A Misericórdia de Deus: Em minhas misérias, o teu poder

“‘Dificilmente alguém morrerá por um justo; por uma pessoa muito boa, talvez alguém se anime a morrer’ (Rm 5,7). É possível encontrar alguém que se anime a morrer por uma pessoa de bem. Mas, por uma pessoa injusta, ímpia, iníqua, quem quereria morrer, a não ser somente Cristo, o Justo, para justificar até os injustos? Não tínhamos merecimento algum, meus irmãos, pois tudo em nós eram obras más. Contudo, apesar disso, a misericórdia do Redentor não abandonou os homens. Eles mereciam ser punidos. O Senhor, porém, em vez da punição, que era devida, concedeu a graça, que não era devida” (Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo).

Deus nos dá aquilo que não nos é devido. Em Sua justiça, Ele não Se prende aos nossos méritos. Quanto nos custa entender isso! Ao contrário, Deus ama dar de graça. Aliás, é o que Ele mais gosta de fazer. Quem entendeu isso foi Santa Teresinha; ela foi tão longe nessa compreensão, que encontrou a melhor maneira de agradar a Deus: não querer nada de Deus por mérito, mas somente pela pequenez, ou seja, pela humildade e dependência de Deus. Santa Teresinha entende que a relação do homem com Deus é pautada na confiança se ser filha.

Na verdade, se for por mérito, não merecemos nada! Nem na ordem da criação, porque existir mesmo é dom de Deus, menos ainda na ordem da graça, porque somos pecadores. Aliás, a doutrina católica ensina que, mesmo nossos atos meritórios de bondade e virtudes são precedidos pela graça de Deus, ou seja, mesmo o que fazemos de bom, foi antes movido por Deus. Então, tudo o que Deus faz em nosso favor é pura generosidade. Isso é importante, para entendermos que a misericórdia não é simplesmente o gesto de perdão de Deus aos pecadores. É muito mais que isso, é o amor de Deus em movimento que poderosamente sustenta todas as coisas. Tanto mais essas coisas são frágeis, maior será o movimento do Amor, maior será a misericórdia.

Os movimentos da misericórdia 

Na misericórdia de Deus existem dois movimentos: a compaixão e a onipotência.  A compaixão é esse gesto de Deus de Se abaixar à condição humana, misturar-Se a ela. O mistério da Encarnação do Verbo é pura manifestação da misericórdia de Deus. Deus Se abaixa e Se mistura à lama do pecado humano. Jesus, ao imergir no rio Jordão, mergulhou na lama humana. Se em nosso batismo mergulhamos em Deus para a Sua Vida, Jesus, no Jordão, mergulhou na lama humana para nossa morte.

Santo Tomás de Aquino afirma que a misericórdia de Deus “não é um sinal de fraqueza, mas antes, qualidade da onipotência de Deus.” Deus, então, não fica preso à lama humana, Ele vence. A misericórdia de Deus é a Sua vitória contra todo o mal. O mal – a morte – não o retém. Jesus Ressuscitou, ou seja, Ele Se sujeita ao mal dos homens na Cruz, assume a morte, mas Ele os transformou em bem maior. Transformou a morte em vida, o mal em amor, a ofensa em perdão. Em Sua misericórdia, Ele vence o mal, não o destruindo, mas fazendo algo muito mais extraordinário: transformando-o em bem maior. O Papa Francisco na Bula “O Rosto da Misericórdia”, diz: “É próprio de Deus usar de misericórdia; nisso se manifesta de modo especial a Sua onipotência”. Santa Teresinha entendeu isto: crer na misericórdia é entender que a onipotência está a nosso favor. A nós basta confiar. 

A volta do filho pródigo na parábola de Jesus (cf. Lc 15, 11-32) é linda; ela nos fala da misericórdia de Deus. O pai está esperando o filho, ou seja, o pai é ávido por ser misericórdia. Ele não só espera o filho, mas quer a oportunidade de amar. Quando o filho volta, emporcalhado (comia com os porcos), sujo e fedendo, o pai o abraça, misturando-se em sua sujeira e fedor. Contudo, o pai o reveste de vestes novas, sandálias nos pés e anéis nos dedos, ou seja, o pai o resgata e o faz novamente filho. Isso é pura misericórdia de Deus.

Infelizmente, na moral permissiva em que vivemos, mesmo dentro da Igreja, tem se identificado a misericórdia com a mera compaixão. Nesse caso, Deus é muito bondoso, mas é fraco.  É fraco porque, no fundo, o mal é tão forte e imperativo na vida, na carne das pessoas, na cultura dos homens, que só resta a compreensão e a tolerância. Embora, com capa uma capa de humanismo, na verdade é uma concepção derrotista. No entanto, essa concepção é manca, porque a bondade de Deus não para na Sua compaixão, mas se consuma, se plenifica na Sua Onipotência, e é em Sua Onipotência que Deus vence o mal. Do contrário, o pai, na parábola, teria ficado eternamente abraçado ao filho emporcalhado, e a parábola terminaria aí.

Santa Teresinha se descobriu a “cantora das misericórdias de Deus”, ou seja, a misericórdia de Deus passou a habitar sua alma. Quem é assim descobre dentro de si o Deus invencível, que nenhuma mal, dentro de si ou fora, no mundo, “pode me separar do amor de Deus” (Rm 8,38).

André Luis Botelho de Andrade
Fundador e Moderador Geral da Comunidade  Pantokrator

Publicado em Comunidade Católica Pantokrator.

Imagem: Wikipédia.

Nossa Senhora de Lourdes: Dia Mundial do Enfermo

A memória litúrgica de hoje recorda as aparições da Virgem Maria em Lourdes, iniciadas em 11 de fevereiro de 1858. A protagonista deste acontecimento foi uma menina, chamada Bernadete de Soubirous, que, hoje, se encontra na lista dos Santos. Nossa Senhora apareceu-lhe 18 vezes, perto de uma gruta, às margens do rio Gave.

Os detalhes desta aparição foram reunidos pela Comissão diocesana, encarregada de examinar os fatos. No entanto, sabemos que Bernadete estava às margens do rio, com suas companheiras, quando percebeu uma espécie de “rajada de vento”, proveniente de uma gruta. Aproximando-se, viu que as folhas das árvores estavam imóveis. Enquanto tentava entender, ouviu um segundo “ruído” e viu uma figura branca que se parecia com uma senhora. Temendo que fosse uma alucinação, esfregou os olhos, mas a figura continuava sempre ali. Sem saber o que fazer, tirou o terço do bolso e começou a rezar: a Virgem juntou-se à sua oração. No grupo das suas companheiras, estava também sua irmã, que lhe confiou o que havia acontecido. Ao chegar à sua casa, a menina contou o que aconteceu à mãe, que a proibiu de voltar lá. A notícia espalhou-se logo pela cidadezinha. Mas, no dia 14 de fevereiro, Bernadete voltou novamente àquele lugar, com umas amigas e aconteceu a segunda aparição.

Convite a voltar por 15 dias

Em 18 de fevereiro, a menina teve outra aparição, mas, na ocasião, a Virgem pediu que ela voltasse ali por 15 dias consecutivos. No dia 25, a “Senhora” convidou Bernadete a comer grama, fazer penitência e cavar com as mãos para encontrar água.

“Eu sou a Imaculada Conceição”

Em 25 de março, a pedido de Bernadete, a Virgem se apresentou como a Imaculada Conceição. Este Dogma de fé foi promulgado pelo Papa Pio IX, em 8 de dezembro de 1854.

Aparições

As aparições duraram desde 11 de fevereiro até 16 de julho, em períodos diferentes: 11, 14, 18, 19, 20, 21, 23, 24, 25, 27, 28 de fevereiro de 1958; 1, 2, 3, 4 e 25 de março; 7 de abril e 16 de julho. As aparições foram reconhecidas, oficialmente, pelo Bispo de Tarbes, em 18 de janeiro de 1862.

Santuário dos enfermos

A fama de Lourdes não é tanto devido às aparições em si, quanto à mensagem de esperança para a humanidade, que sofre física e espiritualmente. Por isso, Lourdes é conhecida como o lugar que acolhe os enfermos no corpo e no espírito. Por intercessão da Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria, encontram paz, saúde e serenidade: uma equipe médica autônoma reconheceu 70 curas físicas e muitas conversões.

“Naquele tempo, celebravam-se as Bodas em Caná da Galileia e achava-se ali a mãe de Jesus. Foram também convidados Jesus e seus discípulos. Como viesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: “Eles já não têm mais vinho”. Respondeu-lhe Jesus: “Mulher, isso cabe a nós? Ainda não chegou a minha hora”. Disse, então, sua mãe aos serventes: “Fazei tudo o que ele vos disser”. Ora, havia ali ânforas de pedra para a purificação dos Judeus, que continham duas ou três medidas (de 80 a 120 litros). Então, Jesus lhes ordenou: “Enchei as ânforas de água”. Eles as encheram até à boca. E disse-lhes depois: “Agora, levai-as ao chefe dos serventes”. E as levaram. Quando o chefe dos serventes tomou a água, que se tornou vinho, sem saber de onde vinha – embora os serventes soubessem, pois as tinham enchido de água -, chamou o noivo e disse-lhe: “É costume servir primeiro o vinho bom e, depois, quando os convidados já estiverem quase embriagados, servir o menos bom. Mas, tu guardaste o vinho melhor até agora”. Este foi o primeiro milagre de Jesus, realizado em Caná da Galileia. Ele manifestou a sua glória e os seus discípulos creram nele” (Jo 2,1-11).

Caná e Lourdes

Neste contexto, podemos compreender o significado da memória de hoje: a Virgem Maria é a que, ainda hoje, continua a interceder pelos seus filhos, muito mais pelos frágeis e enfermos, de corpo e espírito, para que confiem em Jesus, Senhor e Salvador, o único que pode transformar a água em vinho, ou seja, transformar toda fadiga em alegria, o em esperança, a enfermidade em uma confiança renovada.

Dia Mundial do Enfermo

A mensagem das Bodas de Caná e a de Lourdes leva-nos a entender melhor porque, em 1992 São João Paulo II quis proclamar o “Dia Mundial do Enfermo” neste dia: no fundo, por meio de Lourdes, reafirma-se que todo enfermo ou qualquer doente, jamais pode ser descartado; pelo contrário, precisa adquirir a plena cidadania no âmbito da sua existência.

Fonte: Vatican News

Publicado em Consolata América (Instituto Missões Consolata)

Novena de Natal – A espera do Senhor

Começa hoje, 16 de dezembro, a Novena de Natal e a contagem regressiva para celebrar o nascimento de Jesus Cristo. Estes nove dias podem ser vividos intensamente em família, no trabalho, com a comunidade, o grupo da Igreja, e tantas outras pessoas.

Recomenda-se rezar à Virgem, a São José e ao Menino Jesus, refletindo e meditando sobre a vinda do Salvador.

1. Oração inicial

Deus benigno de infinita caridade que nos amastes tanto e que nos destes em vosso Filho a melhor oferta de vosso amor, para que, encarnado e feito nosso irmão no seio da Virgem, nascesse em um presépio para nossa saúde e remédio; vos damos graças por tão imenso benefício. De volta vos oferecemos, Senhor, o esforço sincero para fazer deste vosso mundo e nosso, um mundo mais justo, mais fiel ao grande mandamento de nos amarmos como irmãos. Conceda-nos, Senhor, vossa ajuda para poder realizá-lo. Pedimo-Vos que este Natal, festa de paz e alegria, seja para nossa comunidade um estímulo a fim de que, vivendo como irmãos, procuremos mais e mais os caminhos da verdade, da justiça, do amor e da paz. Amém.

(Rezar um Pai Nosso)

2. Oração para a família

Senhor, fazei de nosso lar um lugar de Vosso amor. Que não haja injúria porque nos dais compreensão. Que não haja amargura porque nos abençoais. Que não haja egoísmo porque nos alentais. Que não haja rancor porque nos dais o perdão. Que não haja abandono porque estais conosco. Que saibamos caminhar até vós em nosso viver cotidiano. Que cada manhã amanheça mais um dia de entrega e sacrifício. Que cada noite nos encontre com mais amor. Fazei Senhor com nossas vidas, que quisestes unir, uma página cheia de vós. Fazei, Senhor, de nossos filhos o que desejardes, ajudai-nos a educá-los, orientá-los pelo vosso caminho. Que nos esforcemos no apoio mútuo. Que façamos do amor um motivo para amar-vos mais. Que quando amanhecer o grande dia de ir a seu encontro conceda nos encontrarmos unidos para sempre em vós. Amém.

3. Oração à Virgem

Soberana Maria, te pedimos por todas as famílias de nosso país; faz com que cada lar de nossa pátria e do mundo seja fonte de compreensão, de ternura, de verdadeira vida familiar. Que estas festas de Natal, que nos reúnem ao redor do presépio onde nasceu teu Filho, nos unam também no amor, que nos façam esquecer as ofensas e nos deem simplicidade para reconhecer os enganos que tenhamos cometido. Mãe de Deus e Nossa Mãe, intercedei por nós. Amém.

4. Oração a São José

Santíssimo São José, esposo de Maria e pai adotivo do Senhor, foste escolhido para fazer as vezes de pai no lar de Nazaré. Ajudai os pais de família; que eles sejam sempre no lar a imagem do pai celestial, a teu exemplo; que cumpram a grande responsabilidade de educar e formar seus filhos, entregando-lhes, com um esforço contínuo, o melhor de si mesmos. Ajudai os filhos a entender e apreciar o abnegado esforço de seus pais. São José, modelo de marido e pai, intercedei por nós. Amém.

(Rezar um Pai Nosso)

5. Meditações

1ª Dia – 16 de dezembro

Vamos avaliar nossos valores de modo que o Natal seja o que deve ser: uma festa dedicada à RECONCILIAÇÃO. Dedicada ao perdão generoso e compreensivo que aprenderemos com um Deus compassivo. Com o perdão do Espírito Santo podemos nos reconciliar com Deus e com os irmãos e andar em uma vida nova.

É a boa notícia que São Paulo exclamou em suas cartas, tal como lemos em sua epístola aos Romanos 5, 1-11.

Viver o Natal é apagar as ofensas se alguém nos ofendeu e é pedir perdão se tivermos ofendido a outros. Assim, do perdão nasce a harmonia e construímos essa paz que os anjos anunciam em Belém: paz na terra aos homens que amam ao Senhor e se amam entre si. Os seres humanos podem nos ofender com o ódio ou podemos ser felizes em um amor que reconcilia. E essa boa missão é para cada um de nós: ser agentes de reconciliação e não de discórdia, ser instrumento de paz e semeadores de irmandade.

2º Dia – 17 de dezembro

O segundo dia é dedicado à COMPREENSÃO. Compreensão é uma nota distintiva de todo verdadeiro amor. Podemos dizer que a encarnação de um Deus que se faz homem pode ler-se em chave desse grande valor chamado compreensão. É um Deus que fica em nosso lugar, que rompe as distâncias e compartilha nossos afãs e nossas alegrias. É graças a esse amor compreensivo de um Deus pai que somos filhos de Deus e irmãos entre nós. Deus, como afirma São João, nos mostra a grandeza de seu amor e nos chama a viver como filhos dele.

Ler a primeira carta de João 3, 1-10.

Se de verdade atuarmos como filhos de Deus não imitamos Caim, mas “dermos a vida pelos irmãos” (3, 16). Com um amor compreensivo, somos capazes de ver as razões dos outros e ser tolerantes com suas falhas. Se o Natal nos tornar compreensivos será um excelente Natal. Feliz Natal é aprender a nos colocarmos no lugar dos demais.

3º Dia – 18 de dezembro

O terceiro dia é dedicado ao RESPEITO. Uma qualidade do amor que nos move a aceitar os outros tal como são. Graças ao respeito valorizamos a grande dignidade de toda pessoa humana feita à imagem e semelhança de Deus, embora essa pessoa esteja errada. O respeito é fonte de harmonia porque nos anima a valorizar as diferenças, como o faz um pintor com as cores ou um músico com as notas ou ritmos. Um amor respeitoso nos impede de julgar os outros, manipulá-los ou querer moldá-los a nosso modo.

Sempre que penso no respeito vejo Jesus conversando amavelmente com a mulher samaritana, tal como o narra São João no capítulo quarto de seu evangelho. É um diálogo sem recriminações, sem condenações e no qual brilha a luz de uma delicada tolerância. Jesus não aprova que a mulher não conviva com seu marido, mas em vez de julgá-la, a felicita por sua sinceridade. Atua como bom pastor e nos ensina a ser respeitosos se de verdade queremos nos entender com os demais.

4º Dia – 19 de dezembro

O quarto dia é dedicado à SINCERIDADE. Uma qualidade sem a qual o amor não pode subsistir, já que não há amor onde há mentira. Amar é andar na verdade, sem máscaras, sem o peso da hipocrisia e com a força de integridade.

Só na verdade somos livres como anunciou Jesus Cristo: João 8, 32. Só sobre a rocha firme da verdade pode se sustentar uma relação nas crises e nos problemas. Com a sinceridade ganhamos a confiança e com a confiança chegamos ao entendimento e à unidade. O amor ensina a não agir como os egoístas e os soberbos que acreditam que sua verdade é a verdade.

Se o Natal nos aproximar da verdade é um bom Natal, é uma festa em que acolhemos Jesus como luz verdadeira que vem a este mundo: João 1, 9. Luz verdadeira que nos afasta das trevas nos move a aceitar Deus como caminho, verdade e vida. Que nosso amor esteja sempre iluminado pela verdade, de modo que esteja também favorecido pela confiança.

5º Dia – 20 de dezembro

O quinto dia é dedicado ao DIÁLOGO. Toda a Bíblia é um diálogo amoroso e salvífico de Deus com os homens. Um diálogo que leva a seu cume e sua plenitude quando a Palavra de Deus que é Seu Filho, se faz carne, se faz homem, tal como narra São João no primeiro capítulo de seu evangelho. De Deus apoiado na sinceridade, assegurado no respeito e enriquecido pela compreensão, é o que necessitamos em todas nossas relações. Um diálogo em que diariamente “nos revestimos de misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência”. Colossenses 3, 12.

O diálogo sereno que brota de um sincero amor e de uma alma em paz é o melhor presente que podemos nos dar em dezembro. Assim evitamos que nossa casa seja lugar vazio de afeto onde andamos dispersos como estranhos sob o mesmo teto. Deus concede a todos o dom de nos comunicar sem ofensas, sem julgamentos, sem altivez, e sim com apreço que gera acolhida e aceitação mútua.

6º Dia – 21 de dezembro

O Sexto dia é para valorizar a SIMPLICIDADE. Simplicidade que é a virtude das almas grandes e das pessoas nobres. Simplicidade que foi o adorno de Maria de Nazaré tal como ela mesma o proclama em seu canto de Magnificat. “Meu espírito se alegra em Deus meu Salvador porque olhou a humildade de sua serva” (Lucas 1, 47-48).

Natal é uma boa época para desterrar o orgulho e tomar consciência de tantos males que conduzem a soberba. Nenhuma virtude nos aproxima tanto dos demais como a simplicidade e nenhum defeito nos afasta tanto como a arrogância. O amor só reina nos corações humildes, capazes de reconhecer suas limitações e de perdoar sua altivez. É graças à humildade que agimos com delicadeza, sem nos crer mais do que ninguém, imitando a simplicidade de um Deus que “se despojou de si mesmo e tomou a condição de servo” (Filipenses 2, 6-11).

Crescer em simplicidade é um admirável presente para nossas relações. Recordemos que nesta pequenez há verdadeira grandeza, e que o orgulho acaba com o amor.

7º Dia – 22 de dezembro

Sétimo dia é para crescer em GENEROSIDADE. É a capacidade de dar com desinteresse onde o amor ganha a corrida do egoísmo. É na entrega generosa de nós mesmos que se mostra a profundidade de um amor que não se esgota nas palavras. E isso é o que celebramos no Natal: o gesto sem igual de um Deus que dá a si mesmo. Isso São Paulo destaca: “soberba também na generosidade… pois conheceis a generosidade de Nosso Senhor Jesus Cristo o qual sendo rico, por vós se fez pobre para que vos enriquecêsseis com sua pobreza”. É uma passagem bíblica em que o apóstolo convida aos Coríntios a compartilhar seus bens com os necessitados (2Cor 8, 7-15).

Sabemos amar quando sabemos compartilhar, sabemos amar quando damos o melhor de nós mesmos em lugar de dar apenas coisas. Tomemos, pois, a melhor decisão: dar carinho, afeto, ternura e perdão; dar tempo e dar alegria e esperança. São os presentes que mais valem e não custam dinheiro. Demos amor, como dizia São João da Cruz: onde não há amor coloques amor, e tirarás amor.

8º Dia – 23 de dezembro

Oitavo dia é para assegurar a FÉ. Uma fé que é firme quando nasce de uma relação amistosa com o Senhor. Uma fé que é autêntica se está confirmada com as boas obras, de modo que a religião não seja apenas de rezas, ritos e tradições. Precisamos cultivar a fé com a Bíblia, a oração e a prática religiosa porque a fé é nosso melhor apoio na crise. Necessitamos de uma fé grande em nós mesmo, em Deus e nos demais. Uma fé sem vacilações como queria Jesus: Marcos 11, 23. Uma fé que ilumina o amor com a força da confiança, já que “o amor em tudo crê” (1Cor 13, 7).

A FÉ é a força da vida e sem ela andamos à deriva. De fato, aquele que perdeu a fé, já não tem mais nada a perder. Que bom que cuidamos de nossa fé como se cuida de um tesouro! Que bom que nos possam saudar como à Virgem: “Feliz és tu que acreditaste” (Lc 1, 45).

9º Dia – 24 de dezembro

Nono dia é para avivar a ESPERANÇA e o AMOR. O amor e a esperança sempre vão de mãos dadas com a fé. Por isso, em seu hino ao amor, São Paulo nos mostra que o amor crê sem limites e espera sem limites (1Cor 13, 7). Uma fé viva, um amor sem limites e uma esperança firme são o incenso, o ouro e a mirra que nos dão ânimo para viver e coragem para não cair.

É graças ao amor que sonhamos com altos ideais e é graças à esperança que os alcançamos. O amor e a esperança são as asas que nos elevam à grandeza, apesar dos obstáculos e das insipidezes. Se amarmos Deus, amamos nós mesmos e amamos os outros, podemos obter o que sugere São Pedro em sua primeira carta: “Estejam sempre dispostos a dar razão de sua esperança. Com doçura, respeito e com uma boa consciência” (3, 15-16). Se acendermos a chama da esperança e o fogo do amor, sua luz radiante brilhará no novo ano depois que se apaguem as luzes do Natal.

6. Oração ao Menino Deus:

Senhor, Natal é a lembrança de teu nascimento entre nós, é a presença de teu amor em nossa família e em nossa sociedade. Natal é certeza de que o Deus do céu e da terra é nosso Pai, que tu, Divino Menino, é nosso irmão. Que esta reunião junto a teu presépio nos aumente a fé em sua bondade, comprometa-nos a viver verdadeiramente como irmãos, nos dê valor para matar o ódio e semear a justiça e a paz. Ó Divino Menino, ensina-nos a compreender que onde há amor e justiça, ali estas tu e ali também é Natal. Amém.

(Rezar um Glória ao Pai)

7. Gozos

Meu doce Jesus, meu menino adorado! Vem a nossas almas! Vem, não demores tanto!

– Ó sapiência suma de Deus soberano que ao nível de um menino te rebaixaste. Ó Divino infante, vem para nos ensinar a prudência que faz verdadeiros sábios.

Meu doce Jesus, meu menino adorado! Vem a nossas almas! Vem, não demores tanto!

– Menino do presépio nosso Deus e irmão, tu sabes e entendes da dor humana; que quando sofrermos dores e angústias sempre lembremos que tu nos salvaste.

Meu doce Jesus, meu menino adorado! Vem a nossas almas! Vem, não demores tanto!

– Ó luz do oriente, sol de eternos raios que entre as trevas seu esplendor vejamos, Menino tão precioso, sorte do cristão, ilumina o sorriso de seus doces lábios.

Meu doce Jesus, meu menino adorado! Vem a nossas almas! Vem, não demores tanto!

– Rei das nações, ilustre Emanuel, de Israel pastor. Menino que apascenta com suave cajado a ovelha arisca ou o cordeiro manso.

Meu doce Jesus, meu menino adorado! Vem a nossas almas! Vem, não demores tanto!

– Abram-se os céus e chova do alto o bom orvalho, como santa irrigação. Venha belo menino, venha Deus encarnado; brilha bela estrela, brota a flor do campo.

Meu doce Jesus, meu menino adorado! Vem a nossas almas! Vem, não demores tanto!

– Tu te fizeste Menino em uma família cheia de ternura e calor humano. Que vivam os lares aqui congregados o grande compromisso do amor cristão.

Meu doce Jesus, meu menino adorado! Vem a nossas almas! Vem, não demores tanto!

– Do fraco és auxílio, do enfermo és amparo, consolo és do triste, luz do desterrado. Vida de minha vida, meu sonho adorado, meu constante amigo, meu divino irmão.

Meu doce Jesus, meu menino adorado! Vem a nossas almas! Vem, não demores tanto!

– Vem diante de meus olhos por ti enamorados, ora beije teus pés, ora beije tuas mãos. Prosternado em terra, te estendo os braços e, mais do que minhas frases, te diz meu pranto.

Meu doce Jesus, meu menino adorado! Vem a nossas almas! Vem, não demores tanto!

– Faz de nossa pátria uma grande família; semeia em nosso chão teu amor e tua paz, nos dê fé na vida, nos dê esperança e um sincero amor que nos una mais.

Meu doce Jesus, meu menino adorado! Vem a nossas almas! Vem, não demores tanto!

– Vem nosso Salvador, por quem suspiramos! Vem às nossas almas, vem, não demores tanto!

Publicado em Paróquia Nossa Senhora das Dores – Odessa SP.

Palavra de Vida: “Tende coragem! Eu venci o mundo.” (João 16,33).

Com essas palavras concluem-se os discursos de despedida dirigidos por Jesus aos discípulos na sua última ceia, antes de morrer. Foi um diálogo denso, em que revelou a realidade mais profunda do seu relacionamento com o Pai e da missão que este lhe confiou.

Jesus está prestes a deixar a terra e voltar ao Pai, enquanto que os discípulos permanecerão no mundo para continuar a sua obra. Também eles, como Jesus, serão odiados, perseguidos, até mesmo mortos (cf. Jo 15,18.20; 16,2). Sua missão será difícil, como foi a Dele: “No mundo tereis aflições”, como acabara de dizer (16,33).

Jesus fala aos apóstolos, reunidos ao seu redor para aquela última ceia, mas tem diante de si todas as gerações de discípulos que haveriam de segui-lo, inclusive nós.

É a pura verdade: entre as alegrias esparsas no nosso caminho não faltam as “aflições”: a incerteza do futuro, a precariedade do trabalho, a pobreza e as doenças, os sofrimentos causados pelas calamidades naturais e pelas guerras, a violência disseminada em casa e entre os povos. E existem ainda as aflições ligadas ao fato de alguém ser cristão: a luta diária para manter-se coerente com o Evangelho, a sensação de impotência diante de uma sociedade que parece indiferente à mensagem de Deus, a zombaria, o desprezo, quando não a perseguição aberta, por parte de quem não entende a Igreja ou a ela se opõe.

Jesus conhece as aflições, pois viveu-as em primeira pessoa. Mas diz:

“Tende coragem! Eu venci o mundo.” 

Essa afirmação, tão decidida e convicta, parece uma contradição. Como Jesus pode afirmar que venceu o mundo, quando pouco depois é preso, flagelado, condenado, morto da maneira mais cruel e vergonhosa? Mais do que ter vencido, Ele parece ter sido traído, rejeitado, reduzido a nada e, portanto, ter sido clamorosamente derrotado.

Em que consiste a sua vitória? Com certeza é na ressurreição: a morte não pode mantê-lo cativo. E a sua vitória é tão potente, que faz com que também nós participemos dela: Ele torna-se presente entre nós e nos leva consigo à vida plena, à nova criação.

Mas antes disso ainda, a sua vitória consistiu no ato de amar com aquele amor maior, de dar a vida por nós. É aí, na derrota, que Ele triunfa plenamente. Penetrando em cada canto da morte, libertou-nos de tudo o que nos oprime e transformou tudo o que temos de negativo, de escuridão e de dor, em um encontro com Ele, Deus, Amor, plenitude.

Cada vez que Paulo pensava na vitória de Jesus, parecia enlouquecer de alegria. Se é verdade, como ele dizia, que Jesus enfrentou todas as contrariedades, até a adversidade extrema da morte e as venceu, também é verdade que nós, com Ele e Nele, podemos vencer todo tipo de dificuldade. Mais ainda, graças ao seu amor somos “mais que vencedores”: “Tenho certeza de que nem a morte, nem a vida […], nem outra criatura qualquer será capaz de nos separar do amor de Deus, que está no Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8,37; cf. 1Cor 15,57).

Então compreende-se o convite de Jesus a não ter medo de mais nada:

“Tende coragem! Eu venci o mundo.”

Essa frase de Jesus poderá nos infundir confiança e esperança. Por mais duras e difíceis que possam ser as circunstâncias em que nos encontramos, elas já foram vividas e superadas por Jesus.

É verdade que não temos a sua força interior, mas temos a presença Dele mesmo, que vive e luta conosco. “Se tu venceste o mundo” – diremos a Ele nas dificuldades, provações, tentações – “saberás vencer também esta minha ‘aflição’. Para mim, para todos nós, ela parece um obstáculo intransponível. Temos a impressão de não dar conta. Mas com tua presença entre nós encontraremos a coragem e a força, até chegarmos a ser ‘mais que vencedores’”.

Não é uma visão triunfalista da vida cristã, como se tudo fosse fácil e coisa já resolvida. Jesus é vitorioso justamente no drama do sofrimento, da injustiça, do abandono e da morte. A sua vitória é a de quem enfrenta a dor por amor, de quem acredita na vida após a morte.

Talvez também nós, como Jesus e como os mártires, tenhamos de esperar o Céu para ver a plena vitória sobre o mal. Muitas vezes temos receio de falar do Paraíso, como se esse pensamento fosse uma droga para não enfrentar com coragem as dificuldades, uma anestesia para suavizar os sofrimentos, uma desculpa para não lutar contra as injustiças. Ao contrário, a esperança do Céu e a fé na ressurreição são um poderoso impulso para enfrentar qualquer adversidade, para sustentar os outros nas provações, para acreditar que a palavra final é a do amor que venceu o ódio, da vida que derrotou a morte.

Portanto, em qualquer dificuldade, seja ela pessoal ou de outros, renovemos a confiança em Jesus, presente em nós e entre nós: Ele venceu o mundo e nos torna participantes da sua própria vitória, Ele nos escancara o Paraíso, para onde foi preparar-nos um lugar. Desse modo encontraremos a coragem para enfrentar toda provação. Seremos capazes de superar tudo, Naquele que nos dá a força.

Fabio Ciardi 

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Movimento dos Focolares/Brasil.

Publicado em I. Católica.

Dia de todos os santos – 1º de novembro

Hoje, 1º de novembro, celebramos o Dia de Todos os Santos, entretanto no Brasil, esta Solenidade é transferida para o próximo domingo. A origem desta festa se deu no século IV, com a celebração de todos os mártires, no primeiro domingo depois de Pentecostes, mas anos depois, em 835, ela foi transferida pelo papa Gregório IV para o dia 1º de novembro. Sendo que, posteriormente, a Solenidade se tornou ocasião para celebrar Todos os Santos, não só os mártires, inclusive os desconhecidos.

Portanto, celebrar a festa de Todos os Santos é fazer memória destes incontáveis irmãos que nos precedem na contemplação do rosto de Deus em nossa Pátria Celeste, é recordar o testemunho daqueles munidos de obediência ao mandato divino, crucificaram suas paixões e se ofertaram como hóstia viva por amor ao Reino dos Céus.

Sendo assim, tal celebração também nos oferece a oportunidade de refletir sobre o que é ser santo. Neste aspecto, observa-se que houve uma época que se pensou que a santidade era alcançável somente para religiosos, para tanto para refutar esse pensamento, o Concílio Vaticano II recordou sobre a “vocação universal à santidade”, e que todos são chamados à perfeição cristã, como pedira Nosso Senhor Jesus Cristo: “sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 48).

Neste dia, peçamos a Jesus que “dos santos todos fostes caminho, vida, esperança, Mestre e Senhor” que nos ajude a não nos conformarmos com este mundo e a buscarmos sempre fazer da santidade nosso projeto de vida. Aos nossos Santos, agradeçamos pelas indicações deixadas de como amar a Deus, por nos apontarem que a santidade está ao nosso alcance e por intercederem por nós junto a Deus.

Todos os santos do céu, rogai por nós!

Publicado em Comunidade Olhar Misericordioso.

Deus nos abandonou?

Quando o sofrimento bate à nossa porta, por vezes nos sentimos abandonados por Deus, pensamos estar sozinhos neste mundo.

Será que Deus nos abandonou?

Neste mundo passamos por sofrimentos, angústias, tribulações, e nestes momentos podemos nos sentir abandonados por Deus. Jesus Cristo, o Filho de Deus, também teve momentos de angústia, sofrimento, tribulação, mas mesmo assim entregou-se inteiramente à vontade do Pai. Jesus disse aos judeus: “não procuro fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 5, 30b). Cristo veio ao mundo, não para fazer a Sua vontade, mas a vontade do Pai que Lhe enviou. Ele tinha uma missão a realizar neste mundo e dedicou-se inteiramente a essa missão, ainda que para isso tivesse que desagradar os homens e a si mesmo. Como cristãos, somos chamados a seguir o caminho de Cristo, que passou por sofrimentos e perseguições (cf. Jo 5, 18), para realizar a vontade do Pai em nossas vidas.

Esta missão que nos foi confiada se parece com a que foi confiada por Deus ao Povo de Israel através do profeta Isaías: “Eu atendo teus pedidos com favores e te ajudo na obra de salvação; preservei-te para seres elo de aliança entre os povos, para restaurar a terra, para distribuir a herança dispersa” (Is 49, 8). O Senhor nos ajuda nesta obra de salvação. Ele nos preservou para ser, como Jesus Cristo, um elo de aliança entre os povos. A vontade do Pai é que sejamos esse elo de ligação entre Ele e Israel, o Povo de Deus.

O Senhor nos chamou para libertar aqueles que estão presos pelas cadeias do pecado (cf. Is 61, 1), para iluminar a vida daqueles que vivem nas trevas dos vícios, do distanciamento de Deus. Jesus foi perseguido justamente porque fazia tudo isso até mesmo no dia de sábado, que era um dia de descanso para os judeus. Hoje, os motivos das perseguições contra os cristãos certamente não são os mesmos, mas é o próprio Cristo que é perseguido em nós.

Diante das perseguições, dos sofrimentos por causa de Jesus Cristo, podemos pensar como os israelitas: “O Senhor abandonou-me, o Senhor esqueceu-se de mim!” (Is 49, 14). Em meio a estas tribulações, perseguições, sofrimentos, podemos achar que Deus nos abandonou. Porém, o Senhor nunca nos abandona. Ao contrário, nestes momentos é que Ele está ainda mais próximo de nós. Pois, através dos sofrimentos estamos ainda mais unidos à Cruz de Cristo.

Quando os sofrimentos e as perseguições baterem a nossa porta, podemos ser tentados a achar que Deus se esqueceu de nós. Porém, a Palavra de Deus nos garante que Ele jamais se esquece de nós: “Acaso pode a mulher esquecer-se do filho pequeno, a ponto de não ter pena do fruto de seu ventre? Se ela se esquecer, eu, porém, não me esquecerei de ti” (Is 49, 15). Não há maior amor humano do que o amor de uma mãe pelo seu filho. Esta jamais se esqueceria do seu filho. Mas, ainda que sejamos esquecidos pela nossa própria mãe, Deus não se esquece de nós.

Portanto, Deus Pai compara o Seu amor por nós com o amor de uma mãe. O Pai compara o seu amor por nós com o amor materno, de uma mãe para com o seu filho. Este amor de Deus por nós, paterno e materno, se manifestou a nós em Jesus Cristo e na Virgem Maria. Por isso, ainda que nos sintamos abandonados e esquecidos, acolhamos o amor do Pai, que se manifestou no seu Filho Jesus Cristo, pelo Espírito Santo, e o amor materno de Maria, que são reflexo do infinito amor de Deus por nós. Quando acolhemos o amor infinito de Deus por nós, manifestado a nós em Jesus e em Maria, acolhemos a graça do Espírito Santo que, transforma o sofrimento em amor redentor (cf. Papa João Paulo II, Carta Encíclica Dominum et Vivificantem40). Desse modo, fortalecidos pelo amor, dom do Espírito Santo, seremos capazes de fazer a vontade do Pai.

Publicado em Todo de Maria.

O que a Igreja diz sobre o Terço?

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O Terço era a terça parte do Rosário; agora é a quarta parte porque o Papa João Paulo II acrescentou mais um “Terço” ao Rosário, contemplando os mistérios “Luminosos” da Vida Pública de Jesus.

Em cada Terço contemplamos uma etapa da vida de Jesus e o mistério da nossa Salvação; logo, o Terço é uma oração mais centrada em Cristo do que em Maria. No centro da Ave-Maria está a palavra Jesus. Nossa Senhora reza conosco o Terço, contemplando também ela os mistérios da nossa salvação, intercedendo por nós. Por isso, é muito importante contemplar, meditar, cada mistério do Terço.

Em cada um dos cinco mistérios rezamos um Pai-Nosso, 10 Ave-Marias e um Glória ao Pai. Essas três orações são de grande importância para a nossa fé, e são veículos de nossa conversa humilde e confiante em Deus.

Todos os Papas valorizaram e recomendaram muito o Rosário e o Terço. João Paulo II disse que era “a sua oração predileta”.

O Terço toca o coração de Nossa Senhora e de Jesus, é uma oração simples que o povo sabe e gosta de rezar, especialmente nas horas de dificuldades da vida!

Nas aparições de Nossa Senhora de Fátima, em 1917, ela pediu aos pastorinhos que rezassem muito o Terço e que pedissem isto a todos, pois, com o Terço, ela disse à Irmã Lúcia: “qualquer problema de ordem pessoal, familiar, nacional ou internacional, pode ser resolvido”. E disse também que a família que reza unida o Terço permanece unida sempre.

Leia também: O Rosário na História

Qual a posição da Igreja em relação à oração do terço sem a contemplação dos mistérios?

15 promessas, 10 bênçãos e 8 vantagens de se rezar o terço

Posso rezar o terço caminhando ou pela TV?

(…)

Os santos foram devotos do Terço e do Rosário. S. Domingos de Gusmão, por exemplo, para debelar a heresia dos cátaros, caminhava pela Europa rezando o Rosário; assim ele dizimou a heresia. Nossa Senhora promete a todos aqueles que rezarem o terço, segundo as Promessas dela ao Beato Alain de la Roche:

1. Sua proteção especialíssima na vida

2. Uma morte feliz

3. A salvação eterna de sua alma

4. Não morrerão sem os sacramentos

5. Não serão flagelados pela miséria

6. Tudo obterão por meio do rosário

7. A devoção do rosário será sinal certo de salvação

8. Livrará do purgatório no dia em que morrerem os que rezarem o rosário

9. Terão uma grande glória no céu

10. Aos que propagarem a devoção do rosário, Maria Santíssima promete socorrer em todas as suas necessidades.

O Papa São João Paulo II disse: “O Terço é a minha oração predileta. A todos, exorto, cordialmente, que o rezem”.

O Papa Bento XVI convidou o povo a rezar o Rosário pela paz nas famílias e pela paz no mundo. “É a mensagem que a Virgem deixou em suas diferentes aparições”, explicou aos milhares de peregrinos na praça de São Pedro. “Penso, em particular, nas de Fátima, ocorridas há 90 anos, aos três pastorinhos, Lúcia, Jacinta e Francisco, nas quais se apresentou como “a Virgem do Rosário”, recomendou com insistência a oração do Rosário todos os dias, para alcançar o fim da guerra”. “Nós também queremos acolher o materno pedido da Virgem, comprometendo-nos a rezar com fé o Rosário pela paz nas famílias, nas nações e em todo o mundo”.

Na visita pastoral a cidade italiana de Pompéia, em 18/10/2008, Bento XVI disse: “Esta oração nos leva, através de Maria, a Jesus”. “O Rosário é oração contemplativa, acessível a todos: grandes e pequenos, leigos e clérigos, cultos ou pouco instruídos”. “O Rosário é “arma” espiritual na luta contra o mal, contra a violência, pela paz nos corações, nas famílias, na sociedade e no mundo”.

Em 03/5/2008, Bento XVI reafirmou em Roma: “O Santo Terço não é uma prática relegada ao passado, mas uma oração que traz paz e reconciliação”.

O Papa Francisco falando do Terço disse:

“O Terço é a oração que sempre acompanha a minha vida; é também a oração dos simples e dos santos… é a oração do meu coração”. Ele escreveu essas palavras à mão como o prefácio do pequeno livro “Il Rosario. Preghiera del cuore”, edições Shalom do sacerdote de rito copto católico Yoannis Lahzi Gaid, que trabalha na secretaria particular do Papa. (ROMA, 11 de Setembro de 2014 -Zenit.org)

Publicado por Prof. Felipe Aquino.

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