro os Seus sentimentos e pensamentos, você escolhe a cruz como sua força e companheira de vida, você escolhe deixar que a cruz de Cristo salve você. Ela não é algo mágico. É a vida doada de Cristo – em perfeita obediência ao Pai –, que pede para fazer a mesma coisa (Lc 22, 42).

A salvação e a vida

A Cruz é sinal e reconhecimento da salvação dada por Deus por meio do seu filho Jesus Cristo. Por isso, é o lenho da vida. Nela resplandece a vida, a nossa vida, a vida divina que nos foi merecida por Cristo. Beijá-la é beijar a vida de Cristo, é beijar o própria Cristo, é adorar o Filho de Deus que se entregou por nós, para nossa salvação.

(…)

Termino destacando: “Na cruz, a salvação e a vida!”. Porquanto, chegamos à salvação por meio da cruz de Cristo. Cruz de Cristo, sinal do amor de Cristo Jesus pela humanidade. É a força de Deus. Ela indica o sentido da vida, a esperança do viver, um viver que não para na morte, mas, como Cristo, passa da morte à vida. É a proposta de vida de Jesus: dar a vida, entregar a vida, viver, no amor do Pai, em favor dos outros. A “cruz-entrega- no-amor- morte-ressurreição” é a fonte da vida.

Agarrar-se à Cruz é radicar-se na vida de “Cristo, que nos amou e se entregou por nós” (Gl 2,20). A cruz de Cristo é um símbolo forte de esperança e vida, vida plena, vida de filho(a) de Deus. Assim, creio e sei que Jesus me ama, pois Ele deu a sua vida por mim, por nós, na cruz. Ela representa Cristo e o amor que Ele tem por nós. Fomos salvos pela cruz (Gl 2,20). Cruz é presente valente, divino: a vida de Cristo dada a nós. Cruz é a força de Cristo.

Dom João Inácio Müller é Bispo da Arquidiocese de Campinas (SP).

Publicado em Formação Canção Nova.

Quaresma, tempo de assumir a minha cruz


Quaresma, tempo de assumir a minha cruz!

“Cristo sofreu também por vós deixando-vos o exemplo, para que sigais os seus passos.” (1Pd 2,21)

É bem desafiador assumir a minha cruz, mas quando me deparo com essa realidade e recordo o meu passado vejo como foi importante assumir, pois quando resisti e não quis assumir a vontade de Deus em minha vida, carregar a cruz foi mais pesado e doloroso.

Assumir a cruz não é uma tarefa fácil e nem tão simples, exige coragem, fé decisão e vida de oração. Pois volto a dizer que assumir a cruz é seguir os passos de Jesus.

Assumir a cruz é um exercício diário e muito particular, o que pode ser cruz para mim, pode não ser para você.

Nesta quaresma faça essa experiência de fé, “Assuma sua cruz”, e você verá que  Deus  sempre envia um Simão Cirineu  no meio do caminho, e olha se eu for detalhar minha trajetória, o Bom Deus enviou alguns. Assumir a cruz faz parte da vida de cada cristão, porque não a enxergamos somente como sacrifício, mas também como alegria e salvação.

Qual a sua cruz?

A depressão, ansiedade, desemprego, enfermidade, traição, dependência química?

Apresenta a Jesus, cada cruz tem seu peso, sua dor, seu sacrifício. Se puder pare uns 10 minutos diante de um crucifixo,  contemple  e peça a graça de assumir a sua cruz com amor, Jesus irá nos ensinar,  Ele derramou seu amor por mim e por você. Queira assumir com coragem e fé, pois assim trilharemos nosso caminho rumo ao céu!

“Quem não busca a cruz  de Cristo, não busca a glória de Cristo. ” (São João da Cruz)

Daniela da Silva de Amorim

Missionária Consagrada Arca da Aliança

Missão Joinville/SC

Publicado em Arca da Aliança – Comunidade Católica.

À escuta de Deus

Uma das mais simples e talvez mais frequentes definições de oração é: «Rezar é falar com Deus». Sendo totalmente verdadeira esta afirmação, ela não deixa, no entanto, de levantar algumas dificuldades a essa mesma oração. A dificuldade está em, muitas vezes, não se saber o que dizer e como o dizer, exatamente porque o interlocutor é Deus. Ora se é verdade que rezar é falar com Deus, também é verdade que, nessa conversa, a iniciativa é sempre de Deus. É sempre o Senhor a ter a primeira palavra. É Ele quem inicia o diálogo e, por isso, da nossa parte, a primeira atitude não deverá ser a de falarmos, mas a de nos colocarmos na sua presença, procurando escutar o que Ele nos quer dizer. Se assim fizermos, perceberemos como a oração é habitualmente mais fácil do que aquilo que imaginamos.

Escutar torna-se, assim, naturalmente, o primeiro degrau de um diálogo com Deus que queremos que aconteça em cada dia das nossas vidas. Se pensarmos um pouco, veremos que é o que ocorre em qualquer conversa. Para poder saber o que uma pessoa diz, tenho que a escutar. Apesar de ser natural, escutar nem sempre é fácil. Com frequência, estamos viciados em tomar a iniciativa, em partir de nós, em fazer do nosso eu o centro do mundo. Escutar vai exigir-nos uma deslocação de nós para o outro. Deixamos de ser o centro para passar a ser o outro, aquele com quem queremos dialogar. Este sair de nós é sempre, em maior ou menor medida, um morrer para nós próprios. E por isso, tantas vezes, o querer rezar e o rezar se nos afiguram realmente difíceis.

Daqui e pela mesma razão advém também uma das dificuldades em fazer silêncio. Habitualmente, quando pensamos em silêncio, pensamos antes de mais em estar calados. E isso, num mundo e numa cultura que privilegia o ruído e em que todos têm que falar, dificulta muito uma verdadeira atitude de escuta, um silêncio suscitado pelo gosto de escutar o outro. Confundimos silêncio com mutismo e então o silêncio e a atitude de escuta, em lugar de se tornarem facilitadores da oração, erguem-se como obstáculos.

Temos que ir aprendendo a estar em silêncio, a escutar. Não ter medo de nos deslocarmos sem ter de levar conosco um leitor de mp3 ou algo que nos ocupe a atenção. Aceitar que os sons interiores e exteriores nos toquem, nos perturbem, inclusivamente nos incomodem, é um passo importante para nos começarmos a abrir, no nosso dia a dia, a um Deus que fala, como nos diz a Sagrada Escritura.

Um Deus que fala

O falar de Deus é também, muitas vezes, uma dificuldade. Como é que Ele fala? O que nos diz? Estas questões são suscitadas exatamente pelo interesse que temos em escutar a Deus e saber o que Ele quer para a nossa vida. Por outro lado, com alguma frequência, nos nossos dias, ouvimos relatos de pessoas que dizem ter falado com Deus e, sobretudo, que Deus fala com elas, transmitindo-nos a impressão, errada, de que Deus fala conosco da mesma forma que nós falamos uns com os outros.

Como nos recorda a carta aos Hebreus: «Muitas vezes e de muitos modos, falou Deus aos nossos pais, nos tempos antigos, por meio dos profetas. Nestes dias, que são os últimos, Deus falou-nos por meio do Filho, a Quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e por meio de Quem fez o mundo» (Heb 1, 1-2). O falar de Deus acontece, sobretudo e primordialmente, em Jesus Cristo. É n’Ele que nós vemos Deus a falar ao nosso modo. O próprio Jesus dirá: «Já não vos chamo servos, visto que um servo não está ao corrente do que faz o seu senhor; mas a vós chamei-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi ao meu Pai» (Jo 15, 15).

O falar de uma maneira humana em tudo igual a nós, com sujeito, predicado e complemento direto, de facto, aconteceu em Jesus Cristo. Desde que Ele regressou ao Pai, porém, o falar de Deus já não é dessa forma mas pelo Espírito Santo, que fala com acontecimentos e nos acontecimentos da nossa vida. Esta forma de falar, já não direta e articulada mas velada, obriga-nos a ter que contrariar a nossa tentação, tão atual, de querer ver tudo clara e imediatamente.

Teremos de aceitar a dificuldade em não entender logo o que Deus nos diz, como entendemos aquelas pessoas com quem diariamente nos cruzamos e com quem falamos. Somos, no entanto, chamados a estar atentos ao que em nós acontece, sentimentos, desejos, sonhos, projetos, e aonde somos levados pelo impacto que esses acontecimentos provocam quando os escutamos no mais profundo de nós.

Sérgio Diz Nunes, sj

Publicado em Passo a Rezar.

Julho, mês do Preciosíssimo Sangue de Cristo

O mês de julho é dedicado à devoção ao Preciosíssimo Sangue de Cristo, derramado pelo perdão dos nossos pecados. São João Batista apresentou Jesus ao mundo dizendo: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). Sem o Sangue desse Cordeiro não há salvação.

São Pedro ensina que fomos resgatados pelo Sangue do Cordeiro de Deus mediante “a aspersão do seu sangue” (1Pe 1, 2). “Porque vós sabeis que não é por bens perecíveis, como a prata e o ouro, que tendes sido resgatados da vossa vã maneira de viver, recebida por tradição de vossos pais, mas pelo precioso Sangue de Cristo, o Cordeiro imaculado e sem defeito algum, aquele que foi predestinado antes da criação do mundo.” (1Pe 1,19).

O Papa Bento XIV (1740-1748) ordenou a Missa e o ofício em honra ao Sangue de Jesus, que foi estendida à Igreja Universal por decreto do Papa Pio IX (1846-1878). São Gaspar de Búfalo propagou fortemente essa devoção, tendo a aprovação da Santa Sé. Ele foi o fundador da Congregação dos Missionários do Preciosíssimo Sangue (CPPS), em 1815. São Gaspar nasceu, em Roma, aos 6 de janeiro de 1786.

O Papa São João Paulo II, em sua Carta Apostólica Angelus Domini,  repetiu o que São João XXIII disse sobre o valor infinito do Sangue de Cristo, do qual “uma só gota pode salvar o mundo inteiro de qualquer culpa”.

Valor infinito

O Sangue de Cristo representa a Sua vida humana e divina, de valor infinito, oferecida à Justiça Divina para o perdão dos pecados de todos os homens de todos os tempos e lugares. “Isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados” (Mt 26, 28).

Em cada Santa Missa, a Igreja renova, presentifica, atualiza e eterniza esse sacrifício expiatório pela redenção da humanidade. Em média, quatro vezes por segundo essa oferta divina sobe ao céu em todo o mundo, nas Missas.

O Catecismo da Igreja ensina que “nenhum homem, ainda que o mais santo, tinha condições de tomar sobre si os pecados de todos os homens e de oferecer-se em sacrifício por todos” (n. 616); para isso, era preciso um sacrifício humano, mas de valor infinito. Só Deus poderia oferecer esse sacrifício; então, o Verbo Divino dignou-se a assumir a nossa natureza humana para oferecer a Deus um sacrifício de valor infinito. A majestade de Deus é infinita; e foi ofendida pelos pecados dos homens. Logo, só um sacrifício de valor infinito poderia restabelecer a paz entre a humanidade e Deus.

Assim, o Sangue do Senhor nos libertou do pecado, da morte eterna e da escravidão do demônio. São Paulo diz: “Portanto, muito mais agora, que estamos justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm 5,9). Por Seu Sangue, Cristo nos reconciliou com Deus: “Por seu intermédio, reconciliou consigo todas as criaturas, por intermédio daquele que, ao preço do próprio sangue na cruz, restabeleceu a paz a tudo quanto existe na terra e nos céus” (Cl 1,20).

Com o Seu Sangue, Cristo nos resgatou, fez de nós um povo Seu: “Cuidai de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastorear a Igreja de Deus, que ele adquiriu com o seu próprio sangue” (At 20,29). “Por esse motivo, irmãos, temos ampla confiança de poder entrar no santuário eterno, em virtude do Sangue de Jesus” (Hb 10,19).

“Cantavam um cântico novo, dizendo: ‘Tu és digno de receber o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste imolado e resgataste para Deus, ao preço de teu sangue, homens de toda tribo, língua, povo e raça’.” (Ap 5,9)

Remissão dos pecados

Hoje, esse Sangue redentor de Cristo está à nossa disposição de muitas maneiras. Em primeiro lugar, pela fé. Somos justificados por esse Sangue, ensina São Paulo: “Mas eis aqui uma prova brilhante de amor de Deus por nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. Portanto, muito mais agora, que estamos justificados pelo seu Sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm 5, 8-9). “Nesse Filho, pelo seu sangue, temos a Redenção, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça” (Ef 1,7).

Esse Sangue redentor está à nossa disposição também no sacramento da confissão. Pelo ministério da Igreja e dos sacerdotes, o Cristo nos perdoa dos pecados e lava a nossa alma com o Seu precioso Sangue. Infelizmente, muitos católicos ainda não entenderam a profundidade desse sacramento e fogem dele por falta de fé ou de humildade. O Sangue de Cristo perdoa os nossos pecados na confissão e cura as nossas enfermidades espirituais e psicológicas.

O Catecismo ensina que, pelo Sangue de Cristo, a Igreja pode perdoar qualquer pecado: “Não há pecado algum, por mais grave que seja, que a Santa Igreja não possa perdoar. Não existe ninguém, por mais culpado que seja, que não deva esperar com segurança o seu perdão, desde que seu arrependimento seja sincero. Cristo, que morreu por todos os homens, quer que, em sua Igreja, as portas do perdão estejam sempre abertas a todo aquele que recua do pecado” (cf. n. 982).

Esse Sangue está presente na Eucaristia: Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus. “O cálice de bênção, que benzemos, não é a comunhão do Sangue de Cristo? E o pão, que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo? Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim. Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor ” (1 Cor 10,16-27).

“Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6,53-56).

É pelo Sangue de Cristo que os santos e os mártires deram testemunho de sua fé e chegaram ao céu: “Meu Senhor, tu o sabes. E ele me disse: Esses são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (Ap 7,14).“Estes venceram-no por causa do sangue do Cordeiro e de seu eloquente testemunho. Desprezaram a vida até aceitar a morte” (Ap 12, 11).

É pelo Sangue derramado que Ele venceu e se tornou Rei e Senhor: “Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome é Verbo de Deus. Um nome está escrito sobre o seu manto: Rei dos reis e Senhor dos Senhores” (Ap 19,13-16).

Professor Felipe Aquino
Canção Nova 

Publicado em Diocese de São José dos Campos.

O que é Sexta-feira da Paixão?

Por Dom Henrique Soares da Costa

Sexta-Feira Santa; da Paixão! Em Cristo, Deus e o homem estão crucificados, Deus e o homem sofrem juntos, gritam juntos, morrem juntos! Na cruz aparece o amor de Deus e a esperança para o mundo.

Muitos vivem a Semana Santa apenas como um feriado, mas não sabem o que é a Sexta-feira da Paixão ou Sexta-feira santa para os cristãos. Este dia faz memória à paixão e morte de Jesus Cristo, e faz parte das festividades da Páscoa, que simboliza a ressurreição do Messias. É considerada uma data móvel, ou seja, não possui um dia específico para ser comemorado anualmente. Por regra, deve ser celebrada na sexta-feira que precede o domingo de Páscoa.

História

Numa sexta-feira, provavelmente no dia 7 de abril do ano 30, os romanos crucificaram, a pedido das autoridades religiosas judaicas, o pregador Jesus de Nazaré, em hebraico, Ieshua ben Ioseph.

Jesus pregava a chegada do Reino de Deus, anunciado nas Escrituras de Israel; afirmava ter vindo de Deus, ser o Filho de Deus. Escolhera Doze discípulos, indicando claramente que, a partir Dele, Israel, o povo das Doze tribos, deveria ser renovado e transformado. Afirmava que aqueles que Nele acreditassem e O aceitassem como Messias e Salvador, que O amassem mais que à própria vida e se abrissem à Sua mensagem sem nenhuma reserva, encontrariam a Luz verdadeira, a Vida verdadeira e venceriam, com Ele e como Ele, a própria morte: as mortes da vida e a Morte última.

Sexta-feira, 7 de abril, Jerusalém, ano 30. Jesus está na cruz, humanamente aniquilado, um farrapo, um trapo de gente. Perdoa Seus inimigos, entrega-Se com total confiança nas mãos do Deus Santo de Israel, a Quem Ele chamava de Pai, e morre. É sepultado. No terceiro dia, Seus discípulos dizem que Ele veio, vivo, ressuscitado, totalmente transfigurado, glorioso, divinizado na Sua natureza humana, ao encontro dos Seus.

Tudo mudou para aqueles Doze, tudo mudou para os discípulos, tudo mudou para Paulo de Tarso, judeu culto, letrado, prudente, que diz ter sido encontrado por Jesus vivo, ressuscitado, vitorioso, no caminho de Damasco… Deste testemunho dos Apóstolos a Igreja vive há dois mil anos; por esse testemunho muitos deram a vida, muitos consagraram toda a existência. Os cristãos creem com todas as forças e com razoáveis motivos: Jesus venceu a morte, ressuscitou, está no Pai e, na potência do Seu Espírito Santo, estará presente à Sua Igreja até o fim dos tempos.

O mistério

Para os cristãos, no entanto, a cruz nos descortina, fundamentalmente, dois mistérios tremendos.

Primeiro, o Mistério da Iniquidade, Mistério do Pecado do mundo, fruto da liberdade humana, que pode de tal modo fechar-se para Deus, levando o homem – cada indivíduo e a humanidade toda -, a tal soberba, a tal autossuficiência, a ponto de matar Deus: “Não queremos que Esse aí reine sobre nós! Não temos outro rei a não ser César!” (Jo 19,15). Isso mesmo: a cruz revela até onde o homem pode ir: ele pode matar Deus! E o está matando, continua a matá-Lo, erradicando-O da cultura, da sociedade, das repartições públicas, dos meios de comunicação, das escolas, das famílias, dos corações.

Mas, a cruz revela também um outro mistério: o Mistério da Piedade! Mistério de um Deus tão grande no Seu amor, tão humilde no profundo respeito pela liberdade humana, que é capaz de Se entregar à morte para salvar essa humanidade tola e prepotente: “Deus amou tanto o mundo que entregou o Seu Filho único, para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus não enviou o Seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele” (Jo 3,16-17). Na cruz revela-se até onde Deus está disposto a ir por nós: um Deus solidário, que entra na nossa vida, que assume as nossas contradições, que sofre conosco e morre conosco para nos fazer ressuscitar com Ele, mantendo-nos sempre aberto o caminho da salvação.

Sexta-Feira Santa; da Paixão! Em Cristo, Deus e o homem estão crucificados, Deus e o homem sofrem juntos, gritam juntos, morrem juntos! Na cruz aparece o amor de Deus e a esperança para o mundo…

Oração, silêncio, jejum, abstinência, diante do Mistério!

+ Dom Henrique Soares da Costa

Publicado em Comunidade Shalom (Formação).

Imagem: Diocese de Crato.

REFLEXÕES SOBRE A PAIXÃO DE JESUS CRISTO

Por Santo Afonso Maria de Ligório

«Oh! se conhecesses o mistério da cruz!, disse Santo André ao tirano que queria induzi-lo a renegar a Jesus Cristo, por ter Jesus se deixado crucificar como malfeitor. «Oh! se entendesses, tirano, o amor que Jesus Cristo te mostrou querendo morrer na cruz para satisfazer por teus pecados e obter-te uma felicidade eterna…»

Quanto agrada a Jesus Cristo que nós nos lembremos continuamente de sua paixão e da morte ignominiosa que por nós sofreu, muito bem se deduz de haver ele instituído o Santíssimo Sacramento do altar com o fito de conservar sempre viva em nós a memória do amor que nos patenteou, sacrificando-se na cruz por nossa salvação. Já sabemos que na noite anterior à sua morte ele instituiu este sacramento de amor e depois de ter dado seu corpo aos discípulos, disse-lhes – e na pessoa deles a nós todos – que ao receberem a santa comunhão se recordassem do quanto ele por nós padeceu: “Todas as vezes que comerdes deste pão e beber de deste cálice, anunciareis a morte do Senhor” (1 Cor 11, 26). Por isso a santa Igreja, na missa, depois da consagração, ordena ao celebrante que diga em nome de Jesus Cristo: “Todas as vezes que fizerdes isto, fazei-o em memória de mim”. E São Tomás escreve: “Para que permanecesse sempre viva entre nós a memória de tão grande benefício, deixou seu corpo para ser tomado como alimento” (Op. 57). E continua o santo a dizer que por meio de um tal sacramento se conserva a memória do amor imenso que Jesus Cristo nos demonstrou na sua paixão

Se alguém padecesse por seu amigo injúrias e ferimentos e soubesse que o amigo, quando se falava sobre tal acontecimento nem sequer nisso queria pensar e até costumava dizer: falemos de outra coisa – que dor não sentiria vendo o desconhecimento de um tal ingrato? Ao contrário, quanto se consolaria se soubesse que o amigo reconhece dever-lhe uma eterna obrigação e que disso sempre se recorda e se lhe refere sempre com ternura e lágrimas? Por isso é que todos os santos, sabendo a satisfação que causa a Jesus Cristo quem se recorda continuamente de sua paixão, estão quase sempre ocupados em meditar as dores e os desprezos que sofreu o amantíssimo Redentor em toda a sua vida e particularmente na sua morte. Santo Agostinho escreve que as almas não podem se ocupar com coisa mais salutar que meditar cotidianamente na paixão do Senhor. Deus revelou a um santo anacoreta que não há exercício mais próprio para inflamar os corações com o amor divino do que o meditar na morte de Jesus Cristo. E a Santa Gertrudes foi revelado, segundo Blósio, que todo aquele que contempla com devoção o crucifixo é tantas vezes olhado amorosamente por Jesus quantas ele o contempla. Ajunta Blósio que o meditar ou ler qualquer coisa sobre a paixão traz-nos maior bem que qualquer outro exercício de piedade. Por isso escreve São Boaventura: “A paixão amável que diviniza quem a medita” (Stim. div. amor, p. 1. c. 1). E falando das chagas do crucifixo, diz que são chagas que ferem os mais duros corações e inflamam no amor divino as almas mais geladas.

O SALVADOR

Adão peca e se rebela contra Deus e sendo ele o primeiro homem, pai de todos os homens, perdeu-se com todo o gênero humano. A injúria foi feita a Deus, motivo por que nem Adão nem os outros homens, com todos os sacrifícios, mesmo oferecendo sua própria vida, poderiam dar uma digna satisfação à Majestade divina; para aplacá-la plenamente era necessário que uma pessoa divina satisfizesse a justiça divina. E eis que o Filho de Deus, movido à compaixão pelos homens, arrastado pelos extremos de sua misericórdia, se oferece a revestir-se da carne humana e a morrer pelos homens, para assim dar a Deus uma completa satisfação por todos os seus pecados e obter-lhes a graça divina que perderam.

Desce, pois, o amoroso Redentor a esta terra e fazendo-se homem quer curar os danos que o pecado causara ao homem. Portanto, quer não só com seus ensinamentos, mas também com os exemplos de sua santa vida, induzir os homens a observar os preceitos divinos e por essa maneira conseguir a vida eterna. Para esse fim Jesus Cristo renunciou a todas as honras, às delícias e riquezas de que podia gozar neste mundo e que lhe eram devidas como ao Senhor do mundo, e escolhe uma vida humilde, pobre e atribulada até morrer de dor sobre uma cruz. Foi um grande erro dos judeus pensar que o Messias devia vir à terra para triunfar de todos os seus inimigos com o poder das armas e, depois de os ter debelado e adquirido o domínio do mundo inteiro, deveria tornar opulentos e gloriosos os seus sequazes. Mas se o Messias fosse qual os judeus o desejavam, príncipe soberano e honrado de todos os homens como senhor de todo o mundo, não seria o Redentor prometido por Deus e predito pelos profetas. É o que ele mesmo declara quando responde a Pilatos: “O meu reino não é deste mundo” (Jo 18, 36). Por esse motivo repreende São Fulgêncio a Herodes por ter tão grande temor de ser privado do seu reino pelo Salvador, quando ele não viera para vencer o rei pela guerra, mas a conquistá-lo com sua morte (Serm. 5 de Epiph.).

Dois foram os erros dos judeus a respeito do Redentor esperado: o primeiro foi que, quando os profetas falavam dos bens espirituais e eternos, eles o interpretavam dos bens terrenos e temporais. “E a fé reinará nos teus tempos; a sabedoria e a ciência serão as riquezas da salvação; o temor do Senhor esse é o teu tesouro” (Is 33, 6). Eis os bens prometidos pelo Redentor, a fé, a ciência das virtudes, o santo temor, eis as riquezas da prometida salvação. Além disso, promete que dará remédio aos penitentes, perdão aos pecadores e liberdade aos cativos dos demônios: “Enviou-me para evangelizar os mansos, para curar os contritos de coração e pregar remissão aos cativos e soltura aos encarcerados” (Is 61, 1).

O outro erro dos judeus foi que pretenderam entender da primeira vinda do Salvador o que fora predito pelos profetas da segunda vinda, para julgar o mundo no fim dos séculos. Assim, escreve Davi do futuro Messias que ele deverá vencer os príncipes da terra e abater a soberba de muitos e com a força da espada subjugar toda a terra (Sl 109,6). E o profeta Jeremias escreve: “A espada do Senhor devorará a terra de um extremo a outro” (Lm 12, 12). Isso, porém, entende-se da segunda vinda, quando vier como juiz a condenar os malvados. Falando, porém, da primeira vinda, na qual deveria consumar a obra da redenção, mui claramente predisseram os profetas que o Redentor levaria neste mundo uma vida pobre e desprezada. Eis o que escreve o profeta Zacarias, falando da vida abjeta de Jesus Cristo: “Eis que o teu rei virá a ti, justo e salvador; ele é pobre e vem montado sobre uma jumenta e sobre o potrinho da jumenta” (Zc 9, 9).

Esta profecia realizou-se plenamente quando Jesus entrou em Jerusalém, assentado sobre um jumento, sendo recebido com todas as honras, como o Messias desejado, segundo o testemunho de São João (Jo 12,14). Também sabemos que ele foi pobre desde o seu nascimento, tendo vindo a este mundo em Belém, lugar desprezado, e numa manjedoura: “E tu, Belém Efrata, tu és pequenina entre os milhares de Judá, mas de ti é que há de sair aquele que há de reinar em Israel e cuja geração é desde o princípio, desde os dias da eternidade” (Mq 5, 2). E essa profecia foi assinalada por São Mateus (2,6) e São João (7, 42). Além disso, escreve o profeta Oséias: “Do Egito chamarei o meu Filho” (11, 1), o que se realizou quando Jesus Cristo, como menino, foi levado para o Egito, onde permaneceu sete anos como estranho no meio de gente bárbara, dos parentes e dos amigos, devendo viver necessariamente mui pobremente. Continuou, depois de voltar à Judéia, a levar uma vida pobre. Ele mesmo predisse pela boca de Davi que pobre deveria ser durante toda a sua vida e atribulado pelas fadigas: “Eu sou pobre e vivo em trabalhos desde a minha mocidade” (Sl 87,16).

A EXPIAÇÃO

Deus não podia ver plenamente satisfeita a sua justiça com os sacrifícios oferecidos pelos homens, mesmo sacrificando-lhe suas vidas e, por isso, dispôs que seu próprio Filho tomasse um corpo humano e fosse a digna vítima que o reconciliasse com os homens e lhes obtivesse a salvação. “Não quiseste hóstia nem oblação, mas tu me formaste um corpo” (Hb 10, 5). E o Filho unigênito se ofereceu voluntariamente a sacrificar-se por nós e desceu à terra para completar o sacrifício com sua morte e assim realizar a redenção do homem: “Eis, aqui venho para fazer, ó Deus, a tua vontade, como está escrito de mim no princípio do livro” (Hb 10, 7).

Pergunta o Senhor, referindo-se ao pecador: “Que importará que eu vos fira de novo?” (Is 1, 5). Isso dizia Deus, para nos dar a entender que, por mais que punisse os seus ofensores, suas penas não seriam suficientes para reparar a sua honra ultrajada, e por isso enviou seu próprio Filho a satisfazer pelos pecados dos homens, visto que ele podia dar uma digna reparação à justiça divina. Depois declarou por Isaías, falando de Jesus feito vítima para expiar nossas culpas: “Eu o feri por causa dos crimes de meu povo” (53, 8), e não se contentou com uma pequena satisfação, mas quis vê-lo abatido pelos tormentos: “E o Senhor quis quebrantá-lo na sua enfermidade” (Is 53, 10). Ó meu Jesus, ó vítima de amor, consumida de dores na cruz para pagar os meus pecados, desejaria morrer de dor, pensando quantas vezes vos tenho desprezado depois de tanto me haverdes amado. Não permitais que eu continue a viver tão ingrato a tão grande bondade. Atraí-me todo a vós: fazei-o pelos merecimentos desse sangue que derramastes por mim!

Quando o Verbo divino se ofereceu para remir os homens, de duas maneiras se podia fazer essa redenção: uma por meio do gozo e da glória, outra das penas e dos vitupérios. Ele, porém, que com sua vinda não só pretendia livrar o homem da morte eterna, mas também ganhar a si o amor de todos os corações humanos, repeliu o caminho do gozo e da glória e escolheu o das penas e dos vitupérios (Hb 10, 34). A fim, portanto, de satisfazer por nós a justiça divina e juntamente para inflamar-nos com seu santo amor, quis qual criminoso sobrecarregar-se de todas as nossas culpas e, morrendo sobre uma cruz, obter-nos a graça e a vida feliz. É justamente o que exprime Isaías quando afirma: “Verdadeiramente ele foi o que tomou sobre si as nossas fraquezas e ele mesmo carregou com as nossas dores” (Is 53, 4).

Disso encontram-se duas figuras claras no Antigo Testamento: a primeira era a cerimônia usada todos os anos do “bode expiatório” sobre o qual o sumo pontífice entendia impor todos os pecados do povo e por isso todos, cumulando-o de maldições, o enxotavam para a floresta para servir aí de objeto à ira divina (Lv 16, 5). Esse bode figurava nosso Redentor, que quis espontaneamente sobrecarregar-se com todas as maldições a nós devidas por nossos pecados (Gl 3, 13), feito por nós maldição, para nos obter as bênçãos divinas. E assim escreve o Apóstolo em outro lugar: “Aquele que desconhecia o pecado, fê-lo por nós, para que nós fôssemos feitos justiça de Deus nele” (2 Cor 5, 21). Como explicam Santo Ambrósio e Santo Anselmo, aquele que era a mesma inocência, fê-lo pecado; revestiu-se com as vestes do pecador e quis tomar sobre si as penas devidas a nós pecadores, para nos obter o perdão e nos tornar justos aos olhos de Deus.

A segunda figura do sacrifício que Jesus Cristo ofereceu por nós a seu eterno Pai na cruz, foi a “serpente de bronze” suspensa em um poste, que curava os hebreus mordidos pela serpente de fogo, quando para ela olhavam (Nm 21, 8). Assim escreve São João: “Como Moisés suspendeu a serpente no deserto, assim importa que seja levantado o Filho do homem, para que todo o que crê nele não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 14).

À LUZ DAS PROFECIAS

É preciso refletir que no capítulo 2.º da “Sabedoria” está predita a morte ignominiosa de Jesus Cristo. Ainda que as palavras desse capítulo possam se referir à morte de qualquer homem justo, contudo, afirma Tertuliano, São Cipriano, São Jerônimo e muitos outros santos Padres, que de modo especial quadram à morte de Cristo: Aí se diz no versículo 18: “Se realmente é o verdadeiro filho de Deus, ele o amparará e o livrará das mãos dos contrários”. Essas palavras correspondem perfeitamente ao que diziam os judeus, quando Jesus estava na cruz: “Confiou em Deus: livre-o agora, se o ama; pois disse que era filho de Deus” (Mt 27, 43). Continua o sábio a dizer: “Façamos-lhe perguntas por meio de ultrajes e tormentos… e provemos a sua paciência. Condenemo-lo a uma morte a mais infame” (Sb 2, 19-20). Os judeus escolheram para Jesus Cristo a morte da cruz, que era a mais ignominiosa, para que seu nome ficasse para sempre aviltado e não fosse mais relembrado, segundo um outro testemunho de Jeremias: “Ponhamos madeira no seu pão e exterminemo-lo da terra dos viventes e não haja mais memória de seu nome” (Jr 11, 19). Ora, como podem dizer hoje em dia os judeus ser falso que Jesus fosse o Messias prometido, por ter sido arrebatado deste mundo por uma morte torpíssima, quando seus mesmos profetas haviam predito que ele deveria ter uma morte tão vil?

Jesus aceitou, porém, semelhante morte porque morria para pagar os nossos pecados: também por esse motivo quis qual pecador ser circuncidado, ser resgatado quando foi apresentado ao templo, receber o batismo de penitência de São João. Na sua paixão, finalmente quis ser pregado na cruz para pagar por nossos licenciosas liberdades, com a sua nudez reparar a nossa avareza, com os opróbrios a nossa soberba, com a sujeição aos carnífices a nossa ambição de dominar, com os espinhos os nossos maus pensamentos, com o fel a nossa intemperança e com as dores do corpo os nossos prazeres sensuais. Deveríamos por isso continuamente agradecer com lágrimas de ternura ao eterno Pai por ter entregue seu Filho inocente à morte para livrar-nos da morte eterna. “O qual não poupou seu próprio Filho, mas entregou-o por todos nós: como não nos deu também com ele todas as coisas?” (Rom 8, 32). Assim fala São Paulo e o próprio Jesus diz, segundo São João (3, 16): “Tanto Deus amou o mundo que lhe deu seu Filho unigênito”. Daí exclamar a santa Igreja no sábado santo: “Ó admirável dignação de vossa piedade para conosco! Ó inestimável excesso de vossa caridade! Para resgatar o escravo, entregastes o vosso Filho”. Ó misericórdia infinita, ó amor infinito de nosso Deus, ó santa fé! Quem isto crê e confessa, como poderá viver ser arder em santo amor para com esse Deus tão amante e tão amável?

Ó Deus eterno, não olheis para mim, carregado de pecados, olhai para vosso Filho inocente, pregado numa cruz, e que vos oferece tantas dores e suporta tantos ludíbrios para que tenhais piedade de mim. Ó Deus amabilíssimo e meu verdadeiro amigo, por amor, pois, desse Filho que vos é tão caro, tende piedade de mim. A piedade que desejo é que me concedais o vosso santo amor. Ah, atraí-me inteiramente a vós do meio do lodo de minhas torpezas. Consumi, ó fogo devorador, tudo o que vedes de impuro na minha alma e a impede de ser toda vossa.

NOSSO FIADOR

Agradeçamos ao Pai e agradeçamos igualmente ao Filho que quis tomar a nossa carne e juntamente os nossos pecados para dar a Deus com sua paixão e morte uma digna satisfação. Diz o Apóstolo que Jesus Cristo se fez nosso fiador, obrigando-se a pagar as nossas dívidas (Hb 7, 22). Como mediador entre Deus e os homens, estabeleceu um pacto com Deus por meio do qual se obrigou a satisfazer por nós a divina justiça e em compensação prometeu-nos da parte de Deus a vida eterna. Já com muita antecedência o Eclesiástico nos advertia que não nos esquecêssemos do benefício deste divino fiador, que, para obter a salvação, quis sacrificar a sua vida (Eclo 29, 20). E para mais nos assegurar do perdão, diz São Paulo, foi que Jesus Cristo apagou com seu sangue o decreto de nossa condenação, que continha a sentença da morte eterna contra nós, e a afixou à cruz, na qual, morrendo, satisfez por nós a justiça divina (Col 2, 14). Ah, meu Jesus, por aquele amor que vos obrigou a dar a vida e o sangue no Calvário por mim, fazei-me morrer a todos os afetos deste mundo, fazei que eu me esqueça de tudo para não pensar senão em vos amar e dar-vos gosto. Ó meu Deus, digno de infinito amor, vós me amastes sem reserva e eu quero também amar-vos sem reserva. Eu vos amo, meu sumo Bem, eu vos amo, meu amor, meu tudo.

Em suma, tudo o que nós podemos ter de bens, de salvação, de esperança, tudo possuímos em Jesus Cristo e nos seus merecimentos, como disse São Pedro: “E não há em outro nenhuma salvação, nem foi dado aos homens um outro nome debaixo dos céus em que nós devemos ser salvos” (At 4, 12). Assim para nós não há esperança de salvação senão nos merecimentos de Jesus Cristo. Donde São Tomás, com todos os teólogos, conclui que depois da promulgação do Evangelho nós devemos crer explicitamente, por necessidade não só de preceito, como também de meio, que somente por meio de nosso Redentor nos é possível a salvação.

Todo o fundamento de nossa salvação está, portanto, na redenção humana do Verbo divino, operado na terra. É preciso, pois, refletir que ainda que as ações de Jesus Cristo feitas no mundo, sendo ações de uma pessoa divina, eram de um valor infinito, de maneira que a mínima delas bastava para satisfazer a justiça divina por todos os pecados dos homens, contudo só a morte de Jesus foi o grande sacrifício com o qual se completou a nossa redenção, motivo pelo qual as Sagradas Escrituras se atribui a redenção do homem principalmente à morte por ele sofrida na cruz: “Humilhou-se a si mesmo, feito obediente até à morte e morte de cruz” (Fl 2, 8). Razão por que escreve o Apóstolo que, quando tomamos a sagrada eucaristia, nos devemos recordar da morte do Senhor: “Todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste vinho, anunciareis a morte do Senhor, até que ele venha” (1 Cor 11,26). Por que é que diz da morte e não da encarnação, do nascimento, da ressurreição? Porque foi esse tormento, o mais doloroso de Jesus Cristo, que completou a redenção.

Por isso dizia S. Paulo: “Não julgueis que eu sabia alguma coisa entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (1 Cor 2,2). Muito bem sabia o apóstolo que Jesus Cristo nascera numa gruta, que habitara por trinta anos uma oficina que ressuscitara e subira aos céus. Por que então escreve que não sabia outra coisa senão Jesus crucificado? Porque a morte sofrida por Jesus na cruz era o que mais o movia a amá-lo e o induzia a prestar obediência a Deus, a exercer a caridade para com o próximo, a paciência nas adversidades, virtudes praticadas e ensinadas particularmente por Jesus Cristo na cátedra da cruz. São Tomás escreve: “Em qualquer tentação encontra-se na cruz o auxílio; aí a obediência para com Deus, aí a caridade para com o próximo, aí a paciência nas adversidades, donde assevera Agostinho: A cruz não foi só o patíbulo do mártir, como também a cátedra do mestre”. (In c. 12 ad Heb.).

À SOMBRA DA CRUZ

Almas devotas, procuremos ao menos imitar a esposa dos Cânticos, que dizia: “Eu assentei-me à sombra daquele que tanto desejei” (Cânt 2, 3). Oh! que doce repouso as almas que amam a Deus encontram nos tumultos deste mundo e nas tentações do inferno e mesmo nos temores dos juízos de Deus, contemplando a sós em silêncio o nosso amado Redentor agonizando na cruz, gotejando seu sangue divino de todos os seus membros já feridos e rasgados pelos açoites, pelos espinhos e pelos cravos. Oh! como a vista de Jesus crucificado afugenta de nossas mentes todos os desejos de honras mundanas, das riquezas da terra e dos prazeres dos sentidos! Daquela cruz emana uma vibração celeste, que docemente nos desprende dos objetos terrenos e acende em nós um santo desejo de sofrer e morrer por amor daquele que quis sofrer tanto e morrer por amor de nós.

Ó Deus, se Jesus Cristo não fosse o que ele é, Filho de Deus e verdadeiro Deus nosso criador e supremo senhor, mas um simples homem, quem não sentiria compaixão vendo um jovem de nobre linhagem, inocente e santo, morrer à força de tormentos sobre um madeiro infame, para pagar, não os seus delitos, mas os de seus mesmos inimigos e assim libertá-los da morte em perspectiva? E como é possível que não ganhe os afetos de todos os corações um Deus que morre num mar de desprezos e de dores por amor de suas criaturas? Como poderão essas criaturas amar outra coisa fora de Deus? Como pensar em outra coisa que em ser gratos para com esse tão amante benfeitor? “Oh! se conhecesses o mistério da cruz!”. disse Santo André ao tirano que queria induzi-lo a renegar a Jesus Cristo, por ter Jesus se deixado crucificar como malfeitor. Oh! se entendesses, tirano, o amor que Jesus Cristo te mostrou querendo morrer na cruz para satisfazer por teus pecados e obter-te uma felicidade eterna, certamente não te empenharias em persuadir-me a renegá-lo; pelo contrário, tu mesmo abandonarias tudo o que possuis e esperas nesta terra para comprazeres e contentares um Deus que tanto te amou. Assim já procederam tantos santos e tantos mártires que abandonaram tudo por Jesus Cristo. Que vergonha para nós, quantas tenras virgenzinhas renunciaram a casamentos principescos, riquezas reais e todas as delícias terrenas e voluntariamente sacrificaram sua vida para testemunhar qualquer gratidão pelo amor que lhes demonstrou este Deus crucificado.

Como explicar então que a muitos cristãos a paixão de Cristo faz tão pouca impressão? Isso provém do pouco que consideram nos padecimentos sofridos por Jesus Cristo por nosso amor. Ah, meu Redentor, também eu estive no número desses ingratos. Vós sacrificastes vossa vida sobre uma cruz, para que não me perdesse, e eu tantas vezes quis perder-vos, ó bem infinito, perdendo a vossa graça! Ora, o demônio, com a recordação de meus pecados, pretenderia tornar-me dificílima a salvação, mas a vista de vós crucificado, meu Jesus, me assegura que não me repelireis de vossa face se eu me arrepender de vos haver ofendido e quiser vos amar. Oh! sim, eu me arrependo e quero amar-vos com todo o meu coração. Detesto aqueles malditos prazeres que me fizeram perder a vossa graça. Amo-vos, ó amabilidade infinita, e quero amar-vos sempre e a recordação de meus pecados servirá para me inflamar ainda mais no vosso amor, que viestes em busca de mim quando eu de vós fugia. Não, não quero mais separar-me de vós, nem deixar mais de vos amar, ó meu Jesus. Maria, refúgio dos pecadores, vós que tanto participastes das dores de vosso Filho na sua morte, suplicai-lhe que me perdoe e me conceda a graça de o amar.

Fonte: “Reflexões sobre a Paixão de Jesus Cristo expostas às almas devotas”

Tradução: Pe. José Lopes Ferreira, C.Ss.R.

Publicado em Blog Quadrante (Quadrante Editora é uma entidade sem fins lucrativos, que iniciou as atividades no ano de 1964, em São Paulo, com a publicação do livro Caminho, de São Josemaria Escrivá.

Homilia Diária | Sexta-feira Santa – “Como cordeiro ao matadouro” – Padre Paulo Ricardo

Ficheiro:1583 Annibale Caracci, Crucifixion Santa Maria della Carità, Bologna.jpg

Publicado em Padre Paulo Ricardo.

Imagem: Wikipédia (Annibale Caracci, Crucifixion Santa Maria della Carità, Bologna, 1583).

Devoção às Cinco Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo

Ao estar de joelhos ante vossa imagem sagrada

Oh! Salvador meu, minha consciência me diz que tem sido eu que vos cravou na cruz, com estas minhas mãos, todas as vezes que tenho ousado cometer um pecado mortal. Deus meu, meu amor e meu tudo, digno de toda adoração e amor, vendo como tantas vezes me haveis cumulado de bênçãos, me acho de joelhos, convencido de que ainda posso reparar as injúrias com que vos tenho ofendido. Ao menos posso me compadecer, posso dar-Vos graças por todo o que haveis feito por mim. Perdoai-me, Senhor meu. Por isso com o coração e com os lábios digo: Perdoai-me, Senhor meu.

A Chaga do Pé Esquerdo: Santíssima Chaga do pé esquerdo de meu Jesus, Vos adoro.

Me dói, Bom Jesus, ver-Vos sofrer aquela pena dolorosa. Vos dou graças, Oh! Jesus de minha alma, porque haveis sofrido tão atrozes dores para deter-me em minha carrera ao precipício, sofrendo-Vos a causa dos pulsantes espinhos de meus pecados.

Ofereço ao Eterno Pai, o sofrimento e o amor de vossa santíssima Humanidade para ressarcir meus pecados, que detesto com sincera contrição.

A Chaga do Pé Direito: Santíssima Chaga do pé direito de meu Jesus, Vos adoro.

Me dói, Bom Jesus, de ver-Vos sofrer tão dolorosa pena. Vós dou graças, Oh! Jesus de minha vida , por aquele amor que sofreu tão atrozes dores, derramando sangue para castigar meus desejos pecaminosos e andadas em pró do prazer.

Ofereço ao Eterno Pai, o sofrimento e o amor de vossa santíssima Humanidade, e peço a graça de chorar minhas transgressões e de perseverar no caminho do bem, cumprindo fidelíssimamente os mandamentos de Deus.

A Chaga da Mão Esquerda: Santíssima Chaga da mão esquerda de meu Jesus, Vos adoro.

Me dói, Bom Jesus, de ver-Vos sofrer tão dolorosa pena. Vós dou graças, Oh! Jesus de minha vida, porque por vosso amor me haveis livrado a mim de sofrer a flagelação e a eterna condenação, que tenho merecido por causa de meus pecados.

Ofereço ao Eterno Pai, o sofrimento e o amor de vossa santíssima Humanidade e suplico me ajude a fazer bom uso de minhas forças e de minha vida, para produzir frutos dignos da glória e vida eterna e assim desarmar a justa ira de Deus.

A Chaga da Mão Direita: Santíssima Chaga da mão direita de meu Jesus, Vos adoro.

Me dói, Bom Jesus, de ver-Vos sofrer tão dolorosa pena. Vós dou graças, Oh! Jesus de minha vida, por ter-me acumulado de benefícios e graças, e isso a pesar de minha obstinação no pecado.

Ofereço ao Eterno Pai o sofrimento e o amor de vossa santíssima Humanidade e suplico me ajude a fazer tudo para maior honra e Glória de Deus.

A Chaga do Sacratíssimo Peito: Santíssima Chaga do Sacratíssimo Peito de meu Jesus, Vos adoro.

Me dói, Bom Jesus, de ver-Vos sofrer tão grande injúria. Vós dou graças, Oh! Bom Jesus, pelo o amor que me tendes, ao permitir que Vos abrissem o peito, com uma lançada e assim derramar a última gota de sangue, para redimir-me.

Ofereço ao Eterno Pai esta oferta e o amor de vossa santíssima Humanidade, para que minha alma possa encontrar em vosso coração transpassado um seguro Refúgio. Assim seja.

Publicado em Últimas e Derradeiras Graças.

Oração à Chaga do Ombro de Jesus I

Perguntando São Bernardo ao Divino Redentor, qual era a dor que sofrera mais, e desconhecida dos homens: Jesus lhe respondeu:

“Eu tinha uma chaga profundíssima no ombro sobre o qual carreguei minha pesada cruz: Essa chaga era mais dolorosa que as outras. Os homens não fazem dela menção, porque não a conhecem. Honra pois, essa chaga a farei tudo o que por ela me pedires”.

Oração:

Oh! amante Jesus, manso cordeiro de Deus, apesar de ser eu uma criatura miserável e pecadora vos adoro e venero a chaga causada pelo peso de vossa cruz, que dilacerando vossas carnes, desnudou os ossos de vosso ombro Sagrado e da qual vossa Mãe dolorosa tanto se compadeceu.

Também eu, ó altíssimo Jesus, me compadeço de vós e do fundo do meu coração vos louvo, vos glorifico, vos agradeço por essa chaga dolorosa de vosso Ombro em que quisestes carregar vossa Cruz por minha salvação.

Ah! pelos sofrimentos que padecestes e que aumentaram o enorme peso de vossa Cruz vos rogo com muita humildade: Tende piedade de mim, pobre criatura pecadora, perdoai os meus pecados e conduzi-me ao céu pelo caminho da Cruz.

Rezam-se sete Ave-Marias e acrescenta-se: “Minha Mãe Santíssima imprimi em meu coração as Chagas de Jesus Crucificado”

Indulgência de 300 dias cada vez.

“Oh! dulcíssimo Jesus, não sejais meu juiz, mas meu Salvador”

Indulgência de 100 dias cada vez.

Oração à Chaga do Ombro de Jesus II

Nas Atas do convento de Claraval (França) lêem-se estas palavras: São Bernardo perguntou ao Divino Salvador qual tinha sido a maior de suas dores desconhecida dos homens.

Jesus lhe respondeu:

Eu tinha uma Ferida no Ombro, em que havia carregado a Cruz, e esta Ferida era mais dolorosa que as outras.Os homens não fazem menção dela, porque é desconhecida. Honrai-a, pois, e Eu vos concederei tudo o que me pedires por sua virtude. Todos aqueles que a venerarem, obterão a remissão dos seus pecados veniais e graças eficazes para conseguirem o perdão dos pecados mortais que tiverem cometido.

Oração:

Oh! bom Jesus, Senhor e Redentor meu, que carregastes a pesada Cruz de todos os pecados do Mundo e também os meus; pelos méritos da Chaga e dor que tal Cruz rasgou no vosso Ombro, eu Vos peço humildemente o arrependimento e perdão de todas as minhas culpas e a graça de morrer sem pecado.

E lembrando o auxílio que vos deu Simão Cireneu, aliviando o peso da vossa Cruz, peço-Vos ainda, em virtude da Chaga do vosso Ombro, que foi a mais escondida do vosso sacrifício redentor, que susciteis no mundo muitas almas vítimas, a continuarem nelas a vossa Paixão, e, pela generosidade do seu holocausto, suportando com amor heróico, resgatem muitos pecadores, salvem muitos moribundos, e atraiam sobre a Terra uma chuva da Caridade e Pureza. Amém.

Rezam-se sete Ave-Marias e acrescenta-se: Minha Mãe Santíssima imprimi em meu coração as Chagas de Jesus Crucificado”

Indulgência de 300 dias cada vez.

“Oh! dulcíssimo Jesus, não sejais meu juiz, mas meu Salvador”

Indulgência de 100 dias cada vez.

Publicado em Últimas e Derradeiras Graças

Meditação sobre as Santas Chagas de Jesus

A Chaga do Lado: Lembra a Eucaristia, fonte de Vida, graça, amor e luz. É seguro refúgio para todos nós, e é especialmente reaberta pelos profanadores do Santíssimo Sacramento.

A Chaga da Mão Direita: Por ela Jesus eleva ao Pai as almas que se santificam por força do Amor divino. É reaberta pela ingratidão e falta de amor das almas que fogem aos sacrifícios que Deus lhes pede.

A Chaga da Mão Esquerda: É por ela que Jesus faz chegar ao Pai os anseios das almas dedicadas ao apostolado. Ferem-na os hipócritas que trabalham no reino de Deus apenas por vaidade e ostentação.

A Chaga do Pé Direito: Por ela Jesus promete salvar os pecadores, socorrer os atribulados e aliviar as Almas do Purgatório. É reaberta pela insensibilidade e falta de caridade para com o próximo.

A Chaga do Pé Esquerdo: Por esta Chaga se salvarão os pecadores mais obstinados, se o Senhor lhes der a graça do arrependimento final, pelos Seus infinitos merecimentos e dos balsamizadores desta mesma Chaga. Ferem-na os indiferentes para com a sorte eterna dos seus irmãos.

A Chaga do Ombro: É reaberta pela ingratidão e falta de amor de tantas almas a Deus consagradas.

São Bernardo ouviu de Jesus estas palavras:

“Eu tinha uma Chaga profundíssima no ombro sobre a qual carreguei a Minha pesada Cruz. Essa Chaga era mais dolorosa que as outras. Honra, pois, essa Chaga, e farei tudo o que pedires.”

A Chaga da Fronte: Por esta Chaga que ensanguentou o rosto triste e machucado de Jesus, o mesmo Jesus promete aceitar os espinhos das almas que trabalham para defender a Sua seara. Os pecados de inveja, ciúme, ódio, derrotismo, entre as almas do santuário, ofendem a Fronte de Jesus.

Publicado em Últimas e Derradeiras Graças.

%d blogueiros gostam disto: