Hoje a Igreja celebra o Imaculado Coração de Maria

MEMÓRIA – 25.06.2022

REDAÇÃO CENTRAL, 25 jun. 22 / 05:00 am (ACI).- No dia após a solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a Igreja celebra a festa do Imaculado Coração de Maria, a fim de mostrar que estes dois corações são inseparáveis e que Maria sempre leva a Jesus.

Esta celebração foi criada pelo papa Pio XII, em 1944, para que, por intercessão de Maria se obtenha “a paz entre as nações, liberdade para a Igreja, a conversão dos pecadores, amor à pureza e a prática da virtude”.

São João Paulo II declarou que esta festividade em honra à Mãe de Deus é obrigatória e não opcional. Ou seja, deve ser realizada em todo o mundo católico.

Durante as aparições da Virgem de Fátima aos três pastorinhos em 1917, Nossa Senhora disse a Lúcia: “Jesus quer servir-Se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração”.

“A quem a abraçar, prometo a salvação; e serão queridas de Deus estas almas, como flores postas por Mim a adornar o Seu Trono”.

Em outra ocasião, disse-lhes: “Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes, em especial sempre que fizerdes algum sacrifício: ‘Ó Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores, e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria’”.

Muitos anos depois, quando Lúcia era uma postulante no Convento de Santa Doroteia, em Pontevedra (Espanha), a Virgem lhe apareceu com o menino Jesus e, mostrando-lhe o seu coração rodeado por espinhos, disse: “Olha, minha filha, o meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos me cravam com blasfêmias e ingratidões”.

“Tu, ao menos, vê de me consolar e diz que, todos aqueles que durante cinco meses no primeiro sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um terço e me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 mistérios do rosário com o fim de me desagravar, eu prometo assistir-lhes à hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas’”.

Publicado em ACI Digital.

Reflexão de Dom Mário Spaki para o Sábado Santo (Vatican News)

Sábado Santo

Sábado Santo, dia do grande silêncio, pois o Rei do Universo dorme. É o dia de Maria, a Mãe das Dores. Ela, que guardava tudo em seu coração, eterniza em si o mistério vivido aos pés da cruz, naquele dilacerante mar de angústia. Ela é a expressão mais alta, numa criatura humana, de alguém que ama, que confia, mesmo sem entender o que está acontecendo. Ela é a mansa por excelência, a dócil, a pobre, pois perdeu tudo: o seu tudo era Jesus. Ela é a mulher que não se lamenta de ser despojada daquilo que lhe pertence por eleição.

Maria em seu sofrimento é a Santa por excelência, que todos podem contemplar para aprender o que é a mortificação ensinada há séculos pela Igreja e que os santos, com notas diversas, ecoaram em todos os tempos.

Maria, na sua desolação nos ensina a cobrir-nos de humildade e paciência, de prudência e de perseverança, de simplicidade e de silêncio, para que em nossa própria noite brilhe a luz de Deus, a ressurreição divina.

Se um dia os sofrimentos atingirem o ápice em que tudo em nós dá impressão de se rebelar e quando parece que tudo nos foi tirado, agarramo-nos em Maria. Esse gelo interior encostará a nossa alma na alma dela. E se reunindo todas as forças interiores, conseguirmos revestir nossos sentimentos de Maria, seremos com ela um vaso transbordante de alegria e deixamos atrás de nós um rastro de luz. (Conforme intuições de Chiara Lubich).

Publicado em Vatican News.

Homilia Diária | Sexta-feira Santa – “Como cordeiro ao matadouro” – Padre Paulo Ricardo

Ficheiro:1583 Annibale Caracci, Crucifixion Santa Maria della Carità, Bologna.jpg

Publicado em Padre Paulo Ricardo.

Imagem: Wikipédia (Annibale Caracci, Crucifixion Santa Maria della Carità, Bologna, 1583).

Homilia do D. Henrique Soares da Costa – Quinta-feira Santa (Presbíteros)

Observação: Com esta Celebração, a Igreja inicia o Santo Tríduo Pascal. O Primeiro Dia do Tríduo compreende a Quinta-feira à tarde (para os judeus, o dia inicia ao cair da tarde) e toda a Sexta-feira. Neste primeiro dia, celebramos a entrega amorosa de Cristo até a morte: na Cruz, de modo doloroso e, na Ceia, de modo sacramental.

Ex 12,1-8.11-14
Sl 115
1Cor 11,23-26
Jo 13,1-15


“Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”.

Esta é a tarde que faz memória da Ceia Pascal de Jesus. Aquilo que o Senhor realizou durante toda a vida e consumou na cruz – isto é, sua entrega de amor total ao Pai, por nós -, ele quis nos deixar nos gestos, nas palavras e nos símbolos da Ceia que celebrou com os seus. Naquela Mesa santa do Cenáculo, estava já presente, em símbolos e gestos, a entrega amorosa do Calvário. É isto que celebramos neste momento sagrado, momento de saudade, de aconchego e de despedida. Era em família que os judeus celebravam o Banquete pascal… Jesus celebrou com seus discípulos, conosco, sua família: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim,” até o extremo de entregar a vida, pois “não há maior prova de amor que entregar a vida pelos amigos” (Jo 15,13).
Hoje, neste final de tarde e início de noite, ele se fez nosso servo, ele lavou nossos pés, porque “não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). Lavando os nossos pés, ele revelou de modo admirável seu desejo de nos servir dando a vida por nossa salvação.

Hoje, ele nos deu o novo mandamento: “Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz”. Assim fazendo, assim falando, o Senhor nos ordena, por amor a ele, a que nos sirvamos mutuamente, nos amemos mutuamente, nos aceitemos e perdoemos mutuamente, até dar a vida uns pelos outros. Eis nosso testamento, nossa riqueza e também nossa vergonha, porque tantas e tantíssimas vezes descumprimos o desejo do Senhor! Que contemplando o gesto do Senhor, hoje nos demos o perdão. Eu vos peço em nome de Cristo: reconciliai-vos em família, por amor de Cristo; reconciliai-vos na paróquia, nos grupos e movimentos de Igreja, por amor daquele que nos amou assim e nos deu o exemplo! Por Aquele que se deu a nós nesta tarde bendita, perdoemo-nos, acolhamo-nos, amemo-nos! É o único modo, caríssimos, de celebrarmos a Santa Páscoa no domingo próximo e de participarmos hoje desta Ceia bendita!

O Senhor – para que tenhamos a força de amar como ele, de confiar amorosamente no Pai como ele, de amar os irmãos como ele -, hoje, ele instituiu o Sacramento do amor, a Eucaristia. Hoje ele deixou-se ficar no Pão e no Vinho transfigurados pelo seu Espírito Santo, como sacramento do seu Corpo e Sangue, imolado e ressuscitado para ser nossa oferta ao Pai, nosso alimento no caminho e nosso penhor de ressurreição e vida eterna. Quanta gratidão, quanto reconhecimento, devem brotar do nosso coração! Seu Corpo por nós imolado, seu Sangue por nós derramado, Jesus por nós entregue – sacramento de um amor eterno, de uma entrega sem fim, de uma presença perene! Comungar hoje do Corpo e do Sangue do Senhor é não somente unir-se a ele, mas estar disposto a ir com ele até a cruz e a morte! Ah, irmãos, não façamos como Pedro, que prometeu, mas não cumpriu e negou o Senhor! “O cálice de bênção que abençoamos não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo?” (1Cor 10,16). Que grande mistério, esta união de vida e de morte com o nosso Senhor pela Eucaristia! Não reneguemos na vida e nas ações aquele que hoje nos convida à sua mesa e conosco celebra a sua Páscoa!
Hoje, para presidir à Eucaristia e ser um sinal do Senhor, mestre e servidor, Cristo, na Ceia, instituiu o sacerdócio ministerial: aqueles que em seu nome e por sua ordem, deverão presidir à Celebração eucarística até que ele volte. Nesta tarde sagrada, rezemos pelo nosso Bispo e pelos nossos sacerdotes, para que sejam dignos de tão grande ministério e o exerçam como Cristo, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida!

Irmãos e Irmãs caríssimos, guardemos no mais profundo do coração os mistérios desta Missa na Ceia do Senhor. Um amor tão grande, uma entrega tão total deve mover nosso coração, deve nos fazer sentir compungidos, desejosos de abrir nossa vida para o Cristo e realmente caminhar com ele. Tudo, nesta Celebração, respira amor, fala de amor: recordem o cordeiro imolado da primeira leitura – é o Cristo que por nós é imolado; pensem no pão sem fermento que partimos e no cálice da aliança que repartimos, na segunda leitura – é ainda o Cristo que se deixa ficar entre nós e em nós, como alimento e vida nova, plena do Espírito do Pai; recordem o Senhor inclinado, lavando-nos os pés, dando-nos a vida e dizendo a você e a Pedro: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”– é o Senhor na sua pura entrega de amor por nós!

Por favor, nestes dias, celebremos estes santos mistérios pascais com piedade, espírito de adoração profunda e profunda gratidão para com Aquele que por nós quis entregar-se às mãos dos malfeitores e sofrer o suplício da cruz. Não fiquemos indiferentes, não sejamos frios: tudo quanto celebraremos foi por nós que o Senhor instituiu e para nossa salvação que realizou! E que pela Páscoa deste ano, ele se digne conduzir-nos à Páscoa eterna. Amém.

Henrique Soares da Costa

Publicado em Presbíteros | mar 30, 2021.

Imagem: Creative Commons.

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Liturgia Diária 31/03/2021 – Homilia – Semana Santa | Quarta-feira (Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro-SP)

Última Ceia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Evangelho

Evangelho (Mt 26,14-25)

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 14um dos doze discípulos, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes 15e disse: “Que me dareis se vos entregar Jesus?” Combinaram, então, trinta moedas de prata. 16E daí em diante, Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus.

17No primeiro dia da festa dos Ázimos, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?” 18Jesus respondeu: “Ide à cidade, procurai certo homem e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo, vou celebrar a Páscoa em tua casa, junto com meus discípulos’”.

19Os discípulos fizeram como Jesus mandou e prepararam a Páscoa. 20Ao cair da tarde, Jesus pôs-se à mesa com os doze discípulos. 21Enquanto comiam, Jesus disse: “Em verdade eu vos digo, um de vós vai me trair”. 22Eles ficaram muito tristes e, um por um, começaram a lhe perguntar: “Senhor, será que sou eu?”

23Jesus respondeu: “Quem vai me trair é aquele que comigo põe a mão no prato. 24O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a Escritura a respeito dele. Contudo, ai daquele que trair o Filho do Homem! Seria melhor que nunca tivesse nascido!” 25Então Judas, o traidor, perguntou: “Mestre, serei eu?” Jesus lhe respondeu: “Tu o dizes”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

Homilia

‘Que me dareis se vos entregar Jesus?’ Combinaram, então, trinta moedas de prata” (Mateus 26,15)

A reflexão da Palavra de Deus, nesta quarta-feira da Semana Santa, leva-nos a perceber o que o deus deste mundo, que se chama “dinheiro”, é capaz de provocar no coração de um ser humano.

Judas, discípulo do Senhor, não estou aqui para condená-lo, nem para atirar-lhe pedras, para enforcá-lo nem o condenar de alguma forma. Estou aqui para refletir a minha própria vida, estou aqui para olhar para dentro de mim e ver qual é o domínio, qual é o poder que o dinheiro exerce sobre mim, que fascínio ele realiza em minha vida.

Se pararmos para olhar bem, o dinheiro é fascinante, é sedutor, pois ele entra na nossa vida e torna-se, muitas vezes, o condutor daquilo que nós realizamos. Alguns dizem: “Eu vivo para ganhar dinheiro”, “O sentido da minha vida é ganhar dinheiro”, e vive mesmo para ganhar dinheiro, não tem nem tempo para Deus, porque o deus dinheiro é que está sempre na cabeça. Até sentado no banco da igreja está pensando: “Quanto vou ganhar?”, “Como vou resolver minhas contas?”, “O que eu faço para ganhar mais?”.

Percebamos o que o deus deste mundo, que se chama “dinheiro”, é capaz de provocar no nosso coração

O dinheiro é sedutor. O grande deus deste mundo, ou nós o dominamos ou ele domina a vida dos humanos.

As pessoas se compram, vendem-se; as pessoas mudam a maneira de falar, de comportar-se e de agir diante do fascínio que o dinheiro pode exercer na vida de cada um. E é isso que acontece com o discípulo chamado Judas. Cuidou tanto do dinheiro, que se encantou por ele, e é a ele que os sumos sacerdotes vão se dirigir; e a pergunta é: “O que vão me dar?”, “Quanto vou ganhar?”, “Quanto dinheiro me darão se eu vos entregar Jesus?”.

Se é duro saber que há pessoas que entregam até a própria mãe, há aqueles que entregam a alma e a vida ao deus dinheiro. Entregam a sua fé, renegam a sua fé e colocam o dinheiro acima dela. Então, quando olho para Judas, hoje, que por trinta moedas de prata – pode até significar muito monetariamente falando -, trocou o Senhor da Vida por trinta moedas de prata… E ainda que fosse um milhão de moedas de prata!

Aqui não é olhar de forma quantitativa, mas qual é o verdadeiro significado que dou à vida? Qual é o verdadeiro valor que tem a vida em Deus? Qual é o dinheiro deste mundo que vale a minha fé, a minha salvação e o meu amor a Jesus? O que esta vida tem para me dar que possa ser mais precioso do que o Mestre Jesus?

Precisamos parar para refletir, para saber qual é o verdadeiro tesouro, qual é o bem mais precioso da minha vida. Quero ser discípulo de Jesus!

Deus abençoe você!

Fonte: Homilia Canção Nova https://homilia.cancaonova.com/pb/homilia/o-deus-dinheiro-seduz-a-nossa-vida/?sDia=31&sMes=03&sAno=2021

Publicado em Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro – São José dos Campos -SP.

Imagem: Wikipédia.

Terça-Feira Santa – Comentário ao Evangelho (Arquidiocese de Sorocaba – 30.03.2021)

Evangelho

Evangelho (Jo 13,21-33.36-38)

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, estando à mesa com seus discípulos, 21Jesus ficou profundamente comovido e testemunhou: “Em verdade, em verdade vos digo, um de vós me entregará”. 22Desconcertados, os discípulos olhavam uns para os outros, pois não sabiam de quem Jesus estava falando.

23Um deles, a quem Jesus amava, estava recostado ao lado de Jesus. 24Simão Pedro fez-lhe um sinal para que ele procurasse saber de quem Jesus estava falando. 25Então, o discípulo, reclinando-se sobre o peito de Jesus, perguntou-lhe: “Senhor, quem é?”

26Jesus respondeu: “É aquele a quem eu der o pedaço de pão passado no molho”. Então Jesus molhou um pedaço de pão e deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. 27Depois do pedaço de pão, Satanás entrou em Judas. Então Jesus lhe disse: “O que tens a fazer, executa-o depressa”.

28Nenhum dos presentes compreendeu por que Jesus lhe disse isso. 29Como Judas guardava a bolsa, alguns pensavam que Jesus lhe queria dizer: ‘Compra o que precisamos para a festa’, ou que desse alguma coisa aos pobres. 30Depois de receber o pedaço de pão, Judas saiu imediatamente. Era noite.

31Depois que Judas saiu, disse Jesus: “Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. 32Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo. 33Filhinhos, por pouco tempo estou ainda convosco. Vós me procurareis, e agora vos digo, como eu disse também aos judeus: ‘Para onde eu vou, vós não podeis ir’”.

36Simão Pedro perguntou: “Senhor, para onde vais?” Jesus respondeu-lhe: “Para onde eu vou, tu não me podes seguir agora, mas me seguirás mais tarde”. 37Pedro disse: “Senhor, por que não posso seguir-te agora? Eu darei a minha vida por ti!” 38Respondeu Jesus: “Darás a tua vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: o galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

Terça-feira Santa – Comentário ao Evangelho (30.03.2021): Jo 13, 21-33.36-38

Jesus ficou profundamente comovido e testemunhou: ‘Em verdade, em verdade vos digo, um de vós me entregará.

A missão de Jesus parece acabar no fracasso. Parece uma derrota terrível para Jesus que só fez o bem. Ser traído por um dos seus discípulos, por um dos doze é algo terrível e, por isso, Jesus fica profundamente comovido.

Mas Jesus mesmo sem deixar de estar comovido e entristecido, é iluminado pelo Pai e, depois que Judas sai e meio à noite, afirma não a sua derrota, mas a sua vitória: Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo.

Trata-se de um modo divino de ver os acontecimentos da traição e da morte na cruz. Jesus vê as coisas em profundidade, não julga somente pelas aparências. Ele vê nas realidades humanas mais terríveis a ação de Deus que tudo conduz e transforma. Deus transforma a mais profunda humilhação em ocasião para a mais alta glorificação. No momento que Jesus aceita a pior das humilhações, Ele realiza a nossa salvação.

Para nós, esse modo de viver a paixão e morte é uma grande consolação. Jesus com a sua paixão nos deu o meio para reconhecer em nossos sofrimentos a ação divina. Ele nos deu a capacidade de colher em todas as dificuldades da vida a ocasião para glorificar Deus.

Mas essa transformação não é uma obra nossa nem depende somente de nossas forças. Trata-se de uma obra divina em nós. Se quisermos transformar os sofrimentos em vitória somente contanto com nossas forças, experimentaremos o mais clamoroso fracasso. Foi o que aconteceu com Pedro. Pedro disse a Jesus: Senhor, por que não posso seguir-te agora? Eu darei a minha vida por ti! A esse orgulho de só contar com as próprias forças, Jesus retruca: Darás a tua vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: o galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes.

Por nós mesmos não somos capazes de superar a cruz e o sofrimento. Somente quando Jesus nos chama nós podemos trilhar o caminho da cruz como caminho de Cristo e como caminho da salvação. Às vezes, Jesus permite que fracassemos como Pedro para nos ensinar a ser mais humildes e a confiar unicamente nEle.

Quando é Jesus que nos chama a seguir o caminho da cruz, podemos ter a certeza de receber dEle também a graça para poder carregar a cruz. E assim poderemos nos alegrar pelo fato de estarmos unidos a Ele na sua paixão para assim chegar a ressurreição.

Peçamos ao Senhor a graça de saber reconhecer em nossos sofrimentos a ação de Deus que transforma a nossa vida e a torna fecunda.

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

Publicado em Diocese de Sorocaba.

SEGUNDA-FEIRA SANTA: OS PRIMEIROS PASSOS DE NOSSO SENHOR A CAMINHO DO CALVÁRIO

Jesus amaldiçoa a figueira que não dá frutos – no, caso, os do arrependimento. É uma referência dentro do significado da Segunda-Feira Santa.

Na Segunda-Feira Santa, Jesus anuncia que seu sacrifício está próximo

A Semana Santa começou, foram 40 dias de Quaresma em espera para a chegada do Domingo de Ramos, que abre as portas para a o período mais importante para a Igreja Católica. São sete dias de recordação à paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Hoje, Segunda-feira Santa, o filho de Deus dá seus primeiros passos para cumprir a promessa das sagradas escrituras: dar a vida pela humanidade, só por amor.

Ontem, Domingo de Ramos, o Brasil se emocionou com diversas procissões realizadas com o Santíssimo em território nacional, já que a passeata com ramos, tradição católica, também foi cancelada devido à pandemia de coronavírus. Desse modo, levantou-se a seguinte questão: Como vivenciar os outros dias da Semana Santa e o que é recordado em cada um deles?

Celebrando os passos de Jesus

Na Segunda-Feira Santa, já se foi festejada a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, no dia anterior. Agora, a meditação da Igreja gira em torno do caminho que Cristo percorreu até o calvário. Esse trajeto não é o caminho da morte, mas sim da salvação. Jesus, ao dar seus passos em direção ao seu sacrífico, está andando rumo à libertação da humanidade. Isso porque a morte e o calvário são passageiros. No evangelho do dia, Nosso Senhor anuncia para seus discípulos que o dia de sua condenação à morte está próximo.

Neste dia, é muito comum em diversas paróquias, recordar a devoção de Nosso Senhor dos Passos, homenagem a Jesus que abre a semana que celebra a paixão, morte e ressurreição do Filho de Deus, isto é, os passos por ele percorridos até o dia da Páscoa. O caminho que Jesus encontrou não foi fácil, foi doloroso, foi impiedoso e foi sacrífico. Desse modo, Nosso Senhor dos Passos, nos guia em nossas dificuldades e trajetórias para encontrar a salvação.

Principalmente, perante a pandemia de COVID-19, que tem causado inúmeras mortes ao redor do mundo, é importante lembrar que Jesus se faz presente em cada momento de dificuldade. Ele deu sua vida pelo povo e continua a doando todos os dias. Deus é misericordioso e compassivo, que todos os católicos utilizem essa Semana Solene como fortaleza de fé para o fim dessa doença que atinge a humanidade.

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Semana Santa: história, liturgias e significados

Oração para a Segunda-Feira Santa

Esta oração foi escrita por Santo Afonso de Ligório e recorda os passos de Jesus e toda a sua trajetória:

Dulcíssimo Jesus, no Horto das Oliveiras, triste até a morte, profundamente angustiado, oprimido da agonia, coberto de suor de sangue.

– Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Dulcíssimo Jesus, pelo ósculo traidor, entregue às mãos dos Vossos inimigos, maltratado, atado e preso com cordas abandonado pelos discípulos.

– Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Dulcíssimo Jesus, pelo injusto conselho dos judeus, julgado réu de morte, entregue a Pilatos, desprezado e escarnecido pelo ímpio Herodes.

– Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Dulcíssimo Jesus, despido, preso a uma coluna e açoitado cruelmente.

– Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Dulcíssimo Jesus, coroado de penetrantes espinhos, ferido na sagrada cabeça com uma cana; vestido por escárnio, de um manto de púrpura, saciado de opróbrios.

– Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Dulcíssimo Jesus, mais odiado que um ladrão e um assassino, reprovado pelos judeus condenados à morte de Cruz.

– Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Dulcíssimo Jesus, carregado com a pesada Cruz, caído por terra, levado ao Calvário, como o cordeiro em matadouro.

– Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Dulcíssimo Jesus, homens das dores, despojado das Vossas pobres vestiduras, contado entre os criminosos imolado em sacrifício pelos nossos pecados.

– Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Dulcíssimo Jesus, cravado cruelmente na Cruz, ferido dolorosamente por causa das nossas iniquidades, quebrantado por causa das nossas culpas.

– Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Dulcíssimo Jesus, escarnecido ainda na Cruz, atormentado e oprimido de dores inefáveis, consumido de sede, abandonado na mais dolorosa agonia pelo próprio Pai celestial.

– Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Dulcíssimo Jesus, morto na Cruz, transpassado por uma lança, a vista de vossa dolorosa Mãe.

– Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Dulcíssimo Jesus, descido da Cruz, depositado nos braços de vossa santíssima Mãe e banhado em Suas lágrimas.

– Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Dulcíssimo Jesus, ungido e embalsamado pelos discípulos amantes com preciosos aromas e envolvido em lençóis limpos e depositado no Santo Sepulcro.

– Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.

Ele tomou verdadeiramente sobre Si as nossas iniquidades.

E as nossas dores Ele mesmo suportou

Evangelho da Segunda-Feira Santa (Jo 12,1-11)

1Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde morava Lázaro, que ele havia ressuscitado dos mortos. 2Ali ofereceram a Jesus um jantar; Marta servia e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele. 3Maria, tomando quase meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos. A casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo. 4Então, falou Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de entregar: 5“Por que não se vendeu este perfume por trezentas moedas de prata, para dá-las aos pobres?” 6Judas falou assim, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão; ele tomava conta da bolsa comum e roubava o que se depositava nela. 7Jesus, porém, disse: “Deixa-a; ela fez isto em vista do dia da minha sepultura. 8Pobres, sempre os tereis convosco, enquanto a mim, nem sempre me tereis”.9Muitos judeus, tendo sabido que Jesus estava em Betânia, foram para lá, não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que Jesus ressuscitara dos mortos. 10Então, os sumos sacerdotes decidiram matar também Lázaro, 11porque por causa dele, muitos deixavam os judeus e acreditavam em Jesus.

Publicado em Catequistas do Brasil.

Imagem: Wikipédia.

Reflexão para o Domingo de Ramos (Vatican News)

“Anunciamos Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição, vinde Senhor Jesus!”, aclamamos a cada consagração do pão e do vinho.

Padre Cesar Agusuto, SJ – Vatican News

Neste domingo, que abre a Semana Santa, a Liturgia nos propõe refletirmos sobre a entrada de Jesus em Jerusalém, para ser aclamado como Filho de Davi e para, alguns dias depois, ser julgado e condenado como um grande malfeitor, um bandido que subleva o povo.

Estamos chegando no auge, no pico do Ano Litúrgico, com a solenidade das solenidades que é a Páscoa da Ressurreição do Senhor, no domingo próximo.Ouça e compartilhe

Nesta Semana, vamos refletir sobre a entrega de Jesus na Nova e Eterna Aliança, na quinta-feira e na paixão e morte de Jesus, na sexta. Tendo o sábado como um dia de esperança, aguardando a realização da promessa do Senhor, de que ressuscitaria, passamos estes dias ao lado da Virgem Maria, a Nossa Senhora das Dores, a Mãe da Esperança, em casa, no aguardo da Vida Nova.

Esta Semana Santa, de 2021, como a do ano passado, de 2020, terá suas celebrações diferentes, em muitas cidades serão transmitidas online, com todos os fiéis leigos em casa, protegendo-se da pandemia. Isso nos afervora o sentimento de meditação e contemplação, já que nada será motivo de distração, mas sim, de união com o Cristo que sofre sua paixão, também nos irmãos que estão enfermos e, muitos, agonizantes, além de estar presente naqueles que fazem o papel de cireneu, os médicos e enfermeiros e todos da área da saúde, que lidam direta ou indiretamente a favor daqueles que sofrem.

Veremos a Virgem Dolorosa também nas pessoas que, aflitas, acompanham, de longe, o sofrimento dos amados, dos queridos, daqueles que importam em suas vidas. Por que não citar aquelas pessoas que como Maria, outras mulheres, João Evangelista e José de Arimatéia fazem um cortejo fúnebre, mesmo apenas com o coração, e sepultam ou cremam os corpos de seus entes queridos?

Esta semana será Santa em todos os sentidos. Vamos vivê-la na dimensão unitiva com todos os que padecem em nosso mundo.

A primeira leitura da missa deste domingo, extraída de Isaías 50, 4-7, inicia dizendo que o Senhor deu ao personagem principal do texto, capacidade de confortar pessoa abatida e para ouvir, como discípulo. Ao mesmo tempo, o personagem principal sofre agressões e afrontas, mas não perde o ânimo porque sabe que o Senhor é o seu auxílio e não sairá humilhado dessa situação de ultrajes. A cena pode ser aplicada ao Cristo, em sua paixão, e a nós, em situações de profundo sofrimento. A esperança em Deus permanece. O Senhor pode não nos livrar de vexames e afrontas, mas Ele nos liberta dentro dessa situação e nos mantem, apesar das humilhações, com nossa dignidade intocável. O salmo responsorial, Sl 21 (22) descreve com tragicidade o que acontece com o Servo do Senhor, mas será o Sl 23(22), o que nos falará do sentimento mais profundo durante a experiência de atroz sofrimento: “Ainda que eu caminhe por vale tenebroso nenhum mal temerei, pois estás junto a mim … minha morada é a casa do Senhor por dias sem fim.”

Na segunda leitura, tirada de Filipenses 2, 6-11, São Paulo nos fala explicitamente de Jesus Cristo ao fazer a kenosis de si mesmo, isto é, ao se esvaziar da postura de Filho de Deus para se preencher com a condição de escravo e se igualar aos seres humanos.

Vivemos essa entrega do Senhor a cada Eucaristia, onde ele assume nosso lugar e sendo homem e Deus, faz a aliança nova e eterna com o Pai, renovada a cada sim dado ao Pai, quando saímos de nós mesmos e aceitamos morrer e abraçar a vida nova.

A Quinta-Feira Santa e a Sexta-Feira Santa celebram especialmente essa entrega do Senhor, que também pode, aos poucos, ir se tornando a nossa, quando conscientes no dia de nosso Batismo, demos o Sim radical ao Senhor da Vida, a cada dificuldade o vamos repetindo, até o Sim absoluto dado na hora de nossa morte.

“Anunciamos Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição, vinde Senhor Jesus!”, aclamamos a cada consagração do pão e do vinho. Aí, jaz a esperança, ou melhor, a certeza de que a vida dará sua palavra final com a ressurreição. A do Senhor já aclamada, e a nossa, imbricada na Dele.

Publicado em Vatican News.

Imagem: Wikipédia.

As Dores de Nossa Senhora na Paixão de Cristo (Biografia dos Santos)

 

Uma espada transpassará a tua alma.(Lc 2, 35)

A profecia de Simeão se realizou em plenitude na Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. O sofrimento que Maria passou em todo o martírio de Jesus nos sensibiliza e nos cativa a contemplar as dores de Maria na Paixão de Cristo.

 1ª Dor: Saber que seu amado e querido Filho Jesus Cristo, foi traído por um dos seus discípulos.(Lc 22, 47-48)

 Jesus foi traído por um dos discípulos que freqüentava a sua casa. Um dos que eram servidos sempre com carinho e amor quando visitavam a Casa de Maria. Saber que, Jesus, a Suma Bondade, que em toda vida testemunhou a perfeita fidelidade a Maria e José, e, a Deus-Pai, estava sofrendo injustamente uma traição para pagar os pecados de toda humanidade. Pai Nosso. Ave-Maria. Glória.

2ª Dor: Saber que seu amado e querido Filho, Jesus Cristo, foi preso.(Lc 22, 54)Quanto sofrimento passou Maria ao saber da prisão do Seu Filho Jesus. Jesus que é manso e humilde de coração. Jesus que curou cegos, paralíticos, coxos, leprosos; Jesus que ressuscitou a filha de Jairo e o amigo Lázaro. Jesus que, pregou a todos a misericórdia e o amor. Jesus, a Suma Bondade é preso injustamente para que, toda humanidade fosse liberta da prisão do pecado e pudesse assim encontrar a graça da salvação pela morte e Ressurreição de Jesus. O sofrimento de Maria foi extremo. Saber que o seu único Filho, estava preso mesmo sendo inocente. Saber que, estava sendo humilhado, tratado sem misericórdia, sendo que, em toda a vida Jesus pregou misericórdia para todos. Quão grande a dor inconsolável de Mãe. Pai Nosso. Ave Maria. Glória.

  3ª Dor: Saber que seu amado e querido Filho, Jesus, foi escarnecido, injuriado e recebeu bofetadas dos soldados.

 Maria e José sempre cuidaram com carinho, zelo, amor, união e ternura o Filho Jesus. Desde a infância Jesus foi tratado com amor e carinho. Em nenhum momento se viu qualquer olhar de repreensão na sagrada família, pois Jesus é manso e humilde de coração. Sempre foi obediente e cheio de sabedoria. Na perda e encontro de Jesus conversando com os doutores da Lei, Deus já estava preparando Maria para a imensa dor que enfrentaria na Paixão de Cristo. Pois, Maria e José ficaram três dias angustiados com a perda do Menino Jesus. Esta aflição de ficar três dias longe do menino Jesus foi uma grande dor no coração de Maria. Esta dor de Mãe que ficou três dias aflita e longe do filho sem saber notícias, preparou o coração de Maria para uma dor ainda maior que seria os três dias que ficaria ausente do Filho após a morte de cruz que haveria de passar. Vejamos a palavra da perda e do encontro do menino Jesus.Pai Nosso. Ave Maria. Glória.

 A Perda e o Encontro do Menino Jesus no Templo

Tendo ele atingido doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa. Acabados os dias da festa, quando voltavam, ficou o menino Jesus em Jerusalém, sem que os seus pais o percebessem. Pensando que ele estivesse com os seus companheiros de comitiva, andaram caminho de um dia e o buscaram entre os parentes e conhecidos. Mas não o encontrando, voltaram a Jerusalém, à procura dele. Três dias depois o acharam no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. Todos os que o ouviam estavam maravilhados da sabedoria de suas respostas. Quando eles o viram, ficaram admirados. E sua mãe disse-lhe: Meu filho, que nos fizeste?! Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura, cheios de aflição. Respondeu-lhes ele: Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai? Eles, porém, não compreenderam o que ele lhes dissera. Em seguida, desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso. Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração. E Jesus crescia em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens.(Lc 2, 42-52).

 4ª Dor: Saber que seu amado e querido Filho, Jesus, foi acusado injustamente com violência pelos príncipes dos sacerdotes e tratado com desprezo por Herodes.

 Maria teve o grande sofrimento de saber de todas as falsas acusações que faziam para o seu querido Filho. Jesus foi tratado na Paixão de Cristo de forma inversa ao que viveu e ensinou. As obras de Jesus são sempre boas e seu testemunho de vida é de amor, justiça e misericórdia. Mas para pagar os pecados da humanidade assumiu nossas culpas e recebeu grandes injúrias e violência aceitando com mansidão todo sofrimento, pois quis doar a Sua vida para nos salvar.Pai Nosso. Ave Maria. Glória.

 “Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos”.(Isaías 53, 4).

 5ª Dor: A flagelação de Jesus.(João 19, 1).

 A flagelação de Jesus foi um momento de grande sofrimento de Maria. Jesus que, só recebeu amor e carinho de Maria e José, que, nunca sofreu nenhum arranhão de ninguém, é coberto de violência, a pedido de Pilatos, e recebe em seu corpo a extrema dor da flagelação. Maria que em nenhum momento se desesperou, manteve o silêncio e a paz diante de todos os sofrimentos que Jesus passava para que, o plano de Deus se cumprisse e toda humanidade fosse salva, mas no coração de Mãe a dor era imensa. Pai Nosso. Ave Maria. Glória.

  6ª Dor: A Coroação de espinhos(João 19, 2-3).

 Maria sofre grande dor ao ver seu Filho Jesus coroado de espinhos e toda face dolorosa e ensangüentada de Jesus. Maria que ama Jesus com todo o coração compartilha no coração do sofrimento do filho. O coração de Mãe quer retirar cada espinho de Jesus para diminuir-lhe a dor, mas a obediência à vontade de Deus compreende que o sofrimento do Filho traz consigo a salvação de toda humanidade. Por isso, resolve silenciar e transmitir o amor de sua presença pura e maternal.Pai Nosso. Ave Maria. Glória.

7ª Dor: O povo pede que Jesus, o Salvador, seja crucificado e resolve soltar o homicida do Barrabás.(Lc 23, 24-25).

 Maria sofre enorme dor ao ver, seu Amado Filho Jesus, ser preso. Mais a dor aumenta ao saber que preferem soltar o homicida do Barrabás e deixar Jesus, o Salvador, preso. Esta dor em Maria é revivida nos dias de hoje quando resolvemos soltar o ódio e o rancor contra o próximo e prendemos o amor. A prisão de Jesus simboliza a escolha do ser humano pelo pecado. Por isso, se quisermos decidir por soltar Jesus devemos abrir nosso coração para amar a todos, inclusive os que nos maltratam ou ofendem.Pai Nosso. Ave Maria. Glória.

 8ª Dor: Jesus carrega a cruz.(Lc 23, 26).

 Maria sente uma profunda dor ao ver que Seu Amado Filho Jesus, mesmo após todos sofrimento das chagas feitas pela flagelação e pela coroação de espinhos, ainda é obrigado a carregar pesadíssima cruz. Maria que queria no coração que tudo parasse para tratar das feridas do filho. Maria que desde a concepção cuidou de Jesus com todo carinho, amor e ternura, se vê num sofrimento indizível ao ver as dores que Jesus suporta, mas o seu conforto está na obediência à vontade de Deus-Pai e na salvação da humanidade.Pai Nosso. Ave Maria. Glória.

 9ª Dor: A tríplice queda de Jesus

 Contemplamos o doloroso sofrimento de Maria Santíssima ao ver seu Filho Jesus cair três vezes diante do peso da cruz. Maria que ensinou Jesus a andar quando ainda era bebê, que o levantava quando caia ao aprender a andar, teve que, suportar o sofrimento de ver seu amado Filho Jesus caído por três vezes, pelo peso da cruz, sem nada poder fazer, pois se no seu coração o desejo de mãe de levantá-lo era forte, muito mais forte era o amor a obediência divina para que fosse cumprido o plano de Deus e toda a humanidade fosse redimida dos pecados com a salvação que nos seria dada pela crucificação, morte e Ressurreição de Jesus.Pai Nosso. Ave Maria. Glória.

 Meditação da Paixão pelo Vaticano – Papa Bento XVI

A tradição da tríplice queda de Jesus sob o peso da cruz recorda a queda de Adão – o ser humano caído que somos nós – e o mistério da associação de Jesus à nossa queda. Na história, a queda do homem assume sempre novas formas. Na sua primeira carta, S. João fala duma tríplice queda do homem: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida. Assim interpreta ele a queda do homem e da humanidade, no horizonte dos vícios do seu tempo com todos os seus excessos e depravações. Mas, olhando a história mais recente, podemos também pensar como a cristandade, cansada da fé, abandonou o Senhor: as grandes ideologias, com a banalização do homem que já não crê em nada e se deixa simplesmente ir à deriva, construíram um novo paganismo, um paganismo pior que o antigo, o qual, desejoso de marginalizar definitivamente Deus, acabou por perder o homem. Eis o homem que jaz no pó. O Senhor carrega este peso e cai… cai, para poder chegar até nós; Ele olha-nos para que em nós volte a palpitar o coração; cai para nos levantar.

http://www.vatican.va/news_services/liturgy/2005/via_crucis/po/station_07.html

 10ª Dor: Jesus é crucificado juntamente com dois malfeitores.(Lc 23-33).

 Contemplamos toda imensa dor que Maria sentiu ao ver que Jesus estava sendo crucificado. Toda dor de Mãe ao ver seu único e amado Filho ser morto de forma cruel. Jesus o cordeiro manso, humilde e inocente dando a própria vida pela salvação da humanidade. Maria além da dor indizível de ver seu filho sofrer no madeiro da cruz, também, sofre por Jesus ter sido crucificado de forma humilhante, no meio de dois malfeitores. O Justo dos justos, O Rei dos reis, tendo uma morte cruenta juntamente com dois ladrões. Se na vida teve o convívio dos discípulos, do amigo Lázaro, da amiga Marta e Maria, de Sua querida e terna Mãe Maria Santíssima, na morte teve como companhia dois ladrões.Pai Nosso. Ave Maria. Glória.

 Foi-lhe dada sepultura ao lado de criminosos e ao morrer achava-se entre malfeitores, se bem que não haja cometido injustiça alguma, e em sua boca nunca tenha havido mentira. (Isaías 53, 9).

11ª Dor: Jesus é escarnecido, zombado na cruz pelos príncipes dos sacerdotes e pelos soldados e blasfemado pelo ladrão mau.(Lc 23, 35-38).

 Maria vê o sofrimento do seu filho e sente profunda dor ao vê-lo com o corpo todo chagado e sofrido e, ainda, ver os algozes O humilharem constantemente sem piedade nem misericórdia. Maria que amou Jesus por toda a vida sofreu profundamente com a dor do seu único Filho sendo maltratado e humilhado. Maria que sempre guarda as palavras de Deus no coração tem o sofrimento de ouvir blasfêmias, perseguições e injúrias dos algozes e do ladrão mau ao Seu Querido Filho Jesus.Pai Nosso. Ave Maria. Glória.

 12ª Dor: Jesus se despede de Maria e recomenda João como filho. (João 19, 26-27).

 Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa.(João 19, 26-27).

 Toda dor da despedida que Maria sofreu foi amplamente dolorosa. A dor da separação lembrou o momento da perda e reencontro de Jesus no templo. Deus já havia preparado Maria para o momento de aflição que passaria na morte de Jesus, mas Jesus vendo a dor e a saudade que a Mãe iria ficar do amado Filho, resolve recomendar o discípulo que mais se assemelhou a Jesus no amor, João. Por João ter ficado presente no momento da cruz recebeu o presente de receber Maria como Mãe. Nos dias de hoje, torna-se clara a necessidade de enfrentarmos nossa cruz com fidelidade, pois assim, teremos a certeza de recebemos o apoio maternal da Bem-Aventurada sempre Virgem Maria que, é nossa Mãe e nos auxilia com Sua poderosa Intercessão para vencermos todas as tentações e adquirirmos todas as virtudes que necessitamos para ser santo.

 João sempre diz no evangelho que é o discípulo mais amado, mais esta certeza dele, não estava pautada na diferenciação do amor de Jesus em relação aos discípulos. Esta certeza de ser mais amado foi concretizada na perfeita escolha de João para cuidar de Maria, como sua Mãe e na entrega de João à Maria para que ela cuidasse dele como seu amado Filho. João tinha um coração de criança puro e dócil e seria o consolador de Maria após a Sua morte. Esta entrega de Maria à João como filho e de João à Maria como Mãe é a certeza que Jesus nos entregou Sua própria Mãe para que  a assumíssemos como Mãe da humanidade e Rainha dos anjos e dos santos no céu. Jesus quis nos ensinar que para sermos filhos amados de Maria devemos ser como João, dócil, humilde, fiel e não fugir da cruz. Mas, antes, ajudar a consolar aquele que sofre e ser sensível a dor alheia. João não teve medo de morrer por assistir a crucificação de Jesus, por isso teve ainda uma vida longa.(João 21, 18-23).

 Jesus disse: Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, recobrá-la-á.(Mateus 16, 24-25).Pai Nosso. Ave Maria. Glória.

 13ª Dor: A morte de Jesus. (João 19, 28-30)

 A morte de Jesus é o momento do cumprimento da profecia de Simeão que disse: Uma espada transpassará a tua alma. (Lc 2, 35)

 É o momento de profunda dor no Coração Imaculado de Maria. Um sofrimento que é indizível e não dá para mensurar, pois se já é dolorido para a Mãe ver um filho morrer, imagine para Maria Santíssima que é de coração terno, doce, puro, amável, e que, ama completamente com todas as suas forças o Filho Jesus. Imagine ver morrer um Filho perfeito. Perfeito na obediência, perfeito no carinho, perfeito na pureza, perfeito nas virtudes, perfeito na paz, perfeito na alegria, perfeito na paciência, perfeito na verdade, perfeito na justiça, perfeito em toda sua vida, perfeito no amor. Jesus é a perfeição! Contemplamos toda dor que Maria sentiu na morte de Jesus até a alegria da Ressurreição no terceiro dia.Pai Nosso. Ave Maria. Glória.

Oração: Por todas estas dores, te pedimos Maria a sua intercessão para que sejamos preservados de todo mal e protegidos contra as ciladas do inimigo. Mãe querida, peço humildemente que, me ajudais a sair de todos os vícios da carne, os pecados da língua, e todas impurezas do olhar, do pensamento, e do ouvido. Ó Mãe querida, te peço que possa, pela Sua Poderosa Intercessão, aumentar em mim a fé e as virtudes que preciso para ser santo. Amém.

Nossa Senhora das Dores, Rogai por nós!

Publicado em Biografia dos Santos.