5 curiosidades dobre a Cruz de Jesus

A crucificação de Jesus é narrada pelos 4 evangelistas (Mateus 27,33-44; Marcos 15,22-32; Lucas 23,33-43; João 19,17-30). Além disso, ela foi atestada por outras fontes antigas e está firmemente estabelecida como um evento histórico confirmado inclusive por fontes não cristãs.

Os sofrimentos de Jesus estavam previstos no Antigo Testamento. Em um dos Salmos, por exemplo, Davi citou uma das frases que Jesus falou na Cruz: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?” (Salmo 21).

Também o profeta Isaías descreveu em sua narrativa o sofrimento, a morte e a exaltação do Servo Sofredor – Jesus Cristo.

A Bíblia Sagrada conta que Jesus foi preso no Getsêmani, que é um jardim secreto que fica no sopé do Monte das Oliveiras. Jesus foi para lá logo após a Última Ceia – que foi a última refeição que Ele fez com os Seus doze apóstolos e quando instituiu a Sagrada Eucaristia e o sacerdócio.

Logo que foi preso, Jesus foi julgado pelo Sinédrio, por Pilatos e por Herodes. Após ser condenado, em seguida foi entregue para execução. Sua sentença foi a morte na cruz.

Por que Jesus foi condenado a morrer numa cruz?

A morte de cruz era uma sentença aplicada aos piores criminosos e escravos. Pelo costume dos Judeu, seus acusadores, Ele poderia ter sido apedrejado até morrer. Porém, certamente por um desígnio Divino, os judeus entregaram Jesus para ser julgado conforme a justiça romana e, por isso, foi crucificado.

O próprio Jesus sabia o que aconteceria com Ele e aceitou voluntariamente, motivado pelo amor, morrer pela remissão dos nossos pecados. Ele deu a Sua vida para a salvação do mundo.

Por isso, a Cruz de Jesus é para os cristãos sinal do Seu amor incondicional e da Sua misericórdia infinita.

5 curiosidades sobre a Cruz de Jesus

São muitos os questionamentos a respeito da Cruz de Jesus. O que teria acontecido com ela após tirarem dela o corpo sem vida de Jesus? Hoje você vai descobrir!

1. Após a remoção do corpo a Cruz de Jesus foi jogada numa vala

A tradição conta que logo que o corpo de Jesus foi entregue à Sua Mãe para ser sepultado, a cruz foi removida e lançada uma fenda rochosa abaixo do Gólgota – a colina na qual Jesus foi crucificado.

Tempos depois, o imperador Adriano, que reinou entre os anos 117 e 138 d.C., menosprezava Jesus Cristo.

Por isso, ao edificar uma nova colônia romana sobre as ruínas de Jerusalém, ele mandou que fossem jogados entulhos de construção na fenda onde estava a Cruz de Jesus.

Além disso, no local onde aconteceu a crucificação ele mandou construir um prédio.

2. A Cruz de Jesus garantiu a vitória dos cristãos

Constantino foi um dos imperadores romanos que governou de 306 até sua morte em 337. Vindo de uma família cristã, ele era muito piedoso.

No ano 312 aconteceu em Roma a batalha da Ponte Mílvio, que foi o último confronto travado durante a Guerra Civil entre os imperadores romanos Constantino e Magêncio. A história narra que durante a batalha Constantino teve a visão de Cristo mostrando a Sua Cruz e dizendo a ele: “Com este sinal vencerás!”.

E assim aconteceu! Constantino saiu vencedor desta batalha e no ano seguinte decretou o cristianismo como a religião oficial do Império Romano, após 3 séculos de brutais perseguições contra os cristãos.

3.A Cruz de Jesus foi encontrada por uma mulher

O imperador Constantino mandou construir a Igreja do Santo Sepulcro sobre o túmulo de Jesus. A igreja foi edificada entre os anos 326 e 335.

Durante esse período sua mãe, Santa Helena, se dedicou incansavelmente a procurar pela Cruz de Jesus em Jerusalém. Ela levou para lá um grupo de escavadores que, depois de muito trabalho, conseguiu encontrar três cruzes e nas proximidades, além da placa que continha a inscrição que havia sido colocada sobre a Cruz de Cristo.

4. Um milagre identificou qual é a verdadeira Cruz

Segundo o Breviário Romano, Macário, bispo de Jerusalém, elevou a Deus suas preces, e levou cada uma das cruzes a três mulheres que sofriam de grave enfermidade.

Enquanto as demais de nada serviram às mulheres enfermas, a terceira Cruz, levada à terceira mulher, curou-a imediatamente.

5. Partes da Cruz de Jesus estão em Igrejas de Jerusalém e de Roma

No local onde encontrou a Cruz de Jesus, Santa Helena mandou construir uma igreja esplendorosa, onde depositou parte da Cruz em urnas de prata.

Além disso, uma das partes da Cruz ela deu a seu filho, Constantino, que a levou para Roma, depositando-a na igreja da Santa Cruz de Jerusalém, edificada no palácio Sessoriano.

Futuramente, fragmentos da Cruz de Jesus, ou seja, suas relíquias, foram distribuídas para igrejas em todo o mundo.

Helena também havia encontrado os pregos que foram usados para pregar as mãos e os pés de Cristo à Cruz, e ela os entregou ao seu filho.

Naquele tempo, Constantino sancionou uma lei que proibia a condenação de qualquer pessoa à morte na cruz.

Desde então, a cruz que antes era sinônimo de castigo e maldição passou a ser motivo de glória e objeto de veneração pelos cristãos em todo o mundo.

Publicado em Comunidade Católica Santos Anjos.

Saber viver o sofrimento a exemplo de Cristo e São Paulo

Ninguém gosta de sofrer e poucos conseguem perceber que o sofrimento é redentor. Para perceber que existe um mistério salvífico no sofrer, basta que olhemos como Cristo viveu o seu sofrimento. A Cruz foi para Cristo a coroação do seu sofrimento e o ápice de toda a paixão salvadora. Durante as dificuldades e sofrimentos da vida, muitos se perguntam: “Por que eu estou passando por este sofrimento?”.

A resposta para essa pergunta é complexa, porém, podemos buscar nos dois grandes exemplos encontrados nos relatos bíblicos, Jesus e São Paulo. Primeiro, Cristo sofre por um fim, existe uma finalidade no padecimento do Senhor. Segundo, o apóstolo São Paulo sabiamente configura-se a Cristo e utiliza dos seus sofrimentos para assemelhar-se mais ainda. Essas duas grandes figuras de maneira geral têm muito a nos ensinar, principalmente quando se fala de dor e sofrimento.

O sofrimento de Cristo

O livro de Is 53,3-4 quando escreve sobre o Servo sofredor, figura essa que a igreja identifica a prefiguração de Cristo, relata o seguinte: “Era o mais desprezado e abandonado de todos, homem do sofrimento, experimentado na dor, indivíduo de quem a gente desvia o olhar, repelente, dele nem tomamos conhecimento. Eram na verdade os nossos sofrimentos que ele carregava, eram as nossas dores, que levava às costas”.

Esse trecho do livro de Isaías retrata o motivo pelo qual Cristo padeceu. Foi para nos livrar das nossas dores, para reparar o erro cometido por nós. E você pode se perguntar: “Por que ainda sofremos?”. As ações de Jesus têm sempre um teor de eternidade, por isso, o padecimento de Cristo livrou-nos não do que é passageiro, mas do que é definitivo, ou seja, livrou-nos do sofrimento eterno muito mais do que o sofrimento passageiro.

A Cruz, ao mesmo tempo que retrata a dor e a morte do Senhor, significa sinal de redenção. O que para os judeus era escândalo e para os pagãos loucura, para nós, cristãos, é sinal de salvação e da glória de Cristo. O Senhor transforma todas as coisas, até mesmo o antigo sentido da cruz que, agora, torna-se novo com a manifestação de Jesus.

Os sofrimentos de Paulo

O apóstolo São Paulo começa a Carta aos Colossenses com uma declaração que, ao olhar humano, pode ser insana: “Alegro-me nos sofrimentos que tenho suportado por vós e completo, na minha carne, o que falta às tribulações de Cristo em favor do seu corpo que é a Igreja” (Cl 1,24). São Paulo não se alegra por ter recebido a liberdade da prisão, por ter recebido o “título” de apóstolo ou por ser reconhecido pelas pessoas, mas ele se alegra por sofrer. Sim, São Paulo deixa explicitamente claro que a sua alegria é suportar os sofrimentos e ainda completar o que falta a Cristo.

O apóstolo não é nenhum tipo de masoquista ou alguém que busca o sofrimento pelo sofrimento, mas, assim como Cristo, ele o faz por um sentido. São Paulo sabe que ele pode tirar proveito do que a vida o proporcionou viver, não um proveito pessoal, e sim como ele mesmo disse: em favor do corpo de Cristo que é a Igreja. Ele ainda coloca numa progressão geométrica do sofrimento, pois, à medida que crescem os sofrimentos de Cristo para nós, cresce também a nossa consolação por Cristo, eis então o ângulo pelo qual os cristãos entendem o sentido do padecer. O sofrimento tem a condição de fazer crescer o conforto do homem em Cristo.

O meu sofrimento

O Senhor concede aos homens poderem contribuírem com a humanidade sendo cooperadores de d’Ele e de seu Reino. O Catecismo da Igreja Católica no n° 307 diz: “os homens podem entrar deliberadamente no plano divino, por suas ações, por suas orações, mas também por seus sofrimentos”. Partindo desse parágrafo do Catecismo e por meio do sacramento do Batismo, o cristão é convidado a ser outro Cristo assemelhando-se a Ele. Dessa forma, a semelhança não pode ser pela metade ou naquilo que nos convém, mas em tudo, até nas dores.

Precisamos utilizar dos nossos sofrimentos para remir as culpas obtidas pelos nossos pecados. A sabedoria que São Paulo expressou na Carta aos Romanos 8,18 é, de certa forma, reconfortante e nos promete uma recompensa sem medidas, impulsionando-nos a bem viver as dores que padecemos: “Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada”. Sabemos que somos peregrinos neste mundo, estamos de passagem e não há motivo de nos apegarmos aqui nesta vida eternidade, pois a eternidade está na glória de Cristo. A nossa espera deve ser na glória futura, no que Deus ainda tem reservado para os fiéis.

Foi por consequência da obra salvífica de Cristo que o homem passou a ter esperança da vida e da santidade. A linguagem da cruz quer nos comunicar um sentido, mas esse só poderá ser entendido se olhado pelas chagas abertas de Cristo pelas quais o ser humano é salvo. Aprendamos com São Paulo e com Nosso Senhor Jesus Cristo a dar sempre sentido às dores e dificuldades que passamos. Os insensatos murmuram dos sofrimentos e os sábios tiram proveito para a contribuição da obra de Cristo.

Por Fábio Nunes, via Canção Nova

Publicado em Catedral Divino Espírito Santo (Palmas – TO)

Santa Margarida Maria Alacoque: confidente do Sagrado Coração de Jesus

Também hoje, dia 16 de outubro, a Igreja lembra a memória de Santa Margarida Maria Alacoque, religiosa da Ordem da Visitação, que recebeu confidências do Sagrado Coração.

Redação (16/10/2022 11:33, Gaudium Press) Nasceu em 25 de julho de 1647 em Janots, Borgonha. Inspirada pela graça, fez voto de castidade perpétua aos 4 anos de idade.

Ficando órfã de pai, foi levada à escola das Clarissas, mas teve que regressar pouco depois, por motivo de enfermidade. Fez então à Santíssima Virgem a promessa de tornar-se religiosa caso fosse curada, e recuperou a saúde.

Entretanto, quando Margarida completou 17 anos, sua mãe e seus irmãos decidiram que ela devia se casar.

Deixando-se levar pelo amor filial, a jovem aos poucos começou a tomar parte nos folguedos de sua idade – embora se guardando de ofender a Deus – e a acariciar a ideia de contrair matrimônio, mesmo porque já tinha vários pretendentes. No seu interior travou-se então uma demorada e intensa batalha: de um lado, a atração pela vida comum lhe sussurrava ser até um dever de piedade filial constituir um lar, pois assim poderia amparar melhor sua mãe enferma.

De outro, a voz da graça lembrava- lhe o voto de castidade perfeita que fizera já na infância, bem como a promessa de fazer-se esposa de Cristo.

Não importa, você era muito criança para entender o que dizia, portanto, essas promessas não tinham valor; você agora é livre! – era a resposta que lhe vinha em seguida à mente.

Esse cruel embate de alma durou alguns anos. Mas, ajudada de modo sensível por Nosso Senhor, a vocação religiosa acabou por vencer.

Ao contemplar um quadro de São Francisco de Sales, sentiu-se fortemente chamada para fazer parte de suas filhas, as Visitandinas, e ingressou no Convento de Paray-le-Monial, em 20 de junho de 1671.

Nesse mosteiro, vivia de graças místicas e do intenso convívio com Nosso Senhor Jesus Cristo. Como isso causasse estranheza às superioras, Jesus “adaptou” suas graças à regra da Congregação e deu-lhe três armas para a luta diária pela purificação e transformação de sua alma: uma consciência delicada e um horror à menor falta; a santa obediência; e sua santa Cruz.

Recebeu as belíssimas revelações da misericórdia do Coração de Jesus: “Eis o Coração que tanto amou os homens e por eles foi tão pouco amado”.

Jesus permitiu-lhe sofrer muito pela incompreensão das superioras e irmãs de hábito, mas deu-lhe por confessor o grande São Cláudio de La Colombière.

Faleceu em 17 de outubro de 1690. Somente três anos depois de sua morte começou a ser divulgada a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, de quem foi tão grande entusiasta.

Foi canonizada em 1920, pelo Papa Bento XV.

Promessas do Sagrado Coração de Jesus

Jesus fez doze promessas em benefício dos devotos de seu Sagrado Coração:

Dar-lhes-ei todas as graças necessárias a seu estado de vida.

Conservarei paz em suas famílias.

Eu os consolarei em todas as suas aflições.

Serei seu refúgio seguro durante a vida e especialmente na hora da morte.

Derramarei abundantes bênçãos sobre todos os seus empreendimentos.

Os pecadores acharão em meu Coração a fonte e o oceano infinito da misericórdia.

As almas tíbias se tornarão fervorosas.

As almas fervorosas se elevarão com rapidez a uma grande perfeição.

Abençoarei as casas nas quais a imagem de meu Sagrado Coração for exposta e venerada.

Darei aos sacerdotes a capacidade de tocar os corações mais endurecidos.

As pessoas que propagarem essa devoção terão seus nomes eternamente inscritos em meu Coração.

A todos aqueles que fizerem a Comunhão reparadora na primeira sexta-feira, durante nove meses seguidos, concederei a graça da perseverança final e salvação eterna. Meu Divino Coração será seu refúgio seguro nessa hora extrema.

Fonte: arautos.org.

Publicado em Gaudium Press.

Como viver no silêncio em um mundo que grita?

Como viver no silêncio em um mundo que grita?

Vivemos na era do barulho e da distração. É o celular tocando , a mensagem chegando , dezenas de “posts” e “curtidas” sobre assuntos que vão desde acontecimentos importantes do outro lado do mundo até imagens privadas de uma pseudo-realidade da vida de um conhecido. Todo este ruído compete pela nossa atenção. Clama pela nossa resposta. Passamos o dia no “muito fazer”  quando “somente uma coisa é necessária”.

Nós Carmelitas temos nossa origem nos Padres do Deserto. Fugiam da segurança do mundo para se focar somente em Deus. Mais do que buscar um silêncio externo buscavam um silêncio interior. Entendiam que o primeiro silêncio deve ser interno. Parar para escutar.  O silêncio, a solidão e a pobreza fazem parte das obrigações da ordem.  “Em silêncio e esperança procurais viver sempre” Moradas 3,2

São José, padroeiro do Carmelo, é nosso exemplo de silêncio. Em todo Evangelho não temos uma única palavra sua. Isto não o impediu de ser homem de mensagem e homem de ação. Sobretudo homem de escuta. Percebe o querer de Deus e se entrega à Sua vontade. 

Lembramos também a figura de Elias. Em meio a muito barulho e chamados diversos foi no silêncio da brisa suave que Deus se fez presente (1Rs 19,12). 

Como contemplativos seculares devemos buscar nosso deserto no dia a dia. Aproveitar os curtos momentos de silêncio, tornar os momentos simples momentos de contemplação. Até mesmo um simples respirar pode ser um instante de presença. Recolher o próprio pensamento em silêncio e evitar distrações , como citado por Teresa “buscar calar nossa palavra e escutar a palavra de Deus”. Buscar calar até nossos pensamentos e desejos mais íntimos para estar perto de Deus.

Não é tarefa fácil, já dizia Teresa, “o mesmo cuidado que se põe em pensar em nada talvez desperte o pensamento a pensar muito.” (Castelo 4,3 pg 684 ). Recolher os sentidos é mais uma ato de graça que segue um ato de vontade.

Que busquemos ser silêncio. Viver do Nada e entregar-se a Deus. Entregar Tudo, até nossos pensamentos. E em nosso calar o Espírito possa orar em nós com gemidos inefáveis ( Rm 8,26).

Fontes

Deserto Vivo. Poustinia. Catherine de Hueck Doherty. 2001

Silêncio – Frei Patrício Sciadini

Amor líquido , sobre a fragilidade dos laços humanos – Zygmunt Bauman

Santa Teresa do Menino Jeusus – Obras completas – Santa Teresa

Para se aprofundar no assunto :

  • Na terra do silêncio – Martin Laird
  • Ao Sopro Do Espírito – Oração E Ação – Maria-Eugenio Do Menino Jesus
  • O Silêncio de Maria –  Ignácio Larrãnga
  • Vida silenciosa – Thomas Merton
  • As Exigências do Silêncio – Thomas Merton
  • Diálogos com o silêncio  Thomas Merton
  • Quero ver a Deus – Frei Maria-Eugênio do Menino Jesus
  • A força do silêncio: Contra a ditadura do ruído –  Robert Sarah
  • Exigências do silêncio –  Anselm Grün
  • José – O Silencioso –  Michel Gasnier
  • Doze graus do silêncio  – vários autores
  • O Silêncio Amoroso de Deus  – Paul Evdo

Publicado em Seculares Contemplativos (Autor: Flávio Teixeira – Secular Contemplativo).

A festa do Coração de Jesus

11.06.2021 – Sexta-Feira

Sagrado Coração de Jesus – Wikipédia, a enciclopédia livre

A Igreja celebra a Festa do Sagrado Coração de Jesus na sexta-feira da semana seguinte à Festa de Corpus Christi. O coração é mostrado na Escritura como símbolo do amor de Deus. No Calvário o soldado abriu o lado de Cristo com a lança (cf. João 19,34). Diz a Liturgia que “aberto o seu Coração divino, foi derramado sobre nós torrentes de graças e de misericórdia”. Jesus é a Encarnação viva do Amor de Deus, e seu Coração é o símbolo desse Amor. Por isso, encerrando uma conjunto de grandes Festas (Páscoa, Ascensão, Pentecostes, Santíssima Trindade, Corpus Christi), a liturgia nos leva a contemplar o Coração de Jesus. [Consagre-se ao Coração de Jesus]

Este sagrado Coração é a imagem do amor de Jesus por cada um de nós. É a expressão daquilo que São Paulo disse: ”Eu vivi na fé do Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim (Gálatas 2,20). É o convite a que cada um de nós retribua a Jesus este amor, vivendo segundo a Sua vontade e trabalhando com a Igreja pela salvação das almas.

Muitos Santos veneraram o Coração de Jesus. Santo Agostinho disse: “Vosso Coração, Jesus, foi ferido, para que na ferida visível contemplássemos a ferida invisível de vosso grande amor”. São João Eudes, grande propagador desta devoção no século XVII, escreveu o primeiro ofício litúrgico em honra do Coração de Jesus, cuja festa se celebrou pela primeira vez na França, em 20 de outubro de 1672.

Jesus revelou o desejo da Festa ao seu Sagrado Coração à religiosa Santa Margarida Maria Alacoque, na França, mostrando-lhe o “Coração que tanto amou os homens e é por parte de muitos desprezado”. S. Margarida teve como diretor espiritual o padre jesuíta S. Cláudio de la Colombière, canonizado por João Paulo II, e que se incumbiu de progagar a grande Festa.

O Papa Pio XII afirmou que tudo o que S. Margarida declarou “estava de acordo com a nossa fé católica”. Este foi um grande sinal a mais da misericórdia e da graça para as necessidades da Igreja, especialmente num tempo em que grassava a heresia do jansenismo (do bispo francês Jansen) que ensinava uma religião triste e ameaçadora.
O Papa Clemente XIII aprovou a Missa em honra do Coração de Jesus e Pio X, dia 23 de agosto de 1856, estendeu a Festa para toda a Igreja a ser celebrada na sexta-feira da semana subseqüente à festa de Corpus Christi. O papa Leão XIII consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus. Paulo VI disse certa vez que ela é garantia de crescimento na vida cristã e garantia da salvação eterna.
Entre as Promessas que Jesus fez à Santa Margarida está a das Nove Primeiras Sextas Feiras do mês: aos fiéis que fizerem a Comunhão em nove primeiras sextas-feiras de cada mês, seguidas e sem interrupção, prometeu o Coração de Jesus a graça da perseverança final, o que significa que a pessoa nunca deixará a fé católica e buscará a sua santificação. São as chamadas Comunhões reparadoras a Jesus pela ofensa que tantas vezes seu Sagrado Coração é tão ofendido pelos homens.

Pio XII disse: “Nada proíbe que adoremos o Coração Sacratíssimo de Jesus Cristo, enquanto é participante e símbolo natural e sumamente expressivo daquele amor inexaurível em que, ainda hoje, o Divino Redentor arde para com os homens”.

Essas são as Promessas que Jesus fez:

“No extremo da misericórdia do meu Coração onipotente, concederei a todos aqueles que comungarem nas primeiras sextas feiras de cada mês, durante nove meses consecutivos a graça do arrependimento final. Eles não morrerão sem a minha graça e sem receber os SS. sacramentos. O meu coração naquela hora extrema ser-lhe-á seguro abrigo”.

As outras promessas do Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque:

1 – Conceder-lhe-ei todas as graças necessárias ao seu estado.
2 – Porei a paz em suas famílias.
3 – Consolá-los-ei nas suas aflições.
4 – Serei seu refúgio na vida e especialmente na hora da morte.
5 – Derramarei copiosas bênçãos sobre suas empresas.
6 – Os pecadores encontrarão no meu Coração a fonte, oceano infinito de misericórdia.
7 – Os tíbios se tornarão fervorosos.
8 – Os fervorosos alcançarão rapidamente grande perfeição.
9 – Abençoarei os lugares onde estiver exposta e venerada a imagem do meu Coração.
10 – Darei aos sacerdotes a força de comover os corações mais endurecidos.
11 – O nome daqueles que propagarem esta devoção ficará escrito no meu Coração e de lá nunca será apagado.

Publicado em Formação Canção Nova (por Prof. Felipe Aquino).

No Sagrado Coração, está ‘a imagem expressa do amor infinito de Jesus Cristo’

Detalhe de mosaico do Sagrado Coração de Jesus (Foto: Gera Juarez/Cathopic)

Nesta sexta-feira, 19, a Igreja celebra a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Embora sua devoção tenha se popularizado pelo mundo a partir do século XVII, sua origem se confunde com o a história do Cristianismo.

Sua fonte está nas Sagradas Escrituras, mais precisamente no Evangelho de São João, ao narrar quando o soldado transpassou o coração de Jesus crucificado com uma lança e dele jorraram sangue e água (cf. Jo 19,34).

Outro acontecimento bíblico é quando o próprio São João, o “discípulo amado”, reclina sua cabeça sobre o peito do Senhor, durante a última ceia (cf. Jo 13,23). Ao comentar essa cena, Santo Agostinho escreveu que, ao se recostar sobre o Mestre, João bebeu os “segredos sublimes das profundidades mais íntimas do Coração de Nosso Senhor”.

(…)

AO LONGO DOS SÉCULOS

A contemplação destas cenas alimentou a devoção dos primeiros cristãos, que buscavam no coração de Jesus a fonte para o verdadeiro amor de Deus, manifestado no Verbo encarnado.

São vários os santos que tiveram experiências místicas relacionadas ao Coração de Jesus: São Bernardo (1090-1153), São Boaventura (1221-1274) Santa Lutgarda (1182-1246), as santas irmãs Matilde (1241-1299) e Gertrudes (1256-1302), São Ludolfo de Saxônia (1300-1378) e Santa Catarina de Sena (1347-1380) foram alguns deles. 

Foi somente no século XVII que a devoção ao Sagrado Coração de Jesus ganhou uma nova proporção, com a ajuda de dois santos: São Francisco de Sales (1567-1622) e São João Eudes (1601-1680).

O primeiro fundou, em 1610, a Ordem da Visitação, na qual imprimiu uma particular devoção ao “Coração do Redentor”, referindo-se às religiosas visitandinas como “filhas do Coração de Jesus”. O segundo, além de propagar esta devoção, compôs um Ofício e uma Missa em honra do Coração de Jesus, que foram celebradas pela primeira vez em localidades da França, em 1672.

Experiência de Santa Margarida Maria com o
Sagrado Coração de Jesus

SANTA MARGARIDA MARIA

No entanto, foi uma jovem religiosa da Ordem da Visitação a responsável pela maior propagação do culto ao Coração de Jesus. Santa Margarida Maria Alacoque (1647-1690) recebeu revelações particulares do próprio Jesus Cristo que, em uma das ocasiões, em 1673, pediu-lhe que, “na primeira sexta-feira depois da oitava de Corpus Christi, se celebre uma festa especial para honrar meu Coração, e que se comungue nesse dia para pedir perdão e reparar os ultrajes por ele recebidos durante o tempo que permaneceu exposto nos altares”.

A Santa relata que, em outra ocasião, Nosso Senhor, mostrando o seu coração transpassado, disse a ela:  “Eis o coração que tanto tem amado os homens […]. Prometo-te pela minha excessiva misericórdia, a todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, a graça da penitência final. Estes não morrerão em minha inimizade, nem sem receberem os sacramentos. O meu Sagrado Coração lhes será refugio seguro nessa última hora”.

Nessas revelações, Jesus deixou 12 promessas e pediu para que Santa Margarida difundisse essa devoção ao mundo inteiro (leia no box).

Em seus escritos, Santa Margarida Maria ressalta: “O maior testemunho de amor que podemos dar ao Sagrado Coração e a melhor reparação que lhe podemos oferecer é unirmo-nos a Ele, muitas vezes, pela comunhão sacramental e desejarmos ardentemente essa união pela comunhão espiritual”.

CULTO UNIVERSAL

Em 1856, o Papa Pio IX estendeu a festa do Sagrado Coração de Jesus a toda a Igreja. E, em 11 de junho 1899, o Papa Leão XIII consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus. Sua decisão foi motivada pelo testemunho de Santa Maria do Divino Coração (1863-1899), que também recebeu revelações interiores do Sagrado Coração de Jesus.

Nessa ocasião, Leão XIII afirmou: “No Sagrado Coração está o símbolo e a imagem expressa do amor infinito de Jesus Cristo, que nos leva a retribuir-lhe esse amor”.

Uma das grandes expressões mundiais da devoção ao Sagrado Coração de Jesus é o Apostolado da Oração, associação de fiéis fundada na França, em 1844, pelo jesuíta Padre Francisco Xavier Gautrelet.

A organização, também conhecida como Rede Mundial de Oração do Papa, tem como missão sensibilizar e mobilizar os cristãos e todas as pessoas de boa vontade, a partir da intimidade com Sagrado Coração de Jesus, a santificarem-se por meio da oração e do serviço pela humanidade e pela missão da igreja, especialmente pelas intenções do Pontífice. 

Papa Francisco venera imagem do Sagrado Coração de Jesus (Vatican Media)

DEIXAR-SE TRANSFORMAR

Em 1956, centenário da extensão da festa do Sagrado Coração de Jesus a toda a Igreja, o Papa Pio XII escreveu a Encíclica Haurietis aquas, na qual exortou os fiéis a abrirem-se ao mistério de Deus e do seu amor, deixando-se transformar por ele.

Ao se referir a esse documento, em 2006, o Papa emérito Bento XVI afirmou que o fundamento dessa devoção é o conteúdo de toda verdadeira espiritualidade e devoção cristãs. “De fato, ser cristão só é possível com o olhar dirigido para a Cruz de nosso Redentor, ‘para Aquele que transpassaram’.

Na audiência geral da quarta-feira, 17, o Papa Francisco destacou essa solenidade e afirmou que o coração humano e divino de Jesus, é a “fonte de onde sempre podemos haurir a misericórdia, o perdão, a ternura de Deus”.

“Podemos ir a esta fonte detendo-nos sobre uma passagem do Evangelho, sentindo que, no centro de todo gesto, de toda palavra de Jesus, está o amor, o amor do Pai. E podemos fazê-lo também adorando a Eucaristia, onde este amor está presente no sacramento”, disse o Pontífice, exortando, ainda, que ao contemplar o Sagrado Coração, “também o nosso coração, pouco a pouco, se tornará mais paciente, mais generoso, mais misericordioso”.

Promessas do Sagrado Coração de Jesus

  1. Eu lhes darei todas as graças necessárias para seu estado.
  2. Eu darei paz às suas famílias.
  3. Eu as consolarei em todas as suas aflições.
  4. Eu lhes serei um refúgio seguro durante a vida, e sobretudo na hora da morte.
  5. Eu lançarei abundantes bênçãos sobre todas as sua empresas.
  6. Os pecadores acharão, em meu coração, a fonte e o oceano infinito de misericórdia.
  7. As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas.
  8. As almas fervorosas se elevarão a uma grande perfeição.
  9. Eu mesmo abençoarei as casas onde se achar exposta e honrada a imagem do meu coração.
  10. Eu darei aos sacerdotes o poder de tocar os corações mais endurecidos.
  11. As pessoas que propagarem esta devoção terão para sempre seu nome inscrito no meu coração.
  12. Darei a graça da penitência final e dos últimos sacramentos, aos que comungarem na primeira sexta-feira, durante nove meses seguidos.

Publicado em Semanário Oficial da Arquidiocese de São Paulo ( Por Fernando Geronazzo).

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