O humano vem sendo substituído pelo artifício, e nem mesmo os sentimentos, as emoções estão fora de seu alcance. O mundo virtual está mudando, em sentido geral, a noção do que é viver em uma perspectiva ampla… A Ciência tem se mostrado em muitos campos, um bem para a Humanidade. Mas sabemos que, em geral, oculta conteúdos nefastos ao longo de seu desenvolvimento. Este blog é uma tentativa, e ao mesmo tempo, uma proposta de autopreservação tanto emocional quanto espiritual. Quanto aos visitantes do blog "Castelo Interior", penso que o legado de Santa Teresa, bem como as contribuições da cristandade podem propiciar este "cuidado interior". Aliás, um cuidado vital que envolve nossas mentes, nossas almas. O título do blog é uma reverência à vida e à obra de Santa Teresa de Jesus (Ávila). Suas leituras me inspiraram, e mais que isto, continuam me ensinando a viver neste tempo caótico, a interpretá-lo à luz da Fé. A partir do que compreendi de seus escritos "Castelo Interior" e "Livro da Vida", e os mais breves (estou no início de "Caminho da Perfeição"), me lancei à proposta de uma "mescla" entre Jornalismo, Literatura (suas Obras, por excelência, através da análise de estudiosos carmelitanos descalços, principalmente), com abertura para textos clássicos católicos, e artigos universais e relevantes, segundo a ótica da doutrina católica. Por fim, acredito que a produção de Santa Teresa de Ávila evidenciará o quanto sua produção nos insere em uma inevitável espiral de espiritualidade. Seu tempo, como o nosso, estava impregnado de perigos extremos – tanto para o corpo, quanto para a alma. Entretanto, esta Doutora da Igreja deixou-nos, em seus três principais escritos, a essência de seu pensamento: "Nada te turbe, nada te espante. Tudo se pasa. Dios no se muda. La paciencia todo lo alcanza. Quien a Dios tiene nada le falta. Sólo Dios basta!" (Santa Teresa de Jesus). Este blog foi criado em 2007 e não tem fins comerciais.
Categoria: 3 lições da vida de Santa Teresa de Ávila para o cristão moderno
Fiedm posside cum amico in paupertate illius, ut et in bonis illius laeteris ― “Guarda fé ao teu amigo na sua pobreza, para que também te alegres com ele nas suas riquezas” (Ecclus. 22, 28).
Para desagravar o Senhor ao menos um pouco dos ultrajes que lhe são feitos, os Santos aplicavam-se nestes dias do carnaval, de modo especial, ao recolhimento, à oração, à penitência, e multiplicavam os atos de amor, de adoração e de louvor para com seu Bem-Amado. Procuremos imitar estes exemplos, e se mais não pudermos fazer, visitemos muitas vezes o Santíssimo Sacramento e fiquemos certos de que Jesus Cristo no-lo remunerará com as graças mais assinaladas. Por este amigo, a quem o Espírito Santo nos exorta a sermos fiéis no tempo da sua pobreza, podemos entender Jesus Cristo, que especialmente nestes dias de carnaval é deixado sozinho pelos homens ingratos e como que reduzido à extrema penúria. Se um só pecado, como dizem as Escrituras, já desonra a Deus, o injúria e o despreza, imagina quanto o divino Redentor deve ficar aflito neste tempo em que são cometidos milhares de pecados de toda a espécie, por toda a condição de pessoas, e quiçá por pessoas que Lhe estão consagradas.
Jesus Cristo não é mais suscetível de dor; mas, se ainda pudesse sofrer, havia de morrer nestes dias desgraçados e havia de morrer tantas vezes quantas são as ofensas que lhe são feitas. É por isso que os santos, afim de desagravarem o Senhor um pouco de tantos ultrajes, aplicavam-se no tempo de carnaval, de modo especial, ao recolhimento, à penitência, à oração, e multiplicavam os atos de amor, de adoração e de louvor para com o seu Bem-Amado. No tempo de carnaval Santa Maria Madalena de Pazzi passava as noites inteiras diante do Santíssimo Sacramento, oferecendo a Deus o sangue de Jesus Cristo pelos pobres pecadores. O Bem-aventurado Henrique Suso guardava um jejum rigoroso afim de expiar as intemperanças cometidas. São Carlos Borromeu castigava o seu corpo com disciplinas e penitências extraordinárias. São Filipe Néri convocava o povo para visitar com ele os santuários e exercícios de devoção.
O mesmo praticava São Francisco de Sales, que, não contente com a vida mais recolhida que então levava, pregava ainda na igreja diante de um auditório numerosíssimo. Tendo conhecimento que algumas pessoas por ele dirigidas se relaxavam um pouco nos dias de carnaval, repreendia-as com brandura e exortava-as à comunhão frequente. Numa palavra, todos os santos, porque amaram a Jesus Cristo, esforçaram-se por santificar o mais possível o tempo de carnaval. Meu irmão, se amas também este Redentor amabilíssimo, imita os santos. Se não podes fazer mais, procura ao menos ficar, mais do que em outros tempos, na presença de Jesus sacramentado, ou bem recolhido em tua casa, aos pés de Jesus crucificado, para chorar as muitas ofensas que lhe são feitas.
Ut et in bonis illius laeteris ― “para que te alegres com ele nas suas riquezas”. O meio para adquirires um tesouro imenso de méritos e obteres do céu as graças mais assinaladas, é seres fiel a Jesus Cristo em sua pobreza e fazeres-Lhe companhia neste tempo em que é mais abandonado pelo mundo: Fidem posside cum amico in paupertate illius, ut et in bonis illius laeteris. Oh, como Jesus agradece e retribui as orações e os obséquio que nestes dias de carnaval Lhe são oferecidos pelas almas suas prediletas!
Conta-se na vida de Santa Gertrudes que certa vez ela viu num êxtase o divino Redentor que ordenava ao Apóstolo São João escrevesse com letras de ouro os atos de virtude feitos por ela no carnaval, afim de a recompensar com graças especialíssimas. Foi exatamente neste mesmo tempo, enquanto Santa Catarina de Sena estava orando e chorando os pecados que se cometiam na quinta-feira gorda, que o Senhor a declarou sua esposa, em recompensa (como disse) dos obséquio praticados pela Santa no tempo de tantas ofensas.
Amabilíssimo Jesus, não é tanto para receber os vossos favores como para fazer coisa agradável ao vosso divino Coração, que quero nestes dias unir-me às almas que Vos amam, para Vos desagravar da ingratidão dos homens para convosco, ingratidão essa que foi também a minha, cada vez que pequei. Em compensação de cada ofensa que recebeis, quero oferecer-Vos todos os atos de virtude, todas as boas obras, que fizeram ou ainda farão todos os justos, que fez Maria Santíssima, que fizestes Vós mesmo, quando estáveis nesta terra. Entendo renovar esta minha intenção todas as vezes que nestes dias disser: + Meu Jesus, misericórdia (1). ― Ó grande Mãe de Deus e minha Mãe Maria, apresentai vós este humilde ato de desagravo a vosso divino Filho, e por amor de seu sacratíssimo Coração obtende para a Igreja sacerdotes zelosos, que convertam grande número de pecadores.
Santo Afonso Maria de Ligório Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo Primeiro: Desde o primeiro Domingo do Advento até Semana Santa inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 272-274.
REDAÇÃO CENTRAL, 01 Jan. 23 / 12:01 am (ACI).- A solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus (Theotokos) é a mais antiga que se conhece no Ocidente. Nas Catacumbas ou antiquíssimos subterrâneos de Roma, onde se reuniam os primeiros cristãos para celebrar a Santa Missa, encontram-se pinturas com esta inscrição.
Segundo um antigo testemunho escrito no século III, os cristãos do Egito se dirigiam a Maria com a seguinte oração: “Sob seu amparo nos acolhemos, Santa Mãe de Deus: não desprezeis a oração de seus filhos necessitados; livra-nos de todo perigo, oh sempre Virgem gloriosa e bendita” (Liturgia das Horas).
No século IV, o termo Theotokos era usado frequentemente no Oriente e Ocidente porque já fazia parte do patrimônio da fé da Igreja.
Entretanto, no século V, o herege Nestório se atreveu a dizer que Maria não era Mãe de Deus, afirmando: “Então Deus tem uma mãe? Pois então não condenemos a mitologia grega, que atribui uma mãe aos deuses”.
Nestório havia caído em um engano devido a sua dificuldade para admitir a unidade da pessoa de Cristo e sua interpretação errônea da distinção entre as duas naturezas – divina e humana – presentes Nele.
Os bispos, por sua parte, reunidos no Concílio de Éfeso (ano 431), afirmaram a subsistência da natureza divina e da natureza humana na única pessoa do Filho. Por sua vez, declararam: “A Virgem Maria sim é Mãe de Deus porque seu Filho, Cristo, é Deus”.
Logo, acompanhados pelo povo e levando tochas acesas, fizeram uma grande procissão cantando: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte. Amém”.
São João Paulo II, em novembro de 1996, refletiu sobre as objeções expostas por Nestório para que se compreenda melhor o título “Maria, Mãe de Deus”.
“A expressão Theotokos, que literalmente significa ‘aquela que gerou Deus’, à primeira vista pode resultar surpreendente; suscita, com efeito, a questão sobre como é possível que uma criatura humana gere Deus. A resposta da fé da Igreja é clara: a maternidade divina de Maria refere-se só a geração humana do Filho de Deus e não, ao contrário, à sua geração divina”, disse o papa.
“O Filho de Deus foi desde sempre gerado por Deus Pai e é-Lhe consubstancial. Nesta geração eterna Maria não desempenha, evidentemente, nenhum papel. O Filho de Deus, porém, há dois mil anos, assumiu a nossa natureza humana e foi então concebido e dado à luz por Maria”, acrescentou.
Do mesmo modo, afirmou que a maternidade da Maria “não se refere a toda a Trindade, mas unicamente à segunda Pessoa, ao Filho que, ao encarnar-se, assumiu dela a natureza humana”. Além disso, “uma mãe não é Mãe apenas do corpo ou da criatura física saída do seu seio, mas da pessoa que ela gera”, disse são João Paulo II.
Por fim, é importante recordar que Maria não é só Mãe de Deus, mas também nossa porque assim quis Jesus Cristo na cruz, quando a confiou a São João. Por isso, ao começar o novo ano, peçamos a Maria que nos ajude a ser cada vez mais como seu Filho e iniciemos o ano saudando a Virgem Maria.
Saudação à Mãe de Deus
Salve, ó Senhora santa, Rainha santíssima, Mãe de Deus, ó Maria, que sois Virgem feita igreja, eleita pelo santíssimo Pai celestial, que vos consagrou por seu santíssimo e dileto Filho e o Espírito Santo Paráclito! Em vós residiu e reside toda a plenitude da graça e todo o bem! Salve, ó palácio do Senhor! Salve, ó tabernáculo do Senhor! Salve, ó morada do Senhor! Salve, ó manto do Senhor! Salve, ó serva do Senhor! Salve, ó Mãe do Senhor, e salve vós todas, ó santas virtudes derramadas, pela graça e iluminação do Espírito Santo, nos corações dos fiéis transformando-os de infiéis em servos fiéis de Deus!
Vivido entre 1542 e 1591 na Espanha, sua vida é marcada, por um lado, pela dor infligida-lhe pela dura realidade externa, e por outro pela alegria da descoberta crescente de uma vasta e luminosa realidade interior.
Órfão de pai aos 3 anos, João de Yepes – seu nome civil – prova o esforço da mãe que procura corações benevolentes a garantir-lhe a sobrevivência. Na adolescência pode trabalhar e estudar.
Aos 21 anos faz-se religioso carmelita, mas sofre a angústia de não poder viver ali como queria, e sonha com a austeridade e o silêncio monástico dos cartuxos.
No ano em que se ordena sacerdote, em 1567, encontra-se com Santa Teresa, que o conquista para a sua obra de reforma entre os frades. No ano seguinte, em 1568, torna-se o primeiro carmelita descalço, assume o novo nome de João da Cruz e vive momentos de indescritível felicidade, num casebre perdido da zona rural de Ávila. A partir daqui empenha-se, até o fim da vida, em diversas tarefas entre os carmelitas descalços que veem-se em ligeira expansão. Sua missão somente é interrompida pela perseguição dos padres da Ordem Carmelitana, que o escolhem como vítima do conflito gerado pelo crescimento dos descalços. Durante 9 meses, entre 1577 e 1578, é encarcerado no convento da cidade de Toledo. No meio de um sofrimento físico e moral somente imaginável por quem passou pela dura realidade da prisão, brotam do seu coração as mais belas poesias místicas já escritas, que revelam a experiência de um Deus que se faz prisioneiro do nosso amor.
Terminado o tempo da prisão, retoma suas atividades, até o ano de 1591, quando, em meio a uma surda perseguição dos seus próprios superiores, alegra-se por ver aproximar-se o almejado momento de poder ver rompida a tênue tela que o separava do seu divino amado.
São João da Cruz deixou-nos escritos de maravilhosa profundidade de vida espiritual. Seus escritos revelam a densidade de vida que ele mesmo viveu, e constitui doutrina insuperável, pela originalidade das considerações, a respeito do itinerário da vida cristã, desde seus primeiros passos às mais altas realizações nesta vida. A forma que envolve o conteúdo dos ensinamentos do místico doutor, é de igual modo, plena de beleza poética, pois somente a poesia é capaz de expressar sentimentos e realidades indizíveis.
Escritor
Quando sobra tempo e sente necessidade torna-se escritor. A maioria dos que entram em contato com os escritos de São João da Cruz, são levados a considerá-lo um escritor profissional, no entanto sua atividade é breve, 8 anos, de 1578 a 1586…É no sofrimento e na marginalização mais dura que nasce o Frei João, poeta e escritor… Além das cartas, de pensamentos e ditos e outros escritos menores, São João da Cruz deixou-nos quatro grandes escritos que inter-relacionam-se e onde desenvolve o dinamismo que toda pessoa humana é chamada a percorrer em sua relação com Deus. Tais obras são: Subida do Monte Carmelo, Noite escura, Cântico espiritual e Chama viva de Amor. As duas primeiras obras acentuam a purificação como passagem e caminho que concretiza a união, purificação que envolve atitudes que têm por protagonismo ora a pessoa que responde à graça, ora Deus mesmo que, aos passos da pessoa, toma o processo em suas mãos. As outras obras, ainda que tocando a realidade da purificação, centram sua atenção na vivacidade do amor que tudo pervade e nas consequências positivas da união com Deus, ideal último para o qual todos nós fomos criados.
Místico
Não há dúvida de que São João da Cruz é um dos maiores místicos de todos os tempos…Ele foi alguém que não só teve uma experiência forte da presença de Deus, mas também ajudou outros a iniciar o caminho da aventura da fé…Ao longo de seus escritos, encontramos conselhos, avisos, que evitam ao ‘principiante’ perder tempo precioso na busca de Deus.(p.21).
O centro de tudo para nosso santo é sem dúvida o amor: força propulsora do processo, objeto de purificação que consiste em concentrar toda a sua força para Deus, fim e ideal do caminho. A união com Deus é união de amor com aquele que é amor. Ordenado para Deus, nosso amor recupera sua veemência, sua característica de força e movimento, afinal o amor é forte como a morte e sua medida é ser sem medida. Tão infinito como Deus é o amor, e, do mesmo modo como ele nos amou, à loucura, quando o amamos, somos levados a cometer por ele loucuras de amor. “Com ânsias de amores inflamada”, diz um trecho de uma sua poesia, é assim que a alma caminha em seu caminho com Deus e para Deus. Amando assim, este santo carmelita tornou-se, sem dúvida, um louco, louco de paixão por Deus, e nenhum de nós que dele se aproxima e por ele deixa-se guiar, pode deixar de almejar a mesma loucura, de um mesmo amor.
A Bíblia
São João da Cruz conhecia a Bíblia, amava-a de coração e sabia se movimentar com facilidade pelo mundo bíblico. Mais que um erudito é um apaixonado pela palavra de Deus.
Teólogo
Normalmente podemos correr o risco de colocar em oposição a teologia e a mística. É um erro que deve ser evitado. João da Cruz é um teólogo e um grande teólogo…Possui uma visão sistemática e completa da história da salvação.
Quadro cronológico
1542 – Nascimento em Fontiveros(Ávia), em data desconhecida. Filho de Gonzalo de Yepes e Catalina Álvarez. São três irmãos: Francisco, Luís e João.
1545-1551 – Infância pobre e difícil: Quando morre o pai, a família emigra para Torrijos e não encontrando melhores condições de vida, volta a Fontiveros. Luís, o segundo dos irmãos, morre. Em 1551 fixam residência em Arévalo.
1551-1559 – Ocupou-se nos ofícios de carpinteiro, pintor, entalhador; acólito na igreja da Madalena.
1559-1563 – Estuda humanidades no colégio dos Jesuítas.
1563 – Recebe o hábito religioso dos Carmelitas, chamado Frei João de São Matias.
1564 – Entre o verão e o outono faz sua profissão religiosa.
1567- Ordenado sacerdote em Salamanca, provavelmente em julho; reza sua primeira missa em Medina, provavelmente em agosto, acompanhado de sua mãe. Setembro/outubro: Encontra-se pela primeira vez com Santa Teresa, em Medina, que o conquista para dar início à sua Reforma entre os frades.
1568 – Terminados seus estudos em Salamanca, volta a Medina; mantém colóquios com Santa Teresa; parte com ela rumo a Valladolid no dia 9 de agosto para a fundação das descalças e permanece lá até outubro, informando-se detalhadamente da nova vida reformada; no início de outubro vai a Duruelo(Ávila) para preparar uma ‘alquería’ para o primeiro convento descalço, e no dia 28 de novembro, primeiro domingo do Advento, inaugura nele a vida reformada de Carmelitas Descalços.
1569-1572- Formador dos descalços
1572 – Fim de maio, chega a Ávila a pedido de Santa Teresa, como confessor e vigário do Mosteiro de Carmelitas da Encarnação, onde ela é priora.
1574 – …no dia 19 de março inauguram a fundação de Descalças, regressando a Ávila no fim do mês.
1575-1576 – …Os Calçados de Ávila levam-no prisioneiro a Medina, onde fica nove meses, mas foi libertado e restituído ao seu cargo por intervenção do Núncio.
1577-1578 – Encarcerado em Toledo – Na noite do dia é aprisionado e tirado violentamente de sua casinha da Encarnação de Ávila, e entre o dia 4 e 8 é levado ao Convento dos Descalços de Toledo, onde fica recluso no cárcere conventual durante oito meses; ali compõe seus primeiros poemas místicos.
1578 – Durante a oitava as Assunção, por volta das duas ou três horas, provavelmente no dia 17, foge do cárcere conventual se refugiando de dia no convento das Descalças. O resto do mês de agosto e todo o mês de setembro, fica escondido na casa do Sr.Pedro González de Mendoza.
1578-1588- Superior de Andaluzia
1578- No início de outubro encontra-se em Almodóvar, onde participa do Capítulo dos Descalços, que começa no dia 9, e é eleito Vigário do Convento do Calvário(Jaén); de passagem para esta casa se detém em La Peñuela e nas Descalças de Beas; no início de novembro toma posse de seu cargo que durará sete meses e meio.
1580 – Morre em Medina a mãe do santo.
1585 – No dia 17 de fevereiro inaugura a fundação de Descalças em Málaga;
1591 – Últimos sofrimentos e morte
Junho – do Capítulo de Madri sai sem nenhum cargo…o abandono e uma surda perseguição caem sobre ele.
10 de agosto – Chega como súdito a La Peñuela; um mês depois aparecem nele ‘umas pequenas calenturas’ que nunca mais cedem;
28 de setembro – Vai doente para Úbeda(Jaén), onde passa os últimos meses de sua vida.
Dezembro – à meia-noite de 6ª feira, 13, ao sábado, 14, morre santamente em Úbeda aos 49 anos de idade.
1675 – Aos 25 de janeiro é beatificado pelo Papa Clemente X
1726 – O Papa Bento XIII o canoniza aos 27 de dezembro.
1926 – Pio XI, o Papa Carmelitano, proclama-o Doutor da Igreja, chamando-o Doutor Místico, no dia 24 de agosto.
1952 – É proclamado Padroeiro dos poetas espanhóis, aos 21 de março.
Fonte: São João da Cruz . Obras Completas. 2002. Vozes.
A Imaculada Conceição de Maria por Antonio Cavallucci (1790)
Neste dia de preceito, rogamos a nossa Mãe do Céu pelas almas e pelas intenções de todos os nossos leitores, irmãos em Cristo e amigos, para que interceda por nós junto a seu Filho e Nosso Senhor:
Ó Maria, Concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós!
Estamos diante de um mistério; diante de um fato que excede nossa inteligência humana. Sim, o mistério não contradiz a razão humana, mas a excede.
O privilégio da Imaculada Conceição não se refere ao fato de Maria de Nazaré ter sido virgem antes, durante e depois do parto de Jesus. Não se refere ao fato de ter ela concebido o Filho sem concurso de homem, mas por Obra e Graça do Espírito Santo. Não se refere ao fato de Maria não ter cometido nenhum dos pecados que para nós são, – lamentavelmente, corriqueiros. – Refere-se, isto, sim, ao fato de Deus havê-la preservado da mancha com a qual todas as criaturas humanas nascem, a mancha herdada do Pecado cometido por Adão e Eva, que a Teologia chama Pecado original.
Pecado que se chama original não porque, a partir dele, nascemos todos como fruto do ato sexual. Original porque se refere à Origem de toda a humanidade, isto é, dos nossos primeiros pais, que a Bíblia chama (simbolicamente ou não) Adão e Eva.
As Sagradas Escrituras ensinam-nos que Deus criou o ser humano à sua Imagem e Semelhança. Não o fez por necessidade, – já que Deus se basta a Si mesmo, – mas num gratuito gesto de Amor.
Criado por amor, o ser humano estava destinado à plena e eterna festa de Comunhão com Deus. Uma Comunhão tão íntima e divina que o próprio Filho de Deus poderia dela participar sem nenhuma diminuição de sua Divindade.
Ora, para que viesse ao mundo o Filho de Deus Salvador, encarnado em forma humana, Deus escolheu desde antes do início dos tempos, uma mulher, e a para tal finalidade a fez santíssima, ou seja, adornada com qualidades e belezas do próprio Deus. Para Deus, imaginação e criação são uma mesma coisa.
Nossos primeiros pais, apesar de feitos à imagem e semelhança de Deus, eram criaturas e como criaturas dependiam do Criador. Sua liberdade era a plenitude da liberdade como criaturas. Adão e Eva pecaram, querendo passar da liberdade e santidade de criaturas à liberdade e santidade próprias do Criador, ou seja, quiseram igualar-se a Deus. Pecado de orgulho. Pecado de desobediência. Quiseram “ser como Deus” (Gn 3,5) e não como criaturas de Deus.
Consequências dramáticas dessa suprema prepotência de nossos primeiros pais: embora mantivessem a dignidade de Imagem e Semelhança de Deus, perderam, como diz São Paulo “a Graça da santidade original” (Rm 3,23); passaram a ter medo de Deus; perderam o equilíbrio de criaturas, ou seja, foram tomados pelas más inclinações e passaram a sentir em suas consciências a desarmonia e a tensão entre o bem e o mal, e a experiência da terrível necessidade de optar entre um e outro. “Entrou a morte na história da humanidade” (Rm 5,12).
Ora, os planos de Deus, ainda que as criaturas os reneguem ou se desviem deles, acabam se realizando. Aquela mulher imaginada/criada por Deus antes do Paraíso terrestre, para ser a Mãe do Filho em carne humana, estava isenta do pecado de Adão e Eva. Todavia há uma verdade de fé professada desde sempre pela Igreja que ensina com clareza que todas as criaturas humanas são redimidas, sem exceção, exclusivamente pelos méritos de Jesus Cristo. Ora, sabemos bem que Maria é uma criatura de Deus e não uma espécie “deusa” (somente na imaginação desvairada de certos inimigos da igreja esta absurda confusão seria possível). Por isso, também ela deveria ser, – como de fato foi, – redimida por Jesus Cristo, a um só tempo seu Filho e Senhor.
Teólogos discutiram durante séculos sobre como Maria poderia ter sido remida. Nunca, nenhum santo Padre duvidou da santidade de Maria, de sua vida puríssima, de seu coração inteiramente voltado para Deus, ou seja, de ser uma mulher “Cheia de Graça” (Lc 1,28). A razão de tanta convicção e de tanta certeza sempre foi a certeza e a convicção de que Deus Todo Poderoso, o Santo dos Santos, só poderia nascer de um vaso que fosse puríssimo. Ainda assim, mesmo que pudessem conceber Maria como Virgem Imaculada, haviam teólogos que não conseguiam entendê-la isenta do Pecado original. E estavam certos! Entre estes, que num primeiro momento encontraram dificuldades em conceber a Imaculada Conceição de Nossa Senhora, haviam inclusive santos, como São Bernardo, – justamente ele, autor de belíssimos textos sobre a Virgem Maria e sua maternidade divina.
Mas haviam teólogos favoráveis à aceitação da verdade da Imaculada Conceição de Maria, entre os quais o Bem-aventurado Duns Scotus, que argumentava assim: primeiro, sim, Deus podia criá-la sem mancha, porque “para Deus nada é impossível” (Lc 1,37); 2) convinha que Deus a criasse sem mancha, porque ela estava predestinada a ser a Mãe de Deus e, portanto, ter todas as qualidades que não afetasse de modo absolutamente nenhum a Dignidade suprema do Filho. Assim, Deus podia, e convinha; logo, Deus a criou isenta do Pecado original, ou seja, imaculada antes, durante e depois de sua conceição no seio de sua mãe.
No ano 1615 encontramos o povo de Sevilha, na Espanha, cantando pelas ruas alguns versos derivados do argumento de Duns Scotus: “Quis e não pôde? Não é Deus / Pôde e não quis? Não é Filho. / Digam, pois, que pôde e quis!”.
Imaculada Conceição de Maria por Bartolomé Esteban Murillo (1661)
Também artistas entraram na procissão dos que louvavam e difundiam a devoção à Imaculada. Nenhum foi tão profícuo quanto o espanhol Murillo, falecido em 1682. A ele se atribuem nada menos que 41 diferentes quadros com o tema Imaculada Conceição, inconfundíveis, retratando sempre a Virgem assunta, cercada de anjos, quase sempre com a meia lua sob os pés, lembrando de perto a mulher descrita pelo Apocalipse (Ap 12,1). A lua, por variar tanto, é símbolo da instabilidade humana e das coisas passageiras. Maria foi sempre a mesma, sem nenhum pecado.
No entanto, escreve o papa Pio IX, era absolutamente justo que, como tinha um Pai no Céu, que os Serafins exaltam “Santo, Santo, Santo”, o Unigênito tivesse também uma Mãe na Terra, em quem jamais faltasse o esplendor da santidade (Ineffabilis Dei, 31). Com efeito, essa doutrina se apossou de tal forma dos corações e da inteligência dos nossos antepassados que deles se fez ouvir uma singular e maravilhosa linguagem. Muitas vezes se dirigiram à Mãe de Deus como “toda santa”, “inocentíssima”, “a mais pura”, “santa e alheia a toda mancha de pecado”, etc.
Aos 8 de dezembro de 1854, o bem-aventurado papa Pio IX declarou verdade de fé a Conceição Imaculada de Maria:
“Pela Inspiração do Espírito Santo Paráclito, para honra da santa e indivisa Trindade, para glória e adorno da Virgem Mãe de Deus, para exaltação da fé católica e para a propagação da religião católica, com a autoridade de Jesus Cristo, Senhor nosso, dos bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo, e nossa, declaramos, promulgamos e definimos que a Bem-aventurada Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, foi preservada de toda mancha de pecado original, por singular graça e privilégio do Deus Onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador dos homens, e que esta doutrina está contida na Revelação Divina, devendo, portanto, ser crida firme e para sempre por todos os fiéis.” (Ineffabilis Dei, 42)
A Imaculada Conceição por Peter Paul Rubens (1627)
Há 161 anos foi proclamado o dogma, mas a devoção à Imaculada é muito mais antiga. Basta lembrar que a festa é conhecida pelo menos desde o século VIII. Desde 1263, a Ordem Franciscana celebrou com solenidade a Imaculada Conceição, no dia 8 de dezembro de cada ano, e costumava cantar a Missa em sua honra aos sábados. Em 1476, o Papa Xisto IV adicionou a Festa ao Calendário Litúrgico da Igreja. Em 1484, Santa Beatriz da Silva, filha de pais portugueses, fundou uma Ordem contemplativa de mulheres, conhecidas como Irmãs Concepcionistas, para venerar especialmente e difundir o privilégio mariano da Imaculada Conceição de Maria, Mãe de Deus.
Desde a proclamação do dogma, a festa da Imaculada Conceição passou a ser dia santo, de guarda ou preceito.
Em Roma, na Praça Espanha, para perenizar publicamente a declaração do dogma, levantou-se uma belíssima coluna entalhada, encimada por uma formosa estátua da Imaculada Conceição. Todos os anos, no dia 8 de dezembro à tarde, o Papa costuma ir à Praça, e com o povo romano e peregrinos reverenciar o privilégio da Imaculada Conceição da santíssima Virgem, privilégio este que deriva do maior de todos os seus títulos: Mãe do Filho de Deus, nosso Senhor e Salvador.
A coroação final e maravilhosa desta riquíssima história veio menos quatro anos após a proclamação do dogma, quando, em Lourdes, França, à menina Bernardete. Simples e analfabeta, ao ser agraciada com a visão da santíssima Virgem, perguntava insistentemente à visão quem era, até receber como resposta, cercada de terníssimo sorriso: “Eu sou a Imaculada Conceição” (‘que soy era immaculada concepciou’).
Não podemos esquecer que a imagem ou representação da padroeira de nossa nação, chamada comumente Nossa Senhora Aparecida, é também uma Imaculada Conceição; por isso mesmo, seu título oficial é “Nossa Senhora da Conceição Aparecida”.
Como é bonito, piedoso e comovente escutar o povo brasileiro cantando uníssono: “Viva a Mãe de Deus e nossa / sem pecado concebida! / salve, Virgem Imaculada, / ó Senhora Aparecida!”
Fonte e ref. bibliográfica: NEOTTI, Clarência, Frei OFM, artigo ‘Imaculada Conceição da Maria – 150 anos de Proclamação do Dogma’,
Com essas palavras concluem-se os discursos de despedida dirigidos por Jesus aos discípulos na sua última ceia, antes de morrer. Foi um diálogo denso, em que revelou a realidade mais profunda do seu relacionamento com o Pai e da missão que este lhe confiou.
Jesus está prestes a deixar a terra e voltar ao Pai, enquanto que os discípulos permanecerão no mundo para continuar a sua obra. Também eles, como Jesus, serão odiados, perseguidos, até mesmo mortos (cf. Jo 15,18.20; 16,2). Sua missão será difícil, como foi a Dele: “No mundo tereis aflições”, como acabara de dizer (16,33).
Jesus fala aos apóstolos, reunidos ao seu redor para aquela última ceia, mas tem diante de si todas as gerações de discípulos que haveriam de segui-lo, inclusive nós.
É a pura verdade: entre as alegrias esparsas no nosso caminho não faltam as “aflições”: a incerteza do futuro, a precariedade do trabalho, a pobreza e as doenças, os sofrimentos causados pelas calamidades naturais e pelas guerras, a violência disseminada em casa e entre os povos. E existem ainda as aflições ligadas ao fato de alguém ser cristão: a luta diária para manter-se coerente com o Evangelho, a sensação de impotência diante de uma sociedade que parece indiferente à mensagem de Deus, a zombaria, o desprezo, quando não a perseguição aberta, por parte de quem não entende a Igreja ou a ela se opõe.
Jesus conhece as aflições, pois viveu-as em primeira pessoa. Mas diz:
“Tende coragem! Eu venci o mundo.”
Essa afirmação, tão decidida e convicta, parece uma contradição. Como Jesus pode afirmar que venceu o mundo, quando pouco depois é preso, flagelado, condenado, morto da maneira mais cruel e vergonhosa? Mais do que ter vencido, Ele parece ter sido traído, rejeitado, reduzido a nada e, portanto, ter sido clamorosamente derrotado.
Em que consiste a sua vitória? Com certeza é na ressurreição: a morte não pode mantê-lo cativo. E a sua vitória é tão potente, que faz com que também nós participemos dela: Ele torna-se presente entre nós e nos leva consigo à vida plena, à nova criação.
Mas antes disso ainda, a sua vitória consistiu no ato de amar com aquele amor maior, de dar a vida por nós. É aí, na derrota, que Ele triunfa plenamente. Penetrando em cada canto da morte, libertou-nos de tudo o que nos oprime e transformou tudo o que temos de negativo, de escuridão e de dor, em um encontro com Ele, Deus, Amor, plenitude.
Cada vez que Paulo pensava na vitória de Jesus, parecia enlouquecer de alegria. Se é verdade, como ele dizia, que Jesus enfrentou todas as contrariedades, até a adversidade extrema da morte e as venceu, também é verdade que nós, com Ele e Nele, podemos vencer todo tipo de dificuldade. Mais ainda, graças ao seu amor somos “mais que vencedores”: “Tenho certeza de que nem a morte, nem a vida […], nem outra criatura qualquer será capaz de nos separar do amor de Deus, que está no Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8,37; cf. 1Cor 15,57).
Então compreende-se o convite de Jesus a não ter medo de mais nada:
“Tende coragem! Eu venci o mundo.”
Essa frase de Jesus poderá nos infundir confiança e esperança. Por mais duras e difíceis que possam ser as circunstâncias em que nos encontramos, elas já foram vividas e superadas por Jesus.
É verdade que não temos a sua força interior, mas temos a presença Dele mesmo, que vive e luta conosco. “Se tu venceste o mundo” – diremos a Ele nas dificuldades, provações, tentações – “saberás vencer também esta minha ‘aflição’. Para mim, para todos nós, ela parece um obstáculo intransponível. Temos a impressão de não dar conta. Mas com tua presença entre nós encontraremos a coragem e a força, até chegarmos a ser ‘mais que vencedores’”.
Não é uma visão triunfalista da vida cristã, como se tudo fosse fácil e coisa já resolvida. Jesus é vitorioso justamente no drama do sofrimento, da injustiça, do abandono e da morte. A sua vitória é a de quem enfrenta a dor por amor, de quem acredita na vida após a morte.
Talvez também nós, como Jesus e como os mártires, tenhamos de esperar o Céu para ver a plena vitória sobre o mal. Muitas vezes temos receio de falar do Paraíso, como se esse pensamento fosse uma droga para não enfrentar com coragem as dificuldades, uma anestesia para suavizar os sofrimentos, uma desculpa para não lutar contra as injustiças. Ao contrário, a esperança do Céu e a fé na ressurreição são um poderoso impulso para enfrentar qualquer adversidade, para sustentar os outros nas provações, para acreditar que a palavra final é a do amor que venceu o ódio, da vida que derrotou a morte.
Portanto, em qualquer dificuldade, seja ela pessoal ou de outros, renovemos a confiança em Jesus, presente em nós e entre nós: Ele venceu o mundo e nos torna participantes da sua própria vitória, Ele nos escancara o Paraíso, para onde foi preparar-nos um lugar. Desse modo encontraremos a coragem para enfrentar toda provação. Seremos capazes de superar tudo, Naquele que nos dá a força.
Hoje, 1º de novembro, celebramos o Dia de Todos os Santos, entretanto no Brasil, esta Solenidade é transferida para o próximo domingo. A origem desta festa se deu no século IV, com a celebração de todos os mártires, no primeiro domingo depois de Pentecostes, mas anos depois, em 835, ela foi transferida pelo papa Gregório IV para o dia 1º de novembro. Sendo que, posteriormente, a Solenidade se tornou ocasião para celebrar Todos os Santos, não só os mártires, inclusive os desconhecidos.
Portanto, celebrar a festa de Todos os Santos é fazer memória destes incontáveis irmãos que nos precedem na contemplação do rosto de Deus em nossa Pátria Celeste, é recordar o testemunho daqueles munidos de obediência ao mandato divino, crucificaram suas paixões e se ofertaram como hóstia viva por amor ao Reino dos Céus.
Sendo assim, tal celebração também nos oferece a oportunidade de refletir sobre o que é ser santo. Neste aspecto, observa-se que houve uma época que se pensou que a santidade era alcançável somente para religiosos, para tanto para refutar esse pensamento, o Concílio Vaticano II recordou sobre a “vocação universal à santidade”, e que todos são chamados à perfeição cristã, como pedira Nosso Senhor Jesus Cristo: “sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 48).
Neste dia, peçamos a Jesus que “dos santos todos fostes caminho, vida, esperança, Mestre e Senhor” que nos ajude a não nos conformarmos com este mundo e a buscarmos sempre fazer da santidade nosso projeto de vida. Aos nossos Santos, agradeçamos pelas indicações deixadas de como amar a Deus, por nos apontarem que a santidade está ao nosso alcance e por intercederem por nós junto a Deus.
Hoje, dia 13 de outubro, é o dia mundial da comunhão reparadora. Nossa Senhora fez este pedido quando apareceu a Fantanelle -Itália, à Pierina Gilli, no dia 06 de agosto do ano de 1967, quando se festejava naquele tempo a Festa da Trasnfiguração do Senhor.
Já em Fátima, a Santíssima Virgem havia ensinado na sua terceira aparição na Cova da Iria a 13 de julho de 1917, aos três pastorzinhos Lúcia, Francisco e Jacinta uma oração a ser rezada diariamente quando fizéssemos sacrifícios e penitências pelos pecadores:
Ó Jesus, é por vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria!
Os insistentes apelos da Mãe de Deus à reparação nos coloca numa posição de filhos que devem consolar o seu Coração Materno, que é transpassado de dor pelos pecados dos homens ingratos. Ofereçamos à Santíssima Mãe as nossas orações, o nosso amor, as nossas penitências e sacrifícios deste dia, como um verdadeiro ato de reparação e de amor, a fim de que muitos espinhos dolorosos que perfuram o seu amantíssimo Coração sejam tirados. Supliquemos constantemente e diariamente a conversão dos pecadores, começando por nós mesmos, a viver uma vida de acordo com a vontade de Deus, afastando-nos de tudo aquilo que possa desagradar e ofender o seu Sagrado Coração, não fazendo assim Nossa Senhora sofrer, pois não tem maior sofrimento para a Virgem Santa do que ver seu Filho Divino tão ultrajado e ofendido pelos pecados do mundo.
Os pecados que determinaram os castigos da Primeira Guerra Mundial foram:
1. A imoralidade dos costumes;
2. A decadência do clero, devida ao liberalismo e a tendência à boa vida, mesmo no clero mais conservador;
3. E -evidentemente – a heresia no clero mais progressista, isto é, o Mordenismo, condenado por São Pio X, em 1908.
Dissemos que os pecados foram a primeira causa do primeiro castigo, e, como disse e mostrou Nossa Senhora aos pastorzinhos, muitas almas se perdiam pelos pecados no começo do século XX. Que dirá hoje?
A nossa reparação oferecida a Deus deve ser de coração, de alma e de corpo. Deus está a espera daqueles que queiram se doar pela salvação do seu próximo. O próprio Jesus nos disse: Não tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos! (Jo 15,13). É isto que Deus espera de nós: Dar a vida por seus amigos!…Dar a vida pela conversão e salvação das almas e do mundo! Ser uma luz para os outros que andam nas trevas e que estão morrendo sem fé e sem esperança. Cada ato de amor oferecido a Deus pela salvação do próximo e do mundo é uma reparação por tantos pecados e blasfêmias cometidos contra a sua Majestade Divina. Cada suor derramado pela implantação do reino de amor de Cristo no coração e nas almas, são espinhos tirados do Coração da Virgem Mãe, pois ela é consolada, quando vê os seus filhos que estavam mortos espiritualmente, sendo ressuscitados para o amor e para a graça divina.
O nosso jejum, o nosso sacrifício e a nossa penitência se tornam poderosos, cheios de frutos e das graças de Deus quando são oferecidos com um coração limpo e renovado, com um espírito novo em Deus. Não adianta querermos mudar o mundo se não mudamos o nosso interior primeiramente, e o primeiro passo que devemos dar diante de Deus é o do arrependimento, pedindo perdão dos nossos pecados. Este é o primeiro ato de reparação que fazemos a Deus, quando começamos o nosso caminho de conversão, renunciando ao pecado e ao mundo; deste ato surgirão muitos outros que se complementarão e se transformarão em luz e graça para as nossas vidas. Se queremos que os nossos atos de reparação sejam perfeitos e agradáveis ao Senhor devemos pedir o auxílio e a graça daquela que mais amou e reparou a Majestade Divina, devemos recorrer à Virgem Santa Imaculada, perfeita oferenda de amor que tanto alegrou o Coração de Deus. Em união com a Virgem Maria , a reparação nunca terá presunção, falsidade ou pecado. Nenhuma imperfeição acompanha o que é feito em união com ela. Os que fazem reparação com a Virgem Imaculada, os fazem com sua fé. O que eles executam imperfeitamente, por distração, cansaço ou outra coisa, torna-se perfeito através da Virgem Maria. Precisamos pedir à Santíssima Virgem, sinceramente e de todo o coração, então ela rezará conosco. Quem tem amor-próprio não conseguirá jamais reparar, pois o amor próprio busca somente aos interesses pessoais, enquanto o amor ao próximo busca os interesses de Deus, pela salvação do mundo.
No dia 7 de outubro, celebramos a festa de Nossa Senhora do Rosário, que foi instituída, no ano de 1571, em comemoração à vitória na batalha de Lepanto. Nesse dia, os católicos venceram essa difícil batalha contra os turcos muçulmanos, que ameaçavam invadir a Europa. Posteriormente, a festa foi estendida à Igreja universal, em ação de graças pela vitória nessa batalha.
A origem da devoção a Nossa Senhora do Rosário
Segundo a tradição, no século XIII, São Domingos de Gusmão recebeu a oração do Rosário da própria Virgem Maria, como uma arma para vencer as heresias. Dessa forma, a Virgem do Rosário alcançou a São Domingos a vitória sobre a heresia dos cátaros albigenses e o fez o fundador da grande Ordem dos Dominicanos, também conhecida como Ordem dos Pregadores.
No século XVI, como em outros tempos, a Europa vivia na iminência de uma invasão dos muçulmanos. Em 1453, eles já haviam tomado Constantinopla e ameaçavam tomar também Roma, sede da Igreja Católica. Nesse contexto histórico, o Papa São Pio V, que era da Ordem fundada por Domingos, recebeu de Nossa Senhora a revelação de que os católicos venceriam a batalha contra os muçulmanos por meio da oração do Santo Rosário. Cheio de confiança nessa promessa, o Sumo Pontífice pediu, então, que toda a Igreja Católica, inclusive aqueles que participariam das batalhas, rezassem, com fé e devoção, o Rosário.
Conforme prometeu a Virgem do Rosário, no dia 7 de outubro de 1571, os católicos venceram a memorável batalha naval de Lepanto, no litoral da Grécia, contra os turcos muçulmanos. Em honra desta vitória milagrosa, tendo em vista que os muçulmanos envolvidos na batalha eram muito mais numerosos que os católicos, o Santo Padre instituiu, nessa data, a festa de Nossa Senhora do Rosário.
O pedido de Nossa Senhora do Rosário
[…] É particularmente significativo recordar que Maria Santíssima apareceu aos três Pastorinhos – Lúcia e os irmãos Francisco e Jacinta, recentemente canonizados – sob o título de Nossa Senhora do Rosário. Por isso, em Portugal, a devoção a essa aparição é conhecida como a Nossa Senhora do Rosário de Fátima.
A Virgem Maria pediu que os Pastorinhos rezassem o Terço todos os dias, em honra de Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz do mundo e o fim da guerra.
Como em outros tempos, há várias guerras pelo mundo e também a ameaça da deflagração de uma Terceira Guerra Mundial. Além disso, os cristãos, especialmente os católicos, são perseguidos pelo mundo inteiro, senão pela violência e pelas armas, ao menos pelas ideologias modernas, marcadamente anticristãs. Sendo assim, o apelo de Nossa Senhora para que rezemos, com fé e devoção, o Santo Rosário permanece mais do que atual.
A festa de Nossa Senhora do Rosário
Nossa Senhora do Rosário e a salvação dos pecadores Em Fátima, Nossa Senhora revelou os dois últimos remédios contra os males deste mundo: o Santo Rosário e a devoção ao Imaculado Coração de Maria. Essas duas devoções nos ajudarão em nossa renovação espiritual, a nos afastar do espírito do mundo e, em consequência, mudar o nosso modo de ser, de vestir e agir, para não mais ofender Deus. Além disso, essas devoções serão também remédios para os males do mundo, para a conversão e a salvação das almas dos pecadores.
[…]
Somos chamados a permanecer devotos de Nossa Senhora do Rosário e a fazer o propósito de rezar o Terço todos os dias. Aquelas pessoas que já o fazem, podem rezar o Rosário completo, ainda que não seja possível todos os dias.
O caráter missionário do Rosário
Outubro é o mês do Rosário e também o mês das Missões. A princípio, parece que essas são duas realidades não estão relacionadas entre si. No entanto, podemos dizer que a oração do Rosário está intimamente ligada ao chamado missionário da Igreja Católica. Ainda que nem todos os católicos sejam chamados a ser missionários, no sentido estrito da palavra, todos nós podemos e, em certo sentido, devemos rezar pelos missionários. Dessa forma, seremos também missionários, pois colaboraremos com a missão da Igreja Católica de anunciar o Evangelho de Jesus Cristo a todos os povos (cf. Mc 16, 15).
O Rosário também tem seu caráter missionário quando o rezamos em grupo, nas famílias, nas comunidades, nas escolas e faculdades, no ambiente de trabalho, pois a familiaridade com o mistério de Cristo é facilitada pela oração do Rosário. Ao rezar o Terço, “o povo cristão frequenta a escola de Maria, para deixar-se introduzir na contemplação da beleza do rosto de Cristo e na experiência da profundidade do Seu amor. Mediante o Rosário, o crente alcança a graça em abundância, como se a recebesse das mesmas mãos da Mãe do Redentor”. Nesse sentido, o Rosário é uma verdadeira escola de evangelização, onde se realiza a missionariedade da Igreja.
Assim, como outrora, somos chamados a rezar o Santo Rosário, a meditar os mistérios de Jesus Cristo na companhia da Virgem Maria, em comunhão com toda a Igreja Católica, por todos os missionários espalhados pelo mundo inteiro, pela paz no mundo, pelos cristãos perseguidos, pela conversão e salvação dos pecadores.
Que Nossa Senhora nos alcance as graças necessárias para rezar, com muita fé e devoção, o Santo Rosário, e para perseverar nessa devoção mariana e cristológica.
Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós!
1. Cf. PADRE LUÍS KONDOR. Memórias da Irmã Lúcia, p. 176. 2. Revelações feitas pela Irmã Lúcia ao Padre Agustin Fuentes, postulador da causa de beatificação de Francisco e Jacinta, em uma conversa realizada em 26 de dezembro de 1957. 3. PAPA SÃO JOÃO PAULO II. Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, 1. 4. Cf. idem, ibidem.
Retratada em estudos acadêmicos e fonte de espiritualidade de santos e congregações ao longo da história, Santa Teresa de Jesus, cuja memória litúrgica é celebrada em 15 de outubro, também tem sido assunto para livros e conteúdos diversos nas plataformas digitais, especialmente por seu exemplo de vida e doutrina que indicam a oração como o caminho seguro para se alcançar a união com Deus.
SANTA E DOUTORA DA IGREJA
Nascida em Ávila, na Espanha, em 1515, Teresa ingressou em um convento carmelita feminino aos 20 anos de idade. Após uma experiência mística, fundou um convento com regras que remontavam às origens dos Carmelitas (por isso é conhecida como reformadora do Carmelo), o primeiro dos 17 mosteiros femininos e dos 15 masculinos que, direta ou indiretamente, ajudaria a criar.
Morta em 1582, Santa Teresa d’Ávila, como também é conhecida, foi beatificada em 1614 e canonizada em 1622. Em 1970, São Paulo VI, por meio da carta apostólica Multiformis sapientia Dei, fez da Santa a primeira Doutora da Igreja, reconhecendo que sua doutrina traz um itinerário seguro para a contemplação e realização das coisas celestiais.
UMA TRILHA PARA A PROXIMIDADE COM DEUS
Cesar Augusto Nunes de Oliveira tinha apenas 19 anos quando leu “O Livro da Vida”, autobiografia na qual Santa Teresa d’Ávila relata a própria história e graças místicas: “Aos poucos, um elemento fundamental da sua pessoa foi me atraindo: o seu amor apaixonado por Jesus, o que me fez perceber que eu estava começando a conhecer uma pessoa que tinha uma profunda amizade com Cristo”, recordou.
Oliveira hoje tem 50 anos. Em 2005, fundou o Movimento da Transfiguração, que tem como carisma a transfiguração do coração humano por meio da leitura orante da Palavra, da oração e da liturgia. Ele ministra palestras, retiros e cursos on-line sobre a espiritualidade católica e é especialista em Santa Teresa d’Ávila, já tendo feito materiais audiovisuais sobre a Santa, que podem ser acessados pelo YouTube (Movimento da Transfiguração).
“Um dos princípios teresianos é que a amizade gera semelhança; por isso, como consequência, o caminho de santidade para ela não é o de realizar coisas sensacionais ou ter fenômenos místicos, e sim um caminho de íntima amizade com Cristo. A oração para Santa Teresa é, deste modo, um caminho para a autêntica conversão do nosso coração. Sem oração, o amor transforma-se em apenas sentimentalismo; o serviço aos outros, uma forma de exibicionismo; a penitência, um masoquismo; e o desejo de mudar o mundo e fazer o bem, apenas uma ideologia”, analisou Oliveira.
Na já referida carta apostólica, São Paulo VI aponta que a vida de oração ensinada por Santa Teresa pode ser considerada “como vida de amor, na medida em que a oração constitui essa necessidade de amizade por meio da qual, todos os dias, falamos a sós com Deus, e Dele sabemos que somos amados”.
OLHAR PARA DENTRO DE SI
Nas obras que escreveu, como o “Livro da Vida”, “Caminho de Perfeição”, Castelo Interior” e “Fundações”, Santa Teresa apresenta caminhos para que cada pessoa conheça em que estado está a própria alma e trace um itinerário para superar os empecilhos que a afastam de Deus.
Para representar a alma humana, Santa Teresa criou a imagem do “castelo interior”, pela qual explicita a natureza da vida espiritual como uma interiorização do homem até se unir a Deus, que está no centro do castelo.
Na avaliação de Oliveira, em uma época na qual há grande apelo à exteriorização, especialmente por meio das redes sociais, cada vez mais as pessoas lidam com um vazio interior e é especialmente neste contexto que a espiritualidade de Santa Teresa d’Ávila se mostra atual. “Na sua obra-prima chamada ‘Castelo Interior ou Moradas’, ela nos ensina que a alma humana é um castelo com sete moradas e que na sétima morada, que é a mais interior, Deus habita. E que a ‘porta’ para entrar nesse Castelo é a oração e a reflexão. Isso quer dizer que para orar é necessário entrar em si mesmo, isto é, refletir sobre Deus e a sua vontade, confrontando-os com a nossa vida, intenções, motivações, inclinações e decisões”, detalhou.
TRATO DE AMIZADE
Oliveira lembrou, ainda, que esse caminho de interiorização é chamado pela Santa de ‘Trato de Amizade’ e que ela intuiu que a amizade com Cristo segue a mesma lógica da amizade humana.
“A escolha mútua é o primeiro passo para a construção de qualquer amizade; o segundo passo é investir, por meio de encontros diários, nessa amizade, mediante a oração marcada por um diálogo espontâneo, como entre dois amigos; dessa realidade nasce o terceiro passo, a partilha, isto é, o conhecimento mútuo. Por isso, para Teresa, a oração não é sentimento e sim conhecimento, mas claro, um conhecimento relacional e afetivo. Nesse terceiro passo – que é o do conhecimento mútuo –, é importante um termo teresiano que é ‘o amor à sacratíssima humanidade de Jesus’. É por meio do conhecimento da pessoa de Jesus, ‘o Verbo que se fez carne’, de sua vida como conhecemos nos evangelhos e celebramos na liturgia, que chegamos ao quarto e último passo, que é conformar a nossa vida à vida de Cristo e aos seus ensinamentos, fazendo, assim, uma adesão que transforma a nossa vida, abrindo-nos à graça de uma autêntica santificação por semelhança ao nosso amigo Jesus”, explicou.
RESPOSTA AO ANSEIO DE AMOR ETERNO E PLENO
Ainda de acordo com o especialista teresiano, os escritos da Santa se mantêm atuais por tratarem das necessidades mais profundas do ser humano, “que são, antes de tudo, o desenvolvimento de um relacionamento com alguém que nos ama de forma perfeita e plena, da maneira como somos, e que esse amor seja eterno. Teresa nos apresenta a amizade com Cristo que responde a esse anseio de amor eterno e pleno, sendo Ele o único capaz de saciar a sede humana de beleza, bondade, verdade, felicidade e amor. É por isso que ela é atual e permanecerá atual para todas as gerações”, enfatiza.
“As ações da Igreja Católica falam mais do que mil palavras, por favor, coloque aí no blog relatos dos pais da igreja antes de Constantino que fale a favor de Maria como advocatriz e intercessora, que fale que eles pediam a ajuda dos apóstolos e discípulos quando esses já estavam mortos, chega de muitas palavras, você fala, enrola demais e mostra de menos, quem não lê a bíblia pode até cair no teu conto, mas quem lê a bíblia meu amigo não cai mesmo, afinal é fácil criar dogmas estranhos a palavra de Deus e fazer leigos que não liam a bíblia engolir como lideres católicos já fizeram.Então para um melhor esclarecimento, estou esperando sua postagem com provas reais de que o que a igreja católica prega de diferente do protestantismo seja a correta.“
Apesar do tom acusatório e provocativo, ficamos felizes com essa pergunta, porque nos deu a oportunidade de abordar um assunto importante e ainda inédito por aqui. Quando e como começou a devoção à Virgem Maria?
A Igreja sempre viu a mãe de Jesus Cristo como Mãe da própria Igreja, ou foi isso uma invenção posterior? Desde quando Maria é vista como nossa intercessora junto a Deus? Desde quando a Igreja pede proteção à Maria? Para aqueles que leem exclusivamente a Bíblia, estas são perguntas válidas e justas; afinal, as sagradas Escrituras não tratam destas questões explicitamente.
O erro fundamental
Infelizmente, é preciso começar a responder os questionamentos trazidos pelo leitor anônimo com o esclarecimento daquele ponto fundamental que já tivemos que repetir uma dúzia de vezes (ou mais?) por aqui: quando o leitor afirma que “quem lê a Bíblia não cai”, isto é, não aceita as explicações contidas neste site, – que não são nossas, mas representam a doutrina da Igreja Católica, – fica claro que as perguntas estão partindo de alguém que segue “a religião do Livro”. As dificuldades começam logo de cara pelo fato de nós, católicos, seguirmos a Religião do Espírito Santo, que foi derramado sobre a Igreja por nosso Salvador Jesus Cristo.
Há dois mil anos, o Senhor Jesus, glorificado pelo Espírito Santo, entrou no Cenáculo de Jerusalém e derramou o Espírito da Ressurreição sobre a sua Igreja, na pessoa dos Apóstolos: “A paz esteja convosco! Recebei o Espírito Santo!” (Jo 20,19ss).
No Domingo da Páscoa, os Apóstolos tornaram-se realmente cristãos; receberam a vida nova do Cristo Ressuscitado, foram transfigurados em Cristo! Aí nasceu a Igreja: na Ressurreição! Aí ela foi batizada no Espírito e recebeu o poder de batizar: “Como o Pai me enviou, assim eu vos envio!” (Jo 20,21). – Contemplando esta realidade sagrada é que se torna nítida a enorme diferença entre as pessoas que têm uma fé toda engessada, presa às palavras literais do Livro Sagrado, e os membros do Corpo do Cristo.
Segundo aquela mentalidade limitada, só o que está escrito no livro, literalmente, “pode”. O que não estiver escrito no livro, literalmente, “não pode”. Isto é querer reduzir o Caminho de salvação e Comunhão (que é o próprio Cristo) a uma triste piada.
O cristianismo nunca foi religião do Livro. Nós, católicos, temos a Bíblia como sagrada e cremos que ela é Palavra de Deus, sim, a Palavra por escrito. Mas cremos sobretudo que a Palavra, o Verbo de Deus, por excelência, é Jesus Cristo, Deus Vivo, Senhor Ressuscitado, que não se limita à letra, assim como as Sagradas Escrituras nos ensinam que “nem o mundo todo poderia conter os livros que teriam que ser escritos para falar sobre Jesus” (Jo 21,25). Amém!
A mesma Verdade o Apóstolo São Paulo esclarece e aprofunda à perfeição, ao dizer: “Deus nos fez ministros de um Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata e o Espírito vivifica” (2Cor 3,6).
É claro que o Apóstolo não afirma que a Escritura é morta ou que não tem valor. Ao contrário, a Escritura “é útil para ensinar, repreender, corrigir, para instruir em justiça” (2Tm 3,16). O problema começa quando achamos que exclusivamente o que está escrito é que vale. Perdemo-nos no Caminho quando achamos o que está escrito mais importante do que a Igreja, que é dirigida pelo Espírito de Deus e autora da própria Bíblia.
As tradições meramente humanas, como as dos antigos fariseus e doutores da Lei de Moisés, foram substituídas pela Tradição da Igreja: Tradição esta que gerou a própria Bíblia dos cristãos. Portanto, a autoridade de fé sobre a doutrina de Jesus Cristo está fundamentada na Igreja que Ele edificou sobre a Terra, e não somente na Bíblia Sagrada, que foi produzida, preservada e deve ser interpretada segundo a mesma Igreja.
Estando claros esses pontos fundamentais, entremos, afinal, na questão da devoção à Nossa Senhora. Pelo teor da mensagem, pareceu-nos que o leitor anônimo crê que a devoção à Virgem Maria começou depois de Constantino, ou que foi Constantino quem a “inventou”… Por isso, é pedida alguma prova de que a Igreja que existia antes de Constantino já cultivava tal devoção. Muito bem, vejamos…
A origem está nos Evangelhos
A devoção à Santíssima Virgem Maria começou com o próprio cristianismo. Naquela singelíssima casa de Nazaré, há dois milênios, encontramos o Anjo Gabriel, enviado por Deus, saudando Maria! “Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lc 1,28). Com estas palavras, vindas diretamente do Céu, começou a devoção mariana. Quem pode negar a evidência deste fato?
“Desde agora, todas as gerações me proclamarão Bem-aventurada!” (Lc 1,48). No Evangelho, Maria faz uma profecia que a Igreja Católica sempre cumpriu, mas as novas “igrejas evangélicas” fazem muita questão de renegar. Maria, cheia do Espírito Santo e grávida do próprio Jesus Cristo, profetiza que será aclamada bem-aventurada por todas as gerações. Já os “pastores evangélicos” a chamam “uma mulher como outra qualquer”.
Quando Maria, única guardiã do anúncio do Anjo, visita Isabel, depois da longa viagem da Galileia até a Judeia, ao ouvir a saudação de Maria, a mãe de João Batista percebe que o menino salta de alegria dentro dela, enquanto o Espírito Santo atravessa sua alma e lhe sugere estas palavras: “Bendita és tu entre as mulheres! Bendito é o fruto do teu ventre! Donde me vem a honra de que venha a mim a mãe do meu Senhor?” (Lc 1,42-45). Quem ousa dizer que isso não é a mais pura devoção mariana, registrada no Evangelho? Pois é exatamente o que nós, católicos, pensamos e dizemos de Maria, até hoje.
Vamos à narração do Natal do Senhor. Diz o Evangelho segundo S. Lucas: “Quando os anjos se afastaram deles em direção ao Céu, os pastores disseram uns aos outros: ‘Vamos a Belém ver o que aconteceu e o que o Senhor nos deu a conhecer’. Foram apressadamente e encontraram Maria, José e o Menino deitado na manjedoura” (Lc 2,15-16). É claro que os pastores, após terem se ajoelhado diante do Menino, devem ter lançado um olhar àquela mãe especialíssima, e podem muito bem ter exclamado: “Bem-aventurada és tu, mãe deste Menino!”. Bem, isso seria uma pura expressão de devoção mariana, e que não teria nada absolutamente a ver com idolatria.
Passemos a S. Mateus evangelista, que para narrar a chegada dos Magos a Belém usou estas palavras: “E a estrela que tinham visto no Oriente ia adiante deles, até que, chegando ao lugar onde estava o Menino, parou. Ao ver a estrela, sentiram imensa alegria; e, entrando na casa, viram o Menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, adoraram-no (Mt 2,9-11)”. Podemos imaginar a emoção dos magos, os quais, após uma longa e aventurosa viagem, tiveram a alegria de ver o Salvador tão esperado. Porém, não nos afastamos da verdade dos fatos e nem nos aproximamos da idolatria se imaginarmos que eles, depois da adoração do Menino, tenham olhado Maria cheios de respeito e admiração: a que mulher poderia ser concedida tamanha graça, de gerar e ser mãe do próprio Deus? Simples: assim é a devoção mariana, percebida claramente nas entrelinhas dos Evangelhos de Nosso Senhor.
Nas passagem das bodas de Caná, vemos que o Senhor “adiantou a sua hora”, – em suas próprias palavras, – especialmente por um pedido de sua mãe, que intercedeu por aqueles noivos. Depois do primeiro milagre de Jesus, os servos, que acompanharam os fatos, podem muito bem ter pedido à Maria, dizendo-lhe: “Jesus te escuta, e até adiantou a sua hora por um pedido teu! Pede a Ele uma bênção para nossas famílias!”… Seria isto algum absurdo? Não. Mais um exemplo do que é a devoção mariana.
Também aqueles noivos certamente devem ter agradecido à intervenção de Maria, afinal, foi a intervenção (intercessão) dela que salvou a festa deles. Claro que o agradecimento principal seria ao próprio Jesus, afinal foi Ele quem tornou a água em vinho. Mas, se Maria não tivesse pedido pelos noivos, Ele não o teria feito, e o Evangelho é muito claro nesse sentido.
Assim é que começa a devoção mariana. E continua, pelos séculos, sem interrupção. A verdade histórica é: Maria, a partir das palavras pronunciadas pelo Anjo Gabriel (que eram as palavras do próprio Deus para ela, afinal o arcanjo é Mensageiro do Criador), foi imediatamente vista com especial admiração, com grande carinho e reverência. E logo sua intercessão foi invocada, pelo motivo óbvio: seu particularíssimo e incomparável vínculo com o Cristo, – o vínculo da maternidade! – Logo, é evidente que quando recorrermos à Maria para pedir algum favor, não nos encontramos fora do contexto do Evangelho, mas totalmente dentro dele.
Sei que aqui alguns questionarão dizendo que Maria não se encontra mais entre nós, e que isso faz toda a diferença. Segundo estes, não é a mesma coisa pedir a oração de um irmão que está ao nosso lado, aqui e agora, e a um santo que morreu há muito tempo, ainda que esta santa, no caso, seja a própria mãe do Senhor. Bem, nós já tratamos deste assunto específico, e você pode ler e comprovar (também biblicamente) que os santos no Céu estão mais vivos do que nós, aqui na Terra, e permanecem em íntima união com Deus. Leia aqui.
Primeira representação conhecida da Virgem Maria (Catacumbas de Priscilla – século II)
Outras provas: História e Arqueologia
A partir daqui, passamos da demonstração teológica e da fundamentação bíblica para a apresentação das provas históricas, arqueológicas e documentais. Provas históricas da devoção à Virgem Maria, além da própria Bíblia Sagrada, como acabamos de ver, remontam ao início da Igreja, e são muitas. A Mãe do Senhor foi honrada e venerada como Mãe da Igreja desde o início do cristianismo.
Já nos primeiros séculos, a devoção está presente e pode ser reconhecida, por exemplo, nas evidências arqueológicas das catacumbas, que demonstram a veneração que os primeiros cristãos tinham para com a Santíssima Virgem. Tal é o caso de pinturas marianas das catacumbas de Priscila, do século II, local onde os primeiros cristãos se reuniam, ocultos aos romanos: um deles mostra a Virgem com o Menino Jesus ao peito e um profeta, identificado como Isaías, ao seu lado1. Nas catacumbas de S. Pedro e S. Marcelino também se encontra pintura do século III/IV, que mostra Maria entre Pedro e Paulo, com as mãos estendidas em oração.
Outro magnífico exemplo da devoção à Santíssima Virgem nos primórdios do Cristianismo é a oração “Sub Tuum Praesidium” (Sob Vossa Proteção), do século III/IV, que pede a intercessão de Maria junto a Jesus Cristo:
“Sub tuum praesidium confugimus, sancta Dei Genetrix; nostras deprecationes ne despicias in necessitatibus nostris, sed a periculis cunctis libera nos semper, Virgo gloriosa et benedicta. Amen.“
Tradução: “À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades; mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita. Amém“
Segundo linguistas, esta versão latina, embora comumente usada já no século III, afasta-se um pouco do original. Com efeito, confrontando o papiro encontrado em 1927 no deserto egípcio com o texto da oração em uso na antiquíssima liturgia copta, encontramos a versão cuja tradução literal segue abaixo:
“Sob a proteção da tua misericórdia nos refugiamos, Mãe de Deus; não rejeites as súplicas nas dificuldades, mas salva-nos do perigo, única bendita. Amém.“2
Os Padres do século IV elogiam de muitos modos a Mãe de Deus. Epifânio refutou o erro de uma seita árabe que tributava idolatria à Maria: depois de rejeitar tal culto, ele escreveu: “Sejam honestos para com Maria! Seja adorado somente o Senhor!”. A mesma distinção vemos em Santo Ambrósio, que, depois de exaltar a “Mãe de todas as virgens”, esclarece com grande propriedade que “Maria é templo de Deus, e não o Deus do templo”; em outras palavras, para prestar sua legítima devoção mariana, livre de enganos, ele distinguiu o lugar devido ao Deus Altíssimo e o lugar da Virgem Maria.
Na Liturgia Eucarística também constam dados confiáveis que demonstram que a menção à Maria nas Orações remonta ao ano 225, e também nas antiquíssimas festas do Senhor, da Encarnação, da Natividade e da Epifania: todas homenageavam a Mãe do Senhor e da Igreja.
O testemunho dos primeiros presbíteros
Orígenes
O primeiro registro escrito da Patrística de que dispomos sobre Maria é o de Santo Inácio de Antioquia (bispo entre os anos 68 e 107 dC). Combatendo os docetistas, defende a realidade humana de Cristo para dizer que pertence à linhagem de Davi, verdadeiramente nascido da Virgem Maria. Afirmando que Cristo foi “concebido em Maria e nascido de Maria”, e que a sua virgindade pertence a “um Mistério escondido no Silêncio de Deus”.
São Justino (martirizado no ano 167) refletiu sobre o paralelismo entre Eva e Maria: “Se por uma mulher, Eva, entrou no mundo o pecado, por uma mulher, Maria, veio ao mundo o Salvador”. No Diálogo com Trifão, insiste sobre a verdade da maternidade de Maria sobre Jesus e, como Santo Inácio de Antioquia, enfatiza a verdade da concepção virginal e incorpora o paralelo Eva-Maria para a sua argumentação teológica.
A teologia mariana é um tema constante dos primeiros presbíteros da Igreja. Santo Irineu de Lyon (nascido no ano 130), em uma polêmica contra os gnósticos e docetistas, salienta a geração de Cristo no ventre de Maria. Também da maternidade divina lança as bases da sua cristologia: é da natureza humana, assumida pelo Filho de Deus no ventre de Maria, que torna possível a morte redentora de Jesus chegar a toda a humanidade. Também digno de nota é sua abordagem sobre o papel maternal de Maria em relação ao novo Adão, em cooperação com o Redentor.
No Norte de África, Tertuliano (nasc. aprox.: ano 155), em sua controvérsia com o gnóstico Marcião, afirma que Maria é a Mãe de Cristo, – portanto Mãe de Deus, – pois o Senhor foi concebido em seu ventre virginal.
No século III começou a ser usado o título Theotokos (Mãe de Deus). Orígenes (185-254 dC) é a primeira testemunha conhecida deste título. Em seus escritos aparece, pela primeira vez, a sentença Sub tuum praesidium, que, como dito acima, é um apelo à intercessão da Virgem Maria. Órígenes também define Maria como “modelo” e “auxílio dos cristãos”. Já no século IV o mesmo título é usado na profissão de fé de Alexandre de Alexandria contra Ário.
A partir daí, muitos e muitos presbíteros explicaram a dimensão teológica desta verdade. – Efrém, Atanásio, Basílio, Gregório Nazianzeno, Gregório de Nissa, Ambrósio, Agostinho, Proclo de Constantinopla, etc… A tal ponto que o título “Mãe de Deus” torna-se o mais utilizado quando se fala da Santíssima Virgem.
Obviamente, “Mãe de Deus” não implica que Maria é “deusa”, e sim que Jesus Cristo, seu filho, é a um só tempo plenamente homem e plenamente Deus. Se Jesus é Deus, e Maria sua mãe, ela é e será sempre a mais agraciada entre todas as mulheres, pois foi – e é, na perspectiva da eternidade onde se encontra, – a Mãe de Deus e, portanto, de toda a Igreja de Cristo.
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1. LAZAREFF, Victor Nikitich. Studies in the Iconography of the Virgin, The Art Bulletin, London: Pindar Press, pp. 26-65. 2. OSSANNA, Tullio Faustino. A Ave-Maria: História, conteúdo, controvérsias. São Paulo: Loyola, 2006, pp.36. ofielcatolico.com.br
Santa Teresa de Jesus nasceu em Ávila, Espanha, em 1515, com o nome de Teresa de Ahumada. Em sua autobiografia, ela menciona alguns detalhes da sua infância: o nascimento “de pais virtuosos e tementes a Deus”, em uma grande família, com nove irmãos e três irmãs. Ainda jovem, com pelo menos 9 anos, leu a vida dos mártires, que inspiram nela o desejo de martírio, tanto que chegou a improvisar uma breve fuga de casa para morrer como mártir e ir para o céu (cf. Vida 1, 4): “Eu quero ver Deus”, disse a pequena aos seus pais. Alguns anos mais tarde, Teresa falou de suas leituras da infância e afirmou ter descoberto a verdade, que se resume em dois princípios fundamentais: por um lado, que “tudo o que pertence a este mundo passa”; por outro, que só Deus é para “sempre, sempre, sempre”, tema que recupera em seu famoso poema: “Nada te perturbe, nada te espante; tudo passa, só Deus não muda. A paciência tudo alcança. Quem tem a Deus, nada lhe falta. Só Deus basta!”. Ficando órfã aos 12 anos, pediu à Virgem Santíssima que fosse sua mãe (cf. Vida 1,7).
Se, na adolescência, a leitura de livros profanos a levou às distrações da vida mundana, a experiência como aluna das freiras agostinianas de Santa Maria das Graças, de Ávila, e a leitura de livros espirituais, em sua maioria clássicos da espiritualidade franciscana, ensinaram-lhe o recolhimento e a oração. Aos 20 anos de idade, entrou para o convento carmelita da Encarnação, sempre em Ávila. Três anos depois, ela ficou gravemente doente, tanto que permaneceu por quatro dias em coma, aparentemente morta (cf. Vida 5, 9). Também na luta contra suas próprias doenças, a santa vê o combate contra as fraquezas e resistências ao chamado de Deus.
Em 1543, ela perdeu a proximidade da sua família: o pai morre e todos os seus irmãos, um após o outro, migram para a América. Na Quaresma de 1554, aos 39 anos, Teresa chega o topo de sua luta contra suas próprias fraquezas. A descoberta fortuita de “um Cristo muito ferido” marcou profundamente a sua vida (cf. Vida 9). A santa, que naquele momento sente profunda consonância com o Santo Agostinho das “Confissões”, descreve assim a jornada decisiva da sua experiência mística: “Aconteceu que…de repente, experimentei um sentimento da presença de Deus, que não havia como duvidar de que estivesse dentro de mim ou de que eu estivesse toda absorvida n’Ele” (Vida 10, 1).
Paralelamente ao amadurecimento da sua própria interioridade, a santa começa a desenvolver, de forma concreta, o ideal de reforma da Ordem Carmelita: em 1562, funda, em Ávila, com o apoio do bispo da cidade, Dom Álvaro de Mendoza, o primeiro Carmelo reformado, e logo depois recebe também a aprovação do superior geral da Ordem, Giovanni Battista Rossi.
Nos anos seguintes, continuou a fundação de novos Carmelos, um total de dezessete. Foi fundamental seu encontro com São João da Cruz, com quem, em 1568, constituiu, em Duruelo, perto de Ávila, o primeiro convento das Carmelitas Descalças. Em 1580, recebe de Roma a ereção a Província Autônoma para seus Carmelos reformados, ponto de partida da Ordem Religiosa dos Carmelitas Descalços. Teresa termina sua vida terrena justamente enquanto está se ocupando com a fundação.
Em 1582, de fato, tendo criado o Carmelo de Burgos e enquanto fazia a viagem de volta a Ávila, ela morreu, na noite de 15 de outubro, em Alba de Tormes, repetindo humildemente duas frases: “No final, morro como filha da Igreja” e “Chegou a hora, Esposo meu, de nos encontrarmos”. Uma existência consumada dentro da Espanha, mas empenhada por toda a Igreja. Beatificada pelo Papa Paulo V, em 1614, e canonizada por Gregório XV, em 1622, foi proclamada “Doutora da Igreja” pelo Servo de Deus Paulo VI, em 1970. Teresa de Jesus não tinha formação acadêmica, mas sempre entesourou ensinamentos de teólogos, literatos e mestres espirituais. Como escritora, sempre se ateve ao que tinha experimentado pessoalmente ou visto na experiência de outros (cf. Prefácio do “Caminho de Perfeição”), ou seja, a partir da experiência.
Teresa consegue tecer relações de amizade espiritual com muitos santos, especialmente com São João da Cruz. Ao mesmo tempo, é alimentada com a leitura dos Padres da Igreja, São Jerônimo, São Gregório Magno, Santo Agostinho. Entre suas principais obras, deve ser lembrada, acima de tudo, sua autobiografia, intitulada “Livro da Vida”, que ela chama de “Livro das Misericórdias do Senhor”. Escrito no Carmelo de Ávila, em 1565, conta o percurso biográfico e espiritual, por escrito, como diz a própria Teresa, para submeter a sua alma ao discernimento do “Mestre dos espirituais”, São João de Ávila. O objetivo é manifestar a presença e a ação de um Deus misericordioso em sua vida: Para isso, a obra muitas vezes inclui o diálogo de oração com o Senhor. É uma leitura fascinante, porque a santa não apenas narra, mas mostra como reviver a profunda experiência do seu amor com Deus. Em 1566, Teresa escreveu o “Caminho da perfeição”, chamado por ela de “Admoestações e conselhos” que dava às suas religiosas. As destinatárias são as doze noviças do Carmelo de São José, em Ávila. Teresa lhes propõe um intenso programa de vida contemplativa ao serviço da Igreja, em cuja base estão as virtudes evangélicas e a oração. Entre os trechos mais importantes, destaca-se o comentário sobre o Pai Nosso, modelo de oração.
A obra mística mais famosa de Santa Teresa é o “Castelo Interior”, escrito em 1577, em plena maturidade. É uma releitura do seu próprio caminho de vida espiritual e, ao mesmo tempo, uma codificação do possível desenvolvimento da vida cristã rumo à sua plenitude, a santidade, sob a ação do Espírito Santo. Teresa refere-se à estrutura de um castelo com sete “moradas”, como imagens da interioridade do homem, introduzindo, ao mesmo tempo, o símbolo do bicho da seda que renasce em uma borboleta, para expressar a passagem do natural ao sobrenatural. A santa se inspira na Sagrada Escritura, especialmente no “Cântico dos Cânticos”, para o símbolo final dos “dois esposos”, que permite descrever, na sétima “morada”, o ápice da vida cristã em seus quatro aspectos: trinitário, cristológico, antropológico e eclesial.
À sua atividade fundadora dos Carmelos reformados, Teresa dedica o “Livro das fundações”, escrito entre 1573 e 1582, no qual fala da vida do nascente grupo religioso. Como na autobiografia, a história é dedicada principalmente a evidenciar a ação de Deus na fundação dos novos mosteiros.
Santa Teresa de Jesus é uma verdadeira mestra de vida cristã para os fiéis de todos os tempos. Em nossa sociedade, muitas vezes desprovida de valores espirituais, Santa Teresa nos ensina a ser incansáveis testemunhas de Deus, da sua presença e da sua ação; ensina-nos a sentir realmente essa sede de Deus que existe em nosso coração, esse desejo de ver Deus, de buscá-lo, de ter uma conversa com Ele e de ser seus amigos. Esta é a amizade necessária para todos e que devemos buscar, dia após dia, novamente.
A Santa Missa é o pilar central da fé católica, por ela, recebemos Jesus vivo na Eucaristia, corpo e sangue, que nos sustentam na luta pela santidade. Não há como buscar o Céu sem buscar a Cristo no altar da Santa Missa, veja o que diz o Catecismo da Igreja Católica:
2180 — O mandamento da Igreja determina e especifica a lei do Senhor: “Nos domingos e nos outros dias de festa de preceito aos fiéis têm a obrigação de participar da missa”. “Satisfaz ao preceito de participar da missa quem assiste à missa celebrada segundo o rito católico no próprio dia de festa ou à tarde do dia anterior”.
2181 — A eucaristia do domingo fundamenta e sanciona toda a prática cristã. Por isso os fiéis são obrigados a participar da Eucaristia nos dias de preceito, a não ser por motivos muito sérios (por exemplo, uma doença, cuidado com bebês) ou dispensados pelo próprio pastor.
Aqueles que deliberadamente faltam a esta obrigação cometem pecado grave [também chamado pecado mortal, e devem procurar a confissão].
A Santa Missa é a presentificação do Sacrifício de Jesus no Calvário. Não é repetição e nem multiplicação desse acontecimento; é a sua renovação, atualização. As ações de Cristo são “teândricas”, isto é, humanas e divinas ao mesmo tempo, por isso, não se esgotam no tempo como as nossas ações. Deus está acima do tempo, que é sua criatura.
A Missa é oferecida com várias finalidades: homenagem de adoração suprema ao Pai Eterno por Seu Filho encarnado, feito homem, unindo as nossas com as Dele e as de toda a Igreja. É um ato de oferecimento de cada fiel ao Senhor para o amar e servir.
É um culto de ação de graças ao Pai para agradecer-lhe os dons que recebemos: a glória da Virgem Maria, seus méritos e os dos santos e todos os benefícios que recebemos pelos méritos de Cristo. É também um ato de reparação pelos nossos pecados e os da humanidade. Diz São Pedro Julião que “Deus Pai nada nos pode recusar visto que nos deu Seu Filho, que se mantém na Sua presença nesse estado de Sacrifício e de vítima pelos nossos pecados e os de todos os homens”. É o momento de apresentar a Deus nossas necessidades pessoais; e, sobretudo, a graça necessária para vencer os piores pecados que nos escravizam.
Além disso, no oferecimento eucarístico do pão e do vinho, são também apresentadas a Deus toda a riqueza e pobreza da humanidade inteira. Assim rezamos pelas necessidades de todos os homens espalhados pelo mundo inteiro, em particular pelos mais necessitados. Quando participamos da Santa Missa ajudamos concreta e eficazmente os outros. De fato, a Santa Missa é fonte privilegiada de justiça, de partilha, de paz, de reconciliação e de perdão entre todos os povos. A Eucaristia sempre é celebrada sobre o altar do mundo. Une o céu e terra (cf. Ecclesia de Eucharistia, 8).
Na celebração da santa Missa, tudo lembra o Sacrifício de Jesus por nós. O altar de pedra contém relíquias de santos, às vezes até ossos, pois eles participam da glória de Cristo e “intercedem por nós sem cessar”; as velas que queimam no altar e se consomem, e os círios, simbolizam a fé, a esperança e a caridade. As toalhas brancas que cobrem o altar representam os lençóis com que foi envolvido o Corpo de Jesus Cristo; o crucifixo representa-O morrendo por nós. Tudo lembra o Calvário.
A reforma nunca é obra solitária, mas compromisso partilhado e projeto que deve ser sustentado por uma profunda espiritualidade. S. João da Cruz, evocado na liturgia a 14 de dezembro, recorda-nos precisamente que as nossas estradas existenciais nunca podem ser percorridas em solidão, mas fundam-se num encontro: primeiro com Deus e depois com os irmãos.
Nascido em 1540 ou 1542 em Fontiveros (Ávila, Espanha), João cedo ficou órfão de pai. Veste o hábito dos carmelitas em Medina no ano de 1563. Foi ordenado padre em 1567, depois de completar estudos em Salamanca.
Nesse mesmo ano encontra Santa Teresa de Jesus, que tinha recentemente obtido licença para a fundação de dois conventos e carmelitas contemplativas. É com ela que colabora na reforma do Carmelo: nasciam assim os Carmelitas Descalços. João, em 1568, estava no primeiro núcleo destes monges reformados.
Foi preso no convento dos Carmelitas de Antiga Observância de Toledo devido a uma acusação que se provou ser falsa, e foi no cárcere, onde passou cerca de oito meses, que escreveu muitas das suas poesias, entre as quais “Cântico espiritual”.
Morreu em 1591, aos 49 anos, em Ubeda. Foi beatificado por Clemente X, em 1675 e declarado santo por Bento XIII, em 1726. É doutor da Igreja, padroeiro dos místicos e poetas.
A comparação utilizada por João é sempre a do fogo: assim como o fogo, quanto mais arde e consome a madeira, tanto mais se torna incandescente até se tornar chama, também o Espírito Santo, que durante a noite escura purifica e «limpa» a alma
S. João da Cruz: Obras principais e espiritualidade Bento XVI
No “Cântico espiritual”, S. João apresenta o caminho de purificação da alma, ou seja, a posse progressiva e jubilosa de Deus, até que a alma chegue a sentir que ama a Deus com o mesmo amor com que é por Ele amada.
Em “Chama de amor viva” continua nesta perspetiva, descrevendo mais pormenorizadamente o estado de união transformadora com Deus. A comparação utilizada por João é sempre a do fogo: assim como o fogo, quanto mais arde e consome a madeira, tanto mais se torna incandescente até se tornar chama, também o Espírito Santo, que durante a noite escura purifica e «limpa» a alma, com o tempo ilumina-a e aquece-a como se fosse uma chama. A vida da alma é uma festa contínua do Espírito Santo, que deixa entrever a glória da união com Deus na eternidade.
A “Subida ao Monte Carmelo” apresenta o itinerário espiritual sob o ponto de vista da purificação progressiva da alma, necessária para escalar a montanha da perfeição cristã, simbolizada pelo cimo do Monte Carmelo. Tal purificação é proposta como um caminho que o homem empreende, colaborando com a obra divina, para libertar a alma de todo o apego ou afecto contrário à vontade de Deus. A purificação, que para alcançar a união com Deus deve ser total, começa a partir daquela da vida dos sentidos e continua com a que se alcança por meio das três virtudes teologais: fé, esperança e caridade, que purificam a intenção, a memória e a vontade.
A vida de S. João da Cruz não foi um «voar sobre as nuvens místicas», mas uma vida muito árdua, deveras prática e concreta
“A noite escura” descreve o aspecto «passivo», ou seja, a intervenção de Deus neste processo de «purificação» da alma. Com efeito, o esforço humano sozinho é incapaz de chegar às profundas raízes das más inclinações e hábitos da pessoa: só os pode impedir, mas não consegue erradicá-los completamente. Para o fazer, é necessária a acção especial de Deus, que purifica radicalmente o espírito e o dispõe para a união de amor com Ele. S. João define «passiva» tal purificação, precisamente porque, embora seja aceite pela alma, é realizada pela obra misteriosa do Espírito Santo que, como chama de fogo, consome toda a impureza. Neste estado, a alma é submetida a todo o tipo de provações, como se se encontrasse numa noite obscura.
Com a sua mística excelsa, com este árduo caminho rumo ao cimo da perfeição, este santo tem algo a dizer também a nós, ao cristão normal que vive nas circunstâncias desta vida de hoje, ou é um exemplo, um modelo apenas para poucas almas escolhidas que podem realmente empreender este caminho da purificação, da ascese mística?
Para encontrar a resposta, em primeiro lugar temos que ter presente que a vida de S. João da Cruz não foi um «voar sobre as nuvens místicas», mas uma vida muito árdua, deveras prática e concreta, quer como reformador da ordem, onde encontrou muitas oposições, quer como superior provincial, quer ainda no cárcere dos seus irmãos de hábito, onde esteve exposto a insultos incríveis e a maus tratos físicos. Foi uma vida dura, mas precisamente nos meses passados na prisão, ele escreveu uma das suas obras mais bonitas.
«E se trevas eu padeço/ em minha vida mortal,/ não é tão grande o meu mal,/ porque, se de luz careço,/ tenho vida celestial;/ porque o amor dá tal vida/ quando mais cego vai sendo,/ que tem a alma rendida,/ sem luz e às escuras vivendo»
E assim podemos compreender que o caminho com Cristo, o andar com Cristo, «o Caminho», não é um peso acrescentado ao fardo já suficientemente grave da nossa vida, não é algo que tornaria ainda mais pesada esta carga, mas é algo totalmente diferente, é uma luz, uma força que nos ajuda a carregar este peso. Se um homem tem em si um grande amor, este amor quase lhe dá asas, e suporta mais facilmente todas as moléstias da vida, porque traz em si esta grande luz; esta é a fé: ser amado por Deus e deixar-se amar por Deus em Cristo Jesus.
Este deixar-se amar é a luz que nos ajuda a carregar o fardo de todos os dias. E a santidade não é uma obra nossa, muito difícil, mas é precisamente esta «abertura»: abrir as janelas da nossa alma, para que a luz de Deus possa entrar, não esquecer Deus, porque é precisamente na abertura à sua luz que se encontra a força, a alegria dos remidos.
Glosa S. João da Cruz
Sem arrimo e com arrimo sem luz e às escuras vivendo, todo me vou consumindo.
Minha alma está desprendida de toda a coisa criada, e sobre si levantada numa saborosa vida só em seu Deus arrimada. Por isso já se dirá a coisa que mais estimo; que minha alma se vê já sem arrimo e com arrimo.
E se trevas eu padeço em minha vida mortal, não é tão grande o meu mal, porque, se de luz careço, tenho vida celestial; porque o amor dá tal vida quando mais cego vai sendo, que tem a alma rendida, sem luz e às escuras vivendo.
Tal obra faz o amor depois que eu o conheci, que, se há bem ou mal em mim, tudo o torna de um sabor e transforma a alma em si; e em sua chama bem temp’rada, a qual em mim estou sentindo, veloz e sem deixar nada, todo me vou consumindo
Publicado em SNPC – Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura – Portugal (Matteo Liuti ).
Santa Teresa foi uma líder corajosa. Sua vida e seus escritos contêm uma sabedoria inestimável
Santa Teresa de Ávila é chamada de “A grande Teresa” por uma bela razão: esta mulher viveu com uma santidade e uma convicção tão ousadas que ela resplandece brilhantemente nas páginas da história.
Portanto, sua vida extraordinária oferece muitas lições para os cristãos de hoje. Estas são algumas delas:
1 – Faça primeiro a oração, depois a ação
Quando jovem, Santa Teresa começou a rezar de forma meditativa e contemplativa com Deus. Tal oração era chamada de “oração mental”. Consequentemente, sua amizade com Cristo e seu profundo amor por Ele floresceram cada dia mais. Depois de uma doença terrível, no entanto, ela parou de rezar dessa forma. Por outro lado, participava das orações comunitárias rotineiras. Aliás, ela se convenceu que abster-se de orar sozinha era um sinal de maior humildade.
Não é de se surpreender, no entanto, que a decisão de cessar a oração meditativa lhe trouxe sofrimento emocional e espiritual.
Felizmente, ela encontrou um santo e culto sacerdote dominicano para ser seu confessor. Ele, então, a corrigiu. De fato, Santa Teresa de Ávila, nunca mais abandonou a oração mental e exortou todos a adotarem esse tipo de oração regularmente. Como consequência, suas descrições da oração mental tornaram-se definições clássicas dessa prática espiritual. Ela escreveu que a oração mental “nada mais é do que relações amigáveis e conversas solitárias frequentes com Aquele que sabemos que nos ama”. Essa amizade é a fonte de um bem infinito na vida de uma pessoa e produz grandes frutos espirituais. Ela garantiu a seus leitores: “Ninguém jamais tomou [Deus] por amigo sem ser recompensado”.
Santa Teresa deixou um impacto maior que a vida por meio de suas reformas espirituais, boas obras e escritos, até se tornar a primeira médica [*uma ressalva: houve um engano da parte de quem publicou este artigo, já que Santa Teresa de Ávila foi proclamada, em 1970, como Doutora da Igreja, e não médica, bem como Santa Catarina de Siena, pelo Papa João Paulo II. Certamente foi um erro de tradução.]. Tudo isso brotou, portanto, do poço de sua amizade profunda e íntima com Deus. Em suma: a vida dela mostra que o esforço apostólico deve sempre começar e estar profundamente enraizado na oração. Coloque, então, a oração e a contemplação em primeiro lugar! Consequentemente, sua vocação e missão fluirão naturalmente dessa fonte.
2 – Cerque-se de bons amigos e mentores
Um tema a que Santa Teresa sempre volta em sua autobiografia é a importância de se manter em boa e santa companhia. Ela fala de amigos e até de confessores que entraram em sua vida em momentos diferentes e a aproximaram de Deus. “Aprendi que grande vantagem advém de uma boa companhia”, escreveu ela. Porém, essa lição ela aprendeu por meio de experiências difíceis.
Teresa era tão ciente do impacto que os amigos podem ter na vida espiritual de uma pessoa que encorajava aqueles que querem a santidade a buscar amigos santos para acompanhá-los na jornada. Ela escreveu: “Eu aconselharia aqueles que praticam a oração, especialmente no início, a cultivar amizade e o relacionamento com outras pessoas de interesses semelhantes. Isso é muito importante, no mínimo porque podemos ajudar uns aos outros com nossas orações. Ademais, pode nos trazer muitos outros benefícios.”
Da mesma forma, ela descobriu que a influência dos amigos era um fator tão crítico que fez uma pausa em sua autobiografia para dar alguns conselhos aos pais de adolescentes: “Se eu tivesse que aconselhar os pais, deveria dizer-lhes que tomassem muito cuidado com as pessoas com quem seus filhos se relacionam nessa idade. Muito dano pode resultar de más companhias e somos inclinados por natureza a seguir o que é pior ao invés do que é melhor.”
Vale dizer, portanto, que os adolescentes são mais suscetíveis à pressão dos colegas, devido à sua necessidade de aceitação social. Porém, o princípio de Santa Teresa vale para qualquer idade.
3 – Leve a vida de forma mais leve
Santa Teresa de Ávila tinha um bom senso de humor, especialmente em relação a si mesma e suas loucuras. Certa vez, ela escreveu: “Às vezes eu rio de mim mesma e percebo como sou uma criatura miserável”. Do mesmo modo, sua humildade é evidente quando ela relata as indiscrições da juventude ou enumera os erros que ela cometeu ao longo dos anos. E ela o faz com franqueza e nenhum sinal de hipocrisia.
Levar a vida de forma leve, no entanto, não fará as pessoas voarem. Porém, isso pode torná-las mais alegres e agradáveis. Ainda mais importante: trata-se de uma atitude que brota da santa mansidão, e como Cristo disse aos seus seguidores: “Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra” (Mt 5:,5).
Todavia, mansidão pode não ser a primeira coisa que vem à mente quando nos lembramos de Santa Teresa de Ávila. Mas, lembre-se: a verdadeira mansidão não significa timidez ou submissão. Em vez disso, refere-se ao autodomínio em meio à adversidade. E é essa a qualidade pela qual Santa Teresa se destacou ao enfrentar as muitas provações de sua vida.
Enfim, essas lições são apenas a ponta do iceberg da sabedoria atemporal da grande Santa Teresa. Para mais informações, clique aqui e veja outros 10 conselhos inspiradores que ela nos deixou.