A Paixão de Cristo: uma Profunda Análise Católica

QUARESMA – 2024

A Paixão de Cristo é um dos eventos mais significativos e profundamente simbólicos da fé católica, representando o ápice do amor de Deus pela humanidade e o sacrifício redentor de Jesus Cristo. Este artigo visa explorar o significado e o simbolismo da Paixão de Cristo, destacando como esses eventos, descritos nos Evangelhos, continuam a influenciar e moldar a fé católica. 

Entendendo a Paixão de Cristo

A narrativa da Paixão de Cristo se desenrola em várias etapas, cada uma com seu significado teológico e espiritual profundo:

A Entrada em Jerusalém

A entrada de Jesus em Jerusalém, aclamado como Messias, cumpre a profecia de Zacarias: “Alegra-te muito, filha de Sião! Exulta, filha de Jerusalém! Eis que o teu rei vem a ti; ele é justo e salvador” (Zacarias 9:9). Este momento simboliza a aceitação de Jesus de sua missão redentora e a expectativa messiânica do povo.

A Última Ceia

Durante a Última Ceia, Jesus institui a Eucaristia, dizendo: “E, tomando o pão, deu graças, partiu-o e deu-lhes, dizendo: ‘Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim’. Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: ‘Este cálice é o novo pacto no meu sangue, que é derramado por vós'” (Lucas 22:19-20). Aqui, Jesus estabelece um novo pacto, marcando a transição da Antiga para a Nova Aliança.

A Oração no Jardim do Getsêmani

Confrontado com a realidade de sua iminente morte, Jesus ora intensamente no Getsêmani: “Pai, se quiseres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lucas 22:42). Este momento destaca a humanidade de Jesus, sua angústia e sua submissão total à vontade do Pai.

A Traição de Judas e o Julgamento

A traição de Judas e os julgamentos subsequentes perante as autoridades religiosas e Pilatos revelam tanto a injustiça humana quanto a integridade inabalável de Jesus: “Então, o levaram a Pilatos. E começaram a acusá-lo” (Lucas 23:1).

A Crucificação e Morte

Na crucificação, o amor supremo de Jesus é revelado: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem” (Lucas 23:34). Sua morte na cruz é o ponto culminante do amor redentor e da salvação oferecida à humanidade.

O Sepultamento

O sepultamento de Jesus marca a realidade de sua morte humana e prepara o cenário para o milagre da Ressurreição.

Simbolismo Teológico da Paixão

Cada aspecto da Paixão possui um significado teológico profundo. A entrada em Jerusalém mostra Jesus como o Messias esperado; a Última Ceia estabelece a Eucaristia como um pilar central da fé católica; o Getsêmani destaca a obediência e humanidade de Cristo; a traição e julgamento revelam as falhas humanas e a retidão de Cristo; a crucificação simboliza o amor sacrificial e a redenção dos pecados. Juntos, esses eventos formam um poderoso testemunho do plano de salvação de Deus e do amor infinito de Cristo pela humanidade.

A Paixão de Cristo não é apenas um relato histórico; é um convite contínuo à reflexão, transformação e renovação espiritual. Ela nos inspira a seguir o exemplo de amor, sacrifício e obediência de Jesus e a viver nossas vidas em resposta ao seu chamado de amor e serviço.

A Paixão na Liturgia e na Devoção Católica

A Paixão de Cristo ocupa um lugar central na liturgia e na devoção católica. A Semana Santa, culminando na Páscoa, é marcada por liturgias que rememoram os eventos da Paixão. A Via Sacra, uma meditação sobre as “Estações da Cruz”, ajuda os fiéis a se conectarem com o sacrifício de Cristo.

Reflexão e Identificação com o Sofrimento de Cristo

A contemplação da Paixão permite uma reflexão profunda sobre o significado do sofrimento e sacrifício em nossas vidas. Identificar-se com o sofrimento de Cristo conduz a uma compreensão mais profunda do amor sacrificial e da redenção, reforçando a crença na vitória sobre o pecado e a morte.

A Paixão e a Vida Cristã Contemporânea

A Paixão de Cristo vai além de um evento histórico; é um convite contínuo à transformação pessoal. Em um mundo marcado por desafios, a história da Paixão oferece uma mensagem de esperança e salvação.

A Paixão como Modelo de Amor e Serviço

A entrega de Jesus é um modelo para os cristãos em termos de amor, serviço e sacrifício, inspirando a viver vidas de compaixão, buscar justiça e oferecer misericórdia.

A Paixão na Educação da Fé

No ensino da fé católica, a Paixão é um ponto de referência constante para compreender o amor de Deus, a realidade do pecado e a promessa da redenção.

Conclusão

A Paixão de Cristo permanece como um símbolo poderoso e transformador na fé católica, encapsulando a essência do amor de Deus, e continua a moldar as práticas devocionais e a vida espiritual dos cristãos. Ao refletir sobre a Paixão, somos convidados a mergulhar mais profundamente em nossa jornada de fé, reconhecendo o amor incondicional de Deus e respondendo com uma vida de serviço, amor e dedicação total.

Publicado em Santos Católicos.

Liturgia Diária – 1ª Semana da Quaresma – Terça-feira (20/02/2024)

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Liturgia diária de Terça-feira, 20 de fevereiro de 2024. Homilia diária do evangelho, oração do dia de hoje.

Publicado por Mundo dos Católicos em 20/02/2024

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Liturgia Diária

Liturgia Diária de Terça-feira, 20 de fevereiro de 2024.

Leia diariamente a Liturgia do Dia aqui no Mundo dos Católicos. Reflita a Homilia do Dia do Evangelho e acompanhe a Liturgia de hoje aqui no Mundo dos Católicos.

1ª Leitura

Primeira leitura: Isaías 55, 10-11

Leitura do livro do Profeta Isaías:

Isto diz o Senhor: 10″Assim como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra e fazê-la germinar e dar semente para o plantio e para a alimentação, 11assim a palavra que sair de minha boca não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi ao enviá-la”.

– Palavra do Senhor

– Graças a Deus

Salmo

Salmo 33 (34)

– O Senhor liberta os justos de todas as angústias.

– Comigo engrandecei ao Senhor Deus, exaltemos todos juntos o seu nome! Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu e de todos os temores me livrou.

– Contemplai a sua face e alegrai-vos, e vosso rosto não se cubra de vergonha! Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido, e o Senhor o libertou de toda angústia.

– O Senhor pousa seus olhos sobre os justos, e seu ouvido está atento ao seu chamado; mas ele volta a sua face contra os maus, para da terra apagar sua lembrança.

– Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta e de todas as angústias os liberta. Do coração atribulado ele está perto e conforta os de espírito abatido.

Evangelho do Dia

Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 6, 7-15

– Glória a Cristo, Palavra eterna do Pai, que é amor!

– O homem não vive somente de pão, mas de toda palavra da boca de Deus (Mt 4,4);

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus:

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7″Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. 8Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais. 9Vós deveis rezar assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10venha o teu reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. 11O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. 12Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. 13E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. 14De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. 15Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as faltas que vós cometestes”.

– Palavra da Salvação

– Glória a Vós, Senhor

Reflexão da Liturgia Diária

Lembre-se de que Jesus costumava sair sozinho às vezes e passar a noite inteira em oração. Assim, fica claro que Jesus é a favor de momentos de oração longos e sinceros, pois nos deu como lição o seu próprio exemplo. Mas há claramente uma diferença entre aquilo que nosso Senhor fez a noite toda e aquilo que Ele criticou os pagãos por fazerem quando eles “balbuciavam” com muitas palavras. Depois desta crítica à oração dos pagãos, Jesus dá-nos a oração do “Pai Nosso” como modelo da nossa oração pessoal.

A oração do Pai Nosso começa dirigindo-se a Deus de uma forma profundamente pessoal. Isto é, Deus não é apenas um ser cósmico todo-poderoso. Ele é pessoal, familiar – Ele é nosso Pai. Jesus continua a oração instruindo-nos a honrar nosso Pai, proclamando Sua santidade. Deus e somente Deus é o Santo do qual deriva toda a santidade da vida. Ao reconhecermos a santidade do Pai, devemos também reconhecê-Lo como Rei e procurar a Sua Realeza para as nossas vidas e para o mundo. Isto só é realizado quando Sua vontade perfeita é feita “na terra como no céu”. Esta oração perfeita termina reconhecendo que Deus é a fonte de todas as nossas necessidades diárias, incluindo o perdão dos nossos pecados e a proteção contra todo o mal.

Após a conclusão desta oração de perfeição, Jesus fornece um contexto no qual esta e todas as orações devem ser feitas. Ele diz: “Se você perdoar aos homens as suas transgressões, seu Pai celestial irá perdoar você. Mas se vocês não perdoarem aos homens, também o seu Pai não perdoará as suas transgressões.” A oração só será eficaz se permitirmos que ela nos mude e nos torne mais semelhantes ao Pai Celestial. Portanto, se quisermos que a nossa oração de perdão seja eficaz, devemos viver aquilo pelo que oramos. Devemos também perdoar os outros para que Deus nos perdoe.

Reflita, hoje, sobre esta oração perfeita, o Pai Nosso. Uma tentação é que podemos ficar tão familiarizados com esta oração que encobrimos o seu verdadeiro significado. Se isso acontecer, descobriremos que estamos orando mais como os pagãos que simplesmente balbuciam as palavras. Mas se entendermos com humildade e sinceridade cada palavra, então poderemos ter certeza de que nossa oração se tornará mais parecida com a de nosso Senhor. Santo Inácio de Loyola recomenda ponderar cada palavra dessa oração muito lentamente, uma palavra de cada vez. Tente orar desta forma, hoje, e permita que o Pai Nosso passe do balbucio para a comunicação autêntica com o Pai Celestial.

Oração do Dia

Pai Nosso, que estás nos céus, Santificado seja o Teu Nome. Venha o Teu Reino. Seja feita a Tua Vontade, assim na terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje. E perdoa-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aqueles que nos ofenderam. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. Amém. Jesus eu confio em vós.

A Liturgia Diária para os Católicos

Usada nas missas, a Liturgia Diária também pode ser usada em outras celebrações. E também pode ser utilizada em outros momentos como em Grupos de Meditação e Orações.

Apesar da igreja celebrar o Mistério de Cristo todos os dias, o ponto central é a missa dominical. É neste dia que os católicos devem ir obrigatoriamente à missa como forma de fé.

Deste modo, a Liturgia Diária é a ação do povo de Deus em unidade. Durante a celebração da missa católica, a Liturgia do Dia pode ser praticada por gestos, palavras ou sinais .

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Publicado em Mundo dos Católicos.

Quaresma, tempo de mortificação

Homilia Diária 04:5114 Fev 2024

Somos pó e ao pó voltaremos. É com essa lembrança da morte, que a todos nos espera, que a Igreja quer preparar-nos ao longo da Quaresma para a celebração pascal da vida eterna que o Senhor nos mereceu.

Homilia Diária 04:5114 Fev 2024

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus 
(Mt 6, 1-6.16-18)

Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos: “Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus. Por isso, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. Ao contrário, quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita, de modo que a tua esmola fique oculta. E o teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa. Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar em pé, nas sinagogas e nas esquinas das praças, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. Ao contrário, quando tu orares, entra no teu quarto, fecha a porta e reza ao teu Pai que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa. Quando jejuardes, não fiqueis com o rosto triste como os hipócritas. Eles desfiguram o rosto, para que os homens vejam que estão jejuando. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, para que os homens não vejam que tu estás jejuando, mas somente teu Pai, que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa”.

Iniciamos hoje o Tempo da Quaresma, um período de grande mortificação. E por que a Igreja nos coloca esse tempo de penitência? Em toda Quarta-feira de Cinzas, nós vamos à Igreja para receber cinzas que são colocadas na nossa cabeça, enquanto o padre pronuncia aquelas palavras que ecoam pelos séculos: “Memento homo”, lembra-te, homem, “quia pulvis es et in pulverem reverteris”, tu és pó e ao pó hás de voltar. Com isso, a Igreja nos recorda que um dia o mundo se tornará pó e cinza. 

Será que estamos construindo a nossa casa sobre a rocha firme, ou a estamos construindo em cima da areia, e virá o vento, a tempestade, e grande será a ruína? São esses pensamentos que devem nos acompanhar no início da Quaresma. Nós precisamos compreender que estamos neste mundo de passagem, preparando nosso retorno para a Pátria do Céu. Estamos no mundo, mas não somos dele.

Nós, porém, marcados pelo pecado original, esquecemos disso e começamos a nos adaptar ao mundo. Adquirimos uma mentalidade mundana e ignoramos o fato de que nossa pátria não é aqui.

A Igreja, como grande pedagoga, quer que recebamos cinzas na cabeça, feitas com os ramos e folhas de palmeiras abençoados no Domingo de Ramos do ano passado, para nos recordar de uma outra cinza: a que nós seremos quando formos decompostos no túmulo.

Ao longo dos séculos, muitas pessoas foram tomadas de surpresa por esta verdade tão esquecida: a de que vamos morrer. Por isso, precisamos sempre terminar o dia com um exame de consciência, pedindo perdão a Deus e colocando-nos humildemente diante dele, porque não sabemos quando partiremos desta vida.

O Tempo da Quaresma é um período para intensificarmos essa experiência e o conhecimento dessa verdade, para que nos lembremos do quão passageiras são as alegrias deste mundo.

Portanto, façamos propósitos de mortificação, dando um pouco de “morte” aos nossos gostos e à nossa mentalidade mundana, e lembrando-nos de que as alegrias deste mundo são efêmeras, brotam de manhã como a erva e de tarde já murcham e fenecem.

Publicado em padrepauloricardo.org.

ORAÇÕES DE REPARAÇÃO PARA OS DIAS DE CARNAVAL

O QUE OS SANTOS ENSINAM SOBRE O CARNAVAL

->SANTA CATARINA DE SENA:
“Oh! Que tempo diabólico!”

->SERVO DE DEUS, JOÃO DE FOLIGNO
Carnaval: “Colheita do diabo.”

->SÃO FRANCISCO DE SALES:
“O carnaval: tempo de minhas dores e aflições”.

->SÃO VICENTE FERRER:

“O carnaval é um tempo infelicíssimo, no qual os cristãos cometem pecados sobre pecados, e correm à rédea solta para a perdição.”

->SANTO AGOSTINHO:

“…os dias de Carnaval são sacramentais de satanás, sinais visíveis daquilo que o demônio faz com os filhos da Luz.”

->SANTA FAUSTINA

“Nestes dois últimos dias de carnaval, conheci um grande acúmulo de castigos e pecados.

O Senhor deu-me a conhecer num instante os pecados do mundo inteiro cometidos nestes dias.

Desfaleci de terror e, apesar de conhecer toda a profundeza da misericórdia divina, admirei-me que Deus permita que a humanidade exista.”

JESUS DISSE PARA A IRMÃ AMÁLIA:

“Filha, não te esqueças, no dia de hoje, de enviar Maria aos salões de bailes, para dizer aos pecadores que se convertam”

JESUS PEDE A NOSSA COMPAIXÃO

SANTA MARGARIDA MARIA ALACOQUE:

->Jesus apareceu, sob a forma de Ecce Homo, carregando a cruz, todo coberto de chagas e ferimentos.

O Sangue adorável corria de toda parte, dizendo com voz dolorosamente triste:

“Não haverá ninguém que tenha piedade de mim e queira compadecer-se e tomar parte na minha dor no lastimoso estado em que me põem os pecadores, sobretudo agora?”

JESUS RECOMPENSA OS REPARADORES DO CARNAVAL

À Santa Gertrudes viu num êxtase o divino Redentor que ordenava ao Apóstolo São João escrevesse com letras de ouro os atos de virtude feitos por ela no carnaval, afim de a recompensar com graças especialíssimas.

Foi exatamente neste mesmo tempo, enquanto Santa Catarina de Sena estava rezando e chorando os pecados que se cometiam na quinta-feira gorda, que o Senhor a declarou Sua esposa, em recompensa dos obséquios praticados pela Santa no tempo de tantas ofensas.

O QUE DEVEMOS FAZER? OS SANTOS ENSINAM

SÃO FRANCISCO DE SALES:

Tendo conhecimento que algumas pessoas por ele dirigidas, que se relaxavam um pouco nos dias de carnaval, repreendia-as com brandura e exortava-as à COMUNHÃO FREQUENTE.

SÃO PEDRO CLAVER

Disse a um oficial espanhol: “Agora venha comigo; vamos à IGREJA REZAR por esses infelizes que, lá fora, julgam que têm o direito de ofender a Deus livremente por ser tempo de Carnaval.

SANTA MARIA MADALENA DE PAZZI:

No tempo do carnaval  passava as noites inteiras diante do SANTÍSSIMO SACRAMENTO, oferecendo a Deus o sangue de Jesus Cristo pelos pobres pecadores.

CARLOS BORROMEU:

Nos dias de Carnaval, o santo castigava o seu corpo com disciplinas e PENITÊNCIAS extraordinárias.

BEATO HENRIQUE SUSO: Durante o carnaval guardava um JEJUM rigoroso a fim de expiar as intemperanças cometidas.

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MEU TESOURO ESPIRITUAL: O DEVOCIONÁRIO COMPLETO DO CATÓLICO

Além de orações para todos os momentos e situações:

Orações da manhã, da tarde e da noite, orações para a Visita ao Santíssimo Sacramento e Santa Missa

Orações para várias devoções, pelas almas do Purgatório e pelos agonizantes

Orações pela Igreja, pela conversão dos pecadores e pelo Brasil

PRÁTICAS REPARADORAS

->VISITA AO SANTÍSSIMO SACRAMENTO

Cardeal Lambertini: “O mundo convida-vos às suas diversões, às suas festas; Deus por sua parte chama-vos a seus templos.”

ADORAÇÃO REPARADORA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO NOS DIAS DE CARNAVAL (Padre Reus)

Rezar 6 vezes: Pai Nosso, Ave Maria e o Glória.

->ORAÇÕES

Philip Kosloski: “Orações de reparação também podem ser pensadas como “orações de amor”, proclamando a Jesus o amor que você tem por ele, mesmo quando outros o rejeitam.”

ATO DE DESAGRAVO E REPARAÇÃO PÚBLICA AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS ( PARA OS DIAS DE CARNAVAL E DE PECADOS PÚBLICOS)

O Coração dulcíssimo de Jesus !…

Coração Hóstia !

Coração vítima !…

Para quem os homens ingratos só têm esquecimento, indiferença e desprezo!…

Permiti que vossos filhos devotos venham neste dia de salvação e de perdão pedir misericórdia a vossos pés e dar-vos reparação pública ,pelas traições, atentados e sacrilégios de que sois vítima adorável vosso Sacramento de amor!

Ah ! pecadores também, apenas ousamos apresentar-nos!…

Cada um de nós teme, e não se sente com ânimo para elevar a voz em favor de seus irmãos !

Entretanto, o Jesus, confiando na infinita bondade do vosso Coração e prostrando-nos humildemente, perante vossa Majestade ultrajada pelos crimes que inundam a terra

Ousamos dizer-vos : Senhor, não castigueis !… não castigueis !…ou pelo menos não castigueis ainda!…

O vosso indulgente amor perdoará a nossa temeridade!

O Coração de Jesus ! Coração tão generoso e tão terno, Coração tão amante e tão doce !

Perdão primeiramente para nós, perdão para os pobres pecadores! Aceitai o

Nosso desagravo, a nossa reparação pública pelas blasfêmias, com que a terra tremendo ressoa !

Perdão para os blasfemadores !

Reparação pública pelas profanações dos Vossos sacramentos e do santo dia que vos é consagrado…

Graça e perdão para os profanadores !

Reparação pública pelas irreverências e imodéstias cometidas no lugar santo…

Graça e perdão para os sacrílegos!

Reparação pública pela indiferença que de vós aparta tantos cristãos…

Graça e perdão para os ingratos !

Reparação pública por todos os crimes. ..

Ainda uma vez, meu Deus! graça e perdão para todos os homens !

Favorecei-nos, Senhor, em consideração do Coração adorável de vosso Divino Filho, que vela em todos os santuários, Vítima permanente por nossos pecados!

Seja ouvido em nosso favor o seu Sangue preciosíssimo !…

Cessem as ofensas !…

Estabeleça-se o vosso divino amor! reine, triunfe nos corações de todos os homens, para que todos os homens reinem um dia convosco no céu! Assim seja.

TERÇO ÀS SANTAS CHAGAS

CREIO

Oh! Jesus, Divino Redentor, tende Misericórdia de nós e do mundo inteiro.

Deus Forte, Deus Santo, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro.

Graça, Misericórdia, Meu Jesus; nos perigos presentes, cobri-nos com Vosso  Preciosíssimo Sangue.

Pai Eterno, tende Misericórdia de nós, pelo Sangue de Jesus Cristo, Vosso Filho Unigênito, tende Misericórdia de              nós, Vos suplicamos. Amém, Amém, Amém.

Em lugar do Pai Nosso: Pai Eterno, eu Vos ofereço as santas  Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo; Para curar as de nossas almas.

Em lugar de cada Ave-Maria: Meu Jesus, perdão e misericórdia: Pelos         méritos de Vossas Santas Chagas.

Por fim rezar  três vezes: Pai Eterno, eu Vos ofereço as santas  Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo; Para curar as de nossas almas. Amem

ORAÇÃO À DIVINA MISERICÓRDIA

Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro.

10 x Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro

ORAÇÃO REPARADORA FLECHA DE OURO

3X “Que seja sempre louvado, bendito, amado, adorado, glorificado o Santíssimo, Sacratíssimo, sumamente adorável, incompreensível, inefável Nome de Deus no Céu, na Terra e nos infernos, por todas as criaturas saídas das mãos de Deus e pelo Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento do Altar. Assim seja.

MODELO DE ORAÇÃO ENSINADA POR JESUS À IRMÃ AMÁLIA PARA O TEMPO DE CARNAVAL

10X Mãe do Belo Amor, entrega a Deus Pai o Preciosíssimo Sangue de Jesus e os Seus sofrimentos pelos infelizes pecadores

BENDITO SEJA DEUS

– Bendito seja Deus.
– Bendito seja o seu santo nome.
– Bendito seja Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
– Bendito seja o nome de Jesus.
– Bendito seja o seu Sacratíssimo coração.
– Bendito seja o seu preciosismo sangue.
– Bendito seja Jesus no Santíssimo sacramento do altar.
– Bendito seja o Espírito Santo Paráclito.
– Bendita seja a grande mãe de Deus, Maria santíssima.
– Bendita seja sua santa e imaculada conceição.
– Bendita seja sua gloriosa assunção.
– Bendito seja o nome de Maria, virgem e mãe.
– Bendito seja são José, seu castíssimo esposo.
– Bendito seja Deus, nos seus anjos e nos seus santos.

ATO DE DESAGRAVO À SAGRADA FACE

Cristo Sacerdote, Fazei que resplandeça a Vossa Face Sobre nós, Permanecei conosco, Senhor! (3 vezes)

Ó Jesus Cristo sacerdote queremos Vos oferecer nossa vida, sofrimentos e orações, em união com o Imaculado Coração de Maria, em desagravo à Vossa Sagrada Face, pelos nossos pecados e pelos pecados do mundo inteiro, especialmente das pessoas a vós consagradas na vida religiosa e sacerdotal. Aceitai, Senhor, esta nossa humilde reparação por todos os pecados de orgulho, heresia e sensualidade.

Senhor Jesus Cristo Sacerdote, que a luz de Vossa Sagrada Face nos ilumine. Que sua infinita beleza nos atraia.

Que sua força onipotente nos proteja. Que seu amor misericordioso nos perdoe e santifique, levando-nos a sua eterna contemplação nos esplendores do céu. Amém.

ATO DE DESAGRAVO AO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA

Ó Coração Doloroso e Imaculado de Maria, transpassado de dor pelas injúrias com que os pecadores ultrajam vosso santo nome e vossas excelsas prerrogativas; eis prostrado aos vossos pés vosso indigno filho, que, oprimido pelo peso das próprias culpas, vem arrependido com ânimo de reparar as injúrias que, à maneira de penetrantes setas dirigem contra vós os homens ousados e perversos.

Desejo reparar com esse ato de amor e submissão que faço perante o vosso coração amantíssimo, todas as blasfêmias que proferem contra o vosso Augusto nome, todas as ofensas que fazem às vossas excelsas virtudes e todas as ingratidões com que os homens correspondem ao vosso maternal amor e inesgotável misericórdia.

Aceitai, ó Coração Imaculado, esta demonstração de meu fiel carinho e justo reconhecimento, com o firme propósito que faço de ser-vos fiel todos os dias de minha vida, de defender vossa honra quando a veja ultrajada e de propagar com entusiasmo vosso culto e vossas glórias.

Rezar 3 Ave Marias em honra ao poder, sabedoria e misericórdia do puríssimo Coração de Maria, desprezado pelos homens

ORAÇÕES REPARADORAS DO ANJO DE FÁTIMA 

Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e  ofereço-Vos o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus  Cristo, presente em todos os sacrários da Terra, em reparação dos ultrajes,  sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos  infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço Vos a conversão dos pobres pecadores.

3x Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os  que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam.

ORAÇÃO À NOSSA SENHORA DAS LÁGRIMAS

1X Vêde, ó Jesus, que são as lágrimas d’Aquela que mais Vos amou na Terra, e que mais Vos ama no Céu.

7 x Meu Jesus, ouvi os nossos rogos, pelas Lágrimas de Vossa Mãe Santíssima.

ORAÇÃO DE SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO PARA O TEMPO DO CARNAVAL

Amabilíssimo Jesus, Vós que sobre a cruz perdoastes aos que Vos crucificaram, e desculpastes o seu horrendo pecado perante o Vosso Pai, tende piedade de tantos infelizes que, seduzidos pelo espírito da mentira, e com o riso nos lábios, vão neste tempo de falso prazer e de dissipação escandalosa, correndo para a sua perdição.

Ah! pelos merecimentos do Vosso divino sangue, não os abandoneis, assim como mereceriam. Reservai-lhes um dia de misericórdia, em que cheguem a reconhecer o mal que fazem e a converter-se.

Protegei-me sempre com a Vossa poderosa mão, para que não me deixe seduzir no meio de tantos escândalos e não venha a ofender-Vos novamente.

Fazei que eu me aplique tanto mais aos exercícios de devoção, quanto estes são mais esquecidos pelos iludidos filhos do mundo.

Amabilíssimo Jesus, não é tanto para receber os Vossos favores como para fazer coisa agradável ao Vosso divino Coração, que quero nestes dias unir-me às almas que Vos amam, para Vos desagravar da ingratidão dos homens para conVosco, ingratidão essa que foi também a minha, cada vez que pequei.

Em compensação de cada ofensa que recebeis, quero oferecer-Vos todos os atos de virtude, todas as boas obras, que fizeram ou ainda farão todos os justos, que fez Maria Santíssima, que fizestes Vós mesmo quando estáveis nesta terra. Entendo renovar esta minha intenção todas as vezes que nestes dias eu disser:

† Meu Jesus, misericórdia.

― Ó grande Mãe de Deus e minha Mãe Maria, apresentai vós este humilde ato de desagravo ao Vosso divino Filho, e por amor do Seu Sacratíssimo Coração obtende para a Igreja sacerdotes zelosos, que convertam grande número de pecadores.

† Doce Coração de Maria, sede a minha salvação.

ORAÇÃO PARA OS DIAS DO CARNAVAL

Meu Jesus, que sobre a Cruz perdoastes aqueles que nela Vos pregastes; Vós que da Cruz lançastes um olhar de piedade ao bom ladrão que expirava sobre o patíbulo e o convertestes e salvastes;

Vós que entre as agonias da morte declarastes ter ainda sede de almas, tende piedade de tantos infelizes que seduzidos pelo espírito da mentira nestes dias de falsos prazeres e de escandalosa dissipação estão no caminho da condenação eterna.

Ah! pelos méritos de Vosso preciosíssimo Sangue e da Vossa morte não os abandoneis como merecem nem permitais fique sem remédio o miserável estado em que se vão precipitar.

Reservai para eles um dia de misericórdia e de salvação.

Vós que a São Pedro estendestes prontamente a mão para sustentá-lo, quando submergia, quanto a estes infelizes que estão para cair no abismo infernal; acordai-os, sacudi-os, iluminai-os, convertei-os e salvai-os.

Quanto a nós, tende sempre firme a Vossa destra, para que nunca sejamos seduzidos por tantos escândalos que nos rodeiam; pelo contrário, à semelhança de José do Egito que vivendo num ambiente supersticioso, nunca se afastou da verdade e da justiça, mereçamos nós o Vosso amor, ao passo que outros provocam o Vosso desdém,  apliquemo-nos nos exercícios de piedade enquanto que ela é esquecida pelos ingratos filhos do século que terão de chorar para sempre a sua atual estultícia.

Padre nosso, Ave Maria e Glória.

Aos que querem continuar vivendo a reparação, uma devoção importante é a reparação a Sagrada Face de Jesus:

ATOS DE DESAGRAVO À SAGRADA FACE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO,
NOS DIAS DE CARNAVAL
(
Completa – pdf.)

Publicado em Quem reza se salva.

O que há de errado com o Carnaval?

O que devemos pensar, como católicos, a respeito da alegria do Carnaval?

Antes de toda Quaresma há um Carnaval.

Já tivemos a oportunidade de tratar esse assunto aqui, ano passado, quando publicamos uma famosa citação de Santa Faustina Kowalska sobre a festa, juntamente com um vídeo da famosa religiosa norte-americana, Madre Angélica, sobre os foliões que se embebedam e dão escândalo aos mais jovens.

Na ocasião, comentamos que “a grande tragédia de nossa época” é o homem moderno ter transformado “a sua vida em uma festa de Carnaval prolongada”. No fundo, as pessoas não se entregam ao pecado só numa época do ano para se comportarem bem nas outras. Para muitos, o Carnaval tornou-se praticamente um “estilo de vida”. E essas pessoas não conseguem sequer conceber um outro modo de viver, senão este de brigas, bebedeiras e sexo desregrado.

Nem todas as pessoas que “pulam carnaval” se divertem dessa forma pecaminosa, é verdade. Há carnavais e carnavais, alguém poderia dizer. É possível se divertir honestamente, no fim das contas, evitando o pecado e as ocasiões de cair nele, e o próprio Santo Tomás de Aquino chega a associar o bom divertimento a uma virtude específica em sua Suma Teológica.

Neste vídeo, Pe. Paulo Ricardo fala de forma bem equilibrada a respeito do Carnaval, indicando as diferenças que existem entre:

  • a alegria pecaminosa em que muitos passam esses dias,
  • a alegria sadia de quem sabe gozar honestamente das coisas deste mundo e, por fim,
  • a alegria realmente sobrenatural de quem tem os olhos fixos, não nos bens passageiros desta existência, mas na vida eterna com Cristo.

Publicado em Equipe Christo Nihil Praeponere.

O Sangue de Cristo é o preço da nossa salvação

“Porque vós sabeis que não é por bens perecíveis, como a prata e o ouro, que tendes sido resgatados da vossa vã maneira de viver, recebida por tradição de vossos pais, mas pelo precioso sangue de Cristo.” (IPd 1, 18). São Pedro nos exorta sobre o meio pelo qual nós fomos resgatados, os apresentando que fomos salvos pelo Sangue de Jesus Cristo, que na Cruz pagou por nossos pecados. Esta é uma realidade sobre natural que ultrapassa os limites de nossa inteligência, é um mistério que não somos capazes de compreender.

Por nós mesmos não podemos nos salvar, é por garça de Deus que nos vem a salvação (cf Ef 2,5). Nossa salvação custou o Sangue precioso de Jesus, sem Sua intervenção, Sem Seu Sacrifício de amor, estaríamos todos condenados a morte eterna. Cristo ao se encarnar, vir ao mundo, se fazer um como nós, menos no pecado, não o fez por beneficio próprio, mas veio e aceitou pagar o preço para que fossemos salvos. O resgate, o preço pago não foi plano de Deus nem ago que Ele desejou, mas Lhe custou esforço, renúncia e muito sofrimento. Fomos reconciliados com Deus pela more de Seu Filho, (cf. Rm 5,10) e, isto não e coisa qualquer, portanto.

O Sangue precioso de Jesus foi derramado para que eu e você tivéssemos vida! Ele cura as feridas que nós mesmos causamos em nós, por causa dos nossos pecados, erros, omissões… por causa do orgulho nos ferimos e também aqu’Ele que derramou Seu Sangue por nós!

Somos convidados a meditar, contemplar as feridas que causamos em Cristo Jesus , olhar para Seu peito aberto jorrando Sangue e Água preciosos, que nos cura e nos purifica. Somos convidados a reparar Seu Coração chagado, ferido por nossa causa e acima de tudo, somos convidados a nos redimir, mediante o sacrifício de amor de nosso Deus. Seu Sangue nos lava, nos cura e, nos liberta da vida do pecado para a vida nova.

Sem o Sangue de Jesus não há salvação! É o Sangue de Cristo que nos protege de todo mal, nos liberta do pecado e cura as feridas de nossa alma. O Sangue de Jesus foi o alto preço pago para que eu e você tenhamos vida e nos é oferecido, todos os dias, no Santo Sacrifício do altar, na Santa Missa.

Nós vos agradecemos Senhor, por vosso Preciosíssimo Sangue, pelo qual nós fomos salvos e preservados de todo mal. Amém.

Publicado em Comunidade Coração Fiel.

Os Papas e a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo

S.S. João Paulo II,
Audiência Geral das Quartas-feiras;
7 de Abril de 1993.

Que Mistério tão grande é a Paixão de Cristo: Deus feito Homem, sofre para salvar o homem, carregando com toda a tragédia da Humanidade!

S.S. Bento XVI,
Santuário de Mariazell;
8 de Setembro del 2007

Jesus transformou a Paixão, o Seu sofrimento e a Sua morte em oração, em acto de amor a Deus e aos homens. Por isso, os braços estendidos de Cristo crucificado são também um gesto de abraço, através do qual nos atrai a Si e com o qual nos quer estreitar nos Seus braços com amor. Deste modo, é imagem do Deus Vivo, é o próprio Deus, e podemos colocar-nos nas Suas mãos.

S. Leão Magno,
Sermão 15 sobre a Paixão.

Aquele que quer venerar, de verdade, a Paixão do Senhor deve contemplar, a Jesus crucificado, com os olhos da alma, até ao ponto de reconhecer a sua própria carne na Carne de Jesus.

S.S. João Paulo II
XIV Jornada Mundial da Juventude;
28 de Março de 1999

Ao contemplar Jesus na Sua Paixão, vemos, como num espelho, os sofrimentos da Humanidade, assim como as nossas situações pessoais. Cristo, ainda que não tivesse pecado, tomou sobre Si aquilo que o homem não podia suportar: a injustiça, o mal, o pecado, o ódio, o sofrimento e, por último, a morte.

S.S. João Paulo II
XV Jornada Mundial da Juventude;
29 de Julho de 1999.

Paixão, quer dizer amor apaixonado, que ao dar-se não faz cálculos: a Paixão de Cristo é o culminar de toda a Sua existência “dada” aos homens para revelar o Coração do Pai. A Cruz, que parece elevar-se da terra, na realidade desce do Céu, como abraço divino que estreita o universo. A Cruz manifesta-se como centro, sentido e fim de toda a história e de cada vida humana.

Publicado em As Horas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo (passioiesus.org)

Como se Preparar para a Quaresma de 2024: Um Guia Espiritual Detalhado

Quaresma é um período de grande significado no calendário litúrgico católico, representando um tempo de reflexão, penitência e preparação para a celebração da Páscoa. À medida que nos aproximamos da Quaresma de 2024, torna-se crucial considerar como podemos nos preparar para vivenciar este tempo sagrado de maneira profunda e significativa. Este artigo oferece um guia detalhado para uma preparação eficaz, ancorada na Bíblia e na doutrina da fé católica.

Quando começa a Quaresma de 2024?

A Quaresma de 2024 se inicia na quarta-feira , 14 de fevereiro e vai até a quinta-feira, 28 de março.

Compreendendo a Profundidade da Quaresma

A Quaresma, que se inicia na Quarta-feira de Cinzas e se estende por 40 dias até a Páscoa, é um período de singular importância na vida cristã. Este tempo litúrgico não apenas relembra, mas também nos convida a vivenciar, de maneira simbólica, os 40 dias que Jesus passou no deserto. Durante esse tempo, Jesus enfrentou tentações e se preparou para Seu ministério salvífico. É um período que simboliza luta, purificação e preparação espiritual.

O Significado dos 40 Dias

O número 40 tem um significado especial na tradição bíblica. Ele simboliza um período de teste, purificação e transformação. Vemos isso na história do dilúvio, que durou 40 dias e noites, e na peregrinação dos israelitas no deserto, que durou 40 anos. Assim, os 40 dias da Quaresma são um convite para embarcarmos em nossa própria jornada de transformação espiritual, seguindo os passos de Jesus.

Preparação para o Ministério

Ao refletir sobre Jesus no deserto, compreendemos que a Quaresma é um tempo para nossa própria preparação espiritual. Assim como Jesus se preparou para Seu ministério, somos chamados a nos preparar para viver mais plenamente nossa vocação cristã. Este é um período para nos afastarmos das distrações do mundo e nos concentrarmos em nosso crescimento espiritual e nossa relação com Deus.

Reflexão e Arrependimento Profundos

Durante a Quaresma, somos convidados a uma reflexão e arrependimento profundos. Este é um tempo para um exame de consciência sincero, onde avaliamos nossa vida à luz do Evangelho e reconhecemos as áreas onde falhamos.

Contemplação da Paixão de Cristo

A contemplação da Paixão de Cristo é central na Quaresma. Ao meditar sobre o sacrifício de Jesus, somos levados a uma compreensão mais profunda do amor de Deus e da gravidade do pecado. Esta meditação nos ajuda a apreciar o custo da nossa redenção e a responder com um arrependimento sincero e uma conversão genuína.

Práticas de Reflexão

Práticas como a leitura diária da Bíblia oferecem uma oportunidade de ouvir a voz de Deus e de refletir sobre a vida, morte e ressurreição de Jesus. A oração pessoal intensa nos permite entrar em um diálogo íntimo com Deus, expressando nossas lutas, agradecimentos e desejos de transformação. A meditação sobre os mistérios da fé, especialmente através da prática da Via Sacra, nos ajuda a entrar nos eventos da Paixão de Cristo, tornando-os mais reais e presentes em nossa vida.

O Deserto Espiritual

Durante a Quaresma, os cristãos são convidados a entrar em seu próprio “deserto espiritual”. Isso significa se afastar das distrações e confortos do dia a dia para se concentrar mais intensamente na vida espiritual. Este “deserto” pode ser um lugar de desafios e provações, mas também de profunda comunicação com Deus e autodescoberta.

Reflexão e Arrependimento Profundos

A Quaresma é um tempo para uma reflexão e arrependimento sinceros. Durante este período, os cristãos são incentivados a examinar suas vidas à luz do Evangelho, confrontando honestamente seus erros e pecados.

Contemplação da Paixão de Cristo

A contemplação da Paixão de Cristo é um aspecto crucial da Quaresma. Este é um tempo para meditar sobre o imenso sacrifício de Jesus na cruz. Ao refletir sobre Seu sofrimento e morte, os fiéis são levados a uma compreensão mais profunda do amor e misericórdia de Deus. Esta meditação inspira um arrependimento genuíno e uma gratidão profunda pela salvação oferecida através do sacrifício de Cristo.

Práticas de Reflexão e Arrependimento

Práticas como a leitura diária da Bíblia são fundamentais durante a Quaresma. Elas fornecem alimento espiritual e uma base para a reflexão pessoal. A oração pessoal intensa também é central, criando um espaço para a comunicação íntima com Deus. Esta oração pode assumir muitas formas, incluindo a confissão de pecados, a expressão de gratidão e o pedido de orientação e força. Além disso, a meditação sobre os mistérios da fé, particularmente através da prática da Via Sacra, permite aos fiéis seguir os passos de Jesus em Sua jornada para a cruz.

Jejum, Abstinência e Disciplina Espiritual na Quaresma

O jejum e a abstinência são aspectos fundamentais da Quaresma, servindo como ferramentas poderosas para a disciplina espiritual e a purificação da alma. Estas práticas, enraizadas na tradição da Igreja, oferecem um caminho para uma conexão mais profunda com Deus e um aprofundamento na jornada espiritual.

O Jejum e Seu Significado

O jejum, tradicionalmente entendido como a limitação da ingestão de alimentos a uma refeição principal por dia, é muito mais do que uma prática física. É uma expressão de nossa fome e sede por Deus. Ao jejuar, os fiéis são convidados a experimentar, de maneira física, sua dependência de Deus e a se lembrar de que “nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mateus 4:4). O jejum é também uma forma de solidariedade com os pobres e necessitados, recordando-nos de nossa responsabilidade em cuidar dos outros.

[…]

A Prática da Abstinência

A abstinência, particularmente a abstinência de carne, é um ato simbólico de renúncia a prazeres terrenos em memória do sacrifício de Cristo. Ao se abster de carne, os cristãos são lembrados do sacrifício e sofrimento de Jesus, e é uma maneira de unir seus próprios pequenos sacrifícios ao sacrifício redentor de Cristo na cruz. Esta prática não é apenas um ato de renúncia, mas também um meio de cultivar o autocontrole e a disciplina, qualidades essenciais na vida espiritual.

Disciplina Espiritual

A disciplina espiritual, cultivada através do jejum e da abstinência, é fundamental para o crescimento na vida de fé. Ela nos ensina a dizer “não” aos nossos desejos e impulsos imediatos, fortalecendo nossa vontade e nossa capacidade de resistir a tentações. Esta disciplina tem um efeito profundo não apenas em nossa vida espiritual, mas também em nossa vida emocional e relacional, pois nos torna mais conscientes e controlados em nossas interações e decisões.

Jejum e Abstinência Como Caminhos para a Oração

O jejum e a abstinência são também intimamente ligados à oração. Ao reduzir as distrações físicas, estas práticas abrem espaço em nossos corações e mentes para uma comunicação mais profunda com Deus. O jejum (*) pode ser visto como uma oração do corpo, uma forma física de expressar nossa necessidade de Deus e nosso desejo de dedicar nossas vidas inteiramente a Ele.

Ampliando a Caridade e o Serviço

A Quaresma é também um tempo para ampliar nossa prática da caridade e do serviço. Viver o segundo maior mandamento de Jesus, amar o próximo como a nós mesmos, pode se manifestar em ações concretas: realizar obras de misericórdia, ajudar os menos afortunados, dedicar-se ao serviço comunitário. Estas ações nos ajudam a desenvolver um coração compassivo e a refletir a luz de Cristo no mundo.

Intensificação da Oração

Intensificar a vida de oração é fundamental durante a Quaresma. A oração nos conecta mais profundamente com Deus e nos ajuda a discernir Sua vontade. Isso pode incluir uma participação mais assídua na Missa, a dedicação ao terço, ou a prática de outras formas de oração contemplativa. É importante encontrar um método de oração que ressoe com seu coração e fortaleça sua relação com Deus.

Busca pelo Sacramento da Reconciliação

A Quaresma é um período ideal para buscar o Sacramento da Reconciliação (Confissão). Este sacramento nos oferece a misericórdia de Deus e a purificação de nossos pecados, proporcionando um novo começo com um coração renovado.

Participação Ativa na Comunidade

A participação ativa na vida da comunidade paroquial é crucial para uma Quaresma frutífera. Isso pode incluir engajar-se em grupos de estudo bíblico, participar de retiros espirituais e outras atividades paroquiais. Estas práticas comunitárias fortalecem nossa fé e nos conectam com outros fiéis, promovendo um crescimento espiritual compartilhado.

Reflexão Sobre a Paixão de Cristo

Dedicar tempo para refletir sobre a Paixão de Cristo é uma prática enriquecedora durante a Quaresma. Isso pode ser feito através da Via Sacra, meditações e leituras focadas na última semana da vida de Jesus. Essas reflexões nos ajudam a compreender melhor o amor sacrificial de Cristo e a profundidade de sua misericórdia.

Conclusão

A preparação para a Quaresma de 2024 é uma jornada espiritual que nos chama à introspecção, ao reavivamento espiritual e a um compromisso renovado com a fé. Adotando práticas como reflexão profunda, jejum, oração intensificada, caridade expandida, participação comunitária e reflexão sobre a Paixão de Cristo, abrimos nossos corações para a transformação que Deus deseja operar em nós. Que esta Quaresma seja um tempo de profunda graça e renovação espiritual, nos aproximando cada vez mais do coração amoroso de Deus.

Publicado em Santos Online.

(*) “Pelas orientações da Igreja, estão obrigados ao jejum os que tiverem completado 18 anos até os 59 completos. Os outros podem fazer, mas sem obrigação. Grávidas e doentes estão dispensados do jejum, bem como aqueles que desenvolvem árduo trabalho braçal ou intelectual no dia do jejum.) (Fonte: Canção NovaCódigo de Direito Canônico – Jejum e abstinência: saiba o que ensina a Igreja sobre o assunto)

Terço da Misericórdia – 15h – Devoção à Divina Misericórdia: Origem e Promessas

A Misericórdia Divina revelou-se manifestamente na vida da bem-aventurada* Santa Maria Faustina Kowalska, que nasceu no dia 25 de agosto de 1905, em Glogowiec, na Polônia Central.

Santa Faustina teve muitas experiências místicas onde Jesus, através de suas aparições, foi recordando à humilde religiosa o grande mistério da Misericórdia Divina. Um dos seus confessores, padre Sopocko, exigiu de Santa Faustina que ela escrevesse as suas vivências em um diário espiritual. Dessa forma, não por vontade própria, mas por exigência de seu confessor, ela deixou a descrição das suas vivências místicas, que ocupa algumas centenas de páginas.

Em 1935, Santa Faustina Kowalska recebeu de Cristo as seguintes indicações: “Essa oração serve para aplacar a Minha ira. Tu a recitarás por nove dias, por meio do Terço do Rosário da seguinte maneira: Primeiro dirás o ‘Pai Nosso’, a ‘Ave Maria’ e o ‘Credo’”.

“Depois, nas contas de ‘Pai Nosso’, dirás as seguintes palavras: Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Vosso Diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e do mundo inteiro”.

“Nas contas de ‘Ave Maria’ rezarás as seguintes palavras: Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro. No fim, rezarás três vezes estas palavras: Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro”.

Este Terço geralmente é concluído com a seguinte oração escrita no diário de Santa Faustina: “Oh sangue e água que jorrastes do coração de Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em vós”.

Com a expansão da devoção ao Senhor da Divina Misericórdia, são muitos os fiéis que rezam este terço todos os dias às três horas da tarde, a “hora da misericórdia”, e seguindo a promessa de Cristo: “Recita, sem cessar, este Terço que te ensinei. Todo aquele que o recitar alcançará grande misericórdia na hora da sua morte”.

Certo dia, o Senhor da Divina Misericórdia disse à Santa Faustina: “Oh, que grandes graças concederei às almas que recitarem esse Terço”.

Em outra ocasião, Jesus pediu à Santa: “Escreve que, quando recitarem esse Terço junto aos agonizantes, Eu Me colocarei entre o Pai e a alma agonizante não como justo Juiz, mas como Salvador misericordioso”.

Beatificada a 18 de abril de 1993 pelo Papa João Paulo II, Santa Faustina, a “Apóstola da Divina Misericórdia”, foi canonizada pelo mesmo Sumo Pontífice no dia 30 de abril de 2000.

O Papa João Paulo II, em 17 de agosto de 2002, visitou o Santuário da Divina Misericórdia, em Cracóvia, na Polônia. Na ocasião, ele realizou o Ato Solene de entrega do destino do mundo à Divina Misericórdia. Em sua homilia o Pontífice Romano ressalta a ideia de que a misericórdia Divina é o “atributo máximo de Deus onipotente”, e reafirma, usando as palavras da Santa, que a Misericórdia Divina, é “a doce esperança para o homem pecador” (Diário, 951)

Todos os anos, o Segundo Domingo da Páscoa é a Festa da Divina Misericórdia, estabelecida por São João Paulo II.

  • No Diário de Santa Faustina, lemos algumas promessas de Jesus:

48 – Prometo que a alma que venerar esta imagem não perecerá. Prometo também, já aqui na Terra, a vitória sobre os inimigos, especialmente na hora da morte. Eu mesmo a defenderei como Minha própria glória.

206 – Minha filha, olha para o abismo de Minha misericórdia e dá a essa misericórdia louvor e glória. Faze-o da seguinte maneira: reúne todos os pecadores do mundo e mergulha-os no abismo da Minha misericórdia. Minha filha, quero entregar-Me às almas, desejo almas. Na Minha festa, na Festa da Misericórdia, percorrerás o mundo inteiro e trarás as almas que desfalecem à fonte de Minha misericórdia. Eu as curarei e fortalecerei.

  • Significado da Imagem

299 – Uma vez, quando o confessor mandou que eu perguntasse a Jesus o que significavam aqueles dois raios na imagem, respondi-lhe: “Muito bem, perguntarei ao Senhor”. Durante a oração, ouvi estas palavras interiormente: Os dois raios representam o sangue e a água: o raio pálido significa a Água que justifica as almas; o raio vermelho significa o Sangue, que é a vida das almas. Ambos os raios jorraram das entranhas da Minha misericórdia quando, na cruz, o Meu coração agonizante foi aberto pela lança. Estes raios defendem as almas da ira do Meu Pai. Feliz aquele que viver à sua sombra, porque não será atingido pelo braço da justiça de Deus. Desejo que o primeiro domingo depois da Páscoa seja a Festa da Misericórdia.

300 – Pede ao meu servo fiel que, nesse dia, fale ao mundo inteiro desta Minha grande misericórdia, que aquele que, nesse dia, se aproximar da Fonte da Vida, alcançará perdão total das faltas e dos castigos. A Humanidade não encontrará a paz enquanto não se voltar, com confiança, para a Minha misericórdia. Oh! Como Me fere a incredulidade da alma! Essa alma confessa que sou Santo e Justo e não crê que sou Misericórdia, não acredita na Minha bondade. Até os demônios respeitam a Minha justiça, mas não creem na Minha bondade.

  • Terço da Misericórdia

1320 – Às três horas da tarde, implora à Minha Misericórdia especialmente pelos os pecadores e, ao menos por um breve tempo, reflete sobre a Minha Paixão, especialmente sobre o abandono em que Me encontrei no momento da agonia. Essa é Hora de grande misericórdia para o mundo inteiro. Permitirei que penetres na Minha tristeza mortal. Nessa hora, nada negarei à alma que Me pedir pela Minha Paixão.

1572 – Lembro-te, Minha filha, que todas as vezes que ouvires o bater do relógio, às três horas da tarde, deves mergulhar toda na Minha misericórdia, adorando-a e glorificando-a. Implora a onipotência dela em favor do mundo inteiro e especialmente dos pobres pecadores, porque, nesse momento, foi largamente aberta para toda a alma. Nessa hora, conseguirás tudo para ti e para os outros. Nessa hora, realizou-se a graça para todo o mundo: a misericórdia venceu a justiça. Minha filha, procura rezar, nessa hora, a Via-sacra, na medida em que te permitirem os teus deveres, e se não puderes fazer a Via-sacra, entra, ao menos por um momento, na capela e adora o Meu Coração, que está cheio de misericórdia no Santíssimo Sacramento. Se não puderes sequer ir à capela, recolhe-te em oração onde estiveres, ainda que seja por um breve momento. Exijo honra à Minha misericórdia de toda criatura, mas de ti em primeiro lugar, porque te dei a conhecer mais profundamente esse mistério’.

“As almas que rezarem este Terço serão envolvidas pela Minha misericórdia, durante a sua vida … (D 754); Oh! que grandes graças concederei às almas que recitarem este Terço. As entranhas da Minha misericórdia comovem-se por aqueles que recitam este Terço (D 848); Minha filha, exorta as almas a rezarem esse Terço que te dei. Pela recitação deste Terço agrada-Me dar tudo o que Me peçam (D 1541) – se estiver conforme à sua vontade (D 1731);

Todo aquele que o recitar alcançará grande misericórdia na hora da sua morte (D 687; cf. 754; 1541);

Minha filha, agrada-Me a linguagem do teu coração; pela recitação desse Terço aproximas a Humanidade de Mim (D 929);

Os sacerdotes o recomendarão aos pecadores como a última tábua de salvação. Ainda que o pecador seja o mais endurecido, se recitar este Terço uma só vez, alcançará a graça da Minha infinita misericórdia. (D 687); Quando os pecadores empedernidos o recitarem, encherei de paz as suas almas …(D 1541);

Defendo toda alma que recitar esse Terço na hora da morte, como se fosse a Minha própria glória, ou quando outros o recitarem junto a um agonizante, eles conseguirão a mesma indulgência. Quando recitam esse terço junto a um agonizante, aplaca-se a ira de Deus, a misericórdia insondável envolve a alma e abrem-se as entranhas da Minha misericórdia, movidas pela dolorosa Paixão do Meu Filho (D 811; cf. 810; 834; 1035; 1036; 1541; 1565; 1797).

  • A revelação da Imagem da Divina Misericórdia

Conta Santa Faustina em seu diário: “À noite, quando me encontrava na minha cela, vi Nosso Senhor vestido de branco. Uma das mãos erguida para a benção, e a outra tocava-lhe a túnica, sobre o peito. Da túnica entreaberta sobre o peito saíam dois grandes raios, um vermelho e o outro pálido”.

“Logo depois, Jesus me disse: Pinta uma imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: ‘Jesus, eu confio em Vós’. Desejo que esta Imagem seja venerada, primeiramente, na vossa capela e, depois, no mundo inteiro”.

Jesus assinalou: “Prometo que a alma que venerar esta Imagem não perecerá. Prometo também, já aqui na Terra, a vitória sobre os inimigos e, especialmente, na hora da morte”.

Outro dia, estando Santa Faustina em oração, Cristo lhe disse: “Os dois raios representam o Sangue e a Água: o raio pálido significa a Água que justifica as almas; o raio vermelho significa o Sangue que é a vida das almas”.

“Ambos os raios jorraram das entranhas da Minha misericórdia quando, na cruz, o Meu coração agonizante foi aberto pela lança. Estes raios defendem as almas da ira do Meu Pai. Feliz aquele que viver à sua sombra, porque não será atingido pelo braço da justiça de Deus”

Publicado em Site Católico.

* Em 30 de abril do ano 2000, II Domingo de Páscoa, no coração do Jubileu, quando João Paulo II proclamou santa a religiosa polonesa Faustina Kowalska. Quantas almas, disse o Papa Wojtyla, foram consoladas pela invocação “Jesus, eu confio em vós” que o próprio Cristo sugeriu à religiosa! (Fonte: Vatican News)

Festa: Batismo do Senhor

Segunda-feira, 08 de Janeiro de 2024Tempo: Natal – Ciclo do Natal

   Batismo de Cristo1481-1483. Por Perugino, na Capela Sistina, no Vaticano. (Wikipédia)

Evangelho do dia: São Marcos 1, 7-11

Primeira leitura: Isaías 42, 1-4.6-7
Leitura do Livro do Profeta Isaías:

Assim fala o Senhor: 1’Eis o meu servo – eu o recebo; eis o meu eleito – nele se compraz minh’alma; pus meu espírito sobre ele, ele promoverá o julgamento das nações. 2Ele não clama nem levanta a voz, nem se faz ouvir pelas ruas. 3Não quebra uma cana rachada nem apaga um pavio que ainda fumega; mas promoverá o julgamento para obter a verdade. 4Não esmorecerá nem se deixará abater, enquanto não estabelecer a justiça na terra; os países distantes esperam seus ensinamentos.’ 6’Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te tomei pela mão; eu te formei e te constituí como o centro de aliança do povo, luz das nações, 7para abrires os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus

Salmo 28 (29)

– Filhos de Deus, tributai ao Senhor, tributai-lhe a glória e o poder! Dai-lhe a glória devida ao seu nome; adorai-o com santo ornamento!

R: Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!

– Eis a voz do Senhor sobre as águas, sua voz sobre as águas imensas! Eis a voz do Senhor com poder! Eis a voz do Senhor majestosa.

R: Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!

– Sua voz no trovão reboando! No seu templo os fiéis bradam: ‘Glória!’ É o Senhor que domina os dilúvios, o Senhor reinará para sempre!

R: Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!

Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos 1, 7-11

– Aleluia, Aleluia, Aleluia!
– Abriram-se os céus e fez-se ouvir a voz do Pai: Eis meu Filho muito amado; escutai-o, todos vós! (Mc 9,7);

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos:

Naquele tempo, 7João Batista pregava, dizendo: “Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. 8Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo”. 9Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia, e foi batizado por João no rio Jordão. 10E Logo, ao sair da água, viu o céu se abrindo, e o Espírito, como pomba, descer sobre ele. 11E do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer”.

– Palavra da Salvação
– Glória a Vós, Senhor

Comentário do dia por São Jerônimo (347-420), Presbítero, Doutor da Igreja
Homilias sobre o evangelho de Marcos 1C, SC 494

O batismo de Jesus

«Foi batizado por João no rio Jordão». Grande é a sua misericórdia: Aquele que não tinha cometido qualquer pecado é batizado como se fosse pecador. No batismo do Senhor, são redimidos todos os pecados; mas ele é apenas uma prefiguração do batismo do Salvador, porque a verdadeira remissão dos pecados reside no sangue de Cristo, no mistério da Trindade.

«Ao subir da água, viu os céus rasgarem-se». Tudo isto foi escrito para nós. Pois antes de recebermos o batismo, nós tínhamos os olhos fechados, não podíamos ver as realidades celestes.

E viu «o Espírito, como uma pomba, descer sobre Ele. E dos céus ouviu-se uma voz: “Tu és o meu Filho muito amado, em Ti pus toda a minha complacência”». Vemos aqui o mistério da Trindade: Jesus é batizado, o Espírito Santo desce sob a aparência de pomba e o Pai fala do alto do céu.

«Viu os céus rasgarem-se». A expressão «viu» mostra que os outros não tinham visto. Não se imagine que foram os céus que, simples e materialmente, se abriram; nós próprios, que estamos agora aqui, segundo a diversidade dos nossos méritos, vemos os céus abertos ou fechados. Uma fé total vê os céus abertos; mas uma fé que duvida vê-os fechados.

«Vi o Espírito que descia do céu como uma pomba e permanecia sobre Ele» (Jo 1,32). Vede o que diz a Escritura: que permanecia, isto é, que não Se ia embora. O Espírito Santo desceu sobre Cristo e permaneceu; enquanto sobre os homens desce, mas não permanece. Com efeito, esperamos que o Espírito Santo permaneça em nós, quando odiamos o nosso irmão e temos maus pensamentos? Se temos bons pensamentos, saibamos que o Espírito Santo habita em nós; mas, se temos maus pensamentos, isso é sinal de que o Espírito Santo Se retirou de nós. É por isso que Ele diz acerca do Salvador: «Aquele sobre quem vires descer o Espírito e permanecer, é Ele» (Jo 1,33).

Publicado em Sagrada Liturgia.

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Hoje a Igreja celebra o Batismo do Senhor

Por Prof. Felipe Aquino 8 de janeiro de 2024

Novena de Santa Teresa d’Ávila

Uma novena para crescer a intimidade com Deus através da vida de Santa Teresa D’Ávila.

Com Santa Teresa aprendemos que a oração é o caminho que devemos seguir para nos encontrarmos com Cristo, para vivermos com Ele uma profunda intimidade. A oração de contemplação nos faz conhecer toda a humanidade de Jesus e, a partir daí, experimentar um crescimento e uma maturidade para vivermos o matrimônio Espiritual com o Amado Esposo.

“A oração de intimidade com Deus não é outra coisa senão um morrer quase total a todas as coisas do mundo para alegrar-se só em Deus.”

1º Dia – Vida de Santa Teresa de Jesus

Santa Teresa de Jesus nasceu em um lar cristão e desde criança foi chamada a viver só para Deus. O pai era um homem muito caridoso com os pobres e piedoso com os doentes. Ninguém jamais o viu murmurar ou praguejar. Sua mãe, devota de Nossa Senhora, ensinou-lhe a recitar o rosário. Herdou também de sua mãe o gosto pela leitura de histórias de santos e, também histórias de cavalaria. Histórias estas que influenciaram sua vida. 

As histórias de martírio de algumas santas levaram Teresa e seu irmão a desejarem fugir para a terra dos mouros para morrerem decapitados, pois queriam gozar tão logo dos bens celestes. Percebendo que isso era impossível, queriam, então, ser eremitas. Nas brincadeiras com as amigas, gostava de fazer mosteiros, como se fosse uma monja.
Com a perda de sua mãe, tomou Maria por mãe e, a partir de então, começou a entender as graças que o Senhor lhe concedia, e o quanto a Sua Majestade queria que fosse toda dEle. Esta descoberta a fez ofendê-Lo, ao invés de dar-Lhe graças. 

Deixou-se encantar pelos prazeres do mundo, pela vaidade exagerada, pelas companhias dos primos e pelas conversas e entretenimentos levianos. A amizade com uma parenta foi lhe transformando a tal ponto que quase nada lhe restou de sua inclinação natural para a virtude, seus hábitos foram lhe imprimidos. Dizia que sua alma começou a não resistir ao que lhe causava todo mal. Perdeu o temor de Deus e com o medo de também perder a honra, tudo que fazia lhe trazia aflição. Pensando que não seria descoberta, atreveu-se a fazer coisas contra a honra e contra Deus. Mas era impossível ocultar algo de quem tudo vê. Mesmo vivendo desta forma não se entregou a pecados graves. Deus a livrou, contra a sua própria vontade, de se perder por inteira. 

O pai desgostoso com a situação e as suas companhias colocou-a no convento das monjas agostinianas. No início foi difícil a adaptação, mas aos poucos foi encontrando com a sua essência, suas virtudes, e a cada dia foi renascendo no seu coração o amor a Deus e o desejo de nunca mais ofendê-Lo. Acreditava que a Sua Majestade buscava incessantemente a melhor maneira de trazê-la a Si. Dizia: “Bendito sejais, Senhor, que tanto sofrestes por mim.”

Vossa sou, pois me criastes,
Vossa, porque me remistes,
Vossa, porque me atraístes,
E porque me suportastes
E me salvastes, por fim:
Que mandais fazer de mim?

Reflexão

1.    Santa Teresa experimentou o bem e o mal. Quis ser mártir, depois eremita, e ao descobrir sua vocação – ser toda de Deus – preferiu fugir buscando os prazeres do mundo, a vaidade, as más companhias. Assumo minha vocação acolhendo as verdades de Deus ou me escondo nas coisas que dão prazer à minha carne? 

2.     Mesmo vivendo daquela forma, Deus a livrou de se perder por inteira, pois a queria perto de Si. Santa Teresa se abriu ao toque de amor de Deus, à Sua misericórdia, desejando não mais ofendê-Lo. Abro-me sem reservas a esse toque de amor de Deus?

Oração

Santa Teresa d’Àvila, vós que lutastes contra os desejos da carne para assumir o chamado de ser toda de Deus, fazei com que eu permita que o toque de Deus transforme o meu interior e desperte em mim o desejo de não mais ofendê-lo. Amém. 

Pai Nosso, Ave Maria, Glória.
Santa Teresa d’Ávila, rogai por nós.

2º Dia – A dor como caminho para encontro com Deus

Uma monja começou a falar a Santa Teresa como decidira ser monja e a recompensa dada pelo Senhor a quem tudo deixa por Ele. Encantava-se com sua conversa santa, porém, tinha aversão à ideia de ser uma monja. Seu coração estava tão duro que nem mesmo a leitura da Paixão lhe arrancava uma única lágrima. Em oração, pediu ao Senhor que lhe indicasse o melhor caminho para servi-Lo. Queria se dedicar a Deus, mas não estava convencida a fazê-lo, pois ainda se entregava mais ao que agradava à sua carne e à vaidade. 

O Senhor lhe deu uma grave doença que a fez retornar à casa paterna. Curada foi visitar uma irmã. No caminho, ficou por alguns dias na casa de um tio. Tempo suficiente para que as palavras de Deus que ouvia e lia, e a sua companhia fizessem-na compreender as verdades da inutilidade das coisas do mundo, a vaidade exagerada e a rapidez de como tudo passa. Decidiu abraçar a vocação, mesmo com medo de não suportar as renúncias e exigências da vida religiosa.

Havia grande contentamento em ser monja, era querida por todos e dedicada em tudo que fazia. Ocupava-se sempre das coisas que dava prazer. No Carmelo, uma monja sofria de uma grave e dolorosa enfermidade, mas suportava tudo com paciência. Vendo-a assim, Santa Teresa pediu a Deus que lhe concedesse a mesma paciência. O Senhor atendeu o seu pedido. Sua enfermidade durou três anos. Foram meses de muita dor, sofrimento e de luta pela vida. Mas a dor maior estava em se ver tão pecadora e pequena diante da grandeza do amor de Deus.

Levada para a casa de seu pai teve um paroxismo tão forte que ficou sem sentido por quatro dias. Sua morte era esperada, tanto que se prepararam para o funeral, mas Sua Majestade a fez recuperar o sentido; então, imediatamente buscou a confissão e a comunhão. Naquela hora recebeu a graça de jamais deixar de confessar qualquer coisa que considerasse pecado, mesmo que fosse venial.

Pediu que a levassem de volta ao mosteiro, mesmo naquele estado: pior que um morto. Tendo melhorado, ficou paralítica por longo tempo, mas grande era sua conformidade com a vontade de Deus, que suportava todo o sofrimento com alegria. Queria muito ser curada para melhor servir a Deus, contudo, o Senhor sabe o que é o melhor para cada um. Os médicos pouco podiam fazer.

Resolveu, então, pedir a S. José, o pai de Jesus. Recebeu a graça que tanto queria, mas isso não a fez perseverar no caminho. Deus dava a ela a graça de fazer o bem, mas o fazia com imperfeições e faltas. Recaiu na vaidade depois de tantas bênçãos recebidas. A mão de Deus continuava a lhe sustentar e fazer com que voltasse a se levantar.

“Busca-me em ti, não por fora…
para me achares ali, 
chama-me, que,  a qualquer hora, 
a ti virei sem demora…”

Reflexão

1. Encantou-se com a história da monja, mas isso não foi suficiente para levá-la a assumir sua vocação, pois tinha medo das renúncias e exigências da vida religiosa.  O encantamento pelo carisma do qual pertenço, me fez deixar tudo e assumir uma vocação. Hoje abraço esse chamado assumindo as dores do servir e das renúncias?

2. Toda enfermidade que sofreu foi para prová-la na paciência de tudo sofrer por amor.  Viu-se tão pequena e pecadora diante da misericórdia de Deus e Sua fidelidade àqueles que são escolhidos. O Senhor usou desta enfermidade para que ela O encontrasse dentro de si. Aceito as dores como caminho para o encontro íntimo com Deus, comigo mesmo e minhas misérias?

Oração

Santa Teresa d’Ávila, vós que, pela dor e pela enfermidade, encontrastes com amor  e a misericórdia de Cristo, fazei que eu, ao assumir o chamado de Deus, faça do sofrimento o caminho seguro para o encontro e pessoal  e íntimo com  Cristo. Amém.          

Pai Nosso, Ave Maria, Glória. 
Santa Teresa d’Ávila, rogai por nós.

3º Dia – Batalha entre Deus e o mundo

É importante para as almas entenderem que quando se inicia uma vida de oração é preciso se desapegar de toda espécie de prazer, e entrar num caminho voltado somente para ajudar Cristo a carregar a Sua cruz, apenas como um bom cavaleiro, sem pagamento algum, apenas pelo prazer de servir o seu Rei. É fundamental seguir com determinação e sem querer consolações; o caminho é a cruz: “toma a tua cruz e segue-me”. 

Santa Teresa travou uma grande batalha entre lidar com Deus e lidar com o mundo. Não se rejubilava em Deus, nem se alegrava no mundo. Somente com as misericórdias de Deus é que teve ânimo para orar. Dos vinte e oito anos de oração, passou mais de dezoito nessa luta. 

Sua alma, já cansada, entrou um dia no oratório, viu a imagem de um Cristo com grandes chagas que inspirava tamanha devoção, que ela ficou extremamente perturbada, visto que a imagem representava bem o que Jesus passou por nós. Foi tão grande o sentimento de ter sido mal–agradecida àquelas chagas que o seu coração quase partiu. Imediatamente lançou-se aos Seus pés, em lágrimas, suplicou que a fortalecesse para que não O ofendesse mais.

Naquele momento depositou toda a sua confiança em Deus. Em oração se esforçava por representar Cristo dentro de si e se sentia melhor nas passagens onde O via mais sozinho. Na oração do Horto, fazia-Lhe companhia; ficava pensando no suor e na aflição que sofrera, desejando se possível for, enxugar-Lhe o suor tão doloroso. Mas, não ousava fazer, pois vinham em sua mente os pecados cometidos. Por longos anos, quase todas as noites, antes de dormir, ao se encomendar a Deus, pensava na oração do Horto, pois era um costume que adquiriu antes mesmo de ser monja.  

Santa Teresa pediu a Sua Majestade um remédio para viver sem muito sobressalto nessa guerra tão perigosa. Disse Ele ser o amor e o temor, pois o amor nos fará apressar o passo e o temor nos levará a nos atentar por onde colocamos nossos pés, para que não caiamos em uma trilha tão pedregosa, assim não seremos enganados. Dizia às suas filhas espirituais que, quem ama genuinamente a Deus não pode amar a vaidade, a riqueza, as coisas do mundo, os deleites, as honras ou ter contendas ou inveja. Tudo porque a única coisa que devemos pretender é contentar o Amado, desejando ardentemente ser amado por Ele, empenhando a vida em atender como agradá-Lo mais. 

“Ditoso o coração enamorado
Que só em Deus coloca o pensamento;
Por ele renuncia a todo criado,
Nele acha glória, paz, contentamento…”

Reflexão

1. Santa Teresa passou longos anos de sua vida travando uma luta entre Deus e o mundo. Pela misericórdia de Deus não se afastou da vida de oração, mas encontrou nela forças para renunciar ao mundo e ajudar Cristo a carregar a Sua cruz. A minha oração me impulsiona a dizer sim a Deus, colocando-me a serviço de Cristo sem nada esperar, pelo simples prazer de servir?

2. A experiência com Jesus crucificado e Suas chagas fez Santa Teresa experimentar toda dor da Paixão de Cristo e Sua solidão. Nesse momento, entendeu a dimensão do amor perfeito e pleno, e o quanto precisa lutar para amar genuinamente a Deus e não o que dá prazer à carne. Ao olhar para Jesus crucificado, contemplando a Sua dor, vejo a necessidade que tenho de ser inteiro em Cristo?

Oração

Santa Teresa d’Ávila, vós que lutastes para ser serva de um único Rei, Jesus Cristo, fazei com que eu, contemplando a Paixão de Jesus, experimente o verdadeiro amor que nasce do Seu Sagrado Coração e das Suas chagas,  e viva em plenitude a minha consagração. Amém.

Pai Nosso, Ave Maria, Glória. 
Santa Teresa d’Ávila, rogai por nós.

4º Dia – Cruz, sinal do amor a Deus

Em suas orações o Senhor lhe concedia a graça de vê-Lo, de ouvir a Sua voz. Aparecia-lhe de várias formas, dependendo do modo que se encontrava. Quando passava por tribulações, para revigorá-la, mostrava-Se com as chagas, na Cruz ou no Horto.

A Sua Majestade concedia à Santa visões celestiais que não eram bem interpretadas por alguns mestres, por isso, davam-lhe mal conselho. Por pensarem que fosse obra do demônio e para livrá-la do mal, ordenavam-lhe que fizesse figa, o sinal-da-cruz e se opusesse à cruz. Obedecia, mas era um grande sofrimento para ela. Para não fazer o sinal-da-cruz a todo tempo, segurava na mão a cruz do rosário.

Certo dia, estando com ela na mão, o Senhor a tomou em Suas mãos e quando lhe devolveu estava formada por quatro pedras grandes muito mais preciosas que diamantes. As cinco chagas estavam formosamente cravejadas na cruz.  Assim o Senhor lhe pediu que sempre visse a cruz: no lugar da madeira as pedras. Esta visão só ela tinha.

Dizia às suas filhas que o Senhor quer levar como almas fortes àqueles que buscam a contemplação, dando a eles a cruz que Sua Majestade sempre teve. A cruz que não é leve, e se soubessem o caminho e maneiras pelos quais Deus lhes dá essa cruz se espantariam; muitos não suportariam os sofrimentos dados se não fossem as consolações recebidas.

É absurdo crer que o Senhor admita ter como amigos íntimos pessoas comodistas e que não sofrem. Os caminhos dos contemplativos são ásperos, cheios de irregularidades, fazendo-os por vezes pensar que se perdem e que devem recomeçar a percorrer os trechos já percorridos, sendo necessário que Ele os dê mantimentos; não água, mas vinho, pois embriagados não se atentem por aquilo que passam e suportem as dores.

Para Santa Teresa, a tarefa dela e de suas monjas é de se apegar à cruz que o Esposo tomou sobre si. Aquela que mais puder padecer, que padeça mais por Ele e será a que melhor se libertará.  O maior favor que o Senhor pode lhes dar é uma vida que imita a vida de Seu Filho tão amado. As graças recebidas visa fortalecer as suas fraquezas, assim poderão imitá-Lo no sofrimento. 

“O consolo está, e a vida, 
Só na cruz;
E ao Céu é a única senda 
Que conduz.”

Reflexão

1. Santa Teresa diz que o caminho para aqueles que buscam a contemplação é a cruz, pois por ela se experimenta a dor, o sofrimento, a renúncia, mas ao mesmo tempo o consolo de Deus. O caminho que percorro na minha consagração tem sido marcado pela dor e sofrimento que emanam da cruz de Cristo?

2. A tarefa de Santa Teresa e de suas monjas é de se apegar à cruz que o Esposo tomou sobre Si, para que suas vidas sejam uma imitação da vida de Cristo.  A cruz que carrego hoje me leva à identificação com Cristo, com Sua dor e o abandono na vontade de Deus?

Oração

Santa Teresa d’Ávila, vós que vencestes os prazeres da carne para assumir a cruz de Cristo, as Suas dores e os Seus sofrimentos, fazei que eu abrace com amor e determinação a cruz, que é o caminho para a glória e a estrada para o céu. Amém.

Pai Nosso, Ave Maria, Glória. 
Santa Teresa d’Ávila, rogai por nós.

5º Dia – Pobreza

O Senhor já lhe dera o desejo de pobreza, desejo de, mesmo no seu estado, pedir esmola por amor a Deus, de não ter casa ou qualquer outra coisa. Mas pensava que talvez as monjas não tivessem esse mesmo desejo. Muita coisa ouvia sobre esse assunto e inquietava o seu coração. Um dia estando em oração, ao olhar Cristo na cruz tão pobre e desnudo, não suportou a ideia da riqueza.

Suplicava-Lhe em lágrimas que fizesse as coisas de maneira que viesse a ser tão pobre quanto Ele. Insatisfeita com o voto de pobreza que se seguia no mosteiro, questionou algumas pessoas sobre qual seria a melhor forma para vivê-lo, mas não recebeu o apoio que desejava. Entregou o caso à Sua Majestade que lhe pediu para não deixar de estabelecer o mosteiro na pobreza, pois esta era vontade de Seu Pai e Sua, e que lhe ajudaria.

Muitas monjas temiam passar fome, por isso, ensinava que viver a pobreza é ter a certeza que nada vai lhes faltar, que o sustento vem do Senhor, e que Ele dará o próprio alimento. Assim, que não se preocupassem com a renda e com o alimento, mas deixassem isso com o Senhor dos ricos e da riqueza. Estava certa que a promessa de Deus, feita um dia a ela, não deixaria de ser cumprida. 

Conceituava que a pobreza é um bem que traz em si todos os bens do mundo; uma grande soberania. Dizia que quem deseja honra tem interesse por rendas ou dinheiro; mas quem é pobre, mesmo que mereça honra para si, é pouco considerado. Suas casas eram pobres em tudo e pequenas, assemelhando-se em algo no Rei que teve por casa apenas o presépio de Belém onde nasceu, e a cruz onde morreu.  

Considerava que além de se viver a pobreza material deveria se viver a pobreza espiritual. Nas horas de tribulação, de intranquilidade, nas perseguições, nos sofrimentos e nos tempos de aridez encontrava em Cristo o bom amigo, porque O via como Homem, permanecendo em sua companhia. Para ela o Senhor se viu privado de todo consolo, restando-lhe apenas os sofrimentos; não desejava, então deixá-Lo só, fazendo-O sofrer mais.

A verdadeira pobreza de espírito consiste em não buscar consolo nem prazer na oração, mas consolações nos sofrimentos, por amor Àquele que sempre viveu em meio a eles, e em ter paz nos sofrimentos e securas. Mesmo que sinta alguma coisa, a alma não deve se inquietar ou perturbar, como fazem certas pessoas que consideram tudo perdido se não tiverem sempre trabalhando com o intelecto e sentindo fervor.

“A pobreza é a estrela real
Que o Imperador celestial
Trilhou com todo o desvelo,
Monjas do Carmelo.”

Reflexão

1. Ao ver Cristo na cruz, pobre e desnudo, não suportou a ideia da riqueza, por isso, suplicou-Lhe que a ajudasse a viver a mesma pobreza de Cristo no Carmelo. Vivo a pobreza, o desprendimento dos bens materiais, confiando na providência divina?

2. A verdadeira pobreza espiritual, segundo Santa Teresa, consiste em encontrar em Deus a consolação nos sofrimentos, e em ter paz nos momentos de dores e securas. Nos momentos de sofrimentos, solidão, aridez, tribulações, busco o consolo em Deus encontrando em Cristo o verdadeiro e bom amigo?

Oração

Santa Teresa de Jesus, vós que vivestes a pobreza material e espiritual, encontrando em Sua Majestade o consolo e ajuda adequada nos momentos de sofrimento e aridez, fazei com que eu, livre de todos os bens terrenos e abraçando a cruz de Cristo, assuma a verdadeira pobreza que nasce do coração de Deus. Amém.

Pai Nosso, Ave Maria, Glória. 
Santa Teresa d’Ávila, rogai por nós.

6º Dia – O amor a Deus e aos irmãos

É extremamente importante o amor entre os irmãos, pois assim não haverá problema que não seja resolvido com facilidade. Se este mandamento fosse respeitado pelos homens muito favorecia a guarda do outro. Contudo, por excesso ou por falta, nunca se chega a guardá-lo com perfeição.

Santa Teresa trata o amor de duas maneiras: a primeira é espiritual e nada tem a ver com os sentidos, nem com a ternura da nossa natureza a ponto de ser privada de sua pureza; a segunda, também é espiritual, mas sendo acompanhada da nossa sensibilidade e da nossa fraqueza. Quem se deixa instruir pelo Senhor na oração ou a quem Ele deseja instruir, essa pessoa ama de modo distinto, diferente daquele que não chegou a esse ponto.

Dizia às suas filhas: não se contente em amar pelo corpo e por seus atrativos exteriores. Ame pelo fato de amar, sem se importar se serão amadas. Podendo ocorrer, a princípio, que se inclinem a gostarem de ser amadas, mas depois vão perceber que isso é um disparate, caso isso não traga proveito algum à alma, seja na doutrina ou na oração.

O amor verdadeiro para Santa Teresa é com mais paixão e mais proveitoso, pois as almas sempre cuidam mais em dar do que de receber, agindo assim mesmo diante do Criador. Quando amam alguém, as almas perfeitas têm desejo de que ele seja digno do amor de Deus, porque só assim podem continuar a amá-Lo. 

“Quanto mais se pratica o amor ao próximo, tanto mais se estará praticando amor a Deus. Isso porque é tão grande o amor que o Senhor nos tem que, para recompensar aquele que demonstramos pelo próximo, faz crescer por mil maneiras o amor que temos a Ele”.

“O amor que é mundano
Se apega a esta vida;
Mas o amor divino
À outra nos convida.
Sem ti, Deus eterno,
Quem pode viver?”

Reflexão

1. É extremamente importante amar uns aos outros, pois assim não haverá problema que não seja resolvido com facilidade, diz Santa Teresa. O amor que sinto pelos meus irmãos me leva a derrubar as barreiras da indiferença, do orgulho e do egoísmo?

2. Quanto mais se pratica o amor ao próximo, tanto mais se estará praticando o amor a Deus. Amar o outro sem nada desejar em troca. Como vivo esta realidade na minha vida fraterna e na missão?

Oração

Santa Teresa de Jesus, vós que vivestes o amor perfeito, que amastes o outro sem esperar ser amada ou receber algo em troca, fazei que eu me deixe ser instruída pela Sua Majestade para alcançar esse amor perfeito. Amém.

Pai Nosso, Ave Maria, Glória. 
Santa Teresa d’Ávila, rogai por nós.

7º Dia – Oração – encontro com o Amigo íntimo

Desde que entrara para o Carmelo sua saúde não foi muito estável, chegando quase à morte. Por 20 anos tinha vômitos pela manhã, sendo impedida de alimentar-se até o meio dia. Como comungava diariamente, durante à noite, provocava-o para que seu mal estar não fosse pior. Apesar de todos esses males era alegre, pois tinha a impressão de com isso estava a servir o Senhor de alguma maneira.

Para ela na doença e em situações difíceis, a alma que ama tem como verdadeira oração fazer a dádiva dos seus sofrimentos, lembrar daqueles por quem os padece, conformar-se com as suas dores. Trata-se, portanto, do exercício do amor, pois somos obrigados a orar quando temos momentos de solidão, porque se estes nos faltam, mesmo assim se pode orar. O Senhor nos tira o tempo da oração com sofrimentos, mas consegue-se obter lucros com esses momentos.

Santa Teresa nos ensina o caminho da oração. Este caminho começa por estar a sós, somente na companhia do próprio Mestre, pois Ele com amor e humildade é que nos ensina a orar. Para ela é preciso ter os nossos olhos nos Seus olhos, pois Ele está sempre a nos olhar, suportando as abominações que praticamos contra Ele.

Ela compara a cada uma de suas filhas a uma esposa bem casada que se mostra triste quando vê o esposo triste e alegre quando o vê alegre, mesmo que não esteja. Se estivermos alegres, vejamo-Lo ressuscitado, pois o simples imaginar que saiu do sepulcro nos alegrará. Se estivermos tristes, vejamo-Lo a caminho do Horto; pensemos na tamanha aflição de Sua alma.

Podemos vê-Lo atado às colunas, cheio de dores, com a carne feita em pedaços, sofrendo muito; perseguido por uns, cuspido por outros, renegados pelos amigos, desamparado por eles, sem ninguém que O defendesse, gelado de frio, posto em imensa solidão. Teresa pedia: contemplai o Senhor carregando a cruz, sem que O deixassem recobrar o fôlego; com os olhos cheios de lágrimas, esquecendo de Suas dores para consolar as nossas.

Ela chama suas filhas para carregar a cruz de Cristo, para que Ele não siga tão carregado, não se incomodando com os judeus que as atropelam; não se importando com o que dizem e fazendo-se de surdas aos murmúrios; tropeçando ou caindo com o Esposo não devem se afastar e nem deixar a cruz.

“Sem tal companhia
Vejo me cativo.
Sem ti, vida minha,
É morte o que eu vivo.”

Reflexão

1. Santa Teresa fez de sua oração um encontro pessoal e íntimo com Jesus, mergulhando em Suas alegria, dores e sofrimentos. Contemplando a vida, morte e ressurreição de Cristo, caminho para a união plena com o Amado, tornando-me um com Ele?

2. Santa Teresa fez da dor uma oração, conformando a sua vontade com a vontade de Deus, entendendo que mesmo naquela situação era chamada a servir. A minha oração é de um verdadeiro abandono à vontade de Deus, assumindo a vocação de serva de Sua Majestade, não parando nas minhas limitações e dores?

Oração

Santa Teresa d’Ávila, vós que fizestes da oração o caminho perfeito para viver a união plena com o Amado, fazei com que eu, por meio do encontro íntimo com Jesus, identificando-me com Suas dores e sofrimentos, abrace com amor a cruz que sou chamado a carregar, vivendo em plenitude a união espiritual com Cristo. Amém. 

Pai Nosso, Ave Maria, Glória. 
Santa Teresa d’Ávila, rogai por nós.

8º Dia – Matrimônio Espiritual

Estando um dia no Convento da Encarnação, ao receber a comunhão, o padre João da Cruz, partiu a Hóstia para a outra irmã. Pensou ela que era por falta de Hóstia, mas ele queria mortificá-la, pois havia dito a ele, anteriormente, que gostava muito quando as Hóstias eram bem grandes. Ouviu naquele dia de Sua Majestade: “não tenhas medo, filha, que alguém tenha poder de afastar-te de Mim”.

O Senhor apresentou-se, no seu íntimo, dando-lhe a Sua mão direita dizendo: “Olha este prego, que é sinal de que serás Minha esposa de hoje em diante. Até agora não o tinhas merecido; doravante, defenderás Minha honra não só como Criador, como Rei e como teu Deus, mas como verdadeira esposa Minha: Minha honra é a tua, e a tua, Minha.”
Tamanha foi sua alegria que ficou como que desatinada e disse ao Senhor que ou aumentasse a sua baixeza ou não a concedesse tão infinita graça, pois certamente não lhe parecia que a sua natureza pudesse suportar.

No matrimônio espiritual a união secreta se passa no centro mais íntimo da alma, que deve ser onde está o próprio Deus. Não precisa de porta para entrar, porque em todas as graças, os sentidos e as faculdades parecem servir de intermediários, o mesmo devendo acontecer com esse aparecimento da Humanidade do Senhor. Ele aparece no centro da alma sem visão imaginária, mas intelectual, tal como surgiu aos Apóstolos, sem entrar pela porta, e lhes disse: “a paz esteja convosco”.

O Matrimônio espiritual é como se a água caísse do céu sobre um rio ou uma fonte, confundindo-se então todas as águas. Já não se sabe o que é água do rio ou água que cai do céu. “Quem se une ao Senhor torna-se com ele um só espírito”, talvez São Paulo esteja se referindo a união da alma com o seu Esposo. Sem dúvida, a alma que se esvazia de tudo o que é criado e desapega-se dele por amor a Deus, o próprio Senhor a preenche de Si mesmo.

“Eis aqui meu coração:
Deponho-o na vossa palma;
Minhas entranhas, minha alma,
Meu corpo, vida e afeição.
Doce Esposo e Redenção,
A vós entregar-me vim:
Que mandais fazer de mim?

Reflexão

1. A alma que se esvazia de tudo que é criado e se desapega dele por amor a Deus é preenchida pelo seu Senhor, tornando-se uma com Ele. O que mais me impede hoje de viver essa união plena com o meu Amado?

2. Santa Teresa se tornava naquela Eucaristia uma só em Cristo. Sua alma, sua vida não mais pertencia a si mesma, mas era toda de Deus. Os passos que dou na vida consagrada estão me levando a ser inteira de Deus, estão me levando a viver esse matrimônio espiritual?

Oração

Santa Teresa d’Ávila, vós que lutastes contra o desejo da carne, contra vossos apegos para assim viver a união plena com o Amado, fazei que eu esvazie, a cada dia, a minha alma de tudo que é criado para que o meu coração seja preenchido somente pelo meu Senhor, tornando-me assim Sua Esposa. Amém.

Pai Nosso, Ave Maria, Glória. 
Santa Teresa d’Ávila, rogai por nós.

9º Dia – Maria, Mãe das Carmelitas

Um dia no mosteiro, conversando com outras monjas, nasceu a ideia de viverem segundo as regras primitivas do Carmelo. Resolveram colocar todos os planos e projetos nas mãos de Deus. Certa vez, após a comunhão, o Senhor lhe ordenou expressamente que se dedicasse a esse empreendimento com todas as suas forças, prometendo-lhe que o mosteiro não deixaria de ser feito e dizendo que ali seria muito bem servido. Este devia ser dedicado a S. José, pois este santo glorioso guardaria uma porta, Nossa Senhora, a outra, e Cristo andaria ao seu lado; e a casa seria uma estrela da qual sairia um grande resplendor.

Começou, então, a construção do mosteiro de S. José. Muitos foram os problemas, as tribulações e perseguições para que ela desistisse. Mas se manteve firme e em silêncio diante dos ataques; sempre esperando em Deus. Achava que aquele espaço não seria adequado, pensou em ampliá-lo, mas o Senhor não permitiu, pois queria que este fosse pequeno e que ali se vivesse a pobreza. 

No dia de Nossa Senhora da Assunção, considerando seus inúmeros pecados veio-lhe um arroubo imenso, sentou-se naquele momento e teve a impressão que alguém lhe cobria com uma roupa de grande brancura e esplendor. No início não via quem fazia isso, depois percebeu que era Nossa Senhora do seu lado direito e S. José, do esquerdo adornando-a com aquelas vestes, purificando-a dos seus pecados.

Maria dizia que se contentava em vê-la servindo ao glorioso S. José e que o mosteiro se faria de acordo com o seu desejo e que os dois seriam muito bem servidos ali. Pediu para que nada temesse, pois o seu Filho prometera andar ao seu lado.

 Até conseguir a licença para ir para o Mosteiro de S. José foram muitas batalhas travadas com o demônio que usava de todas as armas para combatê-la, mas sentiu consolada quando lá chegou. Numa festa da Assunção da Rainha dos Anjos e Senhora Nossa, o Senhor quis lhe fazer um favor apresentando-lhe a Sua subida ao céu, a alegria e a solenidade com que Ela foi recebida, bem como  o lugar onde está. O seu espírito teve enorme exultação ao contemplar a imensa glória. Isso fez com que santa Teresa desejasse cada vez mais suportar grandes sofrimentos e servir a essa Senhora, que tanto mereceu.

Sabia que era preciso confiar nos méritos de Jesus e de Sua Mãe para vencer as batalhas. Sentia-se muito indigna de vestir o hábito de Sua Mãe, mas pedia a todas as suas filhas que louvassem por ele, porque eram verdadeiramente filhas dessa Senhora. E que deviam sempre imitá-La e considerar a imensa grandeza dessa Senhora, bem como a vantagem de tê-la por padroeira; pois nem seus grandes pecados e o fato de ser como era podiam ofuscar minimamente essa sagrada Ordem.

“Seu Único Filho 
O Pai nos envia
Nasce hoje na lapa,
Da Virgem Maria.

Reflexão

1. Santa Teresa via Maria como mãe e protetora, pois em todos os momentos recorreu a Ela e foi prontamente atendida. Na minha vida de consagrado encontro em Maria a proteção, o consolo, a direção?

2. Santa Teresa pedia que suas monjas considerassem grande honra ter Nossa Senhora como padroeira e que, como filhas dessa boa Mãe, louvassem a Deus pelo hábito que traziam e que a imitassem sempre. Busco em Maria as virtudes necessárias para bem servir Jesus Cristo?

Oração

Santa Teresa d’Ávila, vós que encontrastes em Maria a proteção, o consolo, o caminho que vos levaria a Jesus, fazei que eu, conduzido pelas mãos da Mãe da Luz da Vida, resplandeça a verdadeira luz que ilumina as trevas do mundo. Amém.

Pai Nosso, Ave Maria, Glória. 
Santa Teresa d’Ávila, rogai por nós.

Fonte: Luz da vida.

Publicado em Comunidade Católica Shalom.

Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus – 1 de janeiro

No Dia Universal da Paz (1 de janeiro) o calendário dos santos se abre com a festa de Maria Santíssima no ministério de sua Maternidade Divina.
 
Primeira festa mariana que apareceu na Igreja ocidental, a festa de Maria Santíssima, substituiu o costume pagão das dádivas e começou a ser celebrada em Roma, no século IV.
 
A Solenidade da Santa Maria, Mãe de Deus, é um momento especial no calendário litúrgico em que a Igreja Católica se reúne para celebrar e honrar a singularidade e a importância da Virgem Maria como Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Neste dia sagrado, voltamos nosso olhar para a humildade e a submissão de Maria diante do plano divino de Deus. Ela, escolhida desde toda a eternidade para ser a Mãe do Salvador, aceitou com fé inabalável a missão que lhe foi confiada. Sua resposta ao anjo Gabriel, “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lucas 1:38), reflete sua total entrega à vontade de Deus.

Maria desempenha um papel singular na história da salvação, sendo a ponte entre o divino e o humano, uma vez que ela trouxe o Filho de Deus ao mundo. Na maternidade divina, ela não apenas concebeu Jesus, mas também O nutriu, educou e esteve ao Seu lado ao longo de Sua vida terrena. Sua fidelidade e amor incondicional são um exemplo inspirador para todos nós.

Além disso, ao ser proclamada Mãe de Deus, Maria recebe a mais alta das honras, pois seu filho, Jesus, é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. Nessa dualidade, vemos a união íntima entre o divino e o humano, enfatizando a centralidade de Cristo na nossa fé.

Na Solenidade da Santa Maria, Mãe de Deus, somos convidados a contemplar o mistério da encarnação e a reconhecer o papel único de Maria nesse grande mistério. Através da sua maternidade divina, Maria é uma intercessora poderosa, e podemos confiar nela como nossa Mãe espiritual, pedindo sua ajuda e proteção.

Que neste dia solene possamos renovar nosso amor e devoção a Maria, buscando seguir o seu exemplo de fé, humildade e submissão à vontade de Deus. Que ela interceda por nós, seus filhos, diante do trono divino, e que possamos experimentar a graça e a bênção de seu materno cuidado em nossas vidas.

No dia Mundial da Paz, celebrar a Santidade Maternal de Maria é celebrar Jesus, Reis dos Reis e nosso Salvador. Oremos à mãe de Jesus para abençoar nosso ano novo!

Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós!

Publicado em Nossa Sagrada Família.

Feliz Natal! Hoje é dia de celebrar o Nascimento de Nosso Senhor Jesus

Quando Maria Santíssima entrou na gruta, pôs-se logo em oração..

De súbito vê logo uma refulgente luz, sente no coração um gozo celestial, abaixa os olhos e, ó Deus!.

Que vê? Vê já diante de si o Menino Jesus, tão belo e tão amável, que enleva os corações. Mas treme e chora, segundo a revelação feita a Santa Brígida, estende as mãozinhas para dar a entender que deseja que Maria o tome nos braços..

Maria, no auge de santa alegria, chama José: – Vem, ó José, disse ela, vem e vê, pois já nasceu o Filho de Deus.

Aproxima-se José, e vendo Jesus nascido, adora-o por entre uma torrente de doces lágrimas..

Em seguida, a santa Virgem, movida de compaixão maternal, levanta com respeito o amado Filho, e conforme a já citada revelação, faz por aquecê-lo com o calor seu rosto e do seu peito.

Tendo-o no colo, adora o divino Menino como seu Deus, beija-lhe os pés como a seu Rei, e beija-lhe o rosto como a seu Filho e procura depressa cobri-lo e envolvê-lo nas mantilhas..

Mas ai, como são ásperos e grosseiros os paninhos! Além disso, são frios e úmidos, e naquela gruta não há lume para aquentá-los..

Consideremos aqui os sentimentos que surgiram no coração de Maria, quando viu o Verbo divino reduzido por amor dos homens a tão extrema pobreza..

Contemplemos a devoção e a ternura que ela experimentou quando apertava o Filho de Deus, já feito seu filho, contra o coração..

Unamos nossos afetos ao de tão boa Mãe e roguemos a Deus Padre “que o novo nascimento do seu Unigênito feito homem, nos livre do antigo cativeiro, em que nos tem o jugo do pecado”.

Jesus nasceu!.

Jesus nasceu! Vinde, ó reis, príncipes e todos os homens da terra, vinde adorar o vosso Rei.

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Mas quem é que se apresenta? …Ah, o Filho de Deus veio ao mundo, e o mundo não o quis conhecer.

Porém, se não vêm os homens, vêm ao menos os Anjos adorar o seu Senhor, e cantam jubilosos: Gloria in altissimis Deo, et in terra pax hominibus boné voluntatis – “Glória a Deus nas alturas, e na terra paz aos homens de boa vontade”..

Glória à divina Misericórdia, que, em vez de castigar os homens rebeldes, fez o próprio Deus tomar o castigo sobre si, e assim os salvou.

Glória à divina Sabedoria, que achou meio de satisfazer à Justiça, e ao mesmo tempo, de livrar os homens da morte merecida.

Glória ao divino Poder, que de um modo tão admirável venceu as forças do inferno.

Glória finalmente ao divino Amor, que induziu um Deus a fazer-se homem e a levar uma vida tão pobre, humilde e penosa..

– Meu irmão, unamos as nossas adorações às dos Anjos e digamos com a nossa Santa Madre Igreja:.

“Gloria in excelsis Deo! Glória a Deus nas alturas, e na terra paz aos homens de boa vontade.

Nós Vos louvamos, Vos bendizemos, Vos adoramos, Vos glorificamos. Graças Vos damos por vossa grande glória, Senhor Deus, Rei do Céu, Deus Pai todo-poderoso.

Ó Senhor, Filho unigênito de Deus, Jesus Cristo, Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho do Pai: Vós, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.

Vós, que tirais os pecados do mundo, aceitai as nossas súplicas. Vós, que estais sentado à Mão direita do Pai, tende piedade de nós.

Porque só Vós, ó Jesus Cristo, sois Santo, só Vós o Senhor, só Vós o Altíssimo, com o Santo Espírito, na glória de Deus Padre. Assim seja”..

Fonte: Retirado do livro “Meditações para todos os dias e festas do ano” de Santo Afonso de Ligório. Natal

Publicado em Associação Apostolado do  Sagrado Coração de Jesus – AASCJ.

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Venham, adoremos!

O Natal é um tempo no qual todos os acontecimentos incríveis de Belém levam-nos a reconsiderar nossas motivações últimas. Jesus, Maria e José convidam-nos a adorar sem descanso o Menino Jesus, indefeso e necessitado de nossos cuidados.

24/12/2023

Quando se entra no estádio de futebol de uma cidade inglesa, os torcedores são recebidos por uma grande escultura formada por dois soldados, cada um com um uniforme diferente, que se dão as mãos por cima de uma bola. A cena recorda um evento ocorrido durante a Primeira Guerra Mundial, conhecido como “A trégua de Natal”. Conta-se que, na Noite de Natal de 1914, houve um cessar-fogo espontâneo nas trincheiras que separavam os dois exércitos. Um lado fez sinal ao outro, convidando a viver uma noite de paz, precisamente naquela noite em que se comemorava o nascimento de Jesus. A iniciativa foi bem recebida: os militares de ambos os lados se reuniram, trocaram presentes simples, cantaram canções de Natal, tiraram fotos em grupo e, inclusive, jogaram uma partida de futebol.

Uma das canções que todos recordam ter ouvido ou cantado naquela noite foi a célebre Adeste fideles, composição do século XVIII, pelo que se sabe, de um músico inglês. O fato de que a letra original fosse em latim possibilitou que pessoas que não falavam o mesmo idioma pudessem cantá-lo, acompanhadas por algumas gaitas. Esta canção, atualmente conhecida em todo o mundo, é convida as pessoas que cantam e ouvem a se juntarem ao grupo que vai a Belém – pastores, anjos, magos – para adorar a Jesus recém-nascido. “Natal. Cantam: ‘venite, venite…’ Vamos, que Ele já nasceu. E, depois de contemplar como Maria e José cuidam do Menino, atrevo-me a sugerir-te: Olha-o de novo, olha-o sem descanso”[1].

O que adoramos

O convite a adorar, a adotar uma disposição de humildade e total submissão diante de outra pessoa – especialmente se for uma criança que mal balbucia – passou a ser, para muita gente, algo estranho ou inclusive problemático. Na medida em que a autonomia pessoal é considerada o direito e o valor moral supremo, colocar nossa vida assim nas mãos de alguém pode parecer um sintoma de debilidade ou de superstição, algo talvez mais próprio de outros tempos.

Só Deus, na realidade, é digno de adoração, só a ele se deve a máxima reverência. A adoração, no entanto, é sempre de alguma forma uma realidade conatural para qualquer pessoa humana, quer ela tenha fé ou não. Assim, a pessoa estabelece algo ou alguém como a razão última pela qual faz todas as outras coisas. “O que é um ‘deus’ no plano existencial? – perguntava-se o Papa Francisco – É aquilo que está no cerne da própria vida e do qual depende o que fazemos e pensamos. Podemos crescer numa família cristã de nome, mas na realidade centrada em pontos de referência alheios ao Evangelho. O ser humano não vive sem se centrar em algo. Eis, então, que o mundo oferece o supermarket dos ídolos, que podem ser objetos, imagens, ideias, papéis”[2].

Deste ponto de vista, tanto os cristãos como aqueles que veem na adoração uma coisa do passado, podem redescobrir algo do caminho que leva a Belém. Para empreendê-lo podemos talvez começar nos perguntando: Qual é razão pela qual faço o que estou fazendo? O que me leva a fazer isto e não outra coisa? Ao refletir assim podemos identificar num primeiro momento algumas motivações; e depois delas, puxando o fio, descobriremos outras menos evidentes. Estas motivações mais sutis podem, porém, remeter por sua vez a outras mais profundas. Por isso, é necessário continuar a fazer perguntas a nós mesmos até chegar a nosso critério último de ação: aquilo que consideramos irrenunciável, intocável, e que guia nossas decisões; aquilo que, em suma, adoramos, porque submetemos a isso todo o resto.

Podemos ter então a surpresa de descobrir que, com mais ou menos frequência, nossas decisões não visam tanto o Deus que confessamos, mas talvez outros fins inconfessados, como, por exemplo, o prestígio pessoal, a segurança material, a preservação de uma determinada situação, ou a simples comodidade. Tudo isto pode, inclusive, estar misturado com elementos em parte relacionados com a fé, como a busca de uma paz espiritual, ou a tranquilidade que dá fazer o que acreditamos que devemos fazer. Mas, talvez no fim das contas, até esse tipo de motivos nos mantém longe da vertigem que este Menino que é Deus veio trazer ao mundo.

O convite que entoamos tantas vezes durante os dias de Natal – “Venham, adoremos!” – vem precisamente nos questionar em profundidade a respeito das razões pelas quais vivemos. Venham todos deixar-se interpelar por este paradoxo de ver, recém-nascido, aquele que fez nascer o céu e a terra. Venham todos contemplar como não pode articular palavra aquele que, com sua palavra, criou tudo que existe. “Toca-me o fundo da alma a figura de Jesus recém-nascido em Belém: – confessava São Josemaria – uma criança indefesa, inerme, incapaz de oferecer resistência. Deus entrega-se às mãos dos homens”[3]. O Natal é um tempo no qual todos esses acontecimentos incríveis de Belém nos levam a reconsiderar nossas motivações últimas. Jesus, Maria e José – e com deles, todos os santos – convidam-nos sempre a questionar nossas seguranças, nossas pequenas ou grandes “adorações” particulares, para poder encaminhar nosso coração para a única estrela que nos indica onde está o Salvador.

Seguir a estrela com coração sincero

“Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, perguntando: Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo” (Mt 2, 1-2). Os magos se unem a esse venite, adoremus. Deixaram a segurança do conhecido para procurar a fonte para a qual a sua sede de adoração os leva. Perceberam em suas vidas um centro de gravidade que orientava suas decisões, porém não haviam conseguido delineá-lo com clareza. Agora, chegando a Belém, sentem em seu coração um palpitar diferente, que diz que já estão perto de descobri-lo. São Josemaria reconhecia nesta busca dos magos a experiência da vocação cristã: o reconhecimento de um anseio que só pode ser preenchido por Deus, a descoberta do que verdadeiramente pode ser adorado. Como eles, “nós também percebemos que, pouco a pouco, se acendia na nossa alma, um novo resplendor: o desejo de sermos plenamente cristãos; se assim me posso exprimir, a ânsia de tomarmos Deus a sério”[4].

Bento XVI os chamava “homens de coração inquieto”[5]. Essa é a característica constante da alma que, no meio da fragilidade do mundo, procura a Cristo. Em seus corações, como nos nossos, vibrava uma nostalgia semelhante à do salmista: “Ó Deus, vós sois o meu Deus, no alvorecer te busco, minha alma tem sede de Ti, por Ti minha carne desfalece, em terra deserta e seca, sem água” (Sl 62,2). É a situação do peregrino, muito diferente da do vagabundo, que não sabe o que quer nem aonde vai. O peregrino é um caminhante sempre buscando, sempre com a nostalgia de amar mais a Deus, desde a manhã até a noite. “No leito me lembro de ti, nas vigílias da noite penso em ti” (Sl 62,7). Este desejo do verdadeiro Deus está inscrito em todos os homens e mulheres da terra, cristãos e não cristãos, e é isso que os mantém a caminho. Por isso, quando na quarta oração eucarística, o sacerdote pede a Deus Pai que se lembre daqueles por quem se oferece o sacrifício de Cristo, lá onde se encontram “aqueles que vos procuram de coração sincero”[6].

Os reis magos, explica Bento XVI, “talvez fossem homens eruditos, que tinham grande conhecimento dos astros e, provavelmente, dispunham também de uma formação filosófica; mas não era apenas saber muitas coisas que queriam; queriam sobretudo saber o essencial, queriam saber como se consegue ser pessoa humana. E, por isso, queriam saber se Deus existe, onde está e como é; se Se preocupa conosco e como podemos encontrá-Lo. Queriam não apenas saber; queriam conhecer a verdade acerca de nós mesmos, de Deus e do mundo. A sua peregrinação exterior era expressão deste estar interiormente a caminho, da peregrinação interior do seu coração. Eram homens que buscavam a Deus e, em última instância, caminhavam para Ele; eram buscadores de Deus”[7].

Seguir a estrela de Belém é na realidade uma tarefa que dura a vida toda. A tarefa de procurar o presépio escondido na nossa vida cotidiana pode ser às vezes fatigante, porque implica não se deter em locais que parecem mais cômodos, nos quais no entanto não está Jesus. De modo que a meta vale todos os esforços: “Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande. Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra” (Mt 2,10-11). Naquele dia, a vida desses homens sábios mudou para sempre. Porque, no fim das contas, “tudo depende de que em nossa vida haja ou não adoração. Sempre que adoramos ocorre algo em nós e em torno de nós. As coisas endireitam-se de novo. Entramos na verdade. O olhar torna-se agudo. Muitas coisas que nos oprimiam, desaparecem”[8].

Deixar que Deus seja Deus

Ao longo do caminho não encontraremos apenas a estrela que nos guia até Jesus: cruzaremos também com um grande número de luzes artificiais, múltiplos sucedâneos que procuram nos enganar, reivindicar nossa adoração e, afinal de contas, aprisionar a nossa liberdade. São os falsos ídolos dos quais nos fala o Catecismo da Igreja: “A idolatria não diz respeito somente aos falsos cultos do paganismo. Ela é uma tentação constante da fé. Consiste em divinizar o que não é Deus”[9]. Todos nós, até os cristãos, podemos cair na idolatria repetidas vezes, cada vez que colocamos algo ou alguém, pelo menos parcialmente, no lugar de Deus. Estes falsos ídolos se tornam então “formas de opressão e liberdades aparentes que na verdade são correntes que escravizam”[10]. É um deslocamento de Deus que não acontece habitualmente de modo chamativo e escandaloso, mas que se introduz discretamente em nosso coração, como a hera sobe paulatinamente em um muro, até ameaçar derrubá-lo.

Todas as manhãs ao despertar, São Josemaria prostrava-se em terra e repetia a palavra “serviam! ”, “servirei!”. Muitos de nós aprendemos dele este gesto, que expressam o desejo, renovado todos os dias, de não nos distrairmos com falsas adorações; de nos inclinarmos todos os dias somente diante de Deus. É um gesto de adoração; e, por isso mesmo um gesto de liberdade, um gesto que nos liberta da possibilidade de nos determos diante de pequenos ídolos, disfarçados até das melhores aparências e intenções. “A adoração é a liberdade que provém das raízes da verdadeira liberdade: da liberdade de si mesma. Pelo que é ‘salvação’, ‘felicidade’, ou, como a chama João, ‘alegria’. E ao mesmo tempo, disponibilidade total, entrega e serviço, tal como Deus me quer”[11].

Diariamente também, São Josemaria repetia, na ação de graças depois de celebrar a Eucaristia, esta petição do salmista: Non nobis, Domine, non nobis; sed nomini tuo da gloriam! (Sl 115, 1). Empequeneceríamos esta oração se pensássemos que o que ela expressa é uma mera renúncia à gloria geral, como se se tratasse de algo mau para nós. O cristão tem esperança, de fato, na promessa de viver na glória de Deus; de modo que, mais do que de uma renúncia, é um redimensionamento: a petição do salmista assume que a glória humana, sem a glória de Deus, é sempre muito pequena, como qualquer ídolo diante de Deus. A glória meramente humana acaba se revelando uma triste caricatura: a ânsia de querer sobretudo ficar contente com nossos sucessos ou perceber a admiração dos outros, a autossatisfação da glória humana, é bem pouca coisa… porque Deus não está lá.

O Menino Jesus, indefeso e necessitado de tudo, vem para desmascarar sempre os nossos ídolos, que não veem, nem falam, nem ouvem (cfr. Sl 115,5-6). Os dias de Natal constituem um convite para empreender novamente o caminho rumo a essa casa improvisada, mas cheia de luz e calor, que é a gruta de Belém. Ficaremos surpreendidos “diante da liberdade de um Deus que, por puro amor, decide aniquilar-se, assumindo carne como a nossa”[12].


Publicado em Opus Dei.

[1] São Josemaria, Forja, n. 549.

[2] Francisco, Audiência geral, 1/08/2018.

[3] São Josemaria, É Cristo que passa, n. 113.

[4] São Josemaria, É Cristo que passa, n. 32.

[5] Bento XVI, Homilia na Epifania do Senhor, 6/01/2013.

[6] Missal Romano, Oração Eucarística IV.

[7] Bento XVI, Homilia na Epifania do Senhor, 6/01/2013.

[8] R. Guardini, Domínio de Dios y libertad del hombre, Madri, Guadarrama, 1963, p.30.

[9] Catecismo da Igreja Católica, n. 2113.

[10] F. Ocáriz, Carta pastoral, 9/01/2018, n. 1.

[11] J. Ratzinger, “Fazer oração em nosso tempo”, em Palabra en la Iglesia, Salamanca, Sígueme, 1976, p. 107.

[12] F. Ocaríz, Carta pastoral, 9/01/2018, n. 1.

Publicado em Opus Dei.

O verdadeiro Natal para os pequeninos!

Está chegando o Natal, é tempo de advento, há um clima diferente no ar! E como diz uma antiga canção: “Natal, natal das crianças… Natal do Menino Jesus”, acho que é por isso que a criança tem um destaque especial no Natal, pois ele existe, por causa de uma criança. E isso nos remete a um sentimento de ternura e carinho para com as crianças.

Por aquela criança especial ter recebido presentes de ilustres visitantes, também nós queremos presentear nossa crianças. Conta-se que São Nicolau fazia isso para homenagear o Menino Jesus. Ação válida, mas precisamos ter a consciência de ensiná-las o verdadeiro significado do Natal, para que elas não esperem apenas os presentes.

Precisamos levá-las a viver essa inquietude no coração, da espera, da preparação, para a vinda do Salvador, pois Ele é o verdadeiro presente.

E como fazemos isso? Muitas formas, enfatizando sempre como personagens principais a Sagrada Família, o anjo, as figuras bíblicas. Podemos ler juntos a história do nascimento de Jesus, em livros infantis ou na bíblia. Montar o presépio em casa, levá-las para visitar outros presépios, participar da liturgia própria do tempo, cantando com elas músicas natalinas católicas, falar da pobreza e nobreza do presépio.

É muito importante que como cristãos católicos, ensinemos a eles o sentido de cada símbolo que esse tempo litúrgico nos apresenta, para que eles vivam a fé já na idade tenra. Como nos diz Provérbios 22,6: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até que envelheças, não se desviará dele”.

Uma tradição que tenho lá em casa é decorar a casa ouvindo músicas natalinas tradicionais, e cantamos enquanto decoramos. Não arrumo muito cedo, mas no tempo do advento. Hoje mesmo com eles crescidos, continuo com a tradição e eles gostam desse clima.

Devemos também instigar neles o sentimento de fraternidade e doação, fazendo ações concretas para que a lição do Menino Deus, que nasceu pobre para nos salvar, crie neles uma mentalidade aberta para o amor gratuito e generoso, pois as crianças são o futuro!

Cleide Maria Machado Pereira Consagrada Missionária Arca da Aliança

Publicado em Arca da Aliança (Comunidade Católica).