Festa da Imaculada Conceição de Maria: origens e significados

SOLENIDADE – 8 DE DEZEMBRO

A Imaculada Conceição de Maria por Antonio Cavallucci (1790)
A Imaculada Conceição de Maria por Antonio Cavallucci (1790)

Neste dia de preceito, rogamos a nossa Mãe do Céu pelas almas e pelas intenções de todos os nossos leitores, irmãos em Cristo e amigos, para que interceda por nós junto a seu Filho e Nosso Senhor:

Ó Maria, Concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós!

Estamos diante de um mistério; diante de um fato que excede nossa inteligência humana. Sim, o mistério não contradiz a razão humana, mas a excede.

O privilégio da Imaculada Conceição não se refere ao fato de Maria de Nazaré ter sido virgem antes, durante e depois do parto de Jesus. Não se refere ao fato de ter ela concebido o Filho sem concurso de homem, mas por Obra e Graça do Espírito Santo. Não se refere ao fato de Maria não ter cometido nenhum dos pecados que para nós são, – lamentavelmente, corriqueiros. – Refere-se, isto, sim, ao fato de Deus havê-la preservado da mancha com a qual todas as criaturas humanas nascem, a mancha herdada do Pecado cometido por Adão e Eva, que a Teologia chama Pecado original.

Pecado que se chama original não porque, a partir dele, nascemos todos como fruto do ato sexual. Original porque se refere à Origem de toda a humanidade, isto é, dos nossos primeiros pais, que a Bíblia chama (simbolicamente ou não) Adão e Eva.

As Sagradas Escrituras ensinam-nos que Deus criou o ser humano à sua Imagem e Semelhança. Não o fez por necessidade, – já que Deus se basta a Si mesmo, – mas num gratuito gesto de Amor.

Criado por amor, o ser humano estava destinado à plena e eterna festa de Comunhão com Deus. Uma Comunhão tão íntima e divina que o próprio Filho de Deus poderia dela participar sem nenhuma diminuição de sua Divindade.

Ora, para que viesse ao mundo o Filho de Deus Salvador, encarnado em forma humana, Deus escolheu desde antes do início dos tempos, uma mulher, e a para tal finalidade a fez santíssima, ou seja, adornada com qualidades e belezas do próprio Deus. Para Deus, imaginação e criação são uma mesma coisa.

Nossos primeiros pais, apesar de feitos à imagem e semelhança de Deus, eram criaturas e como criaturas dependiam do Criador. Sua liberdade era a plenitude da liberdade como criaturas. Adão e Eva pecaram, querendo passar da liberdade e santidade de criaturas à liberdade e santidade próprias do Criador, ou seja, quiseram igualar-se a Deus. Pecado de orgulho. Pecado de desobediência. Quiseram “ser como Deus” (Gn 3,5) e não como criaturas de Deus.

Consequências dramáticas dessa suprema prepotência de nossos primeiros pais: embora mantivessem a dignidade de Imagem e Semelhança de Deus, perderam, como diz São Paulo “a Graça da santidade original” (Rm 3,23); passaram a ter medo de Deus; perderam o equilíbrio de criaturas, ou seja, foram tomados pelas más inclinações e passaram a sentir em suas consciências a desarmonia e a tensão entre o bem e o mal, e a experiência da terrível necessidade de optar entre um e outro. “Entrou a morte na história da humanidade” (Rm 5,12).

Ora, os planos de Deus, ainda que as criaturas os reneguem ou se desviem deles, acabam se realizando. Aquela mulher imaginada/criada por Deus antes do Paraíso terrestre, para ser a Mãe do Filho em carne humana, estava isenta do pecado de Adão e Eva. Todavia há uma verdade de fé professada desde sempre pela Igreja que ensina com clareza que todas as criaturas humanas são redimidas, sem exceção, exclusivamente pelos méritos de Jesus Cristo. Ora, sabemos bem que Maria é uma criatura de Deus e não uma espécie “deusa” (somente na imaginação desvairada de certos inimigos da igreja esta absurda confusão seria possível). Por isso, também ela deveria ser, – como de fato foi, – redimida por Jesus Cristo, a um só tempo seu Filho e Senhor.

Teólogos discutiram durante séculos sobre como Maria poderia ter sido remida. Nunca, nenhum santo Padre duvidou da santidade de Maria, de sua vida puríssima, de seu coração inteiramente voltado para Deus, ou seja, de ser uma mulher “Cheia de Graça” (Lc 1,28). A razão de tanta convicção e de tanta certeza sempre foi a certeza e a convicção de que Deus Todo Poderoso, o Santo dos Santos, só poderia nascer de um vaso que fosse puríssimo. Ainda assim, mesmo que pudessem conceber Maria como Virgem Imaculada, haviam teólogos que não conseguiam entendê-la isenta do Pecado original. E estavam certos! Entre estes, que num primeiro momento encontraram dificuldades em conceber a Imaculada Conceição de Nossa Senhora, haviam inclusive santos, como São Bernardo, – justamente ele, autor de belíssimos textos sobre a Virgem Maria e sua maternidade divina.

Mas haviam teólogos favoráveis à aceitação da verdade da Imaculada Conceição de Maria, entre os quais o Bem-aventurado Duns Scotus, que argumentava assim: primeiro, sim, Deus podia criá-la sem mancha, porque “para Deus nada é impossível” (Lc 1,37); 2) convinha que Deus a criasse sem mancha, porque ela estava predestinada a ser a Mãe de Deus e, portanto, ter todas as qualidades que não afetasse de modo absolutamente nenhum a Dignidade suprema do Filho. Assim, Deus podia, e convinha; logo, Deus a criou isenta do Pecado original, ou seja, imaculada antes, durante e depois de sua conceição no seio de sua mãe.

No ano 1615 encontramos o povo de Sevilha, na Espanha, cantando pelas ruas alguns versos derivados do argumento de Duns Scotus: “Quis e não pôde? Não é Deus / Pôde e não quis? Não é Filho. / Digam, pois, que pôde e quis!”.

Imaculada Conceição de Maria por Bartolomé Esteban Murillo (1661)
Imaculada Conceição de Maria por Bartolomé Esteban Murillo (1661)

Também artistas entraram na procissão dos que louvavam e difundiam a devoção à Imaculada. Nenhum foi tão profícuo quanto o espanhol Murillo, falecido em 1682. A ele se atribuem nada menos que 41 diferentes quadros com o tema Imaculada Conceição, inconfundíveis, retratando sempre a Virgem assunta, cercada de anjos, quase sempre com a meia lua sob os pés, lembrando de perto a mulher descrita pelo Apocalipse (Ap 12,1). A lua, por variar tanto, é símbolo da instabilidade humana e das coisas passageiras. Maria foi sempre a mesma, sem nenhum pecado.

No entanto, escreve o papa Pio IX, era absolutamente justo que, como tinha um Pai no Céu, que os Serafins exaltam “Santo, Santo, Santo”, o Unigênito tivesse também uma Mãe na Terra, em quem jamais faltasse o esplendor da santidade (Ineffabilis Dei, 31). Com efeito, essa doutrina se apossou de tal forma dos corações e da inteligência dos nossos antepassados que deles se fez ouvir uma singular e maravilhosa linguagem. Muitas vezes se dirigiram à Mãe de Deus como “toda santa”, “inocentíssima”, “a mais pura”, “santa e alheia a toda mancha de pecado”, etc.

Aos 8 de dezembro de 1854, o bem-aventurado papa Pio IX declarou verdade de fé a Conceição Imaculada de Maria:

“Pela Inspiração do Espírito Santo Paráclito, para honra da santa e indivisa Trindade, para glória e adorno da Virgem Mãe de Deus, para exaltação da fé católica e para a propagação da religião católica, com a autoridade de Jesus Cristo, Senhor nosso, dos bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo, e nossa, declaramos, promulgamos e definimos que a Bem-aventurada Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, foi preservada de toda mancha de pecado original, por singular graça e privilégio do Deus Onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador dos homens, e que esta doutrina está contida na Revelação Divina, devendo, portanto, ser crida firme e para sempre por todos os fiéis.”
(Ineffabilis Dei, 42)

A Imaculada Conceição por Peter Paul Rubens (1627)
A Imaculada Conceição por Peter Paul Rubens (1627)

Há 161 anos foi proclamado o dogma, mas a devoção à Imaculada é muito mais antiga. Basta lembrar que a festa é conhecida pelo menos desde o século VIII. Desde 1263, a Ordem Franciscana celebrou com solenidade a Imaculada Conceição, no dia 8 de dezembro de cada ano, e costumava cantar a Missa em sua honra aos sábados. Em 1476, o Papa Xisto IV adicionou a Festa ao Calendário Litúrgico da Igreja. Em 1484, Santa Beatriz da Silva, filha de pais portugueses, fundou uma Ordem contemplativa de mulheres, conhecidas como Irmãs Concepcionistas, para venerar especialmente e difundir o privilégio mariano da Imaculada Conceição de Maria, Mãe de Deus.

Desde a proclamação do dogma, a festa da Imaculada Conceição passou a ser dia santo, de guarda ou preceito.

Em Roma, na Praça Espanha, para perenizar publicamente a declaração do dogma, levantou-se uma belíssima coluna entalhada, encimada por uma formosa estátua da Imaculada Conceição. Todos os anos, no dia 8 de dezembro à tarde, o Papa costuma ir à Praça, e com o povo romano e peregrinos reverenciar o privilégio da Imaculada Conceição da santíssima Virgem, privilégio este que deriva do maior de todos os seus títulos: Mãe do Filho de Deus, nosso Senhor e Salvador.

A coroação final e maravilhosa desta riquíssima história veio menos quatro anos após a proclamação do dogma, quando, em Lourdes, França, à menina Bernardete. Simples e analfabeta, ao ser agraciada com a visão da santíssima Virgem, perguntava insistentemente à visão quem era, até receber como resposta, cercada de terníssimo sorriso: “Eu sou a Imaculada Conceição” (‘que soy era immaculada concepciou’).

Não podemos esquecer que a imagem ou representação da padroeira de nossa nação, chamada comumente Nossa Senhora Aparecida, é também uma Imaculada Conceição; por isso mesmo, seu título oficial é “Nossa Senhora da Conceição Aparecida”.

Como é bonito, piedoso e comovente escutar o povo brasileiro cantando uníssono: “Viva a Mãe de Deus e nossa / sem pecado concebida! / salve, Virgem Imaculada, / ó Senhora Aparecida!”

Fonte e ref. bibliográfica:
NEOTTI, Clarência, Frei OFM, artigo ‘Imaculada Conceição da Maria – 150 anos de Proclamação do Dogma’,

disp. em http://www.franciscanos.org.br/?page_id=5536#sthash.EZyE8fFg.dpuf
Acesso 8/12/015
• PERRY, Tim; KENDALL, Daniel SJ. The Blessed Virgin Mary. Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans, 2013.

Publicado em O Fiel Católico.

Dia de todos os santos – 1º de novembro

Hoje, 1º de novembro, celebramos o Dia de Todos os Santos, entretanto no Brasil, esta Solenidade é transferida para o próximo domingo. A origem desta festa se deu no século IV, com a celebração de todos os mártires, no primeiro domingo depois de Pentecostes, mas anos depois, em 835, ela foi transferida pelo papa Gregório IV para o dia 1º de novembro. Sendo que, posteriormente, a Solenidade se tornou ocasião para celebrar Todos os Santos, não só os mártires, inclusive os desconhecidos.

Portanto, celebrar a festa de Todos os Santos é fazer memória destes incontáveis irmãos que nos precedem na contemplação do rosto de Deus em nossa Pátria Celeste, é recordar o testemunho daqueles munidos de obediência ao mandato divino, crucificaram suas paixões e se ofertaram como hóstia viva por amor ao Reino dos Céus.

Sendo assim, tal celebração também nos oferece a oportunidade de refletir sobre o que é ser santo. Neste aspecto, observa-se que houve uma época que se pensou que a santidade era alcançável somente para religiosos, para tanto para refutar esse pensamento, o Concílio Vaticano II recordou sobre a “vocação universal à santidade”, e que todos são chamados à perfeição cristã, como pedira Nosso Senhor Jesus Cristo: “sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 48).

Neste dia, peçamos a Jesus que “dos santos todos fostes caminho, vida, esperança, Mestre e Senhor” que nos ajude a não nos conformarmos com este mundo e a buscarmos sempre fazer da santidade nosso projeto de vida. Aos nossos Santos, agradeçamos pelas indicações deixadas de como amar a Deus, por nos apontarem que a santidade está ao nosso alcance e por intercederem por nós junto a Deus.

Todos os santos do céu, rogai por nós!

Publicado em Comunidade Olhar Misericordioso.

Memória do Imaculado Coração de Maria

Nossa Senhora é reflexo da luz divina, como a Lua reflete a do Sol. Assim como não podemos dizer que a luz da Lua lhe pertence, não podemos dizer que o amor de Maria lhe pertence. O amor dela é reflexo do amor de Deus.

Imaculado Coração de Maria – Wikipédia, a enciclopédia livre

Homilia Diária -Jun 2021

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 2, 41-51)

Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. Quando ele completou doze anos, subiram para a festa, como de costume. Passados os dias da Páscoa, começaram a viagem de volta, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem.

Pensando que ele estivesse na caravana, caminharam um dia inteiro. Depois começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. Não o tendo encontrado, voltaram para Jerusalém à sua procura. Três dias depois, o encontraram no Templo. Estava sentado no meio dos mestres, escutando e fazendo perguntas.

Todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. Ao vê-lo, seus pais ficaram muito admirados e sua mãe lhe disse: “Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura”. Jesus respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?” Eles, porém, não compreenderam as palavras que lhes dissera. Jesus desceu então com seus pais para Nazaré, e era-lhes obediente. Sua mãe, porém, conservava no coração todas estas coisas.

Ontem celebramos a solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Hoje, com muita alegria, nos voltamos para o Coração de nossa Mãe bendita. O que significa celebrar o Imaculado Coração de Maria? Como vimos ontem, o coração é um símbolo visível da realidade invisível da alma e sua capacidade de amar. De fato, o homem tem uma capacidade de amar maior que a dos animais. Nosso bichinho de estimação pode até abanar o rabo e ficar muito feliz de nos ver, mas isso é um afeto bastante limitado. Deus quer que amemos mais, muito mais. Ora, o homem é capaz de passar pelas maiores dificuldades por um grande amor. É capaz de dar a vida, de derramar o próprio sangue por aqueles a quem ama. Atos heróicos e extraordinários de amor já foram feitos ao longo da história. E nem falamos ainda do amor cristão. Mesmo entre pagãos, atos heroicos fizeram muitas pessoas entregar a vida por amor à pátria, para defender a família etc. 

Acontece que nós, que temos uma alma capaz de amar com um amor tão sublime, temos também a ferida do pecado original, que leva essa mesma alma, desordenada, a trair de alguma forma sua vocação ao amor. Ora, celebrar o Imaculado Coração de Maria é, antes de tudo, celebrar o fato de que a nossa Mãe bendita não foi mordida pela serpente. Nós temos momentos de egoísmo. Ainda que amemos as pessoas, somos capazes de ser egoístas e ofendê-las. Nossa Senhora não. A alma dela é profundamente ordenada, porque não foi tocada pelo veneno da serpente, do egoísmo, do pecado. Ela é nossa Mãe Imaculada. Mas não celebramos somente isso, ou seja, o fato de Maria ser intacta, nunca tocada por Satanás. Celebramos algo ainda mais importante, uma realidade mais profunda: que ela foi tocada por Deus. Nossa Mãe bendita não foi tocada por Satanás, por isso é Imaculada; mas, no primeiro instante da sua concepção no ventre de Sant’Ana, ela recebeu uma quantidade de graça santificante tão abundante, que ela é verdadeiramente gratia plena, a cheia de graça (κεχαριτωμένη, em grego). Ela abundou em graça, o que quer dizer o seguinte: a capacidade de Maria, ainda pequenina no ventre de Sant’Ana, de amar a Deus e a nós é maior que a de todos os anjos e santos juntos!

Celebramos, portanto, uma obra esplendorosa da misericórdia divina. Nossa Senhora tem um Coração extraordinário. De sua alma humana, por graça divina, é possível ver sair um amor que transborda sobre Deus e sobre nós. Que espetacular, que milagre da graça é o Coração de Maria! Sua alma santíssima é capaz de amar de forma divina. Pela graça, Nossa Senhora foi elevada a amar como o mais perfeito dos homens, com um amor imaculado, intacto, sem mancha de egoísmo, um amor que é a própria caridade divina. Alguém pode pensar que isso é “exagero” de católicos, que “exaltamos demais” Nossa Senhora… Não, não estamos exagerando porque é isso o que vai acontecer conosco no céu. Na glória, iremos amar a Deus com o amor de Deus. Aliás, não só no céu, já aqui o podemos fazer, se estamos em estado de graça. Devemos, porém, ir crescendo neste amor.

Nossa Senhora é reflexo da luz divina, como a Lua reflete a do Sol. Assim como não podemos dizer que a luz da Lua lhe pertence, não podemos dizer que o amor de Maria lhe pertence. O amor dela é reflexo do amor de Deus; portanto, é um amor divino. Não é exagero algum dizer que Maria nos ama com o amor de Deus. É simplesmente verdade. “O Senhor fez em mim maravilhas, santo é o seu nome”; logo, o Coração da Virgem é dom de Deus para nós. Ao enviar o seu Filho no mundo, Deus não quis que Ele fosse gerado no ventre de uma mulher manchada pelo pecado. Por isso Ele preparou o Coração santíssimo e Imaculado de Maria para amar Jesus. Que alegria, que consolação saber que Cristo não foi recebido no mundo com bofetões e cusparadas, mas com um Coração Imaculado, cheio de graça, capaz de dar o amor que Ele merece!

Nossa Senhora de Fátima disse a Lúcia que o seu Imaculado Coração seria sempre o seu caminho e refúgio. Essa frase serve para todos nós. Vivemos no mundo, mas queremos ir para o céu. Como podemos chegar lá? O Coração de Maria é reflexo do Coração de Jesus. Ora, Ele é o caminho, a verdade e a vida; se Ele é o caminho, o Coração de Maria também o é, por ser reflexo do Coração de Cristo. Imitemos, pois, a Virgem Maria, refugiemo-nos nela quando formos atacados por demônios de todos os lados. O Coração dela é refúgio seguro contra o maligno. Ao mesmo tempo que ela é para nós caminho e refúgio, nós, miseráveis pecadores, que ofendemos tanto essa Mãe bendita, também devemos recordar nosso dever: a necessidade de reparar as ofensas feitas contra ela. Foi para isso que Nossa Senhora quis propagar pelo mundo a devoção dos cinco primeiros sábados do mês. Façamos esse desagravo que Nossa Senhora pediu e que nós, filhos dóceis e generosos, não podemos negar-lhe.

Publicado em Padre Paulo Ricardo (para ouvir acesse este link).

As 12 promessas do Sagrado Coração de Jesus

A devoção ao Sagrado Coração de um modo visível aparece em dois acontecimentos fortes do Evangelho: no gesto de São João, discípulo amado, encostando a sua cabeça em Jesus durante a Última Ceia (cf. Jo 13,23); e, na cruz, onde o soldado abriu o lado de Jesus com uma lança (cf. Jo 19,34).

Num acontecimento, temos o consolo de Cristo pela dor na véspera de Sua morte. No outro, o sofrimento causado pelos pecados da humanidade. Esses dois exemplos do Evangelho nos ajudam a entender o apelo de Jesus feito, em 1675, a Santa Margarida Maria Alacoque:

Foto Ilustrativa: by Getty Images/ IsraelBrum

“Eis este coração que tanto tem amado os homens. Não recebo da maior parte senão ingratidões, desprezos, ultrajes, sacrilégios e indiferenças. Eis que te peço que a primeira sexta-feira depois da oitava do Santíssimo Sacramento (Corpo de Deus) seja dedicada a uma festa especial para honrar o Meu coração, comungando, neste dia, e dando-lhe a devida reparação por meio de um ato de desagravo para reparar as indignidades que recebeu durante o tempo em que esteve exposto sobre os altares. Prometo-te que o Meu Coração se dilatará para derramar com abundância as influências de Seu divino amor sobre os que tributem essa divina honra e que procurem que ela lhe seja prestada.”

São João Paulo II e a devoção ao Sagrado Coração de Jesus

São João Paulo II sempre cultivou essa devoção e sempre a incentivou a todos que desejam crescer na amizade com Jesus. Em 1980, no dia do Sagrado Coração, ele afirmou: “Na solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a liturgia da Igreja concentra-se, com adoração e amor especial, em torno do mistério do Coração de Cristo. Quero, hoje, dirigir, juntamente convosco, o olhar dos nossos corações para o mistério desse coração. Ele falou-me desde a minha juventude. A cada ano, volto a esse mistério no ritmo litúrgico do tempo da Igreja”.

Agora, conheça as 12 promessas do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque:

1° Promessa: “A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de Meu Sagrado Coração”;

2° Promessa: “Eu darei aos devotos de Meu Coração todas as graças necessárias a seu estado”;

3° Promessa: “Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias”;

4° Promessa: “Eu os consolarei em todas as suas aflições”;

5° Promessa: “Serei refúgio seguro na vida e principalmente na hora da morte”;

6° Promessa: “Lançarei bênçãos abundantes sobre os seus trabalhos e empreendimentos”;

7° Promessa: “Os pecadores encontrarão, em meu Coração, fonte inesgotável de misericórdias”;

8° Promessa: “As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas pela prática dessa devoção”;

9° Promessa: “As almas fervorosas subirão, em pouco tempo, a uma alta perfeição”;

10° Promessa: “Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais endurecidos”;

11° Promessa: “As pessoas que propagarem esta devoção terão o seu nome inscrito para sempre no Meu Coração”;

12° Promessa: “A todos os que comunguem, nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna”.

Publicação em Formação Canção Nova.

Leia mais:
::Por que entronizar o quadro de Jesus misericordioso na nossa casa?

As Promessas do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque

Junho é o mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus

As Promessas do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque

Pelos anos de 1673 / 1675 Santa Margarida Maria Alacoque, freira do convento da Visitação de Santa Maria, em Paray-le-Monial, na França, teve visões e revelações do Sagrado Coração de Jesus. Ele mostrou a Margarida o grande amor que tem pelos homens e seu ardente desejo de salvar os pecadores: “Eles encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdias”Porém, Jesus queixou-se também das ofensas e menosprezos a Ele feitos. Lamentou a frieza e desdém diante de sua presença na Eucaristia e sua dor por causa dos ultrajes e abandonos ao Sagrado Coração.Na noite do dia 16 de junho de 1675, enquanto Margarida rezava diante do Santíssimo Sacramento, Jesus apareceu-lhe.Depois de um pequeno diálogo, apontou para seu Divino Coração e disse à piedosa religiosa: “Eis o Coração que tanto amou os homens, que não poupou nada até esgotar-se e consumir-se, para testemunhar-lhes seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões…”Misericórdia e perdão…Nosso Senhor manifestou a Santa Margarida a grandeza infinita de seu amor. Apesar das ofensas, das indiferenças e ingratidões da humanidade, Jesus abriu seu Coração e mostrou a Margarida seu desejo de atrair a si todos os homens oferecendo-lhes sua misericórdia. Para as almas onde abundava o pecado, Ele apresentava a superabundância do perdão e da graça. (Rom.5,20) Pediu que a primeira sexta-feira depois da oitava da festa do Santíssimo Sacramento fosse dedicada especialmente para honrar o Sagrado Coração de Jesus. Que nesse dia se comungasse e fosse feito um ato de reparação e desagravo pelas ofensas feitas ao Divino Coração presente no Santíssimo Sacramento.… esperança e confiança!“Meu Coração se dilatará para distribuir com abundância as influências de seu divino amor sobre aqueles que lhe prestem culto e que procurem que este culto Lhe seja prestado”. Esta devoção será como a manifestação do último esforço do amor de Jesus Cristo para com a humanidade. Ele deseja “favorecer os homens nestes últimos séculos desta redenção amorosa, para livrá-los do império de satanás, o qual Ele pretendia arruinar”.

Sagrado Coração de Jesus – Confio e Espero em Vós! Detém-te! Alto lá!

O Sagrado Coração de Jesus está comigo Venha a nós o Vosso Reino! O uso deste emblema foi um dos pedidos feitos por Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque: “Jesus deseja que se mande fazer escudos com a imagem de seu Sagrado Coração, a fim de que todos aqueles que queiram oferecer-lhe uma homenagem, os coloquem em suas casas; e mandou que fossem feitos escudos menores para as pessoas levarem consigo”. O que é o Escudo do Sagrado Coração de Jesus? É um emblema no qual está estampada a imagem do Sagrado Coração de Jesus com as seguintes frases: Detém-te! O Coração de Jesus está comigo. Venha a nós o Vosso Reino.Ele é conhecido também como “detém-te” ou escapulário do Sagrado Coração de Jesus. Seu uso foi um dos pedidos feitos por Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque:“Jesus deseja que se mande fazer escudos com a imagem de seu Sagrado Coração, a fim de que todos aqueles que queiram oferecer-lhe uma homenagem, os coloquem em suas casas; e mandou que fossem feitos escudos menores para as pessoas levarem consigo”. Foi daí que nasceu o costume de trazer junto a si pequenos Escudos do Coração de Jesus. Seu uso é sinal de nossa confiança na proteção de Jesus contra os assaltos do inimigo infernal e de todo mal. Em nome de Jesus, ordenamos ao demônio e ao mal que se detenham, que se afastem de nós.

As doze promessas do Coração de Jesus para quem praticar essa devoção: 

1. Eu darei aos devotos do meu Coração todas as graças necessárias a seu estado.

2. Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias.

3. Eu os consolarei em todas as suas aflições.

4. Serei seu refúgio seguro na vida, e principalmente na hora da morte.

5. Lançarei bênçãos abundantes sobre todos os seus trabalhos e empreendimentos.

6. Os pecadores encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdias.

7. As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas pela prática dessa devoção.

8. As almas fervorosas subirão em pouco tempo a uma alta perfeição.

9. A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de meu Coração.

10. Darei aos Sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais endurecidos.

11. As pessoas que propagarem essa devoção terão seus nomes inscritos para sempre no meu Coração.

12. A todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna.

Novena ao Sagrado Coração de Jesus1. Ó meu Jesus, que dissestes: “Em verdade vos digo: pedi e recebereis, procurai e achareis, batei e servos-á aberto”, eis que eu bato, procuro e peço a graça…Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.Sagrado Coração de Jesus, confio e espero em Vós!2. Ó meu Jesus, que dissestes: “Em verdade vos digo: qualquer coisa que peçais a meu Pai em meu nome, Ele vo-la concederá”, eis que a vosso Pai, no vosso nome, eu peço a graça…Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.Sagrado Coração de Jesus, confio e espero em Vós!3. Ó meu Jesus, que dissestes: “Em verdade vos digo: passarão o Céu e a Terra, mas as minhas palavras, jamais”, eis que, apoiado na infalibilidade de vossas santas palavras, eu peço a graça…Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.Sagrado Coração de Jesus, confio e espero em Vós!

Ó Sagrado Coração de Jesus, a Quem uma única coisa é impossível, isto é, a de não ter compaixão dos infelizes, tende piedade de nós, míseros pecadores, e concedei-nos as graças que Vos pedimos por intermédio do Coração Imaculado da vossa e nossa terna Mãe. São José, amigo do Sagrado Coração de Jesus, rogai por nós. Salve Rainha.

Publicado em

Publicado em Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! (www.fatima.org.br)

As Glórias da Virgem Maria segundo as Escrituras

Nossa Senhora do Rosário – Wikipédia, a enciclopédia livre
Nossa Senhora do Rosário (WIkipédia)

Muitas e grandiosas são as glórias de Maria Santíssima, pelas quais não cessam de propagar e cantar seus louvores todos os seus servos. Não apenas os anjos e santos nos céus, mas também nós os pecadores glorificamos com confiança todos os dias a tão excelsa mãe. Não podia portanto, a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada,calar-se a respeito da mais sublime de todas as criaturas. Apresentaremos um pequeno resumo de como as Sagradas Escrituras exaltam e testemunham às glórias de Nossa Senhora.

“Entrando o anjo disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo’”  ( Lc 1, 28 )

Eis, proclamado pelo próprio anjo Gabriel, o privilégio extraordinário da Imaculada Conceição de Maria e sua santidade perene. Quando a Igreja chama Maria de “Imaculada Conceição” quer dizer que a mesma, desde o momento de sua concepção foi isenta – por graça divina – do pecado original. Se Maria Santíssima tivesse sido gerada com o pecado herdado de Adão ou tivesse qualquer pecado pessoal, o Arcanjo Gabriel teria mentido chamando-a de “cheia de graça”.Pois, onde existe esta “graça transbordante” não pode coexistir o pecado. Por isso, esta boa Mãe é também chamada pelos seus servos de “Santíssima Virgem”. Os santos ensinaram que não convinha a Jesus Cristo, o Santíssimo, ser gerado e nascer de uma criatura imperfeita e pecadora. Como podia o Santíssimo Deus, Jesus Cristo, ser engendrado num receptáculo que não fosse digno Dele? Pois, Ele mesmo, ensina no Evangelho, que não se coloca vinho novo e bom em odres velhos e defeituosos (Lc 5, 37 ). Eis porque, o Criador elevou Maria, a este “Vaso Insigne de Devoção”, a tão grande santidade.

“Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”  ( Lc 1, 38 )

Maria,ao dizer seu “sim” incondicional ao convite de Deus, introduz no mundo o Verbo Divino, Jesus Cristo. E, fato assombroso: a criatura gera o seu Criador segundo a natureza humana. Jesus poderia ter vindo ao mundo de diversos modos. Mas, Deus a ama tanto, que quis precisar nascer e depender dela, enquanto homem. Maria, com sua sagrada gravidez inicia o restabelecimentoda amizade entre Deus e os homens, conforme está escrito: “Por isso,Deus os abandonará, até o tempo em que der à luz aquela que há de dar à luz” ( Miq 5,2 ). Com este “sim” incondicional ao projeto de Deus, Maria cumpre também, a primeira de todas as profecias bíblicas. Pois o Criador disse à serpente: “Porei inimizade entre você e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tul he ferirás o calcanhar” ( Gn 3, 15). O texto evidentemente faz alusão à Maria. Pois qual mulher poderia ferir a cabeça do demônio? Somente aquela que trouxe ao mundo o Salvador, Cristo Jesus. Maria ao aceitar a missão que Deuslhe confiava e ao gerar a Jesus Cristo “feriu” a cabeça do inimigo. O inimigo por sua vez, agindo na pessoa de Herodes, dos algozes do Calvário e ainda hoje nos adversários de Cristo, continuamente lhe “fere o calcanhar”. Assim, esta Doce Princesa iniciou a devastação do reino de Satanás. Reino de Morte que será destruído totalmente pelo seu filho JesusCristo, nosso Único Senhor.

“Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada” ( Lc 1, 48 )

Os santos proclamam a profunda intimidade dela com a Santíssima Trindade: Filha deDeus Pai, esposa do Espírito Santo, mãe de Deus Filho! O Espírito Santo profetiza pelos lábios de Maria, que daquele momento em diante de geração em geração, isto é, para sempre, todos os cristãos proclamariam sua bem-aventurança. Feliz a religião [Igreja Católica]que a enaltece e a glorifica! Felizes os seus filhos que exaltando-a e enaltecendo-a cumprem fielmente esta profecia.

“Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe do meu Senhor ? “ ( Lc 1, 43)

Isabel, mulher idosa e santa, esposa de Zacarias, mãe de João Batista desmancha-se em elogios àquela jovem que foi até sua casa para servir! Que lição de humildade a tantas pessoas que com sua “sabedoria” (que na verdade é pestífera loucura) evitam tributar à Santa Mãe de Deus os louvores que ela merece, temendo que isto diminua a glória devida a Jesus Cristo. Esquecem, então, que o Espírito Santo mesmo ensina, que o louvor dirigido aos pais é grande honra para o filho (conf. Eclo 3, 13 ). Preferem portanto, os verdadeiros filhos de Maria, em todos os tempos, lugares e momentos, exaltarema Virgem, imitando o exemplo de Santa Isabel, para serem seguidores fiéis da Sagrada Escritura.

“Poisassim que a voz da tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceude alegria no meu seio” ( Lc 1, 44 )

Cristo testemunhou a respeito de João Batista: “dos nascidos de mulher nenhum foi maior que João” ( cf. Lc 7 28 ). Pois bem. Este mesmo João Batista, que Jesus Cristo declara ter sido maior que todos os Patriarcas, Profetas e Santos do Antigo Testamento, ao ouvir a doce voz de Maria “estremeceude alegria”. O Espírito Santo, que nele habitava, exultou de alegria ao ouvir a voz da doce Mãe! Não é, pois justo, a nós que somos os últimos de todos, exultar de alegria ao ouvir o doce nome de Maria? Não nos é sumamentenecessário imitar o Espírito Santo? Não é proveitoso para os cristãos imitaremo gesto de São João Batista?

Bendito os servos de Deus, que não se cansam de se alegrar e cantar os louvores desta Senhora, imitando assim o gesto do Divino Esposo e de São João Batista, o maior profeta da Antiga Aliança.

“Euma espada transpassará a tua alma” ( Lc 2, 35 )

Umal ança transpassou o coração do Cristo na Cruz. Uma espada de dor transpassou o coração de Maria no Calvário! Deus revela ao profeta Simeão, como Nossa Senhora estaria intimamente ligada a Jesus Cristo no momento da Sagrada Paixão. Ninguém,em toda a terra, em todos as épocas, esteve mais intimamente ligado a Jesus naquele dramático momento que sua Santíssima Mãe. Portanto que, junto com o sacrifício expiatório, doloroso e único de Jesus Cristo, no Calvário, subiu também aos céus, como oferta agradabilíssima diante de Deus, o sacrifício doloroso de Nossa Senhora.

“Comoviesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: ‘Eles não tem mais vinho’. Respondeu-lhe Jesus: ‘Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou’. Disse então sua mãe aos serventes: ‘Fazei o que ele vos disser’” (Jo 2, 3 – 5 )

Na festa do casamento de Caná, Jesus iniciou seu ministério. Ministério, aliás,composto por pregação e “obras” (milagres). A Santíssima mãe percebeu a dificuldade daquela família, que não tinha vinho para os convidados. A boa Senhora é vigilante, e os servos dela sabem, que ela vigia sobre eles, mesmo quando não se apercebem dessa vigilância. Jesus afirmou então claramentea Maria que, ainda não era o momento para iniciar seu ministério com um prodígio, pois disse: “minha hora ainda não chegou”. ASantíssima mãe, conhecendo profundamente o filho, mesmo diante da aparente recusa, o “obriga” docemente a antecipar sua missão. E assim, sem discussão, na mais plena confiança, diz aos serventes: “façam o queele lhes disser”. Grandíssima confiança! Assim, aquela que o introduziu no mundo segundo a carne, o introduz agora no seu ministério, pela sua intercessão. Feliz a família que tiver por mãe esta doce Senhora. Suaintercessão é infinitamente mais eficaz do que as orações de todos os santos que pedem sem cessar pelos habitantes da terra ( conf. Ap 6, 9-10 . 8, 3-4 ; II Mac 15,11-16 ).

“Disse-lhe alguém: ‘Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar-te’. Jesus respondeu:‘Quem são meus irmãos e minha mãe? (…) Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Todo aquele que faz a vontade de meu Pai, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe’. ( Mt 47, 49-50 )

Somente pertencemos a Cristo na medida em que pertencermos à nossa Mãe Santíssima. “Quem são meus irmãos e minha mãe?” pergunta o Cristo. E aponta para os seusdiscípulos: “eis aqui a minha família!”. E, doravante, somente os que forem discípulos do mestre, ouvindo as suas palavras e as cumprindo poderão pertencer plenamente a esta família. Por isto, como doce discípula, Maria “conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração” ( Lc 2, 19.51). Meditava e as guardava! Eis o exemplo da perfeita discípula. Maria, com efeito, não é mãe apenas na carne, mas na vida toda, na alma e na total obediência ao seu Divino Filho.

Alguns,que não amam suficientemente a Santíssima Virgem, usam estes versículos acima, justamente contra ela, tentando convencer-nos de que Jesus a teria desprezado naquele momento. Esses “estudiosos” esquecem que Jesus jamais desprezaria sua mãe, conforme ensina o próprio Espírito Santo: “Apenas o filho insensato despreza sua mãe” ( Pr 15, 20 ). E assim, com estainterpretação desastrosa, que espalham ardorosamente, ofendem não apenas a boa Mãe, como blasfemam contra Jesus Cristo, como se o mesmo fosse violador do sagrado mandamento: “Honra teu Pai e tua Mãe” ( Ex 20,12 eDeut 5,16 ).

“Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: ‘Mulher, eis aí teu filho’. Depois disse ao discípulo: ‘Eis aí tua mãe’” (Jo 19, 26-27 )

O apóstolo João, aos pés da cruz, o único discípulo presente, representava todos os discípulos. Neste momento, Jesus consagrou Maria, Mãe espiritual dos apóstolos. Mais ainda: João representava também, todos os homens e mulheres, detodos os lugares e de todos os tempos, que a partir daquele momento ganharam Maria como sua Mãe espiritual. Isto está de acordo com o testemunho deste mesmo apóstolo, que em outra parte diz: “O Dragão se irritou contra a mulher (Maria) (…) e sua descendência, aqueles que guardam os mandamentos de Deus(…)” ( Ap 12, 17 ).

MariaSantíssima não teve outros filhos naturais. Permaneceu sempre virgem, como era do conhecimento universal dos primeiros cristãos até os nossos dias. Mas,muitos insistem em “presenteá-la” com filhos naturais que el não teve. Fazem isto, para diminuírem a glória de Jesus Cristo, bem como para esvaziarem Maria de sua maternidade universal. Se Jesus tivesse irmãos carnais,não teria entregue sua Mãe aos cuidados de João Evangelista. Seus próprios irmãos naturais cuidariam dela, como era dever sacratíssimo na época e ainda hoje. Além disso, citam aqueles que não amam a Virgem Maria algumas passagens bíblicas como a seguinte: “Não se chama a sua mãe Maria e os seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas?” ( Mt 13,55 ), querendo com isto provar que Nossa Senhora teve outros filhos. Esquecem ou ignoram, que nos tempos de Cristo, todos os parentes eram chamados “irmãos”. Ea própria Bíblia prova isto, pois dos quatro “irmãos” acima citados, lemos que a verdadeira mãe de Tiago e José era uma outra Maria, irmãd e Nossa Senhora e casada com Cleofas ( Jo 19,25 e Mc 15,40 ). E que Judas era irmão de Tiago Maior (Jud 1,1 ) filho de Alfeu ( Mt 10, 2-4 ). Ora, Cleofas e Alfeu designam a mesma pessoa, pois são formas gregas do aramaico Claphai. Segundo o historiador Hegesipo (século II) este Claphai era irmão de S. José. Logo não eram filhos naturais de Maria e José. Eram de sua parentela, mas nãod e sua filiação. Além disso, os primeiros cristãos, que conheceram Jesus e os apóstolos, nos escritos que nos deixaram, todos testemunharam que Maria sempre permaneceu virgem, não tendo jamais outros filhos. Sobre estes inventores de novidades a Bíblia nos previne: “Haverá entre vós falsos profetas (…)muitos seguirão as suas doutrinas dissolutas (…) e o caminho da verdade cairáem descrédito” ( II Pe 2, 1-2 ).

“E desta hora em diante o discípulo a levou para a sua casa” ( Jo 19,27 )

Daquela hora em diante, S. João levou a Santa Mãe para sua casa. Primeiramente para sua“casa espiritual”, sua alma. Esse é o motivo pelo qual era o discípulo que Jesus mais amava. Porque também, era o discípulo mais afeiçoado a Maria. Depois, levou-a para sua casa material, seu lar. Assim também, o verdadeiro filho de Nossa Senhora, a exemplo de S. João, deve levar esta boa mãe para seu “lar espiritual”, no recesso mais íntimo de nossa vida espiritual. E convidá-la também para habitar nossas casas, onde sua presença maternal poderá ser recordada através de quadros e imagens. Estas imagens serão para os servos de Maria, uma lembrança contínua e consoladora de sua presença e proteção, da mesma forma que o próprio Deus, antigamente,consagrou o uso das sagradas imagens e esculturas no culto divino (conf. Nm21, 8-9 ; Ex 25, 18-20 ; I Reis 6,23-28 etc ), para recordar, a sua presença amorosa no meio do seu povo, Israel.

“Todos eles perseveravam unanimemente em oração, juntamente com as mulheres, entre elas, Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele” ( At 1,14 ).

No cenáculo, no dia de Pentecostes, Maria juntamente com os discípulos suplicavampara que viesse o Espírito Santo sobre todos. E assim, foi fundada a Igreja naquele dia. Maria, uma vez tendo introduzido o Cristo no mundo, depois tendo inaugurado seu ministério nas bodas de Caná, agora intercede, introduzindo einaugurando a ação do Espírito Santo sobre a Igreja nascente. Eis a mãe da Igreja com seus filhos.

“Apareceuem seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida de sol, a lua debaixodos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas” ( Ap 12, 1)

No Apocalipse, João contempla nesta visão três verdades a respeito de Maria: sua Assunção, sua glorificação, sua maternidade espiritual. O Apocalipse afirma que esta mulher “estava grávida e (…) deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações…” ( Ap 12, 2.5 ). Qual mulher,que de fato, esteve grávida de Jesus senão a Santíssima Virgem? (conf. Is 7,14 ). Muitos contestam, dizendo que esta mulher é símbolo da Igreja nascente. Mas, a Igreja nunca esteve “grávida” de Jesus Cristo. Não é a aIgreja que nos gerou Cristo. Antes, foi Ele que gerou a Igreja. Foi Ele que a estabeleceu e a sustentou. E para provar que esta mulher é exclusivamente Nossa Senhora, em outro lugar está escrito: “O Dragão (…) perseguiu a Mulher que dera à luz o Menino” ( Ap 12, 13 ). A Igreja teria dado à luz a um Menino? Evidente que não! Portanto esta mulher refulgente é unicamente Nossa Senhora, pois foi ela unicamente que gerou “o menino” prometido nas Escrituras: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz (…) Porque nasceu para nós um menino (…) e Ele se chama Conselheiro, Admirável, Deus Forte, Pai para Sempre, Príncipe da Paz” (Is 9, 1-5).

Tambémas Sagradas Letras, nos dizem que ela se encontrava com “dores, sentindo as angústias de dar à luz” (Ap 12, 2). Essas dores e angústias foram as dificuldades que cercaram aquele bendito parto: a viagem desconfortável, o frio, a humilhação, a pobreza, a falta de hospedagem.

Diz ainda: “(o Dragão) deteve-se diante da Mulher que estava para dar à luz (…) para lhe devorar o Filho (…) A Mulher fugiu para o deserto, onde (…) foi sustentada por mil duzentos e sessenta dias” ( Ap 12, 4.6 ). De fato, o demônio atentou contra a vida de Jesus desde seu nascimento, na pessoado perseguidor Herodes. Maria fugiu então com o filho para o deserto ( Egito ). Lá ficou por aproximadamente mil e duzentos e sessenta dias (três anos e meio). Ou seja, do ano 7 AC, ano do nascimento de Jesus, conforme atualmente sem acredita, até março-abril do ano 4 AC, ano da morte de Herodes. Perfazendo os três anos e meio de exílio, nos quais a Sagrada Família foi sustentada pela Providência Divina.

Portanto,todos esses versículos, confirmam três verdades referentes à Maria: sua assunção aos céus. Pois o apóstolo a contempla revestida de sol, já estabelecida desde agora na glória prometida aos justos pelo seu Filho, quando disse “Os justos resplandecerão como o sol” ( Mt 13,43 ).

Confirma incontestavelmente sua realeza espiritual, pois a mesma se apresenta coroada com doze estrelas, símbolo das doze tribos de Israel e dos doze apóstolos. Portanto, Rainha do Antigo e do Novo Testamento.

Porfim, confirma sua maternidade espiritual, pois diz o Espírito Santo: ” (O Dragão ) se irritou contra a Mulher (Maria) e foi fazer guerra ao resto desua descendência ( seus filhos espirituais ), os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” ( Ap 12, 17 ).

Somos de sua descendência apenas se nos comprometermos com o Cristo Jesus, guardando os seus mandamentos e testemunhando-o como nosso Único e Suficiente Senhor e Salvador. Graças!

Udson R. Correia e Tirsiley Débora F. Correia

Publicado em Formação Comunidade Shalom.

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