Nossa Senhora de Lourdes: Dia Mundial do Enfermo

A memória litúrgica de hoje recorda as aparições da Virgem Maria em Lourdes, iniciadas em 11 de fevereiro de 1858. A protagonista deste acontecimento foi uma menina, chamada Bernadete de Soubirous, que, hoje, se encontra na lista dos Santos. Nossa Senhora apareceu-lhe 18 vezes, perto de uma gruta, às margens do rio Gave.

Os detalhes desta aparição foram reunidos pela Comissão diocesana, encarregada de examinar os fatos. No entanto, sabemos que Bernadete estava às margens do rio, com suas companheiras, quando percebeu uma espécie de “rajada de vento”, proveniente de uma gruta. Aproximando-se, viu que as folhas das árvores estavam imóveis. Enquanto tentava entender, ouviu um segundo “ruído” e viu uma figura branca que se parecia com uma senhora. Temendo que fosse uma alucinação, esfregou os olhos, mas a figura continuava sempre ali. Sem saber o que fazer, tirou o terço do bolso e começou a rezar: a Virgem juntou-se à sua oração. No grupo das suas companheiras, estava também sua irmã, que lhe confiou o que havia acontecido. Ao chegar à sua casa, a menina contou o que aconteceu à mãe, que a proibiu de voltar lá. A notícia espalhou-se logo pela cidadezinha. Mas, no dia 14 de fevereiro, Bernadete voltou novamente àquele lugar, com umas amigas e aconteceu a segunda aparição.

Convite a voltar por 15 dias

Em 18 de fevereiro, a menina teve outra aparição, mas, na ocasião, a Virgem pediu que ela voltasse ali por 15 dias consecutivos. No dia 25, a “Senhora” convidou Bernadete a comer grama, fazer penitência e cavar com as mãos para encontrar água.

“Eu sou a Imaculada Conceição”

Em 25 de março, a pedido de Bernadete, a Virgem se apresentou como a Imaculada Conceição. Este Dogma de fé foi promulgado pelo Papa Pio IX, em 8 de dezembro de 1854.

Aparições

As aparições duraram desde 11 de fevereiro até 16 de julho, em períodos diferentes: 11, 14, 18, 19, 20, 21, 23, 24, 25, 27, 28 de fevereiro de 1958; 1, 2, 3, 4 e 25 de março; 7 de abril e 16 de julho. As aparições foram reconhecidas, oficialmente, pelo Bispo de Tarbes, em 18 de janeiro de 1862.

Santuário dos enfermos

A fama de Lourdes não é tanto devido às aparições em si, quanto à mensagem de esperança para a humanidade, que sofre física e espiritualmente. Por isso, Lourdes é conhecida como o lugar que acolhe os enfermos no corpo e no espírito. Por intercessão da Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria, encontram paz, saúde e serenidade: uma equipe médica autônoma reconheceu 70 curas físicas e muitas conversões.

“Naquele tempo, celebravam-se as Bodas em Caná da Galileia e achava-se ali a mãe de Jesus. Foram também convidados Jesus e seus discípulos. Como viesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: “Eles já não têm mais vinho”. Respondeu-lhe Jesus: “Mulher, isso cabe a nós? Ainda não chegou a minha hora”. Disse, então, sua mãe aos serventes: “Fazei tudo o que ele vos disser”. Ora, havia ali ânforas de pedra para a purificação dos Judeus, que continham duas ou três medidas (de 80 a 120 litros). Então, Jesus lhes ordenou: “Enchei as ânforas de água”. Eles as encheram até à boca. E disse-lhes depois: “Agora, levai-as ao chefe dos serventes”. E as levaram. Quando o chefe dos serventes tomou a água, que se tornou vinho, sem saber de onde vinha – embora os serventes soubessem, pois as tinham enchido de água -, chamou o noivo e disse-lhe: “É costume servir primeiro o vinho bom e, depois, quando os convidados já estiverem quase embriagados, servir o menos bom. Mas, tu guardaste o vinho melhor até agora”. Este foi o primeiro milagre de Jesus, realizado em Caná da Galileia. Ele manifestou a sua glória e os seus discípulos creram nele” (Jo 2,1-11).

Caná e Lourdes

Neste contexto, podemos compreender o significado da memória de hoje: a Virgem Maria é a que, ainda hoje, continua a interceder pelos seus filhos, muito mais pelos frágeis e enfermos, de corpo e espírito, para que confiem em Jesus, Senhor e Salvador, o único que pode transformar a água em vinho, ou seja, transformar toda fadiga em alegria, o em esperança, a enfermidade em uma confiança renovada.

Dia Mundial do Enfermo

A mensagem das Bodas de Caná e a de Lourdes leva-nos a entender melhor porque, em 1992 São João Paulo II quis proclamar o “Dia Mundial do Enfermo” neste dia: no fundo, por meio de Lourdes, reafirma-se que todo enfermo ou qualquer doente, jamais pode ser descartado; pelo contrário, precisa adquirir a plena cidadania no âmbito da sua existência.

Fonte: Vatican News

Publicado em Consolata América (Instituto Missões Consolata)

Hoje a Igreja celebra a solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus

REDAÇÃO CENTRAL, 01 Jan. 23 / 12:01 am (ACI).- A solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus (Theotokos) é a mais antiga que se conhece no Ocidente. Nas Catacumbas ou antiquíssimos subterrâneos de Roma, onde se reuniam os primeiros cristãos para celebrar a Santa Missa, encontram-se pinturas com esta inscrição.

Segundo um antigo testemunho escrito no século III, os cristãos do Egito se dirigiam a Maria com a seguinte oração: “Sob seu amparo nos acolhemos, Santa Mãe de Deus: não desprezeis a oração de seus filhos necessitados; livra-nos de todo perigo, oh sempre Virgem gloriosa e bendita” (Liturgia das Horas).

No século IV, o termo Theotokos era usado frequentemente no Oriente e Ocidente porque já fazia parte do patrimônio da fé da Igreja.

Entretanto, no século V, o herege Nestório se atreveu a dizer que Maria não era Mãe de Deus, afirmando: “Então Deus tem uma mãe? Pois então não condenemos a mitologia grega, que atribui uma mãe aos deuses”.

Nestório havia caído em um engano devido a sua dificuldade para admitir a unidade da pessoa de Cristo e sua interpretação errônea da distinção entre as duas naturezas – divina e humana – presentes Nele.

Os bispos, por sua parte, reunidos no Concílio de Éfeso (ano 431), afirmaram a subsistência da natureza divina e da natureza humana na única pessoa do Filho. Por sua vez, declararam: “A Virgem Maria sim é Mãe de Deus porque seu Filho, Cristo, é Deus”.

Logo, acompanhados pelo povo e levando tochas acesas, fizeram uma grande procissão cantando: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte. Amém”.

São João Paulo II, em novembro de 1996, refletiu sobre as objeções expostas por Nestório para que se compreenda melhor o título “Maria, Mãe de Deus”.

“A expressão Theotokos, que literalmente significa ‘aquela que gerou Deus’, à primeira vista pode resultar surpreendente; suscita, com efeito, a questão sobre como é possível que uma criatura humana gere Deus. A resposta da fé da Igreja é clara: a maternidade divina de Maria refere-se só a geração humana do Filho de Deus e não, ao contrário, à sua geração divina”, disse o papa.

“O Filho de Deus foi desde sempre gerado por Deus Pai e é-Lhe consubstancial. Nesta geração eterna Maria não desempenha, evidentemente, nenhum papel. O Filho de Deus, porém, há dois mil anos, assumiu a nossa natureza humana e foi então concebido e dado à luz por Maria”, acrescentou.

Do mesmo modo, afirmou que a maternidade da Maria “não se refere a toda a Trindade, mas unicamente à segunda Pessoa, ao Filho que, ao encarnar-se, assumiu dela a natureza humana”. Além disso, “uma mãe não é Mãe apenas do corpo ou da criatura física saída do seu seio, mas da pessoa que ela gera”, disse são João Paulo II.

Por fim, é importante recordar que Maria não é só Mãe de Deus, mas também nossa porque assim quis Jesus Cristo na cruz, quando a confiou a São João. Por isso, ao começar o novo ano, peçamos a Maria que nos ajude a ser cada vez mais como seu Filho e iniciemos o ano saudando a Virgem Maria.

Saudação à Mãe de Deus

Salve, ó Senhora santa, Rainha santíssima,
Mãe de Deus, ó Maria, que sois Virgem feita igreja,
eleita pelo santíssimo Pai celestial,
que vos consagrou por seu santíssimo
e dileto Filho e o Espírito Santo Paráclito!
Em vós residiu e reside toda a plenitude
da graça e todo o bem!
Salve, ó palácio do Senhor! Salve,
ó tabernáculo do Senhor!
Salve, ó morada do Senhor!
Salve, ó manto do Senhor!
Salve, ó serva do Senhor!
Salve, ó Mãe do Senhor,
e salve vós todas, ó santas virtudes
derramadas, pela graça e iluminação
do Espírito Santo,
nos corações dos fiéis
transformando-os de infiéis
em servos fiéis de Deus!

Publicado em ACI Digital.

Festa da Imaculada Conceição de Maria: origens e significados

SOLENIDADE – 8 DE DEZEMBRO

A Imaculada Conceição de Maria por Antonio Cavallucci (1790)
A Imaculada Conceição de Maria por Antonio Cavallucci (1790)

Neste dia de preceito, rogamos a nossa Mãe do Céu pelas almas e pelas intenções de todos os nossos leitores, irmãos em Cristo e amigos, para que interceda por nós junto a seu Filho e Nosso Senhor:

Ó Maria, Concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós!

Estamos diante de um mistério; diante de um fato que excede nossa inteligência humana. Sim, o mistério não contradiz a razão humana, mas a excede.

O privilégio da Imaculada Conceição não se refere ao fato de Maria de Nazaré ter sido virgem antes, durante e depois do parto de Jesus. Não se refere ao fato de ter ela concebido o Filho sem concurso de homem, mas por Obra e Graça do Espírito Santo. Não se refere ao fato de Maria não ter cometido nenhum dos pecados que para nós são, – lamentavelmente, corriqueiros. – Refere-se, isto, sim, ao fato de Deus havê-la preservado da mancha com a qual todas as criaturas humanas nascem, a mancha herdada do Pecado cometido por Adão e Eva, que a Teologia chama Pecado original.

Pecado que se chama original não porque, a partir dele, nascemos todos como fruto do ato sexual. Original porque se refere à Origem de toda a humanidade, isto é, dos nossos primeiros pais, que a Bíblia chama (simbolicamente ou não) Adão e Eva.

As Sagradas Escrituras ensinam-nos que Deus criou o ser humano à sua Imagem e Semelhança. Não o fez por necessidade, – já que Deus se basta a Si mesmo, – mas num gratuito gesto de Amor.

Criado por amor, o ser humano estava destinado à plena e eterna festa de Comunhão com Deus. Uma Comunhão tão íntima e divina que o próprio Filho de Deus poderia dela participar sem nenhuma diminuição de sua Divindade.

Ora, para que viesse ao mundo o Filho de Deus Salvador, encarnado em forma humana, Deus escolheu desde antes do início dos tempos, uma mulher, e a para tal finalidade a fez santíssima, ou seja, adornada com qualidades e belezas do próprio Deus. Para Deus, imaginação e criação são uma mesma coisa.

Nossos primeiros pais, apesar de feitos à imagem e semelhança de Deus, eram criaturas e como criaturas dependiam do Criador. Sua liberdade era a plenitude da liberdade como criaturas. Adão e Eva pecaram, querendo passar da liberdade e santidade de criaturas à liberdade e santidade próprias do Criador, ou seja, quiseram igualar-se a Deus. Pecado de orgulho. Pecado de desobediência. Quiseram “ser como Deus” (Gn 3,5) e não como criaturas de Deus.

Consequências dramáticas dessa suprema prepotência de nossos primeiros pais: embora mantivessem a dignidade de Imagem e Semelhança de Deus, perderam, como diz São Paulo “a Graça da santidade original” (Rm 3,23); passaram a ter medo de Deus; perderam o equilíbrio de criaturas, ou seja, foram tomados pelas más inclinações e passaram a sentir em suas consciências a desarmonia e a tensão entre o bem e o mal, e a experiência da terrível necessidade de optar entre um e outro. “Entrou a morte na história da humanidade” (Rm 5,12).

Ora, os planos de Deus, ainda que as criaturas os reneguem ou se desviem deles, acabam se realizando. Aquela mulher imaginada/criada por Deus antes do Paraíso terrestre, para ser a Mãe do Filho em carne humana, estava isenta do pecado de Adão e Eva. Todavia há uma verdade de fé professada desde sempre pela Igreja que ensina com clareza que todas as criaturas humanas são redimidas, sem exceção, exclusivamente pelos méritos de Jesus Cristo. Ora, sabemos bem que Maria é uma criatura de Deus e não uma espécie “deusa” (somente na imaginação desvairada de certos inimigos da igreja esta absurda confusão seria possível). Por isso, também ela deveria ser, – como de fato foi, – redimida por Jesus Cristo, a um só tempo seu Filho e Senhor.

Teólogos discutiram durante séculos sobre como Maria poderia ter sido remida. Nunca, nenhum santo Padre duvidou da santidade de Maria, de sua vida puríssima, de seu coração inteiramente voltado para Deus, ou seja, de ser uma mulher “Cheia de Graça” (Lc 1,28). A razão de tanta convicção e de tanta certeza sempre foi a certeza e a convicção de que Deus Todo Poderoso, o Santo dos Santos, só poderia nascer de um vaso que fosse puríssimo. Ainda assim, mesmo que pudessem conceber Maria como Virgem Imaculada, haviam teólogos que não conseguiam entendê-la isenta do Pecado original. E estavam certos! Entre estes, que num primeiro momento encontraram dificuldades em conceber a Imaculada Conceição de Nossa Senhora, haviam inclusive santos, como São Bernardo, – justamente ele, autor de belíssimos textos sobre a Virgem Maria e sua maternidade divina.

Mas haviam teólogos favoráveis à aceitação da verdade da Imaculada Conceição de Maria, entre os quais o Bem-aventurado Duns Scotus, que argumentava assim: primeiro, sim, Deus podia criá-la sem mancha, porque “para Deus nada é impossível” (Lc 1,37); 2) convinha que Deus a criasse sem mancha, porque ela estava predestinada a ser a Mãe de Deus e, portanto, ter todas as qualidades que não afetasse de modo absolutamente nenhum a Dignidade suprema do Filho. Assim, Deus podia, e convinha; logo, Deus a criou isenta do Pecado original, ou seja, imaculada antes, durante e depois de sua conceição no seio de sua mãe.

No ano 1615 encontramos o povo de Sevilha, na Espanha, cantando pelas ruas alguns versos derivados do argumento de Duns Scotus: “Quis e não pôde? Não é Deus / Pôde e não quis? Não é Filho. / Digam, pois, que pôde e quis!”.

Imaculada Conceição de Maria por Bartolomé Esteban Murillo (1661)
Imaculada Conceição de Maria por Bartolomé Esteban Murillo (1661)

Também artistas entraram na procissão dos que louvavam e difundiam a devoção à Imaculada. Nenhum foi tão profícuo quanto o espanhol Murillo, falecido em 1682. A ele se atribuem nada menos que 41 diferentes quadros com o tema Imaculada Conceição, inconfundíveis, retratando sempre a Virgem assunta, cercada de anjos, quase sempre com a meia lua sob os pés, lembrando de perto a mulher descrita pelo Apocalipse (Ap 12,1). A lua, por variar tanto, é símbolo da instabilidade humana e das coisas passageiras. Maria foi sempre a mesma, sem nenhum pecado.

No entanto, escreve o papa Pio IX, era absolutamente justo que, como tinha um Pai no Céu, que os Serafins exaltam “Santo, Santo, Santo”, o Unigênito tivesse também uma Mãe na Terra, em quem jamais faltasse o esplendor da santidade (Ineffabilis Dei, 31). Com efeito, essa doutrina se apossou de tal forma dos corações e da inteligência dos nossos antepassados que deles se fez ouvir uma singular e maravilhosa linguagem. Muitas vezes se dirigiram à Mãe de Deus como “toda santa”, “inocentíssima”, “a mais pura”, “santa e alheia a toda mancha de pecado”, etc.

Aos 8 de dezembro de 1854, o bem-aventurado papa Pio IX declarou verdade de fé a Conceição Imaculada de Maria:

“Pela Inspiração do Espírito Santo Paráclito, para honra da santa e indivisa Trindade, para glória e adorno da Virgem Mãe de Deus, para exaltação da fé católica e para a propagação da religião católica, com a autoridade de Jesus Cristo, Senhor nosso, dos bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo, e nossa, declaramos, promulgamos e definimos que a Bem-aventurada Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, foi preservada de toda mancha de pecado original, por singular graça e privilégio do Deus Onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador dos homens, e que esta doutrina está contida na Revelação Divina, devendo, portanto, ser crida firme e para sempre por todos os fiéis.”
(Ineffabilis Dei, 42)

A Imaculada Conceição por Peter Paul Rubens (1627)
A Imaculada Conceição por Peter Paul Rubens (1627)

Há 161 anos foi proclamado o dogma, mas a devoção à Imaculada é muito mais antiga. Basta lembrar que a festa é conhecida pelo menos desde o século VIII. Desde 1263, a Ordem Franciscana celebrou com solenidade a Imaculada Conceição, no dia 8 de dezembro de cada ano, e costumava cantar a Missa em sua honra aos sábados. Em 1476, o Papa Xisto IV adicionou a Festa ao Calendário Litúrgico da Igreja. Em 1484, Santa Beatriz da Silva, filha de pais portugueses, fundou uma Ordem contemplativa de mulheres, conhecidas como Irmãs Concepcionistas, para venerar especialmente e difundir o privilégio mariano da Imaculada Conceição de Maria, Mãe de Deus.

Desde a proclamação do dogma, a festa da Imaculada Conceição passou a ser dia santo, de guarda ou preceito.

Em Roma, na Praça Espanha, para perenizar publicamente a declaração do dogma, levantou-se uma belíssima coluna entalhada, encimada por uma formosa estátua da Imaculada Conceição. Todos os anos, no dia 8 de dezembro à tarde, o Papa costuma ir à Praça, e com o povo romano e peregrinos reverenciar o privilégio da Imaculada Conceição da santíssima Virgem, privilégio este que deriva do maior de todos os seus títulos: Mãe do Filho de Deus, nosso Senhor e Salvador.

A coroação final e maravilhosa desta riquíssima história veio menos quatro anos após a proclamação do dogma, quando, em Lourdes, França, à menina Bernardete. Simples e analfabeta, ao ser agraciada com a visão da santíssima Virgem, perguntava insistentemente à visão quem era, até receber como resposta, cercada de terníssimo sorriso: “Eu sou a Imaculada Conceição” (‘que soy era immaculada concepciou’).

Não podemos esquecer que a imagem ou representação da padroeira de nossa nação, chamada comumente Nossa Senhora Aparecida, é também uma Imaculada Conceição; por isso mesmo, seu título oficial é “Nossa Senhora da Conceição Aparecida”.

Como é bonito, piedoso e comovente escutar o povo brasileiro cantando uníssono: “Viva a Mãe de Deus e nossa / sem pecado concebida! / salve, Virgem Imaculada, / ó Senhora Aparecida!”

Fonte e ref. bibliográfica:
NEOTTI, Clarência, Frei OFM, artigo ‘Imaculada Conceição da Maria – 150 anos de Proclamação do Dogma’,

disp. em http://www.franciscanos.org.br/?page_id=5536#sthash.EZyE8fFg.dpuf
Acesso 8/12/015
• PERRY, Tim; KENDALL, Daniel SJ. The Blessed Virgin Mary. Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans, 2013.

Publicado em O Fiel Católico.

13 DE OUTUBRO: DIA MUNDIAL DA COMUNHÃO REPARADORA

 Hoje, dia 13 de outubro, é o dia mundial da comunhão reparadora. Nossa Senhora fez este pedido quando apareceu a Fantanelle -Itália,  à Pierina Gilli, no dia 06 de agosto do ano de 1967, quando se festejava naquele tempo a Festa da Trasnfiguração do Senhor.

Já em Fátima, a Santíssima Virgem havia ensinado na sua terceira aparição na Cova da Iria a 13 de julho de 1917, aos três pastorzinhos Lúcia, Francisco e Jacinta uma oração a ser rezada diariamente quando fizéssemos sacrifícios e penitências pelos pecadores:

Ó Jesus, é por vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria!

Os insistentes apelos da Mãe de Deus à reparação nos coloca numa posição de filhos que devem consolar o seu Coração Materno, que é transpassado de dor pelos pecados dos homens ingratos. Ofereçamos à Santíssima Mãe as nossas orações, o nosso amor, as nossas penitências e sacrifícios deste dia, como um verdadeiro ato de reparação e de amor, a fim de que muitos espinhos dolorosos que perfuram o seu amantíssimo Coração sejam tirados. Supliquemos constantemente e diariamente a conversão dos pecadores, começando por nós mesmos, a viver uma vida de acordo com a vontade de Deus, afastando-nos de tudo aquilo que possa desagradar e ofender o seu Sagrado Coração, não fazendo assim Nossa Senhora sofrer, pois não tem maior sofrimento para a Virgem Santa do que ver seu Filho Divino tão ultrajado e ofendido pelos pecados do mundo.

Os pecados que determinaram os castigos da Primeira Guerra Mundial foram:

1. A imoralidade dos costumes;

2. A decadência do clero, devida ao liberalismo e a tendência à boa vida, mesmo no clero mais conservador;

3. E -evidentemente – a heresia no clero mais progressista, isto é, o Mordenismo, condenado por São Pio X, em 1908.

Dissemos que  os pecados foram a primeira causa do primeiro castigo, e, como disse e mostrou Nossa Senhora aos pastorzinhos, muitas almas se perdiam pelos pecados no começo do século XX. Que dirá hoje?

A nossa reparação oferecida a Deus deve ser de coração, de alma e de corpo. Deus está a espera daqueles que queiram se doar pela salvação do seu próximo. O próprio Jesus nos disse: Não tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos! (Jo 15,13). É isto que Deus espera de nós: Dar a vida por seus amigos!…Dar a vida pela conversão e salvação das almas e do mundo! Ser uma luz para os outros que andam nas trevas e que estão morrendo sem fé e sem esperança. Cada ato de amor oferecido a Deus pela salvação do próximo e do mundo é uma reparação por tantos pecados e blasfêmias cometidos contra a sua Majestade Divina. Cada suor derramado pela implantação do reino de amor de Cristo no coração e nas almas, são espinhos tirados do Coração da Virgem Mãe, pois ela é consolada, quando vê os seus filhos que estavam mortos espiritualmente, sendo ressuscitados para o amor e para a graça divina.

O nosso jejum, o nosso sacrifício e a nossa penitência se tornam poderosos, cheios de frutos e das graças de Deus quando são oferecidos com um coração limpo e renovado, com um espírito novo em Deus. Não adianta querermos mudar o mundo se não mudamos o nosso interior primeiramente, e o primeiro passo que devemos dar diante de Deus é o do arrependimento, pedindo perdão dos nossos pecados. Este é o primeiro ato de reparação que fazemos a Deus, quando começamos o nosso caminho de conversão, renunciando ao pecado e ao mundo; deste ato surgirão muitos outros que se complementarão e se transformarão em luz e graça para as nossas vidas. Se queremos que os nossos atos de reparação sejam perfeitos e agradáveis ao Senhor devemos pedir o auxílio e a graça daquela que mais amou e reparou a Majestade Divina, devemos recorrer à Virgem Santa Imaculada, perfeita oferenda de amor que tanto alegrou o Coração de Deus. Em união com a Virgem Maria , a reparação nunca terá presunção, falsidade ou pecado. Nenhuma imperfeição acompanha o que é feito em união com ela. Os que fazem reparação com a Virgem Imaculada, os fazem com sua fé. O que eles executam imperfeitamente, por distração, cansaço ou outra coisa, torna-se perfeito através da Virgem Maria. Precisamos pedir à Santíssima Virgem, sinceramente e de todo o coração, então ela rezará conosco. Quem tem amor-próprio não conseguirá jamais reparar, pois o amor próprio busca somente aos interesses pessoais, enquanto o amor ao próximo busca os interesses de Deus, pela salvação do mundo.

Publicado em A.R.R.P.I – Santuário de Itapiranga.

Como surgiu a devoção à Nossa Senhora do Rosário

No dia 7 de outubro, celebramos a festa de Nossa Senhora do Rosário, que foi instituída, no ano de 1571, em comemoração à vitória na batalha de Lepanto. Nesse dia, os católicos venceram essa difícil batalha contra os turcos muçulmanos, que ameaçavam invadir a Europa. Posteriormente, a festa foi estendida à Igreja universal, em ação de graças pela vitória nessa batalha.

A origem da devoção a Nossa Senhora do Rosário

Segundo a tradição, no século XIII, São Domingos de Gusmão recebeu a oração do Rosário da própria Virgem Maria, como uma arma para vencer as heresias. Dessa forma, a Virgem do Rosário alcançou a São Domingos a vitória sobre a heresia dos cátaros albigenses e o fez o fundador da grande Ordem dos Dominicanos, também conhecida como Ordem dos Pregadores.

No século XVI, como em outros tempos, a Europa vivia na iminência de uma invasão dos muçulmanos. Em 1453, eles já haviam tomado Constantinopla e ameaçavam tomar também Roma, sede da Igreja Católica. Nesse contexto histórico, o Papa São Pio V, que era da Ordem fundada por Domingos, recebeu de Nossa Senhora a revelação de que os católicos venceriam a batalha contra os muçulmanos por meio da oração do Santo Rosário. Cheio de confiança nessa promessa, o Sumo Pontífice pediu, então, que toda a Igreja Católica, inclusive aqueles que participariam das batalhas, rezassem, com fé e devoção, o Rosário.

Conforme prometeu a Virgem do Rosário, no dia 7 de outubro de 1571, os católicos venceram a memorável batalha naval de Lepanto, no litoral da Grécia, contra os turcos muçulmanos. Em honra desta vitória milagrosa, tendo em vista que os muçulmanos envolvidos na batalha eram muito mais numerosos que os católicos, o Santo Padre instituiu, nessa data, a festa de Nossa Senhora do Rosário.

O pedido de Nossa Senhora do Rosário

[…] É particularmente significativo recordar que Maria Santíssima apareceu aos três Pastorinhos – Lúcia e os irmãos Francisco e Jacinta, recentemente canonizados – sob o título de Nossa Senhora do Rosário. Por isso, em Portugal, a devoção a essa aparição é conhecida como a Nossa Senhora do Rosário de Fátima.

A Virgem Maria pediu que os Pastorinhos rezassem o Terço todos os dias, em honra de Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz do mundo e o fim da guerra.

Como em outros tempos, há várias guerras pelo mundo e também a ameaça da deflagração de uma Terceira Guerra Mundial. Além disso, os cristãos, especialmente os católicos, são perseguidos pelo mundo inteiro, senão pela violência e pelas armas, ao menos pelas ideologias modernas, marcadamente anticristãs. Sendo assim, o apelo de Nossa Senhora para que rezemos, com fé e devoção, o Santo Rosário permanece mais do que atual.

A festa de Nossa Senhora do Rosário

Nossa Senhora do Rosário e a salvação dos pecadores
Em Fátima, Nossa Senhora revelou os dois últimos remédios contra os males deste mundo: o Santo Rosário e a devoção ao Imaculado Coração de Maria. Essas duas devoções nos ajudarão em nossa renovação espiritual, a nos afastar do espírito do mundo e, em consequência, mudar o nosso modo de ser, de vestir e agir, para não mais ofender Deus. Além disso, essas devoções serão também remédios para os males do mundo, para a conversão e a salvação das almas dos pecadores.

[…]

Somos chamados a permanecer devotos de Nossa Senhora do Rosário e a fazer o propósito de rezar o Terço todos os dias. Aquelas pessoas que já o fazem, podem rezar o Rosário completo, ainda que não seja possível todos os dias.

O caráter missionário do Rosário

Outubro é o mês do Rosário e também o mês das Missões. A princípio, parece que essas são duas realidades não estão relacionadas entre si. No entanto, podemos dizer que a oração do Rosário está intimamente ligada ao chamado missionário da Igreja Católica. Ainda que nem todos os católicos sejam chamados a ser missionários, no sentido estrito da palavra, todos nós podemos e, em certo sentido, devemos rezar pelos missionários. Dessa forma, seremos também missionários, pois colaboraremos com a missão da Igreja Católica de anunciar o Evangelho de Jesus Cristo a todos os povos (cf. Mc 16, 15).

O Rosário também tem seu caráter missionário quando o rezamos em grupo, nas famílias, nas comunidades, nas escolas e faculdades, no ambiente de trabalho, pois a familiaridade com o mistério de Cristo é facilitada pela oração do Rosário. Ao rezar o Terço, “o povo cristão frequenta a escola de Maria, para deixar-se introduzir na contemplação da beleza do rosto de Cristo e na experiência da profundidade do Seu amor. Mediante o Rosário, o crente alcança a graça em abundância, como se a recebesse das mesmas mãos da Mãe do Redentor”. Nesse sentido, o Rosário é uma verdadeira escola de evangelização, onde se realiza a missionariedade da Igreja.

Assim, como outrora, somos chamados a rezar o Santo Rosário, a meditar os mistérios de Jesus Cristo na companhia da Virgem Maria, em comunhão com toda a Igreja Católica, por todos os missionários espalhados pelo mundo inteiro, pela paz no mundo, pelos cristãos perseguidos, pela conversão e salvação dos pecadores.

Que Nossa Senhora nos alcance as graças necessárias para rezar, com muita fé e devoção, o Santo Rosário, e para perseverar nessa devoção mariana e cristológica.

Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós!

1. Cf. PADRE LUÍS KONDOR. Memórias da Irmã Lúcia, p. 176.
2. Revelações feitas pela Irmã Lúcia ao Padre Agustin Fuentes, postulador da causa de beatificação de Francisco e Jacinta, em uma conversa realizada em 26 de dezembro de 1957.
3. PAPA SÃO JOÃO PAULO II. Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, 1.
4. Cf. idem, ibidem.

Fonte: Canção Nova.

Publicado em Diocese de Sete Lagoas – Minas Gerais.

Hoje a Igreja celebra o Imaculado Coração de Maria

MEMÓRIA – 25.06.2022

REDAÇÃO CENTRAL, 25 jun. 22 / 05:00 am (ACI).- No dia após a solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a Igreja celebra a festa do Imaculado Coração de Maria, a fim de mostrar que estes dois corações são inseparáveis e que Maria sempre leva a Jesus.

Esta celebração foi criada pelo papa Pio XII, em 1944, para que, por intercessão de Maria se obtenha “a paz entre as nações, liberdade para a Igreja, a conversão dos pecadores, amor à pureza e a prática da virtude”.

São João Paulo II declarou que esta festividade em honra à Mãe de Deus é obrigatória e não opcional. Ou seja, deve ser realizada em todo o mundo católico.

Durante as aparições da Virgem de Fátima aos três pastorinhos em 1917, Nossa Senhora disse a Lúcia: “Jesus quer servir-Se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração”.

“A quem a abraçar, prometo a salvação; e serão queridas de Deus estas almas, como flores postas por Mim a adornar o Seu Trono”.

Em outra ocasião, disse-lhes: “Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes, em especial sempre que fizerdes algum sacrifício: ‘Ó Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores, e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria’”.

Muitos anos depois, quando Lúcia era uma postulante no Convento de Santa Doroteia, em Pontevedra (Espanha), a Virgem lhe apareceu com o menino Jesus e, mostrando-lhe o seu coração rodeado por espinhos, disse: “Olha, minha filha, o meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos me cravam com blasfêmias e ingratidões”.

“Tu, ao menos, vê de me consolar e diz que, todos aqueles que durante cinco meses no primeiro sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um terço e me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 mistérios do rosário com o fim de me desagravar, eu prometo assistir-lhes à hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas’”.

Publicado em ACI Digital.

O que a Igreja diz sobre o Terço?

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O Terço era a terça parte do Rosário; agora é a quarta parte porque o Papa João Paulo II acrescentou mais um “Terço” ao Rosário, contemplando os mistérios “Luminosos” da Vida Pública de Jesus.

Em cada Terço contemplamos uma etapa da vida de Jesus e o mistério da nossa Salvação; logo, o Terço é uma oração mais centrada em Cristo do que em Maria. No centro da Ave-Maria está a palavra Jesus. Nossa Senhora reza conosco o Terço, contemplando também ela os mistérios da nossa salvação, intercedendo por nós. Por isso, é muito importante contemplar, meditar, cada mistério do Terço.

Em cada um dos cinco mistérios rezamos um Pai-Nosso, 10 Ave-Marias e um Glória ao Pai. Essas três orações são de grande importância para a nossa fé, e são veículos de nossa conversa humilde e confiante em Deus.

Todos os Papas valorizaram e recomendaram muito o Rosário e o Terço. João Paulo II disse que era “a sua oração predileta”.

O Terço toca o coração de Nossa Senhora e de Jesus, é uma oração simples que o povo sabe e gosta de rezar, especialmente nas horas de dificuldades da vida!

Nas aparições de Nossa Senhora de Fátima, em 1917, ela pediu aos pastorinhos que rezassem muito o Terço e que pedissem isto a todos, pois, com o Terço, ela disse à Irmã Lúcia: “qualquer problema de ordem pessoal, familiar, nacional ou internacional, pode ser resolvido”. E disse também que a família que reza unida o Terço permanece unida sempre.

Leia também: O Rosário na História

Qual a posição da Igreja em relação à oração do terço sem a contemplação dos mistérios?

15 promessas, 10 bênçãos e 8 vantagens de se rezar o terço

Posso rezar o terço caminhando ou pela TV?

(…)

Os santos foram devotos do Terço e do Rosário. S. Domingos de Gusmão, por exemplo, para debelar a heresia dos cátaros, caminhava pela Europa rezando o Rosário; assim ele dizimou a heresia. Nossa Senhora promete a todos aqueles que rezarem o terço, segundo as Promessas dela ao Beato Alain de la Roche:

1. Sua proteção especialíssima na vida

2. Uma morte feliz

3. A salvação eterna de sua alma

4. Não morrerão sem os sacramentos

5. Não serão flagelados pela miséria

6. Tudo obterão por meio do rosário

7. A devoção do rosário será sinal certo de salvação

8. Livrará do purgatório no dia em que morrerem os que rezarem o rosário

9. Terão uma grande glória no céu

10. Aos que propagarem a devoção do rosário, Maria Santíssima promete socorrer em todas as suas necessidades.

O Papa São João Paulo II disse: “O Terço é a minha oração predileta. A todos, exorto, cordialmente, que o rezem”.

O Papa Bento XVI convidou o povo a rezar o Rosário pela paz nas famílias e pela paz no mundo. “É a mensagem que a Virgem deixou em suas diferentes aparições”, explicou aos milhares de peregrinos na praça de São Pedro. “Penso, em particular, nas de Fátima, ocorridas há 90 anos, aos três pastorinhos, Lúcia, Jacinta e Francisco, nas quais se apresentou como “a Virgem do Rosário”, recomendou com insistência a oração do Rosário todos os dias, para alcançar o fim da guerra”. “Nós também queremos acolher o materno pedido da Virgem, comprometendo-nos a rezar com fé o Rosário pela paz nas famílias, nas nações e em todo o mundo”.

Na visita pastoral a cidade italiana de Pompéia, em 18/10/2008, Bento XVI disse: “Esta oração nos leva, através de Maria, a Jesus”. “O Rosário é oração contemplativa, acessível a todos: grandes e pequenos, leigos e clérigos, cultos ou pouco instruídos”. “O Rosário é “arma” espiritual na luta contra o mal, contra a violência, pela paz nos corações, nas famílias, na sociedade e no mundo”.

Em 03/5/2008, Bento XVI reafirmou em Roma: “O Santo Terço não é uma prática relegada ao passado, mas uma oração que traz paz e reconciliação”.

O Papa Francisco falando do Terço disse:

“O Terço é a oração que sempre acompanha a minha vida; é também a oração dos simples e dos santos… é a oração do meu coração”. Ele escreveu essas palavras à mão como o prefácio do pequeno livro “Il Rosario. Preghiera del cuore”, edições Shalom do sacerdote de rito copto católico Yoannis Lahzi Gaid, que trabalha na secretaria particular do Papa. (ROMA, 11 de Setembro de 2014 -Zenit.org)

Publicado por Prof. Felipe Aquino.

As seis aparições de Fátima (arautos.org)

As seis aparições de Fátima

♦ Fátima é, sem dúvida, a mais profética das aparições modernas!

As aparições de Nossa Senhora, em Fátima são consideradas como sendo a mais profética aparição dos últimos tempos!N Sra de Fatima_1Com efeito, Fátima marcou o século XX e tem demonstrado ser a grande esperança do terceiro milênio. As profecias de Nossa Senhora de Fátima anunciaram grandes castigos mas, também, grandes meios de salvação. É para estes candentes e atuais acontecimentos que voltaremos nossa atenção.

♦ Deus faz preceder suas grandes intervenções na história por numerosos e variados sinais.

Com frequência, serve-se Ele de homens de virtude insigne para transmitir aos povos suas advertências, ou predizer acontecimentos futuros.

Desse modo procedeu o Padre Eterno em relação ao advento do Messias, seu Filho Unigênito. A magnitude de tal fato, em torno do qual gira a história dos homens, exigia uma longa e cuidadosa preparação. Assim foi ele prenunciado durante muitos séculos pelos Profetas do Antigo Testamento, de tal forma que, por ocasião do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, tudo estava maduro para sua vinda ao mundo. Até entre os pagãos, muitos esperavam algo que desse solução à crise moral na qual os homens de então estavam imersos.

Quase se poderia afirmar com segurança que, quanto mais importante o acontecimento previsto, tanto maior a grandeza dos sinais que o precedem, a autoridade dos que o anunciam, e o tempo de espera.

É fácil, à luz desta regra, avaliar a importância das previsões de Fátima, pois quem no-las anuncia não é um Anjo, nem um grande santo, mas a própria Mãe de Deus.

Já na época das aparições de Fátima, nos primeiros anos deste nosso século, os acontecimentos mundiais faziam entrever o que seria a triste história contemporânea. De um lado, um progresso material quase ilimitado, a par de uma decadência de costumes como nunca antes se vira. De outro lado, guerras e convulsões sociais de proporções terríveis. A Primeira Guerra Mundial foi um exemplo dessa realidade, largamente superada pela Segunda Guerra Mundial e por tudo quanto se lhe seguiu.

Como Mãe solícita e afetuosa, quis Maria Santíssima, evitar todos esses males a seus filhos. Por isso, desceu do Céu a fim de alertar a humanidade para os riscos que corria se continuasse nas vias tortuosas do pecado. Veio, ao mesmo tempo, indicar os meios de salvação: a recitação do Rosário, a prática dos Cinco Primeiros Sábados, a devoção ao Imaculado Coração de Maria.

♦ As aparições da própria Mãe de Deus

13 de maio de 1917. Lúcia de Jesus, 10 anos, Francisco Marto, 9 anos e Jacinta Marto, 7 anos, após a Missa na igreja de Aljustrel, lugarejo de Fátima, foram pastorear o rebanho de ovelhas nas terras do pai de Lúcia, na Cova da Iria.pastorinhos de Fatima

Após um como que clarão de relâmpago, num céu luminoso e sereno, sobre uma carrasqueira de metro e pouco de altura apareceu-lhes a Mãe de Deus.

Segundo as descrições da Irmã Lúcia, era “uma Senhora vestida toda de branco, mais brilhante que o sol, espargindo luz mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente”. Seu semblante era de uma inenarrável beleza, nem triste, nem alegre, mas sério, talvez com uma suave expressão de ligeira censura. Como descrever em pormenores seus traços? De que cor os olhos, os cabelos dessa figura celestial? Lúcia nunca o soube dizer ao certo!

O vestido, mais alvo que a própria neve, parecia tecido de luz. Tinha as mangas relativamente estreitas e era fechado no pescoço, descendo até os pés, os quais, envolvidos por uma tênue nuvem, mal eram vistos roçando as franças da azinheira. Um manto lhe cobria a cabeça, também branco e orlado de ouro, do mesmo comprimento que o vestido, envolvendo-lhe quase todo o corpo. “As mãos, trazia-as juntas em oração, apoiadas no peito, e da direita pendia um lindo rosário de contas brilhantes como pérolas, terminando por uma cruzinha de vivíssima luz prateada. [Como] único adereço, um fino colar de ouro-luz, pendente sobre o peito, e rematado, quase à cintura, por uma pequena esfera do mesmo metal”

Nesta primeira aparição, Nossa Senhora pede aos 3 pastorinhos que venham seis meses seguidos, no dia 13, à mesma hora. E diz que ainda viria uma sétima vez.

“Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido, e de suplica pela conversão dos pecadores?

À resposta afirmativa das crianças, Ela acrescentou: “Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto”.

Foi ao pronunciar estas últimas palavras (‘a graça de Deus…’, etc.), que abriu pela primeira vez as mãos, comunicando-nos uma luz tão intensa, como que reflexo que delas expedia, que nos penetrava no peito e no mais íntimo da alma, fazendo-nos ver a nós mesmos em Deus, que era essa luz, mais claramente do que nos vemos no melhor dos espelhos. Então, por um impulso íntimo, também comunicado, caímos de joelhos e repetíamos intimamente: ‘Ó Santíssima Trindade, eu Vos adoro. Meu Deus, meu Deus, eu Vos amo no Santíssimo Sacramento’.

Passados os primeiros momentos, Nossa Senhora acrescentou: ‘Rezem o Terço todos os dias para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra’.

E Nossa Senhora se elevou serenamente, subindo em direção ao nascente, até desaparecer no Céu.

A celeste Mensageira havia produzido nas crianças uma deliciosa impressão de paz e de alegria radiante, de leveza e liberdade. Parecia-lhes que poderiam voar como os pássaros. De tempos em tempos, o silêncio em que tinham caído era cortado por esta jubilosa exclamação de Jacinta:

– Ai! que Senhora tão bonita! Ai! que Senhora tão bonita!

Nas aparições, a Virgem Santíssima falou apenas com Lúcia, Jacinta só ouvia o que Ela dizia e Francisco não A ouvia mas apenas via.

♦ A segunda aparição: 13 de junho

Já com a presença de 50 pessoas na Cova da Iria, os 3 pastorinhos viram de reflexo da luz (a que chamavam relâmpago) que se aproximou da N Sra de Fatima_4carrasqueira. Nossa Senhora queria que voltassem no próximo dia 13, que rezassem o Terço todos os dias e aprendessem a ler.

Lúcia pede para que Ela os leve para o Céu. “Sim, à Jacinta e ao Francisco levo-os em breve. Mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. A quem a abraçar, prometo a salvação; e serão queridas de Deus estas almas, como flores postas por Mim a adornar o seu trono”.

A Virgem anima Lúcia, dizendo que nunca a deixará. “O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus.”

De novo, abriu as mãos e lhes comunicou o reflexo de intensa luz, como que submergindo-os em Deus. E na palma da mão direita de Maria estava um Coração cercado de espinhos que pareciam estar nele cravados. Era o Imaculado Coração de Maria ultrajado pelos pecados da humanidade, querendo reparação! Aos poucos essa visão se esvaeceu diante das vistas enlevadas dos três pastorinhos.

E Nossa Senhora, resplandecente de luz, subiu suavemente para o leste, até desaparecer.

♦ Terceira aparição: 13 de julho

Lúcia, até a tarde do dia anterior, estava resolvida a não comparecer à Cova da Iria. Mas, ao se aproximar a hora, numa sexta-feira, sentiu-se impelida por uma força estranha, à qual não lhe era fácil resistir. Foi ter com os primos, aos quais encontrou no quarto, de joelhos, chorando e rezando pois não queriam ir sem Lúcia. As três crianças, então, se puseram a caminho.

Chegando ao local da aparições, surpreenderam-se com mais de 2 mil pessoas aguardando o extraordinário acontecimento. O pai de Francisco e Jacinta, Sr. Marto, narrou ter visto uma nuvenzinha acinzentada pairar sobre a azinheira, enquanto o sol se turvava e fresca aragem soprava…

“Quero que venham aqui no dia 13 do mês que vem; que continuem a rezar o Terço todos os dias em honra de Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque só Ela lhes poderá valer”.

E Lúcia revela que Nossa Senhora pediu para eles se sacrificarem pelos pecadores e dizerem muitas vezes, em especial sempre que fizerem algum sacrifício:

“Ó Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores, e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria”.

Maria Santíssima revela, então, aos 3 pastorinhos a primeira parte do segredo de Fátima: a visão do inferno; a segunda parte do segredo: o anúncio do Castigo e dos meios para evitá-lo. A tN Sra de Fatima_3erceira parte do segredo permaneceu desconhecida até 26 de junho de 2000. Nesta data, foi ela di¬divulgada por determinação de S.S. o Papa João Paulo II. (Ver o link Segredo de Fátima”*).

Nossa Senhora, então, elevou-se em direção ao nascente, até desaparecer no firmamento. O final da aparição, segundo Sr. Marto, foi indicado por uma espécie de trovão.

♦ Quarta aparição: 15 de agosto

Às vésperas da data, os 3 pastorinhos foram sequestrados e mantidos por 3 dias sob vigilância pelo Administrador de Ourém, que lhes desejava arrancar os segredos a eles confiados. Assim, não puderam comparecer à Cova da Iria, no dia 13 de agosto. Alguns dos presentes, no local, testemunharam ter ocorrido o trovão, o relâmpago e o surgimento da pequena nuvem, leve, branca e bonita, pairando sobre a azinheira. E que, depois, subiu e desapareceu no céu.

Libertos e estando, em 15 de agosto, a pastorear em Valinhos, Lúcia e Jacinto sentiram algo sobrenatural que os envolvia… E mandaram que João, irmão de Jacinta, fosse chamá-la. Lúcia e Francisco viram o reflexo da luz como um relâmpago e, chegada a Jacinta, logo, Nossa Senhora apareceu sobre a carrasqueira. Ela queria que viessem no próximo dia 13 e que rezassem o Terço todos os dias.

“No último mês farei o milagre para que todos acreditem.” prometeu a Virgem.

Mandou que fossem feitos dois andores para a festa de Nossa Senhora do Rosário com o dinheiro deixado pelo povo na Cova da Iria. O restante seria usado para ajudar na capela que mandariam fazer. E, tomando um aspecto mais triste, acrescentou:

MAOS DE NOSSA SENHORA COM O TERÇO“Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o Inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas”.

E Nossa Senhora se retira em direção ao nascente, como das outras vezes.

Durante longos minutos os pastorinhos permaneceram em estado de êxtase. Sentiam-se invadidos por uma alegria inigualável, após tantos sofrimentos e temores

Quinta aparição: 13 de setembro

Nesse dia, 15 a 20 mil pessoas, e talvez mais, acorreram à Cova da Iria. Todos queriam ver, falar e fazer pedidos às crianças para que apresentassem à Virgem. Junto à carrasqueira, começaram a rezar o Terço com o povo, até que num reflexo de luz Nossa Senhora apareceu sobre a azinheira.

“Continuem a rezar o Terço para alcançarem o fim da guerra. Em outubro virá também Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores e do Carmo, São José com o Menino Jesus, para abençoarem o mundo. Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer que durmais com a corda [silício], trazei-a só durante o dia”.

Segundo o testemunho de alguns espectadores, por ocasião dessa visita de Nossa Senhora, como das outras vezes, ocorreram diversos fenômenos atmosféricos. Observaram “à distância aparente de um metro do sol, um globo luminoso, que em breve começou a descer em direção ao poente e, da linha do horizonte, voltou a subir de novo em direção ao sol”. Além disso, a atmosfera tomou uma cor amarelada, verificando-se uma diminuição da luz solar, tão grande que permitia ver a lua e as estrelas; uma nuvenzinha branca, visível até o extremo da Cova, envolvia a azinheira e com ela os videntes. Do céu choviam como que pétalas de rosas ou flocos de neve, que se desfaziam pouco acima das cabeças dos peregrinos, sem deixar-se tocar ou colher por ninguém”.

Ainda que breve, a aparição de Nossa Senhora deixou os pequenos videntes felicíssimos, consolados e fortalecidos em sua fé. Francisco, de modo especial, sentia-se transportado de alegria com a perspectiva de ver, dali a um mês, Nosso Senhor Jesus Cristo, conforme lhes prometera a Rainha do Céu e da Terra.

♦ Sexta e última aparição: 13 de outubro de 1917

Já era o outono. Uma chuva persistente e forte transformara a Cova da Iria num lamaçal e encharcava a multidão de 50 a 70 mil peregrinos, vindos de todos os cantos de Portugal. Assim que chegaram os videntes, Lúcia pediu que fechassem os guarda-chuvas para rezarem o Terço. E, pouco depois, houve o reflexo de luz e Nossa Senhora apareceu sobre a carrasqueira.

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“Quero dizer-te que façam aqui uma capela em minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a rezar o Terço todos os dias. A guerra vai acabar e os militares voltarão em breve para suas casas.”

Ao pedido de cura para uns doentes e conversão para alguns pecadores, Nossa Senhora respondeu:

Uns sim, outros não. É preciso que se emendem, que peçam perdão dos seus pecados”.

E tomando um aspecto triste, Ela acrescentou:

“Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor que já está muito ofendido”.

E, abrindo as mãos, fê-las refletir no sol, e enquanto Se elevava, continuava o reflexo da sua própria luz a projetar-se no sol

Visões de cenas simbolizando os Mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos do Rosário

Chovera durante toda a aparição. Lúcia, no término de seu colóquio com Nossa Senhora, gritara para o povo: “Olhem para o sol!” Rasgam-se as nuvens, e o sol aparece como um imenso disco de prata. Apesar de seu intenso brilho, pode ser olhado diretamente sem ferir a vista. As pessoas o contemplam absortas quando, de súbito, o astro se põe a “bailar”. Gira rapidamente como uma gigantesca roda de fogo. Pára de repente, para dentro em pouco recomeçar o giro sobre si mesmo numa espantosa velocidade. Finalmente, num turbilhão vertiginoso, seus bordos adquirem uma cor escarlate, espargindo chamas vermelhas em todas as direções. Esses fachos refletem-se no solo, nas árvores, nos arbustos, nas faces voltadas para o céu, reluzindo com todas as cores do arco-íris. O disco de fogo rodopia loucamente três vezes, com cores cada vez mais intensas, treme espantosamente e, descrevendo um zigue-zague descomunal, precipita-se em direção à multidão aterrorizada. Um único e imenso grito escapa de todas as bocas. Todos caem de joelhos na lama e pensam que vão ser consumidos pelo fogo. Muitos rezam em voz alta o ato de contrição. Pouco a pouco, o sol começa a se elevar traçando o mesmo zigue-zague, até o ponto do horizonte de onde havia descido. Torna-se então impossível fitá-lo. É novamente o sol normal de todos os dias.

O ciclo das visões de Fátima estava encerrado.VIRGEM MARIA

Os prodígios haviam durado cerca de 10 minutos. Todos se entreolhavam perturbados. Depois, a alegria explodiu: “O milagre! As crianças tinham razão!” Os gritos de entusiasmo ecoavam pelas colinas adjacentes, e muitos notavam que sua roupa, encharcada alguns minutos antes, estava completamente seca.

O milagre do sol pôde ser observado a uma distância de até 40 quilômetros do local das aparições.

♦ A promessa da sétima vinda de Nossa Senhora

Em sua primeira aparição, a Santíssima Virgem pediu aos 3 pastorinhos que viessem à Cova da Iria seis meses seguidos. E acrescentou: “Depois voltarei ainda aqui uma sétima vez”.

Seguiram-se as seis aparições, segundo o relato da Irmã Lúcia, pairando o mistério sobre a sétima aparição…

Estará, esta, ligada à promessa do triunfo de Seu Imaculado Coração? Esse triunfo, sem dúvida, configura uma suprema e altíssima esperança para os dias de hoje! Fátima, queiramos ou não, tornou-se com a promessa “Por fim meu Imaculado Coração triunfará” o ponto de referência essencial, indispensável, para nossa vida e para o mundo contemporâneo.

Fátima, inegavelmente, é a aurora do terceiro milênio!

Publicado em arautos.org.

*“Quando rezardes o Terço, dizei depois de cada mistério: Ó meu Jesus! Perdoai-nos, livrai-nos do fogo do Inferno, levai as almas todas para o Céu, principalmente aquelas que mais precisarem.” (Nossa Senhora, em Fátima).

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