O humano vem sendo substituído pelo artifício, e nem mesmo os sentimentos, as emoções estão fora de seu alcance. O mundo virtual está mudando, em sentido geral, a noção do que é viver em uma perspectiva ampla… A Ciência tem se mostrado em muitos campos, um bem para a Humanidade. Mas sabemos que, em geral, oculta conteúdos nefastos ao longo de seu desenvolvimento. Este blog é uma tentativa, e ao mesmo tempo, uma proposta de autopreservação tanto emocional quanto espiritual. Quanto aos visitantes do blog "Castelo Interior", penso que o legado de Santa Teresa, bem como as contribuições da cristandade podem propiciar este "cuidado interior". Aliás, um cuidado vital que envolve nossas mentes, nossas almas. O título do blog é uma reverência à vida e à obra de Santa Teresa de Jesus (Ávila). Suas leituras me inspiraram, e mais que isto, continuam me ensinando a viver neste tempo caótico, a interpretá-lo à luz da Fé. A partir do que compreendi de seus escritos "Castelo Interior" e "Livro da Vida", e os mais breves (estou no início de "Caminho da Perfeição"), me lancei à proposta de uma "mescla" entre Jornalismo, Literatura (suas Obras, por excelência, através da análise de estudiosos carmelitanos descalços, principalmente), com abertura para textos clássicos católicos, e artigos universais e relevantes, segundo a ótica da doutrina católica. Por fim, acredito que a produção de Santa Teresa de Ávila evidenciará o quanto sua produção nos insere em uma inevitável espiral de espiritualidade. Seu tempo, como o nosso, estava impregnado de perigos extremos – tanto para o corpo, quanto para a alma. Entretanto, esta Doutora da Igreja deixou-nos, em seus três principais escritos, a essência de seu pensamento: "Nada te turbe, nada te espante. Tudo se pasa. Dios no se muda. La paciencia todo lo alcanza. Quien a Dios tiene nada le falta. Sólo Dios basta!" (Santa Teresa de Jesus). Este blog foi criado em 2007 e não tem fins comerciais.
A Igreja celebra a Festa do Sagrado Coração de Jesus na sexta-feira da semana seguinte à Festa de Corpus Christi. O coração é mostrado na Escritura como símbolo do amor de Deus.
“Vosso Coração, Jesus, foi ferido, para que, na ferida visível, contemplássemos a ferida invisível de vosso grande amor.” (Santo Agostinho)
Festa do Sagrado Coração
Uma festa propriamente dita do Coração de Jesus foi celebrada, pela primeira vez, em 20 de outubro de 1672, pelo padre São João Eudes.
Depois, aparecendo muitas vezes a Santa Margarida Maria Alacoque, de 1673 até 1675, foi que Jesus revelou sobre a devoção ao Sagrado Coração, “a grande devoção”, e sobre o desejo da instituição desta Festa, mostrando-lhe o Coração que tanto amou os homens e é por parte de muitos desprezado.
A característica própria dessa solenidade é a ação de graças pela riqueza insondável de Cristo e a contemplação reparadora do Coração Transpassado. O Papa Pio IX, em 1856, estendeu a festa a toda a Igreja Latina. Em 1899, Leão XIII consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus.
Paulo VI disse, certa vez, que a devoção é garantia de crescimento na vida cristã e garantia da salvação eterna.
Promessas do Sagrado Coração
Entre as Promessas que Jesus fez a Santa Margarida está a das Nove Primeiras Sextas-feiras do mês: aos fiéis que fizerem a comunhão em nove das primeiras sextas-feiras de cada mês, seguidas e sem interrupção, prometeu o Coração de Jesus a graça da perseverança final, o que significa que a pessoa nunca deixará a fé católica e buscará a sua santificação. São as chamadas comunhões reparadoras a Jesus pela ofensa que tantas vezes seu Sagrado Coração é tão ofendido pelos homens.
“No extremo da misericórdia do meu Coração onipotente, concederei a todos aqueles que comungarem, nas primeiras sextas-feiras de cada mês, durante nove meses consecutivos, a graça do arrependimento final. Eles não morrerão sem a minha graça e sem receber os SS. sacramentos. O meu coração, naquela hora extrema, ser-lhe-á seguro abrigo”.
As outras promessas do Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque:
1 – Conceder-lhe-ei todas as graças necessárias ao seu estado. 2 – Porei a paz em suas famílias. 3 – Consolá-los-ei nas suas aflições. 4 – Serei seu refúgio na vida e especialmente na hora da morte. 5 – Derramarei copiosas bênçãos sobre suas empresas. 6 – Os pecadores encontrarão, no meu Coração, a fonte, oceano infinito de misericórdia. 7 – Os tíbios se tornarão fervorosos. 8 – Os fervorosos alcançarão rapidamente grande perfeição. 9 – Abençoarei os lugares onde estiver exposta e venerada a imagem do meu Coração. 10 – Darei aos sacerdotes a força de comover os corações mais endurecidos. 11 – O nome daqueles que propagarem esta devoção ficará escrito no meu Coração e de lá nunca será apagado.
A minha oração
“Ó Sagrado Coração de Jesus, quero amar-te sempre mais e ser-te devota por toda a vida, recebendo a graça de alcançar os frutos da entrega de Teu sangue por mim. Faz-me fiel a Ti. Consagro-me à mim, minha família e tudo o que me pertence ao Teu perfeito e santo coração. Amém!”
Como é possível que os homens correspondam tão mal a esse amor?
Meditemos sobre o amor abrasado do Coração de Jesus Cristo por nós:“In caritate perpetua dilexi te; ideo attraxi te miserans – Com amor eterno te amei; por isso compadecido de ti, te atraí a mim” (Jr 31, 3).
Como compreender o abrasado e insondável amor do Sagrado Coração de nosso Senhor Jesus Cristo para conosco? O Verbo divino e eterno não se contentou de nos ter criado de preferência a tantos outros, mas quis se fazer homem, escolheu uma vida penosíssima e morreu em uma cruz por amor a nós.
Este amor ardente levou Jesus Cristo a permanecer conosco no Santíssimo Sacramento e nele parece que não tem outro ofício senão o de amar os homens. Mais ainda, o amor levou o Filho de Deus a fazer-se nosso alimento, a fim de se unir a nós e de fazer dos nossos corações e do seu próprio uma só realidade. Sendo assim, porque correspondemos tão mal ao infinito amor de Jesus por nós?
O amor do Sagrado Coração de Jesus por cada um de nós
Oh! Se compreendêssemos o amor abrasado do Coração de Jesus para conosco! O Senhor nos ama tanto que, se todos os homens e todos os anjos se unissem para amar com todas as suas forças, não chegariam à milésima parte do amor que Ele tem por nós. Cristo nos ama imensamente, mais que nós mesmos nos amamos; Ele nos amou até ao excesso: “Dicebant excessum eius, quem completurus erat in Ierusalem – Falavam do excesso que havia de cumprir em Jerusalém” (Lc 9, 31). E que excesso de amor maior pode existir do que um Deus morrer pelas suas criaturas?
Jesus Cristo nos amou até ao fim: “Cum dilexisset suor, in finem dilexit eos – como amasse os seus, até o extremo os amou” (Jo 13, 1). Sim, porque, depois de Deus nos amar desde o princípio, – de forma que em toda a eternidade não houve nenhum instante em que não tenha pensado em nós e amado a cada um de nós – por amor a nós assumiu a natureza humana, escolheu uma vida penosa e a morte de cruz. Jesus nos amou mais que a sua honra, mais que seu repouso, mais que a sua vida, porquanto sacrificou tudo para provar o seu amor por nós. Não há em tudo isso um excesso de amor, que fará os anjos e os santos pasmarem por toda a eternidade?
O amor do Coração de Jesus no Santíssimo Sacramento
O Verbo de Deus encarnado nos amou ainda mais, a ponto de permanecer conosco no Santíssimo Sacramento, como num trono de amor. No Sacrário, Jesus está presente sob as aparências do pão, encerrado numa âmbula, por assim dizer, num completo aniquilamento da sua majestade, sem movimento e sem o uso dos sentidos, de forma que parece que não tem outro ofício a cumprir senão o de amar os homens. O amor faz desejar a presença contínua da pessoa amada e este amor fez Jesus Cristo desejar permanecer conosco no Santíssimo Sacramento.
Parece que, para o amor de nosso Senhor, era demasiadamente breve a permanência com os homens durante trinta e três anos. Pois, a fim de mostrar seu desejo de estar entre nós, decidiu fazer o maior de todos os milagres: a instituição da Santíssima Eucaristia. No mistério Pascal de Cristo, já estava realizada a obra da Redenção, já estavam os homens reconciliados com Deus. Então, para que serve a permanência de Jesus na terra, neste sublime Sacramento? Ah! Jesus permanece no Santíssimo Sacramento porque não pode se separar de nós e porque encontra as suas delícias em estar conosco.
O amor do Coração de Jesus e o Alimento de nossas almas
Não foi suficiente ao amor de Jesus Cristo fazer-se nosso companheiro na Santíssima Eucaristia, mas quis ainda fazer-se o sustento das nossas almas, a fim de se unir a nós e fazer com que nossos corações fossem uma só coisa com o seu próprio Coração: “Qui manducat meam carnem, in me manet et ego in illo – Quem come a minha carne, fica em mim e eu nele” (Jo 6, 57).
Ó pasmo! Ó excesso do amor divino! Dizia um servo de Deus: “Se alguma coisa pudesse fazer vacilar a minha fé no mistério da Eucaristia, não seria o modo como o pão se torna carne, nem como é que Jesus está em tantos lugares e reduzido a tão pequeno espaço; a tudo isso eu responderia que Deus pode tudo. Mas quando se me pergunta, como Jesus ama aos homens a ponto de se lhes dar para sustento, já não sei mais que responder, senão que esta verdade da fé está acima de minha inteligência e que o amor de Jesus é incompreensível”.
Oração de Santo Afonso ao Sagrado Coração de Jesus
Ó Coração adorável de meu Jesus, Coração consumido pelo amor aos homens, Coração criado de propósito para amar aos homens, como é possível que os homens correspondam tão mal a vosso amor e o desprezem? Ai de mim, miserável, que também fui um desses ingratos que não souberam amar-Vos! Meu Jesus, perdoai-me o grande pecado de não Vos ter amado, a Vós que sois tão amável e tanto me amastes, que nada mais podíeis fazer para me obrigar a amar-Vos. Reconheço que, por ter algum tempo desprezado vosso amor, mereceria ser condenado a não Vos poder amar. Mas não, meu amado Salvador, infligi-me qualquer castigo que não seja este. Dai-me a graça de Vos amar, e depois castigai-me como quiserdes. Como, porém, poderei recear tal castigo, visto que Vos ouço ainda intimar-me o doce, o amável preceito de Vos amar, meu Senhor e meu Deus: “Diliges Dominum Deum tuum ex toto corde tuo – Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração” (Mt 22, 37). Sim, meu Deus, desejais o meu amor e eu Vos quero amar; e não quero amar senão a Vós, que me tendes amado tanto. Ó amor de meu Jesus, Vós sois o meu amor. Ó Coração abrasado de Jesus, abrasai também o meu coração. Não permitais que no futuro eu viva um instante sem o vosso amor. – Deixai-me antes morrer; aniquilai-me; não seja o mundo testemunha desta ingratidão, que eu, tão amado de Vós, depois de tantas graças e luzes recebidas, torne a desprezar o Vosso amor. Não, Jesus meu, não o permitais. Pelo sangue que por mim derramastes, espero que Vos amarei sempre e Vós sempre me amareis; e que este laço de nosso amor nunca mais será rompido em toda a eternidade. – Ó Mãe do belo amor, Maria, vós que desejais tanto ver vosso Jesus amado, ligai-me, estreitai-me a vosso Filho; mas estreitai-me de tal modo, que nunca mais dele me possa separar.