Hoje a Igreja celebra a solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus

REDAÇÃO CENTRAL, 01 Jan. 23 / 12:01 am (ACI).- A solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus (Theotokos) é a mais antiga que se conhece no Ocidente. Nas Catacumbas ou antiquíssimos subterrâneos de Roma, onde se reuniam os primeiros cristãos para celebrar a Santa Missa, encontram-se pinturas com esta inscrição.

Segundo um antigo testemunho escrito no século III, os cristãos do Egito se dirigiam a Maria com a seguinte oração: “Sob seu amparo nos acolhemos, Santa Mãe de Deus: não desprezeis a oração de seus filhos necessitados; livra-nos de todo perigo, oh sempre Virgem gloriosa e bendita” (Liturgia das Horas).

No século IV, o termo Theotokos era usado frequentemente no Oriente e Ocidente porque já fazia parte do patrimônio da fé da Igreja.

Entretanto, no século V, o herege Nestório se atreveu a dizer que Maria não era Mãe de Deus, afirmando: “Então Deus tem uma mãe? Pois então não condenemos a mitologia grega, que atribui uma mãe aos deuses”.

Nestório havia caído em um engano devido a sua dificuldade para admitir a unidade da pessoa de Cristo e sua interpretação errônea da distinção entre as duas naturezas – divina e humana – presentes Nele.

Os bispos, por sua parte, reunidos no Concílio de Éfeso (ano 431), afirmaram a subsistência da natureza divina e da natureza humana na única pessoa do Filho. Por sua vez, declararam: “A Virgem Maria sim é Mãe de Deus porque seu Filho, Cristo, é Deus”.

Logo, acompanhados pelo povo e levando tochas acesas, fizeram uma grande procissão cantando: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte. Amém”.

São João Paulo II, em novembro de 1996, refletiu sobre as objeções expostas por Nestório para que se compreenda melhor o título “Maria, Mãe de Deus”.

“A expressão Theotokos, que literalmente significa ‘aquela que gerou Deus’, à primeira vista pode resultar surpreendente; suscita, com efeito, a questão sobre como é possível que uma criatura humana gere Deus. A resposta da fé da Igreja é clara: a maternidade divina de Maria refere-se só a geração humana do Filho de Deus e não, ao contrário, à sua geração divina”, disse o papa.

“O Filho de Deus foi desde sempre gerado por Deus Pai e é-Lhe consubstancial. Nesta geração eterna Maria não desempenha, evidentemente, nenhum papel. O Filho de Deus, porém, há dois mil anos, assumiu a nossa natureza humana e foi então concebido e dado à luz por Maria”, acrescentou.

Do mesmo modo, afirmou que a maternidade da Maria “não se refere a toda a Trindade, mas unicamente à segunda Pessoa, ao Filho que, ao encarnar-se, assumiu dela a natureza humana”. Além disso, “uma mãe não é Mãe apenas do corpo ou da criatura física saída do seu seio, mas da pessoa que ela gera”, disse são João Paulo II.

Por fim, é importante recordar que Maria não é só Mãe de Deus, mas também nossa porque assim quis Jesus Cristo na cruz, quando a confiou a São João. Por isso, ao começar o novo ano, peçamos a Maria que nos ajude a ser cada vez mais como seu Filho e iniciemos o ano saudando a Virgem Maria.

Saudação à Mãe de Deus

Salve, ó Senhora santa, Rainha santíssima,
Mãe de Deus, ó Maria, que sois Virgem feita igreja,
eleita pelo santíssimo Pai celestial,
que vos consagrou por seu santíssimo
e dileto Filho e o Espírito Santo Paráclito!
Em vós residiu e reside toda a plenitude
da graça e todo o bem!
Salve, ó palácio do Senhor! Salve,
ó tabernáculo do Senhor!
Salve, ó morada do Senhor!
Salve, ó manto do Senhor!
Salve, ó serva do Senhor!
Salve, ó Mãe do Senhor,
e salve vós todas, ó santas virtudes
derramadas, pela graça e iluminação
do Espírito Santo,
nos corações dos fiéis
transformando-os de infiéis
em servos fiéis de Deus!

Publicado em ACI Digital.

Que presente podemos dar a Jesus neste Natal?

    Os reis magos vieram da Pérsia, iluminados por uma estrela no céu e por uma luz interior que os guiava e os dirigia para Cristo, o Messias que eles sabiam que os judeus esperavam. A tradição diz que eram reis de pequenos reinos, entendidos em ler as estrelas. Enquanto em Jerusalém ninguém esperava e acreditava, eles, na fé, procuravam o esperado Menino, sua Mãe e seu Pai em Belém. “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo” (Mt 2,1-2). São Mateus diz que o rei Herodes ficou perturbado e com ele toda a Jerusalém.

    E a misteriosa estrela os guiava até chegarem onde estava o Menino. Encontrando-O, prostraram-se diante d’Ele, “abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes ouro, incenso em mirra”. O ouro é dado ao Rei, o incenso a Deus, e a mirra à vítima a ser imolada um dia no Calvário. Que mistério!

    Que presente podemos dar a Jesus neste Natal?

    Foto ilustrativa: ArtistGNDphotography by Getty Images

    A epifania é esta manifestação de Jesus como Messias, Filho de Deus e Salvador do mundo. Esses “magos”, representantes das religiões pagãs, representam as primeiras nações que acolhem a Boa Nova da salvação pela Encarnação do Verbo. A vinda deles a Jerusalém para “adorar ao Rei dos Judeus” mostra que eles procuram, em Israel, a luz do Messias da estrela de Davi, aquele que será o Rei das nações. Isso significa que “a plenitude dos pagãos entra na família dos patriarcas” e adquire a mesma dignidade dos judeus.

    Como escolher um presente para Jesus?

    Os reis magos, que eram pagãos, souberam ver no Menino o Deus Salvador, por isso O adoraram e Lhe deram presentes. E nós, o que devemos dar a Jesus? Antes de tudo, precisamos seguir a sua Luz, a sua Estrela.

    Ora, São João da Cruz disse que “amor só se paga com amor”. Jesus só nos deu amor: Sua vida, Sua morte, Sua ressurreição. “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1). Ele é o amor! Nossos presentes ao grande Menino devem ser presentes de amor.

    Ele disse na Santa Ceia: “Se me amais guardareis os meus mandamentos” (Jo 14,15). Então, a primeira disposição nossa deve ser de renovar o desejo de ouvir a Sua voz e obedecer-Lhe. São Jerônimo disse que “quem não conhece os Evangelhos não conhece Jesus”. O primeiro passo é conhecer o que Ele ensinou; o segundo é viver o que Ele manda.

    (…)

    Entregue seu coração para Ele!

    Jesus veio para “tirar o pecado do mundo” (Jo 1,29); Ele é o Cordeiro imolado pelos nossos pecados. Então, o melhor presente que você pode colocar na Sua manjedoura é o propósito firme de lutar, sem tréguas, sem desanimar, sem se cansar, contra os seus pecados, pois o pecado é a única ação que pode afastá-Lo do seu coração, onde Ele quer sempre estar.

    Olhe para você mesmo diante do Presépio, e pergunte ao divino Menino o que Ele quer que você mude na sua vida. Peça-lhe a sua graça, para ouvir a sua voz e ter a graça de obedecer-Lhe. Ofereça esse propósito como o seu ouro, incenso e mirra. Ele vai gostar!

    Mais do que os presentes e as microlâmpadas piscando, Ele quer seu coração; todo, inteiro, sem divisão. Então, o melhor presente é entregar-Lhe o coração determinado a amá-Lo.

    Prof. Felipe Aquino

    Publicado em Formação Canção Nova.

    O consumismo e o verdadeiro espírito do Natal

    Natal é Jesus. Assim gostaria de começar esse texto, para que já fique explícito desde o começo qual é o verdadeiro sentido dessa festa que se aproxima. Sentido esse que fica muitas vezes em segundo plano nas celebrações, dando lugar a um consumismo desenfreado que cega o espírito que deveríamos ter nessa época.

    consumismo

    Isso não é novo. Todos sabemos que nessa época o comércio fica aberto até mais tarde para que possamos comprar aquelas coisas de última hora. Conhecemos a correria para comprar o tender, o peru, o presente daquela pessoa que tínhamos esquecido, etc….

    Também não é novidade que existe uma reação à tudo isso. Podemos ver nos jornais, revistas e internet uma grande quantidade de pessoas que criticam todo esse consumismo que vemos nessas épocas. Mas aqui percebo um grande problema que estamos vivendo atualmente. Em vários desses artigos, os autores pregam um retorno à essência do Natal, que é o sentimento de família, a magia que ronda em torno a figura do Papai Noel, as luzes que enfeitam essa época “mágica”, a inocente alegria das crianças esperando o bom velhinho descer pela chaminé e outras coisas desse tipo.

    “Natal é Jesus. E não se pode confundir isso apenas com sentimentos positivos”.

    Por isso comecei o texto dessa maneira. Natal é Jesus. E não se pode confundir isso apenas com sentimentos positivos. Celebramos nessa data um acontecimento real. Deus veio ao mundo em um frágil menino, filho de Nossa Senhora de Nazaré. E é isso que devemos, como católicos, anunciar para o mundo inteiro.

    O mundo está descontente. Esse exemplo do consumismo de Natal é bem gráfico. Se percebe intuitivamente que estamos celebrando mal essa festa, mas não se percebe qual é a Verdade que mostra como celebrá-la bem. De uma maneira mais geral, podemos dizer que o mundo muitas vezes está triste, cansado e procura sua alegria em coisas que não podem dar, porque a alegria verdadeira de todo mundo está em encontrar-se com Deus.

    “Os presentes e a festa fazem parte de tudo isso. É um tempo de verdadeira alegria, mas que precisa ser entendida, para não perder o foco”. 

    Mas encontrar-se com Ele não é tão simples assim. Ele não veio cheio de pompa, em um castelo imponente. Ele veio frágil, em uma manjedoura. Só o encontramos se ficamos atentos aos sinais dele em nossa vida, como os pastores que receberam a visita dos anjos e os reis magos que seguiram a estrela que os guiava. É preciso fazer silêncio e ficar atento. Exatamente o contrário do que muitas vezes fazemos nessas épocas.

    Os presentes e a festa fazem parte de tudo isso. É um tempo de verdadeira alegria, mas que precisa ser entendida, para não perder o foco. Os reis magos trouxeram presentes para o menino Jesus. Presentes valiosos inclusive, ouro, incenso e mirra. Mas o fizeram sabendo porque o faziam. Tinham encontrado Jesus e essa era a alegria de cada um deles.

    Mas realmente não importa se não podemos comprar nada nessa época. Existe uma música que é muito bonita, a canção do pequeno tamborileiro, que conta a história de um garotinho que havia encontrado a Jesus que tinha acabado de nascer em Belém, mas como era muito pobre, só podia tocar para Ele o seu velho tambor.

    gesu-bambino

    Muitos pensariam talvez que esse não é um presente digno de Deus, mas conta a música que quando Ele ouviu o toque do tambor, sorriu para o pequeno tamborileiro. Pensemos se com as nossas atitudes nesse Natal, estamos fazendo, nós também, com que Jesus sorria ou não.

    Publicado em A12 Redação.

    Da Anunciação do Anjo Gabriel ao Natal do Menino Jesus

    Esta oração pode ser rezada diariamente, durante 9 meses: de 25 de março até 25 de dezembro, ou seja, da Anunciação até o Natal do Senhor

    Ó Maria, virgem Imaculada, Porta do Céu e causa da Nossa Alegria, respondendo com generosidade ao Anúncio do Arcanjo São Gabriel, Vós pudestes dar curso ao plano de Deus para nossa salvação.

    Vós fostes, pela Providência Santíssima desde toda a eternidade, constituída morada digna do Filho de Deus Encarnado. Pelo vosso “sim” e fidelidade ao Pai celeste, o Espírito Santo teceu em vosso ventre Jesus, nosso Senhor e Salvador.

    Eis que desejando que o Filho de Deus que quis nascer em Vós, nasça também em meu coração e conceda-me o perdão de meus pecados, prostro-me aos vossos pés e vos imploro, com todo o fervor de minha alma, que vos digneis alcançar-me, do vosso Filho, a graça que tanto necessito… (colocar a graça).

    Ouvi minha súplica, ó Virgem Santíssima, Vós que, perante o trono da Graça, sois a “Onipotência Suplicante”, enquanto vou meditando, com reverência e filial afeto, todos os momentos de dor e de alegria, de desolação e de providência, que vos acompanharam em vossa bendita e singular Gestação, na qual trouxestes em vosso ventre por nove meses o Filho do Deus Altíssimo. Amém.

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    Publicado em Pais e catequistas blog.cancaonova.com/paisecatequistas

    Novena de Natal – A espera do Senhor

    Começa hoje, 16 de dezembro, a Novena de Natal e a contagem regressiva para celebrar o nascimento de Jesus Cristo. Estes nove dias podem ser vividos intensamente em família, no trabalho, com a comunidade, o grupo da Igreja, e tantas outras pessoas.

    Recomenda-se rezar à Virgem, a São José e ao Menino Jesus, refletindo e meditando sobre a vinda do Salvador.

    1. Oração inicial

    Deus benigno de infinita caridade que nos amastes tanto e que nos destes em vosso Filho a melhor oferta de vosso amor, para que, encarnado e feito nosso irmão no seio da Virgem, nascesse em um presépio para nossa saúde e remédio; vos damos graças por tão imenso benefício. De volta vos oferecemos, Senhor, o esforço sincero para fazer deste vosso mundo e nosso, um mundo mais justo, mais fiel ao grande mandamento de nos amarmos como irmãos. Conceda-nos, Senhor, vossa ajuda para poder realizá-lo. Pedimo-Vos que este Natal, festa de paz e alegria, seja para nossa comunidade um estímulo a fim de que, vivendo como irmãos, procuremos mais e mais os caminhos da verdade, da justiça, do amor e da paz. Amém.

    (Rezar um Pai Nosso)

    2. Oração para a família

    Senhor, fazei de nosso lar um lugar de Vosso amor. Que não haja injúria porque nos dais compreensão. Que não haja amargura porque nos abençoais. Que não haja egoísmo porque nos alentais. Que não haja rancor porque nos dais o perdão. Que não haja abandono porque estais conosco. Que saibamos caminhar até vós em nosso viver cotidiano. Que cada manhã amanheça mais um dia de entrega e sacrifício. Que cada noite nos encontre com mais amor. Fazei Senhor com nossas vidas, que quisestes unir, uma página cheia de vós. Fazei, Senhor, de nossos filhos o que desejardes, ajudai-nos a educá-los, orientá-los pelo vosso caminho. Que nos esforcemos no apoio mútuo. Que façamos do amor um motivo para amar-vos mais. Que quando amanhecer o grande dia de ir a seu encontro conceda nos encontrarmos unidos para sempre em vós. Amém.

    3. Oração à Virgem

    Soberana Maria, te pedimos por todas as famílias de nosso país; faz com que cada lar de nossa pátria e do mundo seja fonte de compreensão, de ternura, de verdadeira vida familiar. Que estas festas de Natal, que nos reúnem ao redor do presépio onde nasceu teu Filho, nos unam também no amor, que nos façam esquecer as ofensas e nos deem simplicidade para reconhecer os enganos que tenhamos cometido. Mãe de Deus e Nossa Mãe, intercedei por nós. Amém.

    4. Oração a São José

    Santíssimo São José, esposo de Maria e pai adotivo do Senhor, foste escolhido para fazer as vezes de pai no lar de Nazaré. Ajudai os pais de família; que eles sejam sempre no lar a imagem do pai celestial, a teu exemplo; que cumpram a grande responsabilidade de educar e formar seus filhos, entregando-lhes, com um esforço contínuo, o melhor de si mesmos. Ajudai os filhos a entender e apreciar o abnegado esforço de seus pais. São José, modelo de marido e pai, intercedei por nós. Amém.

    (Rezar um Pai Nosso)

    5. Meditações

    1ª Dia – 16 de dezembro

    Vamos avaliar nossos valores de modo que o Natal seja o que deve ser: uma festa dedicada à RECONCILIAÇÃO. Dedicada ao perdão generoso e compreensivo que aprenderemos com um Deus compassivo. Com o perdão do Espírito Santo podemos nos reconciliar com Deus e com os irmãos e andar em uma vida nova.

    É a boa notícia que São Paulo exclamou em suas cartas, tal como lemos em sua epístola aos Romanos 5, 1-11.

    Viver o Natal é apagar as ofensas se alguém nos ofendeu e é pedir perdão se tivermos ofendido a outros. Assim, do perdão nasce a harmonia e construímos essa paz que os anjos anunciam em Belém: paz na terra aos homens que amam ao Senhor e se amam entre si. Os seres humanos podem nos ofender com o ódio ou podemos ser felizes em um amor que reconcilia. E essa boa missão é para cada um de nós: ser agentes de reconciliação e não de discórdia, ser instrumento de paz e semeadores de irmandade.

    2º Dia – 17 de dezembro

    O segundo dia é dedicado à COMPREENSÃO. Compreensão é uma nota distintiva de todo verdadeiro amor. Podemos dizer que a encarnação de um Deus que se faz homem pode ler-se em chave desse grande valor chamado compreensão. É um Deus que fica em nosso lugar, que rompe as distâncias e compartilha nossos afãs e nossas alegrias. É graças a esse amor compreensivo de um Deus pai que somos filhos de Deus e irmãos entre nós. Deus, como afirma São João, nos mostra a grandeza de seu amor e nos chama a viver como filhos dele.

    Ler a primeira carta de João 3, 1-10.

    Se de verdade atuarmos como filhos de Deus não imitamos Caim, mas “dermos a vida pelos irmãos” (3, 16). Com um amor compreensivo, somos capazes de ver as razões dos outros e ser tolerantes com suas falhas. Se o Natal nos tornar compreensivos será um excelente Natal. Feliz Natal é aprender a nos colocarmos no lugar dos demais.

    3º Dia – 18 de dezembro

    O terceiro dia é dedicado ao RESPEITO. Uma qualidade do amor que nos move a aceitar os outros tal como são. Graças ao respeito valorizamos a grande dignidade de toda pessoa humana feita à imagem e semelhança de Deus, embora essa pessoa esteja errada. O respeito é fonte de harmonia porque nos anima a valorizar as diferenças, como o faz um pintor com as cores ou um músico com as notas ou ritmos. Um amor respeitoso nos impede de julgar os outros, manipulá-los ou querer moldá-los a nosso modo.

    Sempre que penso no respeito vejo Jesus conversando amavelmente com a mulher samaritana, tal como o narra São João no capítulo quarto de seu evangelho. É um diálogo sem recriminações, sem condenações e no qual brilha a luz de uma delicada tolerância. Jesus não aprova que a mulher não conviva com seu marido, mas em vez de julgá-la, a felicita por sua sinceridade. Atua como bom pastor e nos ensina a ser respeitosos se de verdade queremos nos entender com os demais.

    4º Dia – 19 de dezembro

    O quarto dia é dedicado à SINCERIDADE. Uma qualidade sem a qual o amor não pode subsistir, já que não há amor onde há mentira. Amar é andar na verdade, sem máscaras, sem o peso da hipocrisia e com a força de integridade.

    Só na verdade somos livres como anunciou Jesus Cristo: João 8, 32. Só sobre a rocha firme da verdade pode se sustentar uma relação nas crises e nos problemas. Com a sinceridade ganhamos a confiança e com a confiança chegamos ao entendimento e à unidade. O amor ensina a não agir como os egoístas e os soberbos que acreditam que sua verdade é a verdade.

    Se o Natal nos aproximar da verdade é um bom Natal, é uma festa em que acolhemos Jesus como luz verdadeira que vem a este mundo: João 1, 9. Luz verdadeira que nos afasta das trevas nos move a aceitar Deus como caminho, verdade e vida. Que nosso amor esteja sempre iluminado pela verdade, de modo que esteja também favorecido pela confiança.

    5º Dia – 20 de dezembro

    O quinto dia é dedicado ao DIÁLOGO. Toda a Bíblia é um diálogo amoroso e salvífico de Deus com os homens. Um diálogo que leva a seu cume e sua plenitude quando a Palavra de Deus que é Seu Filho, se faz carne, se faz homem, tal como narra São João no primeiro capítulo de seu evangelho. De Deus apoiado na sinceridade, assegurado no respeito e enriquecido pela compreensão, é o que necessitamos em todas nossas relações. Um diálogo em que diariamente “nos revestimos de misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência”. Colossenses 3, 12.

    O diálogo sereno que brota de um sincero amor e de uma alma em paz é o melhor presente que podemos nos dar em dezembro. Assim evitamos que nossa casa seja lugar vazio de afeto onde andamos dispersos como estranhos sob o mesmo teto. Deus concede a todos o dom de nos comunicar sem ofensas, sem julgamentos, sem altivez, e sim com apreço que gera acolhida e aceitação mútua.

    6º Dia – 21 de dezembro

    O Sexto dia é para valorizar a SIMPLICIDADE. Simplicidade que é a virtude das almas grandes e das pessoas nobres. Simplicidade que foi o adorno de Maria de Nazaré tal como ela mesma o proclama em seu canto de Magnificat. “Meu espírito se alegra em Deus meu Salvador porque olhou a humildade de sua serva” (Lucas 1, 47-48).

    Natal é uma boa época para desterrar o orgulho e tomar consciência de tantos males que conduzem a soberba. Nenhuma virtude nos aproxima tanto dos demais como a simplicidade e nenhum defeito nos afasta tanto como a arrogância. O amor só reina nos corações humildes, capazes de reconhecer suas limitações e de perdoar sua altivez. É graças à humildade que agimos com delicadeza, sem nos crer mais do que ninguém, imitando a simplicidade de um Deus que “se despojou de si mesmo e tomou a condição de servo” (Filipenses 2, 6-11).

    Crescer em simplicidade é um admirável presente para nossas relações. Recordemos que nesta pequenez há verdadeira grandeza, e que o orgulho acaba com o amor.

    7º Dia – 22 de dezembro

    Sétimo dia é para crescer em GENEROSIDADE. É a capacidade de dar com desinteresse onde o amor ganha a corrida do egoísmo. É na entrega generosa de nós mesmos que se mostra a profundidade de um amor que não se esgota nas palavras. E isso é o que celebramos no Natal: o gesto sem igual de um Deus que dá a si mesmo. Isso São Paulo destaca: “soberba também na generosidade… pois conheceis a generosidade de Nosso Senhor Jesus Cristo o qual sendo rico, por vós se fez pobre para que vos enriquecêsseis com sua pobreza”. É uma passagem bíblica em que o apóstolo convida aos Coríntios a compartilhar seus bens com os necessitados (2Cor 8, 7-15).

    Sabemos amar quando sabemos compartilhar, sabemos amar quando damos o melhor de nós mesmos em lugar de dar apenas coisas. Tomemos, pois, a melhor decisão: dar carinho, afeto, ternura e perdão; dar tempo e dar alegria e esperança. São os presentes que mais valem e não custam dinheiro. Demos amor, como dizia São João da Cruz: onde não há amor coloques amor, e tirarás amor.

    8º Dia – 23 de dezembro

    Oitavo dia é para assegurar a FÉ. Uma fé que é firme quando nasce de uma relação amistosa com o Senhor. Uma fé que é autêntica se está confirmada com as boas obras, de modo que a religião não seja apenas de rezas, ritos e tradições. Precisamos cultivar a fé com a Bíblia, a oração e a prática religiosa porque a fé é nosso melhor apoio na crise. Necessitamos de uma fé grande em nós mesmo, em Deus e nos demais. Uma fé sem vacilações como queria Jesus: Marcos 11, 23. Uma fé que ilumina o amor com a força da confiança, já que “o amor em tudo crê” (1Cor 13, 7).

    A FÉ é a força da vida e sem ela andamos à deriva. De fato, aquele que perdeu a fé, já não tem mais nada a perder. Que bom que cuidamos de nossa fé como se cuida de um tesouro! Que bom que nos possam saudar como à Virgem: “Feliz és tu que acreditaste” (Lc 1, 45).

    9º Dia – 24 de dezembro

    Nono dia é para avivar a ESPERANÇA e o AMOR. O amor e a esperança sempre vão de mãos dadas com a fé. Por isso, em seu hino ao amor, São Paulo nos mostra que o amor crê sem limites e espera sem limites (1Cor 13, 7). Uma fé viva, um amor sem limites e uma esperança firme são o incenso, o ouro e a mirra que nos dão ânimo para viver e coragem para não cair.

    É graças ao amor que sonhamos com altos ideais e é graças à esperança que os alcançamos. O amor e a esperança são as asas que nos elevam à grandeza, apesar dos obstáculos e das insipidezes. Se amarmos Deus, amamos nós mesmos e amamos os outros, podemos obter o que sugere São Pedro em sua primeira carta: “Estejam sempre dispostos a dar razão de sua esperança. Com doçura, respeito e com uma boa consciência” (3, 15-16). Se acendermos a chama da esperança e o fogo do amor, sua luz radiante brilhará no novo ano depois que se apaguem as luzes do Natal.

    6. Oração ao Menino Deus:

    Senhor, Natal é a lembrança de teu nascimento entre nós, é a presença de teu amor em nossa família e em nossa sociedade. Natal é certeza de que o Deus do céu e da terra é nosso Pai, que tu, Divino Menino, é nosso irmão. Que esta reunião junto a teu presépio nos aumente a fé em sua bondade, comprometa-nos a viver verdadeiramente como irmãos, nos dê valor para matar o ódio e semear a justiça e a paz. Ó Divino Menino, ensina-nos a compreender que onde há amor e justiça, ali estas tu e ali também é Natal. Amém.

    (Rezar um Glória ao Pai)

    7. Gozos

    Meu doce Jesus, meu menino adorado! Vem a nossas almas! Vem, não demores tanto!

    – Ó sapiência suma de Deus soberano que ao nível de um menino te rebaixaste. Ó Divino infante, vem para nos ensinar a prudência que faz verdadeiros sábios.

    Meu doce Jesus, meu menino adorado! Vem a nossas almas! Vem, não demores tanto!

    – Menino do presépio nosso Deus e irmão, tu sabes e entendes da dor humana; que quando sofrermos dores e angústias sempre lembremos que tu nos salvaste.

    Meu doce Jesus, meu menino adorado! Vem a nossas almas! Vem, não demores tanto!

    – Ó luz do oriente, sol de eternos raios que entre as trevas seu esplendor vejamos, Menino tão precioso, sorte do cristão, ilumina o sorriso de seus doces lábios.

    Meu doce Jesus, meu menino adorado! Vem a nossas almas! Vem, não demores tanto!

    – Rei das nações, ilustre Emanuel, de Israel pastor. Menino que apascenta com suave cajado a ovelha arisca ou o cordeiro manso.

    Meu doce Jesus, meu menino adorado! Vem a nossas almas! Vem, não demores tanto!

    – Abram-se os céus e chova do alto o bom orvalho, como santa irrigação. Venha belo menino, venha Deus encarnado; brilha bela estrela, brota a flor do campo.

    Meu doce Jesus, meu menino adorado! Vem a nossas almas! Vem, não demores tanto!

    – Tu te fizeste Menino em uma família cheia de ternura e calor humano. Que vivam os lares aqui congregados o grande compromisso do amor cristão.

    Meu doce Jesus, meu menino adorado! Vem a nossas almas! Vem, não demores tanto!

    – Do fraco és auxílio, do enfermo és amparo, consolo és do triste, luz do desterrado. Vida de minha vida, meu sonho adorado, meu constante amigo, meu divino irmão.

    Meu doce Jesus, meu menino adorado! Vem a nossas almas! Vem, não demores tanto!

    – Vem diante de meus olhos por ti enamorados, ora beije teus pés, ora beije tuas mãos. Prosternado em terra, te estendo os braços e, mais do que minhas frases, te diz meu pranto.

    Meu doce Jesus, meu menino adorado! Vem a nossas almas! Vem, não demores tanto!

    – Faz de nossa pátria uma grande família; semeia em nosso chão teu amor e tua paz, nos dê fé na vida, nos dê esperança e um sincero amor que nos una mais.

    Meu doce Jesus, meu menino adorado! Vem a nossas almas! Vem, não demores tanto!

    – Vem nosso Salvador, por quem suspiramos! Vem às nossas almas, vem, não demores tanto!

    Publicado em Paróquia Nossa Senhora das Dores – Odessa SP.

    Natal, o mistério da encarnação

    Bastam as primeiras estrofes do canto natalino mais popular na Itália desde o século XVIII até nossos dias, composto por Santo Afonso Maria de Ligório, para percebermos o mistério da encarnação como alicerce da espiritualidade.

    Neste mês de dezembro sinta-se convidado, a olhar para a manjedoura, para a humildade e fragilidade da criança que, entre palhas, demonstra a loucura do Amor de Deus em busca do coração do homem.

    Santo Afonso deixou uma herança para os seus filhos e eles a conservam e transmitem: Diante da Manjedoura ficamos estupefatos por causa do mistério de amor. Esse espanto logo se torna encanto e em seguida leva à paixão. Esse olhar, essa contemplação, essa percepção de uma realidade amorosa, contagia a todos.

    A Espiritualidade da Manjedoura é, na verdade, um grande convite: Não perceber na vida um outro sentido senão fazer de tudo para corresponder tamanho amor. O mistério da encarnação de Jesus é o início de um caminho concreto, palpável, inserido na história humana, iniciado por Deus para entrar em comunhão de amor com o ser humano.

    O despojamento do Cristo, tomando a condição de servo (Fl 2,7), quer nos ajudar a celebrar bem o natal. A herança alfonsiana pode ajudar a todos num mundo onde, influenciados por tantas ideias e realidades, os homens e mulheres nem sempre percebem a grandeza do amor de Deus expressa na encarnação do Verbo Eterno que, tomando nossa condição, faz-se pobre, necessitado da atenção e do carinho humano. Deus se assemelha a nós, torna-se impotente em tudo, exceto na capacidade de amar.

    Na criança da manjedoura está a manifestação plena do Amor Divino pela humanidade e, ao mesmo tempo, a expressão do amor humano por Deus. Eis a Copiosa Redenção acontecendo desde o primeiro instante: o Sim de Deus se encontra com o Sim do homem.

    O Presépio (a manjedoura) juntamente com a Cruz e o Santíssimo Sacramento revelam o aniquilamento (Kénosis) de Cristo que começou na encarnação e não termina jamais, porque continua em cada Eucaristia.

    Celebremos o Natal. Celebremos a Encarnação.

    Santo Afonso, numa outra canção, convida-nos a contemplar uma singular realidade, a beleza de Maria, a Mãe cuidando do seu filho, o Menino Deus:

    Calaram os céus A sua harmonia Enquanto Maria Ninava Jesus. (…)Calaram os céus A sua harmonia Enquanto Maria Ninava Jesus. (…)

    Calou-se e em seu peito Cingindo o Menino, No rosto divino Um beijo lhe deu”.

    Pe. Luiz Cláudio Alvez de Macedo, C. SS. R.
    Fonte: Revista de Aparecida

    Publicado em Catequese Católica.

    Imagem: Wikipédia.

    Palavra de Vida: “Tende coragem! Eu venci o mundo.” (João 16,33).

    Com essas palavras concluem-se os discursos de despedida dirigidos por Jesus aos discípulos na sua última ceia, antes de morrer. Foi um diálogo denso, em que revelou a realidade mais profunda do seu relacionamento com o Pai e da missão que este lhe confiou.

    Jesus está prestes a deixar a terra e voltar ao Pai, enquanto que os discípulos permanecerão no mundo para continuar a sua obra. Também eles, como Jesus, serão odiados, perseguidos, até mesmo mortos (cf. Jo 15,18.20; 16,2). Sua missão será difícil, como foi a Dele: “No mundo tereis aflições”, como acabara de dizer (16,33).

    Jesus fala aos apóstolos, reunidos ao seu redor para aquela última ceia, mas tem diante de si todas as gerações de discípulos que haveriam de segui-lo, inclusive nós.

    É a pura verdade: entre as alegrias esparsas no nosso caminho não faltam as “aflições”: a incerteza do futuro, a precariedade do trabalho, a pobreza e as doenças, os sofrimentos causados pelas calamidades naturais e pelas guerras, a violência disseminada em casa e entre os povos. E existem ainda as aflições ligadas ao fato de alguém ser cristão: a luta diária para manter-se coerente com o Evangelho, a sensação de impotência diante de uma sociedade que parece indiferente à mensagem de Deus, a zombaria, o desprezo, quando não a perseguição aberta, por parte de quem não entende a Igreja ou a ela se opõe.

    Jesus conhece as aflições, pois viveu-as em primeira pessoa. Mas diz:

    “Tende coragem! Eu venci o mundo.” 

    Essa afirmação, tão decidida e convicta, parece uma contradição. Como Jesus pode afirmar que venceu o mundo, quando pouco depois é preso, flagelado, condenado, morto da maneira mais cruel e vergonhosa? Mais do que ter vencido, Ele parece ter sido traído, rejeitado, reduzido a nada e, portanto, ter sido clamorosamente derrotado.

    Em que consiste a sua vitória? Com certeza é na ressurreição: a morte não pode mantê-lo cativo. E a sua vitória é tão potente, que faz com que também nós participemos dela: Ele torna-se presente entre nós e nos leva consigo à vida plena, à nova criação.

    Mas antes disso ainda, a sua vitória consistiu no ato de amar com aquele amor maior, de dar a vida por nós. É aí, na derrota, que Ele triunfa plenamente. Penetrando em cada canto da morte, libertou-nos de tudo o que nos oprime e transformou tudo o que temos de negativo, de escuridão e de dor, em um encontro com Ele, Deus, Amor, plenitude.

    Cada vez que Paulo pensava na vitória de Jesus, parecia enlouquecer de alegria. Se é verdade, como ele dizia, que Jesus enfrentou todas as contrariedades, até a adversidade extrema da morte e as venceu, também é verdade que nós, com Ele e Nele, podemos vencer todo tipo de dificuldade. Mais ainda, graças ao seu amor somos “mais que vencedores”: “Tenho certeza de que nem a morte, nem a vida […], nem outra criatura qualquer será capaz de nos separar do amor de Deus, que está no Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8,37; cf. 1Cor 15,57).

    Então compreende-se o convite de Jesus a não ter medo de mais nada:

    “Tende coragem! Eu venci o mundo.”

    Essa frase de Jesus poderá nos infundir confiança e esperança. Por mais duras e difíceis que possam ser as circunstâncias em que nos encontramos, elas já foram vividas e superadas por Jesus.

    É verdade que não temos a sua força interior, mas temos a presença Dele mesmo, que vive e luta conosco. “Se tu venceste o mundo” – diremos a Ele nas dificuldades, provações, tentações – “saberás vencer também esta minha ‘aflição’. Para mim, para todos nós, ela parece um obstáculo intransponível. Temos a impressão de não dar conta. Mas com tua presença entre nós encontraremos a coragem e a força, até chegarmos a ser ‘mais que vencedores’”.

    Não é uma visão triunfalista da vida cristã, como se tudo fosse fácil e coisa já resolvida. Jesus é vitorioso justamente no drama do sofrimento, da injustiça, do abandono e da morte. A sua vitória é a de quem enfrenta a dor por amor, de quem acredita na vida após a morte.

    Talvez também nós, como Jesus e como os mártires, tenhamos de esperar o Céu para ver a plena vitória sobre o mal. Muitas vezes temos receio de falar do Paraíso, como se esse pensamento fosse uma droga para não enfrentar com coragem as dificuldades, uma anestesia para suavizar os sofrimentos, uma desculpa para não lutar contra as injustiças. Ao contrário, a esperança do Céu e a fé na ressurreição são um poderoso impulso para enfrentar qualquer adversidade, para sustentar os outros nas provações, para acreditar que a palavra final é a do amor que venceu o ódio, da vida que derrotou a morte.

    Portanto, em qualquer dificuldade, seja ela pessoal ou de outros, renovemos a confiança em Jesus, presente em nós e entre nós: Ele venceu o mundo e nos torna participantes da sua própria vitória, Ele nos escancara o Paraíso, para onde foi preparar-nos um lugar. Desse modo encontraremos a coragem para enfrentar toda provação. Seremos capazes de superar tudo, Naquele que nos dá a força.

    Fabio Ciardi 

    _____________________________

    Movimento dos Focolares/Brasil.

    Publicado em I. Católica.

    Solenidade da Epifania do Senhor

    Epifania significa a “manifestação de Deus”, ou seja, o dia em que Deus revelou o seu Filho para o mundo e se manifestou universalmente na figura de um menino.

    Cardeal Orani João Tempesta, O. Cist. Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

    Celebramos neste domingo, dia 2 de janeiro, a Solenidade da Epifania do Senhor, transferida do dia 6 e agora celebrada no domingo entre 2 a 8 de janeiro. Esse ano é logo no dia 2, após a solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, devido ao calendário civil. No outro domingo, dia 9 de janeiro, já celebraremos a Festa do Batismo do Senhor, encerrando o tempo do Natal.

    Epifania significa a “manifestação de Deus”, ou seja, o dia em que Deus revelou o seu Filho para o mundo e se manifestou universalmente na figura de um menino. A Palavra de Deus se fez carne e habitou entre nós e, por meio do nascimento de um menino, a humanidade é chamada a viver o amor.

    A Solenidade da Epifania remonta ao dia em que os três reis magos, guiados pela estrela, chegam a Belém e adoram o menino Deus. O nome dos três reis magos são Baltazar, Melchior e Gaspar. Hoje, cada um de nós é convidado a ir ao presépio e adorar o menino Deus e oferecer-Lhe os nossos presentes. O maior presente que poderemos oferecer ao menino Deus é o nosso coração.

    Os magos oferecem ao Menino Jesus ouro, incenso e mirra. Eles ofereceram os seus próprios dons que traziam consigo, da mesma forma nós hoje somos convidados a oferecer os nossos dons ao Senhor. Os dons que ofereceremos ao Senhor nessa Eucaristia não são mais o ouro, o incenso e a mirra, mas o dom da fé diante do corpo e sangue do Senhor que nos é oferecido na Eucaristia.

    A primeira leitura da missa de hoje é do livro do profeta Isaías (Is 60, 1 – 6). O profeta pede para o povo levantar-se e acender as luzes, pois a luz chegou. O profeta Isaías, anos antes do nascimento de Jesus, prevê o que aconteceria com o nascimento de Jesus, a luz iluminaria as trevas e aqueles que andavam sob a sombra do pecado, encontrariam a luz. O profeta prevê a manifestação de Deus sobre Israel e sobre o mundo. E, ainda, que tempos de paz surgiriam com o nascimento de Jesus. Nós hoje da mesma forma devemos nos alegrar com essa luz que vem do Senhor.

    O salmo responsorial é o 71 (72). Deus se manifesta a todos os povos e todos os povos devem adora-Lo. Deus quis manifestar-se a todas as nações, Ele não quis revelar-se a apenas uma nação, por isso, todos os povos devem buscar N’Ele a salvação.

    A segunda leitura é da Carta de São Paulo aos Efésios (Ef 3, 2-3a. 5-6). O apóstolo revela que a salvação de Deus é para todos e para todos aqueles que de coração sincero se abrissem ao arrependimento. Deus concede ao apóstolo a missão de levar adiante a mensagem do Evangelho da salvação e que a salvação não é somente para Israel, mas para todos os povos do mundo.

    O Evangelho é de São Mateus (Mt 2, 1-12). Mateus relata como os três reis magos buscaram informações a respeito do nascimento de Jesus, a partir do momento em que viram brilhar a estrela no céu. Foram até Jerusalém ter com Herodes e perguntaram se ali que deveria nascer o “Rei dos Judeus”. Herodes fica nervoso, pois achava que somente ele deveria ser o Rei de Israel e, evidentemente, não entende que o reinado de Jesus não era de maneira alguma igual ao dele.

    Herodes se reúne com os sumos sacerdotes e mestres da Lei e começam a pesquisar onde deveria nascer o “rei dos Judeus”. Eles chegam à conclusão que seria em Belém de Judá. Herodes procura saber dos Magos quando a estrela apareceu e os envia a Belém para que depois eles lhes trouxessem informações a respeito do nascimento do menino. Mas os magos foram avisados em sonho para não voltarem a Herodes, pois ele tinha a intenção de matar o menino Jesus, pois estava com raiva.

    Os magos chegam ao local onde se encontrava o menino com Maria e José e se prostram diante dele e o adoram. Os magos lhe oferecem presentes: ouro, incenso e mirra. O ouro por causa da realeza do Menino Jesus, o incenso devido a sua divindade e a mirra devido a sua humanidade, pois além de Deus, ele era Humano. E a mirra seria o mesmo óleo que Jesus seria ungido após a sua morte. Os magos oferecem ao menino Jesus tudo aquilo que eles tinham de mais sagrado, de mais valioso.

    Podemos nos perguntar: o que eu ofereço ao Senhor? Que presente eu trago para dar a ele? Com certeza não é mais ouro, incenso ou mirra, mas poderemos oferecer a ele o presente mais valioso que é a nossa vida. Dedicarmos tempo ao Senhor, colocá-lo em primeiro lugar e não em segundo plano. E viver uma vida longe do pecado.

    Participemos com alegria da missa da Solenidade da Epifania do Senhor, dentro, ainda, do tempo do Natal. Olhemos para o presépio e adoremos o menino Deus que acabara de nascer. Que Ele se manifeste a cada um de nós e à humanidade inteira, revelando o plano de amor para todos os povos.

    Que a Virgem Maria interceda por nós em nossa caminhada e ela nos ajude a conservarmos e guardar tudo em nosso coração.

    Publicado em vaticannews.va.

    Imagem: Gaudium PressEpifania: um convite a sermos gratos ao Senhor (02.01.2022)

    O nascimento de Jesus é o grande motivo da nossa alegria!

    Queridos paroquianos,

    Na mensagem de Natal deste ano quis unir e partilhar com vocês três breves pensamentos de autores diferentes: do doutor da Igreja São Leão Magno, do padre espanhol Fernández Carvajal e do teólogo suíço Hans Urs von Balthasar.

                Certamente os festejos natalinos deste ano serão  diferentes de todos os que a nossa geração já vivenciou até agora. Se ficarmos limitados aos acontecimentos sociais, culturais e da área da saúde, talvez  não encontremos motivos para nos alegrar e festejar. Praticamente desde o início deste ano, o medo e a preocupação causados pelo covid-19, vêm tomando conta da nossa forma de viver. Mas, espiritualmente somos convidados a encontrar em Jesus, no Menino-Deus, a alegria e a esperança para a nossa vida. Assim escreveu São Leão Magno: “Não pode haver tristeza quando nasce a Vida. Dissipando o temor na morte, enche-nos de alegria com a promessa da eternidade. Ninguém está excluído da participação nessa felicidade”. Não pode existir tristeza no dia do nascimento da Alegria! Sim, Jesus é a nossa Alegria, motivo primeiro e ápice de toda a nossa existência. No dia em que Deus veio nos visitar, e morar entre nós, temos que acolher jubilosos em nosso coração o belíssimo anúncio do anjo, na ocasião para os pastores e hoje para todos nós: “Não temais, eis que vos anuncio uma Boa-Nova que será alegria para todo o povo: hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor” (Lc 2, 10-11).

    O texto bíblico relata que após o anuncia do anjo, os pastores foram à Belém procurar o Menino Jesus. Assim como eles, nós devemos procurá-lo e encontrá-lo, não apenas na noite de Natal, mas em todos os dias. O padre Fernández Carvajal, ao escrever uma homilia natalina, destacou: “Se Deus se fez homem e me ama, como não procura-lo? Como perder a esperança de encontrá-lo, se é Ele que me procura?” Foi Jesus, o Emanuel, que desceu do céu para vir ao nosso encontro. A iniciativa foi d’Ele! Isso é uma demonstração claríssima do seu amor benevolente por nós. Este encontro de Deus com a nossa fragilidade humana, nos enche de profunda esperança. Quando contemplamos o seu nascimento não temos dúvidas do quanto Ele nos ama. E ao contemplarmos este amor, só nos resta retribuí-lo com amor e com gratidão. Gratidão por mais um Natal que estamos celebrando, por mais um ano que estamos concluindo, mesmo que tenhamos passado por alguns contratempos. Não esqueçamos que a doce presença do Menino de Belém tem nos acompanhado até agora, e nos acompanhará por todo o sempre. Entendamos uma coisa, Ele veio nos procurar para que encontrados por Ele encontremos o único motivo que nos dá  sentido de viver para além das circunstâncias adversas que estamos passando. E que o nosso encontro com Ele seja feito, não somente na noite de Natal, mas em todos os dias deste Novo Ano.

    Na dinâmica cotidiana do encontro de Jesus com cada um de nós, o teólogo Von Balthasar, ressalta que: “Com o nascimento de Jesus, se iniciou para nós uma história de amor onde Deus é o roteirista, o Espírito Santo é o diretor, Jesus é o ator principal e nós somos os coadjuvantes”. Ou seja, com o Natal passamos a participar de uma belíssima história de amor onde a Trindade e cada um de nós tem um papel importantíssimo a desempenhar. Deus é o roteirista, é Ele quem escreve a nossa história. O Espírito Santo é o diretor, é Ele quem dirige e guia nossa vida. Jesus é o protagonista, é o ator principal com quem contracenamos. Somos os coadjuvantes! Sendo assim, para que esta história tenha um desfecho feliz, precisamos aceitar o roteiro que Deus escreveu para nós, precisamos nos deixar guiar pelo o Espírito Santo em todos os momentos e precisamos contracenar com Jesus. Ele é o protagonista, Ele é o centro de tudo! Temos que estar com Ele o tempo todo, em todas as cenas da nossa vida, nos momentos de dor e de alegria, de enfermidade e de saúde, de perdas e ganhos.

    Queridos paroquianos, o Natal é este momento onde Jesus, a nossa Alegria, o Protagonista da nossa vida, mais uma vez quis, por iniciativa própria, vir conviver conosco e nos salvar.  É Natal! Não estamos sozinhos! O Emanoel, o Deus-conosco, está entre nós.  Ele nasceu para dissipar as nossas dores, doenças, medos e morte. Celebremos este grande acontecimento ao lado da Virgem Maria e de São José. Que eles intercedam por nós. Por todos os nossos familiares e amigos que são os presentes mais preciosos que o Senhor nos concedeu.

    Meu afetuoso abraço a todos vocês, queridos paroquianos e filhos espirituais. Contem sempre com as minhas orações e rezem por mim também.

    Um feliz e santo Natal para todos!

    Um ano novo preenchido da presença de Jesus!

    Padre e amigo Antônio José (Pascom Sje).

    Publicado em Paróquia São João Evangelista.

    Um cordel sobre o presépio

    O agente da Pastoral Familiar Gerardo Carvalho Frota, da paróquia de Nazaré, na arquidiocese de Fortaleza (CE), enviou para o Portal Vida e Família um cordel sobre o presépio, com o título Presépio: Sinal do Natal Cristão.

    Também conhecido por Pardal, Gerardo é professor, jornalista e poeta cordelista. Sua composição foi feita após a última reunião da Pastoral Familiar, na qual o padre diretor espiritual fez uma explanação sobre os personagens do presépio.

    Confira:

    PRESÉPIO: SINAL DO NATAL CRISTÃO

    Foi na cidade de Creccio (*)
    Que Francisco viu uma gruta
    O Santo achou parecida
    Com a manjedoura impoluta
    Que o menino-Deus nasceu.
    Nesta hora apareceu
    Uma ideia resoluta:

    São Francisco quis fazer
    Ao vivo o acontecimento
    Do Natal ali na gruta
    Pro nosso contentamento.
    Conta pra João Velita
    Que achou a ideia bonita
    E ajudou no grande intento!

    Veja o que Francisco fez
    Como ele preparou
    Naquela gruta o PRESÉPIO
    Um burrinho e um boi e levou.
    Encheu a concha de feno
    Nela de um Jesus pequeno
    Uma imagem colocou.
    ____________________
    (*) Cidade italiana na região de Lazio

    Camponeses e pastores
    Dos vales das regiões
    Se aproximaram da gruta
    Cantando bela canções.
    Vinham com fachos de luz
    Era o Natal de Jesus
    Alegrando os corações!

    À meia noite uma missa
    Na gruta então foi rezada.
    Os frades vinham de longe
    De região afastada
    E ao redor do grande altar
    Todos ali a coroar
    Uma festa inusitada.

    Logo depois do evangelho
    O santo a todos pregava
    Discorreu sobre o mistério
    Que Deus nos proporcionava.
    Era tão grande a alegria
    Que até os lábios lambia
    Quando de Jesus falava!

    Ao pronunciar “Belém”
    A sua voz parecia
    Com a de um anjo de paz
    Pois o que ali acontecia
    Neste verso verbalizo:
    “A noite no paraíso”
    Por tão perfeita alegria!

    Depois de contada a história
    De como o Santo de Assis
    Teve a ideia do presépio
    Como uma força motriz.
    Veja agora os personagens
    Do PRESÉPIO e suas mensagens
    Pra tornar um Natal Feliz.

    O primeiro personagem
    Foi o ANJO anunciador
    O famoso GABRIEL
    Vindo de Nosso Senhor
    Para dizer à MARIA
    A grande Graça e alegria
    De gestar o SALVADOR!

    Maria sem entender nada
    Quando ouviu a saudação
    Do anjo que lhe abordava
    Estremeceu o coração.
    Com a divina sapiência
    Ela mostrou obediência
    Disse SIM como opção…

    Depois vemos São José
    Que foi o pai adotivo
    De Jesus Menino-Deus
    Que num momento furtivo
    Achou que tinha certeza
    De abandonar sua princesa
    E tentou criar um motivo.

    Temos o mais importante
    O Jesus Filho de Deus
    O Menino que nasceu
    Para a salvação dos seus.
    Aquele já anunciado
    Por profetas do passado
    Desde os tempos dos hebreus.

    Nasceu num ambiente pobre
    Uma espécie de curral
    Onde só tinha capim
    Comida para animal.
    Fizeram um berço e em Jesus
    Se agasalhava uma luz
    Pra dissipar todo o mal!

    Temos o jumento e o boi
    Que ali estão representando
    O jumento são os pagãos
    Que Jesus está chamando
    Para uma conversão
    À humildade do cristão
    Que estava se inaugurando.

    O boi então representa
    A força também a bondade
    Do povo de Deus o hebreu
    O sacrifício e a humildade.
    O jumento e o boi se encontram
    Pra acabar o que lhes afrontam:
    Desunião e má vontade…

    Temos também os pastores
    Homens marginalizados
    Pessoas que a sociedade
    Via cheios de pecados.
    Enquanto o Menino-Deus
    Tinha como filhos seus
    Muito bem abençoados…

    Tem as figuras dos anjos
    Anunciando aos pastores
    A chegada do Messias
    Com suas vozes de cantores:
    “Glória a Deus Pai de bondade
    E aos homens de boa vontade
    Que da paz são construtores”.

    As ovelhas por sua vez
    Tinham ali o seu ofício
    Um símbolo que Jesus
    Veio para o sacrifício
    Por todos nós pecadores
    Pra nos libertar das dores
    Que trazem tanto suplício.

    Um sinal no céu surgiu
    Tipo uma estrela cadente
    Os reis magos entenderam
    Que o menino no oriente
    Nasceu conforme o profeta
    Traçaram logo uma meta
    Para lhe entregar presente!

    Melchior e Baltasar
    E Gaspar ofereceram
    Presentes: Incenso e Mirra
    E o Ouro que enalteceram
    O menino ora nascido
    O esperado o prometido
    Por vates que O antecederam.

    Cada presente que deram
    Tinha uma significação
    O ouro era a realeza
    A mirra era a paixão.
    O incenso era divindade
    De Jesus junto à Trindade
    Desde a sua criação…

    Depois de contar a história
    Do presépio e suas figuras
    Bom será nos perguntar:
    Como estão nossas fissuras
    Na mente e no coração
    Na hora de ser cristão
    Temos fortes estruturas?

    Natal comercializado
    É o que tem o papai noel
    De lucro desenfreado
    De venda feita a granel.
    Enquanto o maior presente
    Deve estar dentro da gente
    Que é Jesus o Emanuel…

    Nosso natal é o cristão
    Pois queremos renascer
    Numa conversão contínua
    Para o amor sempre viver
    Um eterno natal de luz
    Em que o Menino Jesus
    Alimente nosso ser!
    FIM
    Fortaleza, dezembro/2020

    Autor: Gerardo Carvalho Frota (Pardal)

    Publicado em Porta vida e Família.

    Leia mais:

    O primeiro presépio foi de São Francisco

    O presépio é talvez a mais antiga forma de caracterização do Natal. Sabe-se que foi São Francisco de Assis, na cidade italiana de Greccio, em 1223, o primeiro a usar a manjedoura com figuras esculpidas formando um presépio, tal qual o conhecemos hoje. A idéia surgiu enquanto o santo lia, numa de suas longas noites dedicadas à oração, um trecho de São Lucas que lembrava o nascimento de Cristo. Resolveu então montá-lo em tamanho natural, em uma gruta de sua cidade. O que restou desse presépio encontra-se atualmente na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma.

    Presépio significa em hebraico “a manjedoura dos animais”, mas a palavra é usada com freqüência para indicar o próprio estábulo. Jesus ao nascer foi reclinado em um presépio que provavelmente seria urna manjedoura, como as muitas que existiam nas grutas naturais da Palestina, utilizadas para recolher animais. Outra versão é que o presépio de Jesus era feito de barro, aproveitando-se uma saliência da rocha e adaptando-a para tal finalidade. Esta é, sem dúvida, a versão mais aceita.

    O presépio de São Francisco incluía uma manjedoura, acima da qual foi improvisado um altar. Nesse cenário ocorreu a missa da meia-noite, na qual o próprio santo com a vestimenta de diácono cantou o Evangelho juntamente com o povo simples e pronunciou um sermão sobre o nascimento do Menino Jesus.

    Conta-se que naquela noite especial, enquanto o santo proferia as palavras do Evangelho sobre o nascimento do Menino Jesus, todos os presentes puderam ver uma criança em seu colo, envolvida em um raio de luz. A cena foi narrada em 1229 por Tommaso da Celano, biógrafo de São Francisco de Assis. Desde então, os presépios foram se tornando cada vez mais populares e, além das figuras tradicionais do Menino Jesus deitado na manjedoura, Maria e José, acabaram incluindo uma enorme variedade de personagens como os pastores, os Reis Magos, a estrela e os animais.

    No Brasil, em muitos estados do Nordeste, até hoje a montagem dos presépios é acompanhada de danças e festejos conhecidos como Pastorinhas, versões brasileiras dos autos de Natal, que eram encenações do nascimento de Jesus típicas de algumas regiões da Europa, como a Provença, na França.

    Publicado em Paróquia N.Sra. Mãe da Divina Providência.

    Imagem: Paróquia N.Sra. da Divina Providência.

    4 imperdíveis conselhos de Santa Teresa D’Ávila para você

    Dominio Público

    Todos sabemos que Santa Teresa D’Ávila foi a primeira mulher a ser proclamada Doutora da Igreja, título reservado a grandes mestres da fé para todos os tempos. Mas além de sua capacidade intelectual devemos admirá-la por sua sensibilidade de coração com que vivia e por sua incrível capacidade para amar a Deus no cotidiano. Por isso estes imperdiveis conselhos de Santa Teresa D’Ávila devem ser praticados por todos nós:

    1. Orar

    “Grande bem faz Deus a uma alma que se dispõe a ter oração… e se nela persevera, mesmo que por pecados e tentações caias de mil maneiras que ponha o demônio, no fim, tenho certeza que o Senhor o levará ao porto da salvação, como fez comigo…”

    “… Do que tenho experiência posso dizer, que o Mal se levantará contra quem começou a orar, mas não pare de orar, pois a oração é o meio por onde pode tornar-se a remediar, e sem ela será mais difícil”.

    “… não é outra coisa a oração mental, ao meu ver, se não um trato de amizade, estando muitas vezes tratando a sós com quem sabemos que nos ama”. (Livro da vida, cap. 8, 4-5).

    2. Amar e temer

    “Toma este aviso, que não é meu, e sim do vosso Mestre: procurai caminhar com amor e temor. E eu os asseguro: o amor os fará apressar os passos; o temor os fará ir olhando para onde põe os pés para não cair…”

    Quem deveras ama a Deus, todo o bem ama, todo o bem quer, todo o bem favorece, todo o bem louva, com os bons se junta, sempre os defende, todas as virtudes abraça; não ama o que não é a verdade e o que não seja digno de amar…” (Caminho de Perfeição, cap. 69, 1-3).

    3. Não falar mal

    “Não falar mal de ninguém, por menor que seja… não querer e nem dizer de outra pessoa o que não quero que digam sobre mim”. (Livro da Vida, cap.6, 3)

    4.  Andar na Verdade

    “Andemos na verdade diante de Deus e das pessoas, de quantas maneiras pudermos; em especial, não querendo aparentar ser melhor do que somos, e procurando tirar em tudo a verdade e assim ter um pouco deste mundo, que é todo de mentira e falsidade, e como tal não é durável.

    Uma vez estava considerando porque razão nosso Senhor é tão amigo da humildade… Porque Deus é suma Verdade, e a humildade é andar na verdade”.

    Isto é só uma provinha microscópica do que foi escrito por esta grande santa, que entre as obras estão: “O Livro da Vida”, autobiográfico; o “Caminho de Perfeição”;”Castelo Interior ou Moradas”, com valiosos conselhos espirituais; entre muitos outros. Não perca! Busque na internet: “Obras completas de Santa Teresa D’Ávila. Estão disponíveis de maneira gratuita.

    Publicado em ChurchPop.

    Preparação para Pentecostes

    Por que e como devemos nos preparar para a Festa de Pentecostes?

    File:Maino Pentecostés, 1620-1625. Museo del Prado.jpg - Wikimedia Commons

     Estavam os apóstolos preparados para sua sublime vocação?

    Era de supor que, após três anos de convívio diário com Nosso Senhor Jesus Cristo, estivessem preparados para a missão que lhes cabia, de firmar e expandir a Santa Igreja.

    Contudo, não o estavam. Em várias passagens do Evangelho, vemo-los repletos de fragilidades. Logo após episódios, sermões e milagres impressionantes, não se punham a fazer comentários sobre a grandeza das palavras ou dos gestos do Mestre, mas sim a discutir a respeito de quem seria o primeiro-ministro num suposto reino temporal que, acreditavam, Cristo iria fundar…

    Quando Jesus lhes dizia que estavam para se cumprir as profecias a respeito de sua Paixão, Morte e Ressurreição, eles nada entendiam (Lc 18, 31-43), voltando a disputar sobre quem seria o maior (Mc 9, 31-35). A mãe de João e Tiago aproximou-se um dia de Jesus, acompanhada pelos dois filhos, para Lhe pedir que reservasse para eles os dois primeiros cargos do futuro reino (Mt 20, 2028).

    No fim da Santa Ceia, logo após a saída de Judas, houve um diálogo revelador. Depois de Pedro dizer que estava disposto a dar a vida pelo Mestre — declaração que Jesus não aceitou, profetizando-lhe a tríplice negação —, Tomé manifestou sua cegueira sobre os acontecimentos iminentes, e Filipe demonstrou não estar plenamente consciente da divindade de Jesus, pedindo-lhe: “Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta”. Ao que Nosso Senhor replicou: “Há tanto tempo estou convosco e não me conheceste, Filipe! Aquele que me viu, viu também o Pai. Como, pois, dizes: Mostra-nos o Pai… Não credes que estou no Pai, e que o Pai está em mim?” (Jo 14, 2-10).

    Por que os Apóstolos não compreendiam?

    Esta era a situação daqueles que Jesus Cristo convocara para serem as colunas de sua Igreja. Não O compreendiam. Por quê? Entre as várias explicações possíveis, três parecem de maior peso.

    Em primeiro lugar, o ser humano, debilitado após o pecado original, não tem apetência de elevar as vistas para as verdades superiores. Seu gosto está em voltar-se para cogitações meramente práticas, concretas, atraído pelos aspectos medíocres da vida.

    Por isso não se dá conta daquilo de grandioso para o qual é chamado. Este problema se coloca de forma mais aguda para quem tem vocação incomum, como ocorreu com os apóstolos: não percebiam que lhes cabia a maior missão da história.

    Outra explicação é de natureza psicológica. A sociedade de Israel era bem hierarquizada, tendo no topo a raça dos sacerdotes, e depois toda uma coorte de pessoas vinculadas com o sacerdócio ou a realeza, como os escribas, os fariseus e a classe mais abastada.

    De outro lado, a Galileia era uma região desprezada, considerada “bárbara” e ignorante. Ora, os apóstolos eram quase todos galileus e pescadores. Sentiam-se, portanto, em certa inferioridade. Agora lhes aparecia a oportunidade de subirem aos primeiros cargos do novo reino…

    Faltava-lhes o amor

    Por fim, faltava-lhes um amor ardoroso por Nosso Senhor. Se o tivessem, todo o resto se resolveria. Não adiantava assimilarem a doutrina, nem mesmo ter fé e esperança, pois essas virtudes de nada valem se não são acompanhadas pela caridade.

    Nem após a Ressurreição de Nosso Senhor desapareceram essas fragilidades. A incredulidade de São Tomé é exemplo característico. Passou o Senhor entre eles mais quarenta dias, e fez lhes revelações e deu ensinamentos. Não adiantou.

    Com o que continuavam preocupados? Com a restauração do reino de Israel… Ainda no momento da Ascensão, quando o Divino Mestre lhes fala da vinda próxima do Espírito Santo, eis como reagem: “Então os que se tinham congregado, interrogavam-No dizendo: Senhor, porventura chegou o tempo em que restabelecereis o reino de Israel?” (At 1, 6).

    Preparação para a vinda do Espírito Santo

    Imediatamente antes da Ascensão, Jesus havia ordenado aos apóstolos que não se afastassem de Jerusalém, pois dentro de poucos dias seriam batizados no Espírito Santo. Voltaram, então, para a Cidade Santa, e subiram ao andar superior do cenáculo: “Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele”.

    Vemos também como os apóstolos conheciam o valor da oração. Por meio dela se preparavam para receber o Espírito Santo. E “perseveraram unanimemente”, ou seja, estavam concordes, e, além disso, estavam juntos, porque a oração de vários unidos pelo amor de Jesus Cristo e em função d’Ele tem esta promessa: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18, 19).

    Estavam recolhidos, modo excelente de preparação para grandes acontecimentos. O próprio Jesus passara 40 dias no deserto, antes de iniciar sua vida pública.

    Embora não se possa dizer que os apóstolos estivessem melhores do que antes, haviam tomado, assim, uma atitude sapiencial. A graça de Pentecostes será, de algum modo, o desabrochar de uma flor, cuja semente vinha germinando em suas almas.

    Intercessão de Maria

    Quer dizer, apesar de essa graça ter sido gratuita, uma iniciativa de Deus, eles, em certa medida, prepararam o caminho para ela. Por fim chegamos a um ponto fundamental: oravam com Maria.

    Eis a condição indispensável para receber as graças do Espírito Santo. Como esposa d’Ele, Nossa Senhora deve Lhe ter pedido que descesse sobre os apóstolos. Reunindo-se com a Santíssima Virgem, os apóstolos obtiveram graças que liberaram suas almas dos últimos obstáculos para se beneficiarem com Pentecostes.

    Enviai o Vosso Espírito

    Para aproveitarmos convenientemente as graças da comemoração de Pentecostes, que se aproxima, consideremos a maravilha da ação santificadora do Espírito Santo em nossas almas.

    Quão necessitado está o mundo, na situação presente, de um sopro especial d’Ele para mudar os corações e renovar completamente a face da Terra!

    Peçamos à divina Esposa do Paráclito, Mãe e Senhora nossa, que nos obtenha a graça da vinda o quanto antes deste Espírito regenerador à nossas almas, conforme suplica a Santa Igreja: “Emitte Spiritum tuum et creabuntur, et renovabis faciem terræ” — “Enviai o vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da Terra”.

    Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP

    Texto extraído, com adaptações, da Revista Arautos do Evangelho n.5, maio 2002.

    Publicado em Gaudium Press (Redação (20/05/2021).

    As Glórias da Virgem Maria segundo as Escrituras

    Nossa Senhora do Rosário – Wikipédia, a enciclopédia livre
    Nossa Senhora do Rosário (WIkipédia)

    Muitas e grandiosas são as glórias de Maria Santíssima, pelas quais não cessam de propagar e cantar seus louvores todos os seus servos. Não apenas os anjos e santos nos céus, mas também nós os pecadores glorificamos com confiança todos os dias a tão excelsa mãe. Não podia portanto, a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada,calar-se a respeito da mais sublime de todas as criaturas. Apresentaremos um pequeno resumo de como as Sagradas Escrituras exaltam e testemunham às glórias de Nossa Senhora.

    “Entrando o anjo disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo’”  ( Lc 1, 28 )

    Eis, proclamado pelo próprio anjo Gabriel, o privilégio extraordinário da Imaculada Conceição de Maria e sua santidade perene. Quando a Igreja chama Maria de “Imaculada Conceição” quer dizer que a mesma, desde o momento de sua concepção foi isenta – por graça divina – do pecado original. Se Maria Santíssima tivesse sido gerada com o pecado herdado de Adão ou tivesse qualquer pecado pessoal, o Arcanjo Gabriel teria mentido chamando-a de “cheia de graça”.Pois, onde existe esta “graça transbordante” não pode coexistir o pecado. Por isso, esta boa Mãe é também chamada pelos seus servos de “Santíssima Virgem”. Os santos ensinaram que não convinha a Jesus Cristo, o Santíssimo, ser gerado e nascer de uma criatura imperfeita e pecadora. Como podia o Santíssimo Deus, Jesus Cristo, ser engendrado num receptáculo que não fosse digno Dele? Pois, Ele mesmo, ensina no Evangelho, que não se coloca vinho novo e bom em odres velhos e defeituosos (Lc 5, 37 ). Eis porque, o Criador elevou Maria, a este “Vaso Insigne de Devoção”, a tão grande santidade.

    “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”  ( Lc 1, 38 )

    Maria,ao dizer seu “sim” incondicional ao convite de Deus, introduz no mundo o Verbo Divino, Jesus Cristo. E, fato assombroso: a criatura gera o seu Criador segundo a natureza humana. Jesus poderia ter vindo ao mundo de diversos modos. Mas, Deus a ama tanto, que quis precisar nascer e depender dela, enquanto homem. Maria, com sua sagrada gravidez inicia o restabelecimentoda amizade entre Deus e os homens, conforme está escrito: “Por isso,Deus os abandonará, até o tempo em que der à luz aquela que há de dar à luz” ( Miq 5,2 ). Com este “sim” incondicional ao projeto de Deus, Maria cumpre também, a primeira de todas as profecias bíblicas. Pois o Criador disse à serpente: “Porei inimizade entre você e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tul he ferirás o calcanhar” ( Gn 3, 15). O texto evidentemente faz alusão à Maria. Pois qual mulher poderia ferir a cabeça do demônio? Somente aquela que trouxe ao mundo o Salvador, Cristo Jesus. Maria ao aceitar a missão que Deuslhe confiava e ao gerar a Jesus Cristo “feriu” a cabeça do inimigo. O inimigo por sua vez, agindo na pessoa de Herodes, dos algozes do Calvário e ainda hoje nos adversários de Cristo, continuamente lhe “fere o calcanhar”. Assim, esta Doce Princesa iniciou a devastação do reino de Satanás. Reino de Morte que será destruído totalmente pelo seu filho JesusCristo, nosso Único Senhor.

    “Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada” ( Lc 1, 48 )

    Os santos proclamam a profunda intimidade dela com a Santíssima Trindade: Filha deDeus Pai, esposa do Espírito Santo, mãe de Deus Filho! O Espírito Santo profetiza pelos lábios de Maria, que daquele momento em diante de geração em geração, isto é, para sempre, todos os cristãos proclamariam sua bem-aventurança. Feliz a religião [Igreja Católica]que a enaltece e a glorifica! Felizes os seus filhos que exaltando-a e enaltecendo-a cumprem fielmente esta profecia.

    “Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe do meu Senhor ? “ ( Lc 1, 43)

    Isabel, mulher idosa e santa, esposa de Zacarias, mãe de João Batista desmancha-se em elogios àquela jovem que foi até sua casa para servir! Que lição de humildade a tantas pessoas que com sua “sabedoria” (que na verdade é pestífera loucura) evitam tributar à Santa Mãe de Deus os louvores que ela merece, temendo que isto diminua a glória devida a Jesus Cristo. Esquecem, então, que o Espírito Santo mesmo ensina, que o louvor dirigido aos pais é grande honra para o filho (conf. Eclo 3, 13 ). Preferem portanto, os verdadeiros filhos de Maria, em todos os tempos, lugares e momentos, exaltarema Virgem, imitando o exemplo de Santa Isabel, para serem seguidores fiéis da Sagrada Escritura.

    “Poisassim que a voz da tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceude alegria no meu seio” ( Lc 1, 44 )

    Cristo testemunhou a respeito de João Batista: “dos nascidos de mulher nenhum foi maior que João” ( cf. Lc 7 28 ). Pois bem. Este mesmo João Batista, que Jesus Cristo declara ter sido maior que todos os Patriarcas, Profetas e Santos do Antigo Testamento, ao ouvir a doce voz de Maria “estremeceude alegria”. O Espírito Santo, que nele habitava, exultou de alegria ao ouvir a voz da doce Mãe! Não é, pois justo, a nós que somos os últimos de todos, exultar de alegria ao ouvir o doce nome de Maria? Não nos é sumamentenecessário imitar o Espírito Santo? Não é proveitoso para os cristãos imitaremo gesto de São João Batista?

    Bendito os servos de Deus, que não se cansam de se alegrar e cantar os louvores desta Senhora, imitando assim o gesto do Divino Esposo e de São João Batista, o maior profeta da Antiga Aliança.

    “Euma espada transpassará a tua alma” ( Lc 2, 35 )

    Umal ança transpassou o coração do Cristo na Cruz. Uma espada de dor transpassou o coração de Maria no Calvário! Deus revela ao profeta Simeão, como Nossa Senhora estaria intimamente ligada a Jesus Cristo no momento da Sagrada Paixão. Ninguém,em toda a terra, em todos as épocas, esteve mais intimamente ligado a Jesus naquele dramático momento que sua Santíssima Mãe. Portanto que, junto com o sacrifício expiatório, doloroso e único de Jesus Cristo, no Calvário, subiu também aos céus, como oferta agradabilíssima diante de Deus, o sacrifício doloroso de Nossa Senhora.

    “Comoviesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: ‘Eles não tem mais vinho’. Respondeu-lhe Jesus: ‘Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou’. Disse então sua mãe aos serventes: ‘Fazei o que ele vos disser’” (Jo 2, 3 – 5 )

    Na festa do casamento de Caná, Jesus iniciou seu ministério. Ministério, aliás,composto por pregação e “obras” (milagres). A Santíssima mãe percebeu a dificuldade daquela família, que não tinha vinho para os convidados. A boa Senhora é vigilante, e os servos dela sabem, que ela vigia sobre eles, mesmo quando não se apercebem dessa vigilância. Jesus afirmou então claramentea Maria que, ainda não era o momento para iniciar seu ministério com um prodígio, pois disse: “minha hora ainda não chegou”. ASantíssima mãe, conhecendo profundamente o filho, mesmo diante da aparente recusa, o “obriga” docemente a antecipar sua missão. E assim, sem discussão, na mais plena confiança, diz aos serventes: “façam o queele lhes disser”. Grandíssima confiança! Assim, aquela que o introduziu no mundo segundo a carne, o introduz agora no seu ministério, pela sua intercessão. Feliz a família que tiver por mãe esta doce Senhora. Suaintercessão é infinitamente mais eficaz do que as orações de todos os santos que pedem sem cessar pelos habitantes da terra ( conf. Ap 6, 9-10 . 8, 3-4 ; II Mac 15,11-16 ).

    “Disse-lhe alguém: ‘Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar-te’. Jesus respondeu:‘Quem são meus irmãos e minha mãe? (…) Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Todo aquele que faz a vontade de meu Pai, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe’. ( Mt 47, 49-50 )

    Somente pertencemos a Cristo na medida em que pertencermos à nossa Mãe Santíssima. “Quem são meus irmãos e minha mãe?” pergunta o Cristo. E aponta para os seusdiscípulos: “eis aqui a minha família!”. E, doravante, somente os que forem discípulos do mestre, ouvindo as suas palavras e as cumprindo poderão pertencer plenamente a esta família. Por isto, como doce discípula, Maria “conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração” ( Lc 2, 19.51). Meditava e as guardava! Eis o exemplo da perfeita discípula. Maria, com efeito, não é mãe apenas na carne, mas na vida toda, na alma e na total obediência ao seu Divino Filho.

    Alguns,que não amam suficientemente a Santíssima Virgem, usam estes versículos acima, justamente contra ela, tentando convencer-nos de que Jesus a teria desprezado naquele momento. Esses “estudiosos” esquecem que Jesus jamais desprezaria sua mãe, conforme ensina o próprio Espírito Santo: “Apenas o filho insensato despreza sua mãe” ( Pr 15, 20 ). E assim, com estainterpretação desastrosa, que espalham ardorosamente, ofendem não apenas a boa Mãe, como blasfemam contra Jesus Cristo, como se o mesmo fosse violador do sagrado mandamento: “Honra teu Pai e tua Mãe” ( Ex 20,12 eDeut 5,16 ).

    “Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: ‘Mulher, eis aí teu filho’. Depois disse ao discípulo: ‘Eis aí tua mãe’” (Jo 19, 26-27 )

    O apóstolo João, aos pés da cruz, o único discípulo presente, representava todos os discípulos. Neste momento, Jesus consagrou Maria, Mãe espiritual dos apóstolos. Mais ainda: João representava também, todos os homens e mulheres, detodos os lugares e de todos os tempos, que a partir daquele momento ganharam Maria como sua Mãe espiritual. Isto está de acordo com o testemunho deste mesmo apóstolo, que em outra parte diz: “O Dragão se irritou contra a mulher (Maria) (…) e sua descendência, aqueles que guardam os mandamentos de Deus(…)” ( Ap 12, 17 ).

    MariaSantíssima não teve outros filhos naturais. Permaneceu sempre virgem, como era do conhecimento universal dos primeiros cristãos até os nossos dias. Mas,muitos insistem em “presenteá-la” com filhos naturais que el não teve. Fazem isto, para diminuírem a glória de Jesus Cristo, bem como para esvaziarem Maria de sua maternidade universal. Se Jesus tivesse irmãos carnais,não teria entregue sua Mãe aos cuidados de João Evangelista. Seus próprios irmãos naturais cuidariam dela, como era dever sacratíssimo na época e ainda hoje. Além disso, citam aqueles que não amam a Virgem Maria algumas passagens bíblicas como a seguinte: “Não se chama a sua mãe Maria e os seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas?” ( Mt 13,55 ), querendo com isto provar que Nossa Senhora teve outros filhos. Esquecem ou ignoram, que nos tempos de Cristo, todos os parentes eram chamados “irmãos”. Ea própria Bíblia prova isto, pois dos quatro “irmãos” acima citados, lemos que a verdadeira mãe de Tiago e José era uma outra Maria, irmãd e Nossa Senhora e casada com Cleofas ( Jo 19,25 e Mc 15,40 ). E que Judas era irmão de Tiago Maior (Jud 1,1 ) filho de Alfeu ( Mt 10, 2-4 ). Ora, Cleofas e Alfeu designam a mesma pessoa, pois são formas gregas do aramaico Claphai. Segundo o historiador Hegesipo (século II) este Claphai era irmão de S. José. Logo não eram filhos naturais de Maria e José. Eram de sua parentela, mas nãod e sua filiação. Além disso, os primeiros cristãos, que conheceram Jesus e os apóstolos, nos escritos que nos deixaram, todos testemunharam que Maria sempre permaneceu virgem, não tendo jamais outros filhos. Sobre estes inventores de novidades a Bíblia nos previne: “Haverá entre vós falsos profetas (…)muitos seguirão as suas doutrinas dissolutas (…) e o caminho da verdade cairáem descrédito” ( II Pe 2, 1-2 ).

    “E desta hora em diante o discípulo a levou para a sua casa” ( Jo 19,27 )

    Daquela hora em diante, S. João levou a Santa Mãe para sua casa. Primeiramente para sua“casa espiritual”, sua alma. Esse é o motivo pelo qual era o discípulo que Jesus mais amava. Porque também, era o discípulo mais afeiçoado a Maria. Depois, levou-a para sua casa material, seu lar. Assim também, o verdadeiro filho de Nossa Senhora, a exemplo de S. João, deve levar esta boa mãe para seu “lar espiritual”, no recesso mais íntimo de nossa vida espiritual. E convidá-la também para habitar nossas casas, onde sua presença maternal poderá ser recordada através de quadros e imagens. Estas imagens serão para os servos de Maria, uma lembrança contínua e consoladora de sua presença e proteção, da mesma forma que o próprio Deus, antigamente,consagrou o uso das sagradas imagens e esculturas no culto divino (conf. Nm21, 8-9 ; Ex 25, 18-20 ; I Reis 6,23-28 etc ), para recordar, a sua presença amorosa no meio do seu povo, Israel.

    “Todos eles perseveravam unanimemente em oração, juntamente com as mulheres, entre elas, Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele” ( At 1,14 ).

    No cenáculo, no dia de Pentecostes, Maria juntamente com os discípulos suplicavampara que viesse o Espírito Santo sobre todos. E assim, foi fundada a Igreja naquele dia. Maria, uma vez tendo introduzido o Cristo no mundo, depois tendo inaugurado seu ministério nas bodas de Caná, agora intercede, introduzindo einaugurando a ação do Espírito Santo sobre a Igreja nascente. Eis a mãe da Igreja com seus filhos.

    “Apareceuem seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida de sol, a lua debaixodos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas” ( Ap 12, 1)

    No Apocalipse, João contempla nesta visão três verdades a respeito de Maria: sua Assunção, sua glorificação, sua maternidade espiritual. O Apocalipse afirma que esta mulher “estava grávida e (…) deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações…” ( Ap 12, 2.5 ). Qual mulher,que de fato, esteve grávida de Jesus senão a Santíssima Virgem? (conf. Is 7,14 ). Muitos contestam, dizendo que esta mulher é símbolo da Igreja nascente. Mas, a Igreja nunca esteve “grávida” de Jesus Cristo. Não é a aIgreja que nos gerou Cristo. Antes, foi Ele que gerou a Igreja. Foi Ele que a estabeleceu e a sustentou. E para provar que esta mulher é exclusivamente Nossa Senhora, em outro lugar está escrito: “O Dragão (…) perseguiu a Mulher que dera à luz o Menino” ( Ap 12, 13 ). A Igreja teria dado à luz a um Menino? Evidente que não! Portanto esta mulher refulgente é unicamente Nossa Senhora, pois foi ela unicamente que gerou “o menino” prometido nas Escrituras: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz (…) Porque nasceu para nós um menino (…) e Ele se chama Conselheiro, Admirável, Deus Forte, Pai para Sempre, Príncipe da Paz” (Is 9, 1-5).

    Tambémas Sagradas Letras, nos dizem que ela se encontrava com “dores, sentindo as angústias de dar à luz” (Ap 12, 2). Essas dores e angústias foram as dificuldades que cercaram aquele bendito parto: a viagem desconfortável, o frio, a humilhação, a pobreza, a falta de hospedagem.

    Diz ainda: “(o Dragão) deteve-se diante da Mulher que estava para dar à luz (…) para lhe devorar o Filho (…) A Mulher fugiu para o deserto, onde (…) foi sustentada por mil duzentos e sessenta dias” ( Ap 12, 4.6 ). De fato, o demônio atentou contra a vida de Jesus desde seu nascimento, na pessoado perseguidor Herodes. Maria fugiu então com o filho para o deserto ( Egito ). Lá ficou por aproximadamente mil e duzentos e sessenta dias (três anos e meio). Ou seja, do ano 7 AC, ano do nascimento de Jesus, conforme atualmente sem acredita, até março-abril do ano 4 AC, ano da morte de Herodes. Perfazendo os três anos e meio de exílio, nos quais a Sagrada Família foi sustentada pela Providência Divina.

    Portanto,todos esses versículos, confirmam três verdades referentes à Maria: sua assunção aos céus. Pois o apóstolo a contempla revestida de sol, já estabelecida desde agora na glória prometida aos justos pelo seu Filho, quando disse “Os justos resplandecerão como o sol” ( Mt 13,43 ).

    Confirma incontestavelmente sua realeza espiritual, pois a mesma se apresenta coroada com doze estrelas, símbolo das doze tribos de Israel e dos doze apóstolos. Portanto, Rainha do Antigo e do Novo Testamento.

    Porfim, confirma sua maternidade espiritual, pois diz o Espírito Santo: ” (O Dragão ) se irritou contra a Mulher (Maria) e foi fazer guerra ao resto desua descendência ( seus filhos espirituais ), os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” ( Ap 12, 17 ).

    Somos de sua descendência apenas se nos comprometermos com o Cristo Jesus, guardando os seus mandamentos e testemunhando-o como nosso Único e Suficiente Senhor e Salvador. Graças!

    Udson R. Correia e Tirsiley Débora F. Correia

    Publicado em Formação Comunidade Shalom.

    Homilia do D. Henrique Soares da Costa – Quinta-feira Santa (Presbíteros)

    Observação: Com esta Celebração, a Igreja inicia o Santo Tríduo Pascal. O Primeiro Dia do Tríduo compreende a Quinta-feira à tarde (para os judeus, o dia inicia ao cair da tarde) e toda a Sexta-feira. Neste primeiro dia, celebramos a entrega amorosa de Cristo até a morte: na Cruz, de modo doloroso e, na Ceia, de modo sacramental.

    Ex 12,1-8.11-14
    Sl 115
    1Cor 11,23-26
    Jo 13,1-15


    “Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”.

    Esta é a tarde que faz memória da Ceia Pascal de Jesus. Aquilo que o Senhor realizou durante toda a vida e consumou na cruz – isto é, sua entrega de amor total ao Pai, por nós -, ele quis nos deixar nos gestos, nas palavras e nos símbolos da Ceia que celebrou com os seus. Naquela Mesa santa do Cenáculo, estava já presente, em símbolos e gestos, a entrega amorosa do Calvário. É isto que celebramos neste momento sagrado, momento de saudade, de aconchego e de despedida. Era em família que os judeus celebravam o Banquete pascal… Jesus celebrou com seus discípulos, conosco, sua família: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim,” até o extremo de entregar a vida, pois “não há maior prova de amor que entregar a vida pelos amigos” (Jo 15,13).
    Hoje, neste final de tarde e início de noite, ele se fez nosso servo, ele lavou nossos pés, porque “não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). Lavando os nossos pés, ele revelou de modo admirável seu desejo de nos servir dando a vida por nossa salvação.

    Hoje, ele nos deu o novo mandamento: “Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz”. Assim fazendo, assim falando, o Senhor nos ordena, por amor a ele, a que nos sirvamos mutuamente, nos amemos mutuamente, nos aceitemos e perdoemos mutuamente, até dar a vida uns pelos outros. Eis nosso testamento, nossa riqueza e também nossa vergonha, porque tantas e tantíssimas vezes descumprimos o desejo do Senhor! Que contemplando o gesto do Senhor, hoje nos demos o perdão. Eu vos peço em nome de Cristo: reconciliai-vos em família, por amor de Cristo; reconciliai-vos na paróquia, nos grupos e movimentos de Igreja, por amor daquele que nos amou assim e nos deu o exemplo! Por Aquele que se deu a nós nesta tarde bendita, perdoemo-nos, acolhamo-nos, amemo-nos! É o único modo, caríssimos, de celebrarmos a Santa Páscoa no domingo próximo e de participarmos hoje desta Ceia bendita!

    O Senhor – para que tenhamos a força de amar como ele, de confiar amorosamente no Pai como ele, de amar os irmãos como ele -, hoje, ele instituiu o Sacramento do amor, a Eucaristia. Hoje ele deixou-se ficar no Pão e no Vinho transfigurados pelo seu Espírito Santo, como sacramento do seu Corpo e Sangue, imolado e ressuscitado para ser nossa oferta ao Pai, nosso alimento no caminho e nosso penhor de ressurreição e vida eterna. Quanta gratidão, quanto reconhecimento, devem brotar do nosso coração! Seu Corpo por nós imolado, seu Sangue por nós derramado, Jesus por nós entregue – sacramento de um amor eterno, de uma entrega sem fim, de uma presença perene! Comungar hoje do Corpo e do Sangue do Senhor é não somente unir-se a ele, mas estar disposto a ir com ele até a cruz e a morte! Ah, irmãos, não façamos como Pedro, que prometeu, mas não cumpriu e negou o Senhor! “O cálice de bênção que abençoamos não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo?” (1Cor 10,16). Que grande mistério, esta união de vida e de morte com o nosso Senhor pela Eucaristia! Não reneguemos na vida e nas ações aquele que hoje nos convida à sua mesa e conosco celebra a sua Páscoa!
    Hoje, para presidir à Eucaristia e ser um sinal do Senhor, mestre e servidor, Cristo, na Ceia, instituiu o sacerdócio ministerial: aqueles que em seu nome e por sua ordem, deverão presidir à Celebração eucarística até que ele volte. Nesta tarde sagrada, rezemos pelo nosso Bispo e pelos nossos sacerdotes, para que sejam dignos de tão grande ministério e o exerçam como Cristo, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida!

    Irmãos e Irmãs caríssimos, guardemos no mais profundo do coração os mistérios desta Missa na Ceia do Senhor. Um amor tão grande, uma entrega tão total deve mover nosso coração, deve nos fazer sentir compungidos, desejosos de abrir nossa vida para o Cristo e realmente caminhar com ele. Tudo, nesta Celebração, respira amor, fala de amor: recordem o cordeiro imolado da primeira leitura – é o Cristo que por nós é imolado; pensem no pão sem fermento que partimos e no cálice da aliança que repartimos, na segunda leitura – é ainda o Cristo que se deixa ficar entre nós e em nós, como alimento e vida nova, plena do Espírito do Pai; recordem o Senhor inclinado, lavando-nos os pés, dando-nos a vida e dizendo a você e a Pedro: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”– é o Senhor na sua pura entrega de amor por nós!

    Por favor, nestes dias, celebremos estes santos mistérios pascais com piedade, espírito de adoração profunda e profunda gratidão para com Aquele que por nós quis entregar-se às mãos dos malfeitores e sofrer o suplício da cruz. Não fiquemos indiferentes, não sejamos frios: tudo quanto celebraremos foi por nós que o Senhor instituiu e para nossa salvação que realizou! E que pela Páscoa deste ano, ele se digne conduzir-nos à Páscoa eterna. Amém.

    Henrique Soares da Costa

    Publicado em Presbíteros | mar 30, 2021.

    Imagem: Creative Commons.

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    Quinta-feira santa: sacerdócio e eucaristia – De um manuscrito medieval (Caminhos Carmelitas).

    Reflexões de Santo Afonso sobre a Paixão de Cristo (Fidelium Animae)

    By José (Own work) [CC BY-SA 3.0], via Wikimedia Commons

    1. Quanto agrada a Jesus Cristo que nós nos lembremos continuamente de Sua paixão e da morte ignominiosa que por nós sofreu. Muito bem se deduz de haver Ele instituído o Santíssimo Sacramento do altar com o fito de conservar sempre viva em nós a memória do amor que nos patenteou, sacrificando-se na Cruz por nossa salvação.

    Já sabemos que na noite anterior à sua morte Ele instituiu este sacramento de amor e depois de ter dado Seu corpo aos discípulos, disse-lhes — e na pessoa deles a nós todos — que ao receberem a santa comunhão se recordassem do quanto Ele por nós padeceu:

    “Todas as vezes que comerdes deste pão e beber de deste cálice, anunciareis a morte do Senhor” (1Cor 11,26). Por isso a santa Igreja, na missa, depois da consagração , ordena ao celebrante que diga em nome de Jesus Cristo: “Todas as vezes que fizerdes isto, fazei-o em memória de Mim”. E São Tomás escreve: “Para que permanecesse sempre viva entre nós a memória de tão grande benefício, deixou seu corpo para ser tomado como alimento” (Op. 57). E continua o santo a dizer que por meio de um tal sacramento se conserva a memória do amor imenso que Jesus Cristo nos demonstrou na sua paixão.

    2. Se alguém padecesse por seu amigo injúrias e ferimentos e soubesse que o amigo, quando se falava sobre tal acontecimento nem sequer nisso queria pensar e até costumava dizer: falemos de outra coisa — que dor não sentiria vendo o desconhecimento de um tal ingrato? Ao contrário, quanto se consolaria se soubesse que o amigo reconhece dever-lhe uma eterna obrigação e que disso sempre se recorda e se lhe refere sempre com ternura e lágrimas? Por isso é que todos os santos, sabendo a satisfação que causa a Jesus Cristo quem se recorda continuamente de sua paixão, estão quase sempre ocupados em meditar as dores e os desprezos que sofreu o amantíssimo Redentor em toda a Sua vida e particularmente na Sua morte. S. Agostinho escreve que as almas não podem se ocupar com coisa mais salutar que meditar cotidianamente na paixão do Senhor.

    Deus revelou a um santo anacoreta que não há exercício mais próprio para inflamar os corações com o amor divino do que o meditar na morte de Jesus Cristo. E a Santa Gertrudes foi revelado, segundo Blósio, que todo aquele que contempla com devoção o crucifixo é tantas vezes olhado amorosamente por Jesus quantas ele o contempla. Ajunta Blósio que o meditar ou ler qualquer coisa sobre a paixão traz-nos maior bem que qualquer outro exercício de piedade. Por isso escreve S. Boaventura: “A paixão amável que diviniza quem a medita” (Stim. div. amor. p. 1. c. 1). E falando das chagas do crucifixo, diz que são chagas que ferem os mais duros corações e inflamam no amor divino as almas mais geladas.

    Fonte: A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo – Piedosas e edificantes meditações sobre os sofrimentos de Jesus, por Sto. Afonso Maria de Ligório, traduzidas pelo Pe. José Lopes Ferreira, C.Ss.R. – Volume II – Edição PDF de Fl.Castro, abril 2002.

    Publicado em Fidelium Animae.

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