O humano vem sendo substituído pelo artifício, e nem mesmo os sentimentos, as emoções estão fora de seu alcance. O mundo virtual está mudando, em sentido geral, a noção do que é viver em uma perspectiva ampla… A Ciência tem se mostrado em muitos campos, um bem para a Humanidade. Mas sabemos que, em geral, oculta conteúdos nefastos ao longo de seu desenvolvimento. Este blog é uma tentativa, e ao mesmo tempo, uma proposta de autopreservação tanto emocional quanto espiritual. Quanto aos visitantes do blog "Castelo Interior", penso que o legado de Santa Teresa, bem como as contribuições da cristandade podem propiciar este "cuidado interior". Aliás, um cuidado vital que envolve nossas mentes, nossas almas. O título do blog é uma reverência à vida e à obra de Santa Teresa de Jesus (Ávila). Suas leituras me inspiraram, e mais que isto, continuam me ensinando a viver neste tempo caótico, a interpretá-lo à luz da Fé. A partir do que compreendi de seus escritos "Castelo Interior" e "Livro da Vida", e os mais breves (estou no início de "Caminho da Perfeição"), me lancei à proposta de uma "mescla" entre Jornalismo, Literatura (suas Obras, por excelência, através da análise de estudiosos carmelitanos descalços, principalmente), com abertura para textos clássicos católicos, e artigos universais e relevantes, segundo a ótica da doutrina católica. Por fim, acredito que a produção de Santa Teresa de Ávila evidenciará o quanto sua produção nos insere em uma inevitável espiral de espiritualidade. Seu tempo, como o nosso, estava impregnado de perigos extremos – tanto para o corpo, quanto para a alma. Entretanto, esta Doutora da Igreja deixou-nos, em seus três principais escritos, a essência de seu pensamento: "Nada te turbe, nada te espante. Tudo se pasa. Dios no se muda. La paciencia todo lo alcanza. Quien a Dios tiene nada le falta. Sólo Dios basta!" (Santa Teresa de Jesus). Este blog foi criado em 2007 e não tem fins comerciais.
REDAÇÃO CENTRAL, 25 jun. 22 / 05:00 am (ACI).- No dia após a solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a Igreja celebra a festa do Imaculado Coração de Maria, a fim de mostrar que estes dois corações são inseparáveis e que Maria sempre leva a Jesus.
Esta celebração foi criada pelo papa Pio XII, em 1944, para que, por intercessão de Maria se obtenha “a paz entre as nações, liberdade para a Igreja, a conversão dos pecadores, amor à pureza e a prática da virtude”.
São João Paulo II declarou que esta festividade em honra à Mãe de Deus é obrigatória e não opcional. Ou seja, deve ser realizada em todo o mundo católico.
Durante as aparições da Virgem de Fátima aos três pastorinhos em 1917, Nossa Senhora disse a Lúcia: “Jesus quer servir-Se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração”.
“A quem a abraçar, prometo a salvação; e serão queridas de Deus estas almas, como flores postas por Mim a adornar o Seu Trono”.
Em outra ocasião, disse-lhes: “Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes, em especial sempre que fizerdes algum sacrifício: ‘Ó Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores, e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria’”.
Muitos anos depois, quando Lúcia era uma postulante no Convento de Santa Doroteia, em Pontevedra (Espanha), a Virgem lhe apareceu com o menino Jesus e, mostrando-lhe o seu coração rodeado por espinhos, disse: “Olha, minha filha, o meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos me cravam com blasfêmias e ingratidões”.
“Tu, ao menos, vê de me consolar e diz que, todos aqueles que durante cinco meses no primeiro sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um terço e me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 mistérios do rosário com o fim de me desagravar, eu prometo assistir-lhes à hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas’”.
O homem é chamado a confiar inteiramente na Divina Providência
Certamente, você já ouviu falar que Deus sustenta e conduz toda a criação, realizando Sua vontade por meio da Divina Providência. Assim, para viver uma vida de santidade, é necessário confiar inteiramente nela. Mas muitos ainda têm dúvidas sobre o que ela é e como viver dela.
O Catecismo da Igreja Católica (CIC) define a Divina Providência como as disposições pelas quais Deus conduz a Sua criação em ordem a essa perfeição: “Deus guarda e governa, pela Sua providência, tudo quanto criou, atingindo com força, de um extremo ao outro, e dispondo tudo suavemente” (Sb 8,1), porque “tudo está nu e patente a seus olhos” (Hb 4,13), mesmo aquilo que “depende da futura ação livre das criaturas” (CIC 302).
Desta maneira, o Senhor criou o homem para a santidade e, por isso, Ele jamais o abandona; por isso o conduz, a cada instante, para uma perfeição última ainda a atingir pelos caminhos que só Ele conhece.
Por outro lado, mesmo conduzindo tudo, Ele jamais retira a liberdade do homem, uma vez que este não é marionete. “Em Deus, vivemos, movemos e existimos” (At 17,28). Ele está presente em todas as situações, mesmo nas ocorrências dolorosas e nos acontecimentos aparentemente sem sentido. Ele também escreve direito pelas linhas tortas da nossa vida; o que nos tira e o que nos dá, tudo constitui ocasiões e sinais da Sua vontade, afirma o Youcat (49).
Reconhecer, confiar nesta dependência total do Senhor é fonte de sabedoria e liberdade, de alegria e confiança (Sb 11,24-26). O próprio Jesus recomendou o abandono total à providência celeste, sendo Ele o próprio a testemunhar, com Sua vida, que o Senhor cuida de todas as coisas: “Não vos inquieteis, dizendo: ‘Que havemos de comer?’ ‘Que havemos de beber?’ […] Bem sabe o vosso Pai celeste que precisais de tudo isso. Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça e tudo o mais vos será dado por acréscimo” (Mt 6,31-33).
Por que Deus não evita o mal?
Se Deus conduz todas as coisas, surge então o questionamento: Por que Ele não evita o mal?
Afirma o Catecismo da Igreja Católica: “A esta questão, tão premente como inevitável, tão dolorosa como misteriosa, não é possível dar uma resposta rápida e satisfatória. É o conjunto da fé cristã que constitui a resposta a esta questão: a bondade da criação, o drama do pecado, o amor paciente de Deus que vem ao encontro do homem pelas suas alianças, pela Encarnação redentora de seu Filho, pelo dom do Espírito, pela agregação à Igreja, pela força dos sacramentos, pelo chamamento à vida bem-aventurada, à qual as criaturas livres são de antemão convidadas a consentir, mas à qual podem, também de antemão, negar-se, por um mistério terrível. Não há nenhum pormenor da mensagem cristã que não seja, em parte, resposta ao problema do mal” (CIC 309).
Santo Tomás de Aquino afirmava: “Deus só permite o mal para fazer surgir dele algo melhor”. Ora, o mal no mundo é um mistério sombrio e doloroso, por isso tão incompreensível; mas temos a certeza de que o Senhor é cem por cento bom, Ele nunca é o autor de algo mau. Ele criou o mundo bom, embora ainda não aperfeiçoado.
Olhando para a história, é possível descobrir que o Senhor, em sua providência, tirou um bem das consequências de um mal (mesmo moral) causado pelas criaturas: “Não, não fostes vós – diz José a seus irmãos – que me fizestes vir para aqui. Foi Deus. […] Premeditastes contra mim o mal: o desígnio de Deus aproveitou-o para o bem […] e um povo numeroso foi salvo” (Gn 45,8; 50,20).
“Do maior mal moral jamais praticado, como foi o repúdio e a morte do Filho de Deus, causado pelos pecados de todos os homens, Deus, pela superabundância da sua graça, tirou o maior dos bens: a glorificação de Cristo e a nossa redenção. Mas nem por isso o mal se transforma em bem”. (CIC 314).
Confiar inteiramente na Divina Providência
O certo é que “Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28). O testemunho dos santos não cessa de confirmar esta verdade: Santa Catarina de Sena afirmou: “Tudo procede do amor, tudo está ordenado para a salvação do homem e não com nenhum outro fim”. São Tomás Morus, pouco antes do seu martírio, disse estas palavras: “Nada pode acontecer-me que Deus não queira. E tudo o que Ele quer, por muito mau que nos pareça, é, na verdade, muito bom” (CIC 315).
Portanto, o homem é chamado a confiar inteiramente na Divina Providência, pois esta é o meio pelo qual Ele conduz, com sabedoria e amor, todas as criaturas para o seu último fim, que é a santidade, mesmo sabendo que, muitas vezes, os caminhos da sua providência são desconhecidos. A resposta para aquele que deseja viver uma vida na vontade do Senhor é o abandono, pois esta é a ordem de Deus: “Lançai sobre o Senhor toda a vossa inquietação, porque Ele vela por vós” (1 Pe 5,7).
Ricardo Gaiotti Advogado, Juiz Eclesiástico e Mestre em Direito Canônico pela Universidade de Salamanca (Espanha) e Mestre em Direito Civil pela PUC-SP
Que alegria podermos renovar a cada ano a celebração da PÁSCOA – a RESSURREIÇÃO de Nosso Senhor Jesus Cristo, que antecipa e garante a nossa Ressurreição. É por isso que a Igreja VIVE esta celebração com um longo tempo de preparação, que chamamos de Quaresma e Semana Santa.
Nos Atos dos Apóstolos encontramos a expressão: “Anunciamo-vos a Boa Nova: a promessa feita a nossos pais, Deus a realizou plenamente para nós, seus filhos, ressuscitando Jesus” (At 13,32-33).
E ainda São Paulo, na carta aos Coríntios, escreve: “Eu vos transmiti… o que eu mesmo recebi: Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras. Foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. Apareceu a Cefas, e depois aos Doze” (1Cor 15,3-4).
É por isso que a maior festa que celebramos como cristãos católicos é a Festa da Páscoa. Nenhuma outra festa a sobrepuja. A Páscoa é a festa das festas. É a garantia definitiva de que toda Palavra de Deus, de que todas as promessas de Deus, haverão de se cumprir. O enviado do Pai, o Emanuel, o Deus conosco, o Servo de Javé, o Filho do Homem, viveu a nossa vida, sofreu o sofrimento injusto da condenação e da morte, mas “DEUS O RESSUSCITOU”. Ele é o alfa e o ômega, o princípio e o fim, o primogênito de toda a criatura.
Jesus ressuscitado é a garantia de nossa ressurreição e a CERTEZA DE NOSSA FÉ. O que cremos é verdadeiro e é garantido pela Palavra santa de Deus. O que cremos e afirmamos em nossa vida, com nossos lábios e com nossas obras é garantido pela presença do Espírito Santo que nos faz clamar: “o Ressuscitado Vive. Ele é Nosso Senhor. Ele é o Cristo de Deus”.
Foi na força da Páscoa que a Igreja ganhou a força necessária para o seu testemunho de Jesus em todos os tempos e em todas as latitudes da terra. Foi à luz da Páscoa de Jesus que os mártires entregaram suas vidas para confessar o nome de Jesus e garantirem a construção do Reino de Deus. Foi à luz da Páscoa que os confessores da fé levaram o evangelho aos mais diferentes povos e assim, a Igreja pôde se inculturar nas mais diversas culturas e experiências humanas. Foi na força da Páscoa que o Batismo, em nome de Jesus, foi constituindo homens e mulheres de fé, comunidades de discípulos missionários intrépidos no anúncio da Trindade Santa. Foi na alegria da Páscoa que a Igreja foi vivenciando a caridade, o amor, a educação, o cuidado com as pessoas e os povos, obedecendo ao mandato de Jesus: “Ide por todo o mundo(…)” (Mc 16, 15).
A Páscoa é, pois, a realidade maior de nossa fé. São Paulo já confessava: “se Jesus não ressuscitou, vã é a nossa fé” (1Cor 15, 14). É na ressurreição de Jesus que se assenta a certeza de nossa ressurreição pessoal e a vitória da vida sobre a morte e todo o pecado. Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo, fez a sua parte. Agora, iluminados pela ressurreição d’Ele somos chamados a fazer a nossa parte. Que as palavras da Escritura ressoem em nós e que elas possam construir em nosso coração e em nossa alma a alegria inefável de dizer: FELIZ PÁSCOA.
Neste tempo e neste ano, peçamos a Deus, pela intercessão de sua Mãe e nossa, que possamos fazer crescer em nós a fé na Ressurreição da carne, para que por nossas atitudes e obras, possamos um dia gozar da vida plena com o Ressuscitado.
FELIZ PÁSCOA!
Anunciemos, especialmente, às crianças, aos adolescentes e aos jovens, nossos filhos e filhas, nossos amigos e amigas, que Jesus Vive, que Ele é a certeza de nossas vidas, que Nele encontramos a força para crer, viver, amar e servir. E continuemos a rezar e interceder junto a Deus pela PAZ no mundo sendo verdadeiros EDUCADORES da justiça e da paz. “Sinodalidamente” comprometamo-nos com a escuta e a participação dos irmãos e irmãs.
A Semana Santa é a Semana das semanas! Neste tempo, vivemos a intensidade do Mistério Pascal que é constituído pela Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. É certo que, a cada domingo, dia do Senhor, nós revivemos e celebramos esse mistério. Além disso, também é certo que, em cada Santa Missa, celebramos vivamente o Mistério Pascal. mas todo o ano decorre desta Semana Santa. A Vigília Pascal é uma Fonte da graça de Deus. Nesta Semana, o nosso coração é alimentado pela força do amor do Pai.
O Sábado Santo é precedido pelo Domingo de Ramos, em que acompanhamos Jesus no Triunfo e na Paixão. Ele é acolhido em Jerusalém como um Rei, com hinos, ramos nas mãos; por onde Ele ia passando roupas eram jogadas pelo chão e havia muita euforia. Na mesma liturgia, é narrada a Paixão do Senhor. O Triunfo e a Paixão de Jesus nos faz pensar nos nossos altos e baixos ao longo da vida. Em Jesus encontramos sabedoria e discernimento para louvarmos a Deus nas conquistas e confiarmos n’Ele nas horas amargas.
A Vigília Pascal faz parte do Tríduo Pascal
O Sábado Santo é chamado de Vigília Pascal. Na Igreja e na Liturgia Católica, antes de todas as grandes solenidades, há uma celebração de véspera ou vigília. A Vigília Pascal antecede o dia da Páscoa, o Domingo da Ressurreição de Jesus.
A Vigília Pascal faz parte também do Tríduo Pascal, onde vivemos com profundidade os passos de Jesus rumo ao Calvário, ao Sepulcro e à Ressurreição. Este Tríduo começa com a Quinta-feira Santa, pela conhecida “Missa do Lava-pés”, por meio da qual Jesus instituiu a Eucaristia e o Sacerdócio, com uma recomendação: “Fazei isso em minha memória” (Lc 22,19). A Eucaristia e o Sacerdócio nasceram do coração de Jesus, em torno de uma mesa, para que se fosse cumprida uma promessa do Senhor: “Eis que estarei convosco, todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,20). Tanto pela Eucaristia, como pelo Sacerdócio, o Senhor continua no meio de nós!
Na Sexta-feira Santa, até a natureza silencia-se. O Cordeiro é imolado. Jesus, morre na Cruz, rezando: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46)! E aí Jesus entrega toda a Sua história e missão. Jesus entrega a Igreja e toda a humanidade. Jesus nos entrega ao Pai. Com essa entrega, Ele coloca em prática o Seu ensinamento: “Ninguém tem maior amor do que Aquele que dá a vida por seus amigos” (Jo 15,13).
(…)
A cada dia mais um passo e mais próximo do ápice
Diante da Vigília Pascal, é como se a Igreja e cada fiel estivessem escalando uma alta montanha: cada dia mais um passo e mais próximo do ápice! A cada celebração do Tríduo Pascal, mais perto do cume, do lugar mais alto. Depois dessa caminhada, com o coração aberto e os olhos bem atentos no Senhor, chegamos à grande noite do Sábado Santo, da Vigília Pascal.
O Sábado Santo é celebrado ao escurecer do dia, à noite. Até as luzes da Igreja são apagadas. Todo o povo se reúne na escuridão. Esta Liturgia é muito rica nos sinais, nos gestos e símbolos. É na Vigília Pascal que acontece a bênção do fogo. O Círio Pascal, uma vela bem grande, é aceso no fogo novo, trazendo o ano que estamos vivendo e duas letras do alfabeto grego, ou seja, o Alfa e o Ômega, que representam Jesus, nossa Luz, Princípio e Fim de tudo e de todos, Senhor do tempo e da história!
Partes fundamentais da Vigília Pascal
A Vigília Pascal tem quatro partes fundamentais: Liturgia da Luz, da Palavra, do Batismo e da Eucaristia. É comum crianças e adultos serem batizados nesta celebração, quando todos renovam sua fé e confiança no Deus Altíssimo. A Palavra de Deus recorda toda caminhada do povo de Israel, aguardando o Messias, e apresenta Jesus como o verdadeiro Messias, Salvador. O Povo de Deus, pede a intercessão dos santos para que continuem perseverantes no seguimento de Jesus, que trouxe ao mundo uma Boa Notícia e alimenta-se da Eucaristia, remédio santo que cura as enfermidades do corpo e da alma.
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A Vigília Pascal é uma celebração solene e com uma catequese muito profunda. Quando participamos, cheios de atenção e desejo de nos encontrarmos com o Senhor, ficamos maravilhados com a beleza e o esplendor em torno de Jesus, nossa Luz. A Vigília Pascal transforma a noite mais clara que o dia, e nos impulsiona a irmos ao encontro do Senhor Ressuscitado, para vê-Lo e acreditar na vitória da vida sobre a morte. A Ressurreição de Jesus torna o Sábado Santo uma Noite de Luz!
Na Segunda-feira Santa contemplamos a caminhada do Nosso Senhor dos Passos rumo ao calvário. Nosso Senhor dos Passos é uma invocação de Jesus Cristo e uma devoção especial na Igreja Católica. Essa procissão faz memória ao trajeto percorrido por Jesus Cristo desde sua condenação à morte no pretório até o seu sepultamento, após ter sido crucificado no Calvário.
Significado do nome Nosso Senhor dos Passos
A palavra Senhor quer dizer dono, aquele que tem o domínio e o poder sobre tal coisa. A palavra Passos, neste contexto, vem do latim e quer dizer Paixão, no passivo, no sentido de Sofrimento. Portanto, esta invocação quer dizer: Senhor, dono, dominador do Sofrimento. Ele se entregou livremente ao sofrimento por nossa causa.
Alguns textos bíblicos referentes ao Nosso Senhor dos Passos
Porque aprouve a Deus fazer habitar nEle toda a plenitude e por seu intermédio reconciliar consigo todas as criaturas, por intermédio daquele que, ao preço do próprio sangue na cruz, restabeleceu a paz a tudo quanto existe na terra e nos céus. (Colossenses 1, 19)
Ele carregou os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro para que, mortos aos nossos pecados, vivamos para a justiça. Por fim, por suas chagas fomos curados. (1 Pedro 2, 24)
A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina. (1 Coríntios 1, 18)
Oração a Nosso Senhor dos Passos
Ó Jesus, relembro tua Paixão, teu Calvário, tuas dores. Olhando as imagens do Senhor carregando a Cruz. Imagem com a qual te invocamos sob o título de Nosso Senhor dos Passos e veneramos como símbolos de teu sacrifício e representação de teu ato de amor salvífico, que foi teu sacrifício na cruz, te pedimos como teu discípulo Pedro: Senhor, salva-nos. Salva-nos por tua Cruz, Salva-nos por teu sangue; salva-nos por tua misericórdia; salva-nos por teu amor e cura-nos de nossas feridas tanto físicas quanto espirituais, emocionais e psíquicas. Amém.
O pecado original é realidade misteriosa e pouco evidente para nós enquanto comporta prolongamento da culpa dos progenitores a todos nós. Neste dia nós o consideramos na sua conspícua exceção, ou melhor, no seu singular privilégio concedido a Maria, que foi dele preservada desde o primeiro instante de sua concepção, de sua existência humana. O valor doutrinal desta festividade é manifesto na prece da celebração litúrgica, que sublinha o privilégio concedido à futura Mãe de Deus: “Ó Deus, que pela Imaculada Conceição da Virgem preparaste ao teu Filho uma morada digna dele…”, e a própria natureza deste privilégio, enquanto não subtrai Maria à Redenção universal efetuada por Cristo: “Tu que a preservaste de toda a mancha na previsão da morte do teu Filho…”. Antes que Pio IX com a bula Ineffabilis Deus de 1854 definisse solenemente o dogma da Imaculada Conceição, não obstante as hesitações de alguns teólogos, que podiam apelar ao próprio santo Tomás de Aquino, tinha-se chegado a desenvolvimento não só da devoção popular para com a Imaculada mas também nas intervenções dos papas a favor desta celebração. Antes que o calendário romano incluísse a festa em 1476, esta já aparecera no Oriente no século VII, e, contemporaneamente, na Itália meridional dominada pelos bizantinos. Em 1570, Pio V publicou o novo Ofício e finalmente em 1708 Clemente XI estendeu a festa, tornando-a obrigatória, a toda a cristandade. Mas desde a origem do cristianismo Maria foi venerada pelos fiéis como a TODA SANTA. No primeiro esboço da festa litúrgica da Conceição, anterior ao século VII, nota-se, se não a profissão explícita da isenção da culpa original, pelo menos persuasão teologicamente equivalente. “Potuit, decuit, ergo fecit”, argumentara um brilhante teólogo medieval: “Deus podia fazê-lo, convinha que o fizesse, portanto o fez”. Do infinito amor de Cristo para com a Mãe, que a pré-redimiu e acumulou do Espírito Santo desde o primeiro instante da sua existência, derivou este singular privilégio, que a Igreja hoje celebra para nos estimular a meditar não só sobre a inefável beleza da alma de Maria, mas também sobre a beleza de toda alma santificada pela graça redentora de Cristo. Quatro anos após a proclamação do dogma da Imaculada Conceição, a Virgem apareceu a santa Bernadete Soubirous. Para a menina que, timidamente perguntava: “Senhora, quer ter a bondade de me dizer o seu nome?”, Maria respondeu: “ Eu sou a Imaculada Conceição”.
Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.