Solenidade do Imaculado Coração de Maria

O que significa o Imaculado Coração de Maria?

O Imaculado Coração de Maria significa, antes de tudo, a grande pureza e o amor do coração da Bem-Aventurada Virgem Maria por Deus. Essa pureza se manifesta em seu “Sim” ao Pai na Encarnação, em seu amor e cooperação com o Filho Encarnado em Sua missão redentora, e em sua docilidade ao Espírito Santo, permitindo-lhe permanecer livre da mancha do pecado pessoal por toda a sua vida. O Imaculado Coração de Maria, portanto, nos aponta para sua profunda vida interior, onde experimentou alegrias e tristezas, mas permaneceu fiel, como também nós somos chamados a fazer.

Por que honramos o Imaculado Coração de Maria?

São João Paulo II disse: “De Maria, aprendemos a amar Cristo, seu Filho e Filho de Deus… Aprendam com ela a serem sempre fiéis, a confiar que a Palavra de Deus para vocês será cumprida e que nada é impossível para Deus.”

Quando honramos o Imaculado Coração, damos a máxima honra a Jesus. Ao honrarmos a Mãe, honramos o Filho. Além disso, a Santíssima Virgem também é nossa mãe (ver Apocalipse 12:17), e o coração de sua mãe é incomparável. São Luís de Montfort disse: “Se vocês reunissem todo o amor de todas as mães em um só coração, ele ainda não se igualaria ao amor do coração de Maria por seus filhos”.

Qual é a história do Imaculado Coração de Maria?

O Imaculado Coração de Maria foi honrado até certo ponto antes do século XVII, mas São João Eudes, um padre francês do século XVII, popularizou essa devoção com seu grande amor pela Mãe Santíssima.

O que é a devoção do Primeiro Sábado?

Parte da mensagem de Fátima é que Deus nos pede que reparemos os pecados do mundo. Em 1916, o Anjo ensinou às crianças orações de reparação e pediu-lhes que fizessem penitência. A Santíssima Virgem também pediu orações e atos de reparação e, em 13 de julho de 1917, prometeu que retornaria para pedir um tipo especial de reparação. Ela o fez em 1929, aparecendo a Lúcia, agora noviça em uma comunidade espanhola.

“Olha, minha filha, para o meu Coração, cercado de espinhos com que os homens ingratos me cravam a todo instante com suas blasfêmias e ingratidões. Tenta ao menos consolar-me e diz que prometo assistir na hora da morte, com as graças necessárias à salvação, todos aqueles que, no primeiro sábado de cinco meses consecutivos, se confessarem, receberem a Sagrada Comunhão, rezarem cinco dezenas do Rosário e me fizerem companhia por quinze minutos, meditando nos quinze mistérios do Rosário, com a intenção de me desagravar.”

Este é um pedido constante, tão necessário hoje, se não mais, do que em 1929. Está também ao alcance de todo católico. E, ao atendê-lo, agradamos a Nosso Senhor, que, como qualquer filho, se alegra quando outros defendem a honra de sua mãe.

Como o Sagrado Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria se relacionam?

A Serva de Deus Lúcia de Jesus Rosa dos Santos, uma das videntes de Fátima, disse: “A obra da nossa redenção começou no momento em que o Verbo desceu do Céu para assumir um corpo humano no ventre de Maria. A partir daquele momento, e pelos nove meses seguintes, o Sangue de Cristo foi o Sangue de Maria, tirado do Seu Imaculado Coração; o Coração de Cristo batia em uníssono com o Coração de Maria.”

Além disso, o próprio Jesus apareceu à Irmã Lúcia, dizendo: “Quero que a Minha Igreja… coloque a devoção a este Imaculado Coração ao lado da devoção ao Meu Sagrado Coração.”

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Por que Maria tem uma espada no coração?

A maioria das imagens do Imaculado Coração mostra uma ou mais espadas atravessando o Coração de Maria. Simeão disse à Santíssima Mãe que “uma espada traspassará a tua alma” (Lucas 2:35). Isso indica as dores que Maria experimentaria, particularmente pela Paixão de Jesus.

Quais são as sete dores de Maria?

  • A profecia de Simeão (Lucas 2:25-35)
  • A fuga para o Egito (Mateus 2:13-15)
  • Perda do Menino Jesus por três dias (Lucas 2:41-50)
  • Maria encontra Jesus a caminho do Calvário (Lucas 23:27-31; João 19:17)
  • Crucificação e Morte de Jesus (João 19:25-30)
  • O corpo de Jesus retirado da cruz (Salmo 130; Lucas 23:50-54; João 19:31-37)
  • O sepultamento de Jesus (Isaías 53:8; Lucas 23:50-56; João 19:38-42; Marcos 15:40-47)

O Coração de Maria é mencionado na Bíblia?

Duas vezes no Evangelho de São Lucas, ouvimos falar do coração de Maria. Após o nascimento de Jesus, Lucas 2:19 diz: “Maria, porém, guardava todas essas coisas, meditando-as em seu coração”. E depois que Maria e São José encontraram Jesus no Templo, após três dias de ausência, Lucas 2:51 diz: “A mãe [de Jesus] guardava todas essas coisas em seu coração”. Ambas as referências apontam para a vida interior de Maria, na qual ela meditava sobre os Mistérios que cercavam seu Filho.

O que significa consagrar-se ao Imaculado Coração de Maria?

Consagrar algo é separá-lo para Deus. Essa “santificação” identifica uma pessoa ou coisa como dedicada ao Seu serviço. Isso é demonstrado no Antigo Testamento, onde pessoas e coisas (os primogênitos, os sacerdotes, as ofertas, etc.) são entregues a Deus, e no Novo Testamento, onde Cristo é o consagrado enviado pelo Pai (João 10:36), que se consagra ao Pai em nosso favor (João 17:19) e por meio de quem nós mesmos somos consagrados (1 Pedro 2:9).

Quando nos consagramos ao Imaculado Coração, rededicamo-nos a Deus, imitando a consagração completa de Nossa Senhora na Encarnação (Lc 1,38) e sob a Cruz (Lc 2,35; Jo 19,25-27), e confiamo-nos a Ela para o cumprimento do nosso compromisso batismal. Como disse o Papa São João Paulo II na sua oração de consagração do mundo ao Imaculado Coração, em 25 de março de 1984:

. . . Diante de ti, Mãe de Cristo, diante do teu Imaculado Coração, eu hoje, juntamente com toda a Igreja, uno-me ao nosso Redentor nesta Sua consagração pelo mundo e pelos homens, que só no Seu Divino Coração tem o poder de obter o perdão e assegurar a reparação.

Uma Oração de Consagração a Maria

Ó Maria, Virgem poderosíssima e Mãe de misericórdia, Rainha do Céu e Refúgio dos pecadores, nós nos consagramos ao vosso Imaculado Coração.

Consagramos a ti o nosso próprio ser e toda a nossa vida; tudo o que temos, tudo o que amamos, tudo o que somos. A ti entregamos nossos corpos, nossos corações e nossas almas; a ti entregamos nossos lares, nossas famílias, nosso país.

Desejamos que tudo o que há em nós e ao nosso redor pertença a ti e participe dos benefícios da tua bênção maternal. E para que este ato de consagração seja verdadeiramente eficaz e duradouro, renovamos hoje a teus pés as promessas do nosso Batismo e da nossa primeira Comunhão.

Nós nos comprometemos a professar corajosamente e em todos os momentos as verdades da nossa santa Fé e a viver como convém a católicos devidamente submissos a todas as orientações do Papa e dos Bispos em comunhão com ele.

Nós nos comprometemos a guardar os mandamentos de Deus e de Sua Igreja, em particular, a santificar o Dia do Senhor.

Da mesma forma, nos comprometemos a fazer das práticas consoladoras da religião cristã, e acima de tudo, da Sagrada Comunhão, uma parte integrante de nossas vidas, na medida em que formos capazes de fazê-lo.

Por fim, prometemos-te, ó gloriosa Mãe de Deus e amorosa Mãe dos homens, dedicar-nos de todo o coração ao serviço do teu bendito culto, a fim de apressar e assegurar, pela soberania do teu Imaculado Coração, a vinda do reino do Sagrado Coração do teu adorável Filho, nos nossos corações e nos de todos os homens, na nossa pátria e em todo o mundo, assim na terra como no céu. Amém.

Publicado em EWTN – Global Catholic Network.

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus (Solenidade – 2025)

Conheça a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, qual a sua origem, como se popularizou, quais são as suas promessas e como praticá-la.

Quando é a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus em 2025?

Em 2025, celebraremos a festa do Sagrado Coração de Jesus no dia 27 de junho — oito dias depois da solenidade de Corpus Christi, conforme o decreto do Papa Pio IX.

Conheça a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, qual a sua origem, como se popularizou, quais são as suas promessas e como praticá-la.

É parte da cultura universal fazer referência ao coração quando o assunto é sentimento, especialmente amor. Sem dúvida, o coração é um símbolo do amor. Imagine então o coração do próprio Jesus! João foi o único apóstolo que teve a graça de se reclinar no peito de Jesus, na última Ceia. Ele ouviu o pulsar do Coração que mais amou os homens.

Neste artigo, você vai conhecer a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Ela pode ser considerada a fonte de todas as devoções, pois consiste numa devoção intimamente ligada ao Amor do próprio Deus por cada um de nós.

O que é a devoção ao Sagrado Coração de Jesus?

Na linguagem bíblica, o coração quer dizer “toda a pessoa na sua unidade de consciência, inteligência, liberdade. O coração indica a interioridade do homem, como também a sua capacidade de pensar: é a sede da memória, centro de escolhas e projetos.” 1 A devoção ao Sagrado Coração de Jesus revela, sobretudo, o infinito amor de Deus por cada um de nós, seus filhos. Sendo assim, é também um chamado para que aprendamos a amar como Ele nos amou — e ama.

Em primeiro lugar, Deus quis ter um coração de carne. Isso se torna evidente na Encarnação do Verbo, pois Ele se fez homem, através de Jesus Cristo, para nos amar com o coração de Seu Filho. “O objeto específico dessa devoção é o imenso amor do Filho de Deus, que O levou a entregar-se por nós à morte e a dar-se inteiramente a nós no Santíssimo Sacramento do Altar.” 2Dessa forma, a devoção ao Sagrado Coração resulta também na devoção a Jesus Eucarístico, portanto é um dogma de fé.

Ao se fazer homem, viver tudo como nós — exceto o pecado —, e ainda sofrer e morrer numa cruz, Cristo nos convence de que um coração humano é capaz de amar. E nos convence também do Seu amor por nós. Se para nós é difícil compreender que Deus, Criador de todo o universo, nos ama, talvez seja mais simples imaginar que um homem, humano como nós, nos ama e anseia pelo nosso amor.

Por isso, viver essa devoção é honrar de todas as formas possíveis — por meio de orações, adorações, agradecimentos etc. — tudo quanto Cristo fez por nós, especialmente entregar-se na Santa Eucaristia.

As origens da devoção

A França é filha primogênita da Igreja. Ela foi um berço de santos e também um lugar de aparições marianas, como La Salette (em 1846) e Lourdes (em 1858). E foi neste país que Deus quis também despertar a devoção ao Seu Sagrado Coração.

Alguns místicos na Idade Média, como Matilde de Magdeburg (1212-1283) e o Beato dominicano Enrico Suso (1295 – 1366) já cultivavam a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. E em 1672, João Eudes, sacerdote francês, celebrou esta festa pela primeira vez. 1 Mas foram especialmente com as revelações de Nosso Senhor feitas à mística francesa Santa Margarida Maria Alacoque, a partir de 1673, que a devoção se propagou ainda mais.

Santa Margarida Maria Alacoque

Santa Margarida Maria Alacoque nasceu em 1647. Era de uma família católica e recebeu uma boa formação cultural e religiosa. No entanto, seus pais hesitavam em deixá-la ir para o convento, como era sua vontade. Contudo, depois de ter sido curada de uma doença — tinha convicção da intervenção divina —, entra para a Ordem da Visitação, aos 24 anos.

Foi uma freira e mística francesa da Ordem da Visitação. Ela recebeu visões de Jesus e de Maria, as quais revelaram o poder do Sagrado Coração de Jesus. A primeira vez que o Senhor lhe apareceu — em 27 de dezembro de 1673 — foi na capela do convento Visitação de Paray-le-Monial, enquanto o Santíssimo Sacramento estava exposto e a santa em profundo recolhimento interior.

Na segunda aparição, a santa decide ofertar o seu coração a Cristo, que lhe adverte o quanto ela teria de sofrer dali em diante para que a devoção fosse difundida. Mas também a consola com a certeza de estar sempre unido a ela, como o esposo à esposa. Ela relatava todas as visões ao seu diretor espiritual, o padre jesuíta francês Jean Croiset, que encorajado pela própria Santa deixa uma grande obra escrita sobre a devoção ao Sagrado Coração de Jesus.

Por fim, o Senhor apresenta a Santa Margarida o seu desejo de que o Rei da França (Luís XIV) consagre a si mesmo e toda a sua corte ao Sagrado Coração de Jesus. Apesar de o pedido ter sido negado, e de toda a prudência da Igreja, muitos bispos permitiram a fundação de confrarias em honra a esta preciosa devoção ao longo do século XVIII. E, desde então, a devoção só aumentou. 3

Santa Margarida Maria Alacoque morre aos 43 anos, em 1690, depois de muito sofrer e lutar para propagar a devoção ao Sagrado Coração de Jesus.

As 12 promessas do Sagrado Coração de Jesus

Nas aparições de Nosso Senhor à Santa Margarida Maria Alacoque, Ele revela como está o seu coração, que é desprezado pelos homens diariamente: “Eis o Coração que tanto tem amado os homens, que a nada se poupou até se esgotar e consumir para testemunhar-lhes o seu amor; e em reconhecimento não recebo da maior parte deles senão ingratidões por meio das irreverências e sacrilégios, tibiezas e desdéns que usam para comigo neste sacramento de amor. E o que mais me custa é tratar-se de corações a mim consagrados os que assim me tratam.”

Mas, além das visões, o próprio Jesus revela que cumprirá grandes promessas na vida daqueles que se dedicarem, de fato, à devoção ao Seu Sagrado Coração. Não se sabe exatamente quem as enumerou em 12, como conhecemos hoje, mas é certo que elas estão contidas nas revelações, conforme os registros da própria Santa Margarida.

Conheça as 12 promessas

1ª: “A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de Meu Sagrado Coração”;

2ª: “Eu darei aos devotos de Meu Coração todas as graças necessárias a seu estado”;

3ª: “Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias”;

4ª: “Eu os consolarei em todas as suas aflições”;

5ª: “Serei refúgio seguro na vida e principalmente na hora da morte”;

6ª: “Lançarei bênçãos abundantes sobre os seus trabalhos e empreendimentos”;

7ª: “Os pecadores encontrarão, em meu Coração, fonte inesgotável de misericórdias”;

8ª: “As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas pela prática dessa devoção”;

9ª: “As almas fervorosas subirão, em pouco tempo, a uma alta perfeição”;

10ª: “Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais endurecidos”;

11ª: “As pessoas que propagarem esta devoção terão o seu nome inscrito para sempre no Meu Coração”;

12ª: “A todos os que comunguem, nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna”.

A popularização da devoção

Depois da morte de Santa Margarida, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus foi se popularizando cada vez mais. O processo de reconhecimento e aprovação da Igreja também é prudente, a Festa do Sagrado Coração de Jesus foi instituída quase dois séculos depois das aparições. No entanto, isso não impediu que muitos mantivessem uma devoção particular durante esses anos. Vamos conhecer agora alguns acontecimentos que contribuíram para propagar a devoção.

A revolta da Vendeia

A revolta da Vendeia acontece em meio à Revolução Francesa. A região da Vendeia era uma área rural que, anos antes da revolução, foi evangelizada por São Luís de Montfort. Ele esteve lá pregando em missões, e a fé do povo se manteve de tal forma que os princípios da revolução foram por ele contrariados. Mesmo com a pobreza da região, os camponeses se recusaram a invadir e tomar as terras da nobreza, porque estas não lhe pertenciam.

Era um povo simples, mas de muita fé. Conheciam os mandamentos que lhes foram ensinados pelo santo e diziam que fazer aquilo seria atentar contra os mandamentos “não roubar” e “não cobiçar as coisas alheias”. A pregação de São Luís contemplava também o culto mariano e a devoção ao Sagrado Coração de Jesus — o que foi refúgio para essa gente católica durante a revolução.

Logo, diversos homens e mulheres, nobres, padres e leigos se uniram para resistir à revolução e poderem viver a sua fé. A imagem do Sagrado Coração — como na visão de Santa Margarida: “um coração em chamas, coroado de espinhos e encimado por uma cruz”, 4 — passou a ser para eles um distintivo e também uma proteção contra os males da época.

Inclusive, muitas pessoas, durante a revolução, foram levadas à prisão e até mortas por confeccionar, distribuir ou portar a estampa do Sagrado Coração. Os contrarrevolucionários de Vendeia usavam uma insígnia do Sagrado Coração, onde se tinha escrito “Dieux le Roi“, que quer dizer, Deus é Rei.

Conheça a história dos Mártires do Sagrado Coração!

A recomendação dos Papas

A devoção foi sancionada em uma bula papal em 1794, pelo Papa Pio VI, a Auctorem Fidei. Na beatificação de Santa Margarida Maria Alacoque, pelo Papa Pio XI, ele diz: “Não havia nada mais caro ao Coração de Jesus do que acender no coração dos homens a mesma chama de amor que ardia no seu. A fim de alcançar este objetivo, Ele quis que se estabelecesse e se difundisse na Igreja a devoção ao seu Sacratíssimo Coração.”

Além disso, a devoção ao Sacratíssimo Coração de Jesus aparece recomendada por muitos outros pontífices no decorrer da história da Igreja. Papa Leão XIII, Inocêncio XII, Bento XIII, Clemente XIII, Pio VI e Pio IX contribuíram devotamente para a sua propagação. A encíclica Haurietis Aquas — promulgada em 15 de maio de 1956 —, do venerável Papa Pio XII, foi o maior documento pontifício a fundamentar com excelência a devoção, no que diz respeito a sua teologia. 5

Já Pio IX enfatizava a necessidade do sacrifício e da oração para que Nosso Senhor reinasse nos corações dos homens. Os Padres da Igreja viram no coração de Jesus aberto de Jesus, na Cruz, a origem dos sacramentos, a Eucaristia e sobretudo o sacerdócio. Também São João Paulo II afirma que o Coração de Jesus é fonte de santidade e que nele tem início a nossa santidade. É este coração que nos leva a compreender o amor de Deus e o mistério do pecado. 6

Festa litúrgica

Na segunda aparição, em 1675, depois de revelar Seu coração dilacerado, Jesus pede à Santa Margarida: “Por isso, que seja constituída uma festa especial para honrar meu Coração na primeira sexta-feira depois da oitava do corpo de Deus [Corpus Christi]. Comungue-se, nesse dia, e seja feita a devida reparação por meio de um ato de desagravo, para reparar as indignidades que recebeu durante o tempo que fica exposto sobre os altares. Eu te prometo que o meu Coração se dilatará, para derramar com abundância os benefícios de seu divino amor sobre os que lhe tributarem essa honra e procurarem que outros a tributem” 7

E, na última aparição de Nosso Senhor à Santa Margarida, Ele pede que seja instituída uma festa litúrgica para honrar o Seu Sagrado Coração. Depois de muitas dificuldades — como já previsto —, em 1856, o Papa Pio IX estabelece a Festa do Sagrado Coração de Jesus como obrigatória para toda a Igreja. Então, ela passa a ser celebrada na sexta-feira após a oitava de Corpus Christi, como pedido pelo próprio Cristo. Em 28 de junho de 1889, o Papa Leão XIII promulga um decreto por meio do qual a festa do Sagrado Coração de Jesus é elevada à dignidade de primeira classe no calendário litúrgico romano.

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Um livro para se aprofundar na Devoção ao Sagrado Coração de Jesus

As aparições de Nosso Senhor à Santa Margarida são um apelo para que possamos amar e reparar o Sagrado Coração de Jesus. Deus vem primeiro até nós, revela o Seu amor e nos convida a amá-lo de volta. Agora cabe a nós buscar os meios de responder a esse amor, como é o desejo do Seu Sacratíssimo Coração.

Uma das formas de fazer isso é se aprofundar no conhecimento da devoção. Para isso, um livro que pode nos ajudar é “A Devoção ao Sagrado Coração”, do Pe. Jean Croiset. Ele foi amigo do confessor de Santa Margarida Maria Alacoque, o qual acompanhou de perto os relatos de suas visões.

(…)

Livro sobre a devoção ao Sagrado Coração de Jesus

Esta preciosa obra conta com uma linguagem de fácil compreensão. É um livro completo sobre o tema. Ele vai te ajudar a entender no que consiste a devoção, a conhecer os meios para obtê-la e a colocá-la em prática — com exercícios e meditações para todas as semanas do ano. Além disso, ela apresenta orações próprias para dias específicos.

A própria Santa Margarida incentivou o padre a escrever tal obra para divulgar essa singular devoção. Por isso, este é um verdadeiro tesouro para a vida espiritual de todo católico que deseja corresponder ao amor de Jesus Cristo e reparar o Seu Coração tão desprezado e, muitas vezes, esquecido pelos homens.

(…)

Oração ao Sagrado Coração de Jesus

Sagrado Coração de Jesus ofereço-vos, através do Coração Imaculado de Maria, mãe da Igreja, em união com o Sacrifício Eucarístico, as orações, obras, sofrimentos e alegrias deste dia, em reparação das nossas ofensas e pela salvação de todos os homens, com a graça do Espírito Santo, para a glória do Pai Divino. Amém. 1

Reze também a Consagração ao Sagrado Coração de Jesus!

Referências

  1. Vatican News, SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS[][][]
  2. Pe. Jean Croiset S.J., Devoção ao Sagrado Coração de Jesus, Dois Irmãos, Minha Biblioteca Católica, p. 19. []
  3. Editorial MBC, Guia: Deus é Rei, Dois Irmãos, Minha Biblioteca Católica, p. 9.[]
  4. Editorial MBC, Guia: Deus é Rei, Dois Irmãos, Minha Biblioteca Católica, p. 60.[]
  5. Editorial MBC, Guia: Deus é Rei, Dois Irmãos, Minha Biblioteca Católica, p. 42.[]
  6. São João Paulo II, Homilia, Junho de 1999[]
  7. Editorial MBC, Guia: Deus é Rei, Dois Irmãos, Minha Biblioteca Católica, p. 54.[]

Publicado em Minha Biblioteca Católica.

Leia mais: ORAÇÕES JACULATÓRIAS – SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS.

Veja também: Filme A história de Santa Margarida Maria Alacoque e o Sagrado Coração de Jesus:

Solenidade de Corpus Christi: Cristo vive!

Conheça mais sobre a festa que pára as cidades do Brasil e do mundo: a solenidade de Corpus Christi, sua liturgia e como aumentar sua devoção.

Redação Minha Biblioteca Católica (19.06.2025)

Seja numa pequena capela no interior do Brasil ou na mais imponente Basílica Romana. Dentro de cada igreja há um trono reservado ao Rei dos Reis, sacramentado na Eucaristia. Eis o mistério da fé. O Deus Todo-Poderoso se deixa ser tocado num pedaço de pão e em um pouco de vinho. Aos olhos de quem não crê, isso é uma tremenda loucura. Mas para quem enxerga o mundo sob a ótica da fé católica, é algo mais que extraordinário.

Tanto é assim, que o Santíssimo Sacramento merece uma solenidade especial. E é aí que entra a Solenidade de Corpus Christi. Vamos refletir um pouco sobre esse dia tão importante cujo preceito deve ser cumprido na quinta-feira ou na quarta-feira a partir das vésperas.

O que é a Solenidade de Corpus Christi?

A Solenidade de Corpus Christi tem por objetivo exaltar o imensurável Amor divino ao nos dar por pura misericórdia a Eucaristia. Deveria ser inato a todo fiel católico uma reverência ímpar a Jesus sacramentado. Afinal, todos somos exortados a viver a Missa pelo menos todos os Domingos e dias santos de guarda. Dizemos viver porque, se muitos católicos nem vão à Igreja, um número ainda menor tem real dimensão do que acontece na Missa. 

Todas as vezes que estamos em uma celebração ou visitamos o sacrário, devemos sair do passivo e perigoso pensamento de que ali acontece algo ordinário. Rotina não é sinônimo de ordinário. Ou seja, quem tem a rotina de viver a Missa e visitar o Santíssimo Sacramento está criando uma rotina extraordinária. 

E aí está um ponto fundamental da Solenidade de Corpus Christi. Hinos, bençãos, procissão, leituras… Toda estrutura festiva pensada para que sempre tenhamos em mente que a Eucaristia é uma dádiva que jamais conseguiremos entender, por nossa própria razão, o tamanho. 

Conheça o que a Igreja ensina sobre a presença real de Cristo na Eucaristia.

Origens da festa do Corpo de Cristo

O que o Papa Urbano IV, Liège e Bolsena/Orvieto têm em comum? Eles estão diretamente conectados à origem da Solenidade de Corpus Christi. 

1) Liège
Nessa cidade da Bélgica havia uma mulher chamada Juliana, que na época era Priora da Abadia de Cornillon. Seria canonizada em 1599 pelo Papa Clemente VIII. Santa Juliana tinha visões da Lua com uma faixa escura que a atravessava. A Lua representava a Igreja e a faixa a ausência de uma solenidade que exaltasse o Santíssimo Sacramento. 

Santa Juliana comunicou essa visão a várias figuras do alto clero, inclusive a Jaques Pantaleão, que viria a se tornar, em 1261, o Papa Urbano IV.

2) Bolsena/Orvieto
Passava por Bolsena um sacerdote chamado Pedro de Praga que carregava uma inquietação em seu coração: não conseguia crer firmemente na presença real de Cristo na Eucaristia. Enquanto celebrava a Missa, durante o ato de consagração, a hóstia em suas mãos começou a sangrar e manchou o corporal. O Papa Urbano IV, que estava em Orvieto, tomou conhecimento do ocorrido e, profundamente comovido, decidiu instituir a Solenidade de Corpus Christi. Até hoje o corporal é preservado e reverenciado na Catedral de Orvieto. 

Não bastasse essa história maravilhosa, há a cereja do bolo. O Papa Urbano IV pediu a um certo dominicano que fizesse hinos específicos para essa solenidade. Os hinos? Tantum Ergo e Lauda Sion Salvatorem. O dominicano? Santo Tomás de Aquino. 

A liturgia da Solenidade de Corpus Christi

Começamos com a leitura do livro do Deuteronômio, na passagem em que Moisés exorta o povo dizendo que o próprio Deus os alimentou com o maná. Isso é uma clara prefiguração da Sagrada Eucaristia, da qual quem se alimenta não tem mais fome. 

Na segunda leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios já vemos como a realidade do sacramento já era firme logo nos primeiros anos da Igreja. Pois como diz São Paulo “O cálice da bênção, o cálice que abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? E o pão que partimos, não é comunhão com o corpo de Cristo? Porque há um só pão, nós todos somos um só corpo, pois todos participamos desse único pão.” 1

No Evangelho de São João, ouvimos do próprio Cristo: ‘Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo’. Interessantíssima é a indignação dos judeus que se perguntavam como isso seria possível. Ou seja, essa é uma realidade de fé que intrigava até quem a ouvia diretamente de Jesus. Ela só se torna cristalina para quem enxerga o mundo com os olhos da fé. 

Mas a riqueza desta Solenidade não se encontra somente nas leituras. O Papa João XXII publicou, no ano de 1317, o dever de levar Nosso Senhor sacramentado pelas vias públicas. É um momento único do nosso ano litúrgico, que deve ser vivido com muita piedade, entoando os hinos eucarísticos, enquanto Nosso Senhor passa pelas ruas abençoando o mundo. 

No Brasil e em Portugal, há ainda um bonito costume de ornar as ruas por onde o Santíssimo passará, com tapetes feitos de serragem e outros materiais que formam imagens relacionadas à nossa fé. O sentido é fazer uma homenagem à entrada de Jesus em Jerusalém recebido com ramos.

Tapetes de Corpus Christi em Curitiba (PR). Foto: Pedro Ribas/SMCS

Como aumentar a devoção ao Corpo de Cristo?

Precisamos fazer com que todos os dias sejam uma espécie de “solenidade particular” de Corpus Christi. Afinal, mesmo naquela missa de meio de semana, sem música e pompas, somos agraciados com o mesmo mistério. Então vão aqui algumas dicas: 

1) A Missa começa em casa. Quando você sair de sua casa, prepare seu coração para o que irá acontecer. Reze por alguns momentos entregando a Missa da qual irá participar. 

2) Ativamente, pense: Jesus ESTÁ VERDADEIRAMENTE na Eucaristia. Não deixe que essa realidade se transforme em uma mera ideia. 

3) Visite mais vezes o sacrário. Enquanto estamos correndo com nossos afazeres diários, Cristo repousa no sacrário, esperando o momento em que uma alma se toque disso e vá até Ele. Com certeza, em algum momento da semana, temos a possibilidade de entrar em uma igreja, nos ajoelhar e, em poucos minutos, conversar com Nosso Senhor. 

4) Não se distraia após a comunhão. Por alguns minutos, você se torna um sacrário vivo. Jesus bate na porta da cela do seu coração, fazendo referência a Santa Catarina de Sena. Então, entre em profundo recolhimento nesse momento. 

5) Reze a oração “Alma de Cristo”. Uma oração simples, maravilhosa e que molda a alma.

6) Participe de adorações. Alguns santuários são de adoração perpétua, mas nem todos os lugares possuem essa graça. A primeira quinta-feira do mês costuma ser dedicada à exposição e bênção solene do Santíssimo. Caso isso não ocorra na sua paróquia, converse com o Padre para tentar encaixar esse momento tão importante na rotina! 

Você já ouviu falar dos Milagres Eucarísticos? Saiba mais sobre ele neste artigo.

Referências

  1. [I Cor 10,16-17]

Publicado em Minha Biblioteca Católica.

Solenidade da Santíssima Trindade

15/06/2025

Tudo na vida começa e termina com o Sinal da Cruz, no qual invocamos Deus que é Uno e Trino (ou seja, que é um só Deus e, ao mesmo tempo, é Pai e Filho e Espírito Santo). É assim ao se levantar, ao tomar as refeições, ao iniciar os trabalhos, diante de um perigo e, por fim, na hora de ir dormir. A Santa Missa, a nossa comunhão com o Céu, começa e termina invocando-se a Santíssima Trindade. Sim, Deus é origem e fim de tudo em nossas vidas!

Por isso hoje a Igreja, tendo passado por todos os mistérios da nossa salvação durante o ano litúrgico (o nascimento, a paixão, a morte, a ressurreição e a ascensão de Cristo, e com o envio do Espírito Santo), faz-nos contemplar um mistério grandioso da nossa fé: a Santíssima Trindade.

Neste dia é oportuno não só recordar o que sabemos deste mistério de nossa fé, mas também lembrar que fomos batizados “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” e desde então chamados a viver a vida da Trindade, agora, aqui na terra, e depois no céu. Por isso hoje eu vos convido a contemplar o mistério e a lembrar o que ele significa em nossas vidas:

1. Contemplar o mistério: quem é Deus?

Uma das mais belas definições de Deus está numa das epístolas de S. João. Se lhe perguntássemos “Quem é Deus?”, o discípulo amado nos responderia: “Deus é amor” (1). E por essa definição podemos começar uma reflexão muito simples para perceber a Trindade:

Se Deus é amor, a quem Ele ama? Os homens? Sim, mas os homens começaram a existir há certo tempo. A quem Deus amava antes? O universo? Sim, mas também o universo foi criado, e em um determinado tempo não existia! Então Deus ama a si mesmo? Isso seria um egoísmo se Deus fosse uma pessoa só… então, isso quer dizer que…

Aqui surge a resposta que nos foi revelada por Cristo: Deus é Amor porque ama com amor infinito seu Filho. Eis a Santíssima Trindade: em Deus há um que ama (Pai), outro que é amado (Filho) e o amor que os une (Espírito Santo).

E quem nos revelou este mistério? Jesus Cristo! Ele nos revelou o Pai e nos deu o Espírito Santo. Se Cristo não nos tivesse revelado nunca saberíamos que Deus é assim! Foi o que disse S. Tomás de Aquino (2).

Pouco a pouco, como um bom professor (na pedagogia divina), Deus foi nos revelando quem Ele É. No Antigo Testamento fica bem claro que há um só Deus, evitando assim o erro do politeísmo (3). Deus falou-nos como se fala com um amigo, assim como ouvimos na Primeira Leitura na experiência de Moisés!

E no Novo Testamento Jesus confirma que Deus é um, mas diz também que Nele existem três Pessoas diferentes. Por isso ouvimos no Evangelho aquela conversa noturna com Nicodemos, em que Cristo revela tesouros preciosos sobre a nossa fé, principalmente sobre a Trindade!

É claro que amor é mistério, ou seja, vai além da razão. Não seria possível apenas com os nossos raciocínios e a nossa capacidade intelectual chegar a essa conclusão. E ainda que Deus tenha nos revelado em Jesus quem Ele é, a penumbra do mistério vai continuar sempre, nesta vida, até o dia em que “ante o fulgor daquela luz, não haverá duvidas” (4).

2. Viver o mistério: Deus nos ama e mora em nós!

a) Como Deus nos ama?

  • Tanto Deus amou o mundo que nos criou: Ele nos amou desde o princípio, quando nos tirou do nada. É por seu amor que somos sustentados na existência. Se por um minuto Deus deixasse de nos amar (de pensar em nós) desapareceríamos, para sempre!
  • Tanto Deus amou o mundo que nos redimiu: Tendo o pecado nos afastado Dele, Ele veio em nosso socorro. E por isso enviou seu Filho que nos mostrou o rosto misericordioso do Pai e pagou o preço do nosso regaste, se fazendo vítima por nossas ofensas.
  • Tanto Deus amou o mundo que nos santifica: E tudo isso começou pelo Batismo, quando as portas do céu foram abertas para nós. E o Espírito Santo nos conduz para que não nos desviemos do caminho. E assim caminhamos para a vida eterna, que não é outra coisa senão Deus mesmo.

b) Como Deus mora em nós?

É importante falar também no dia de hoje sobre o “mistério da inabitação divina”, ou seja, da presença de Deus na alma humana através da Graça. “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada” (5). É o mistério da adoção divina. É de certa forma já uma antecipação do Céu…

Foi para isso que fomos criados, redimidos e santificados! Somos criaturas que foram elevadas à ordem sobrenatural. E assim podemos conhecer e amar a Deus. Desde o batismo Deus mesmo mora na alma humana e a conduz para viver para sempre na intimidade divina.

Por fim, chamo a atenção para a bela a oração de Moisés ao Senhor, na primeira leitura: “Caminha conosco!” (Ex 34, 9). Pela divina revelação de Cristo podemos fazer uma oração mais ousada que a de Moisés: “Senhor, vem morar em nós para que possamos morar em Vós!”.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio agora e sempre, por todos os séculos dos séculos. Amém!

(1) Cf. 1Jo 4, 8.16. (2) cf. Suma Teológica, I, q. 32, a.1. (3) Cf. Dt 6, 4. (4) S. Agostinho, De Trinitate, L. XV, c. 25, n. 45. (5) Jo 14, 23.


Textos para meditação

01 | Disse S. Catarina de Sena: “Tu, Trindade eterna, és mar profundo, no qual quanto mais penetro, mais descubro, e quanto mais descubro, mais te busco” (S. Catarina de Sena, Diálogo, 167).

02 | Sabemos que Deus começa a fazer morada em nós pelo Batismo, mas é pela Eucaristia que toda a Trindade passa a nos ser ainda muito mais íntima. Foi o que disse um abade beneditino: “A alma que acaba de comungar é um verdadeiro santuário, porque a Eucaristia, ao comunicar-lhe o corpo e o sangue de Cristo, lhe dá além disso a divindade do Verbo unido em Jesus com laços indissolúveis à natureza humana. (…) Quando a Trindade fixa em nós sua morada nossa alma se converte no céu, onde se realizam as misteriosas operações da vida divina” (Dom Columba Marmion, Jesuscristo em sus mistérios, Ed. Difusión Chielena S.A., Santiago: 1943, p. 437-438).

03 | Se Deus é comunhão, e como somos feitos a sua imagem e Ele mora em nós, nós só nos realizamos no amor, na vida fraterna. É o que São Paulo nos fala na sua Epístola aos Coríntios. Os gestos concretos dessa presença divina em nós são: alegria, aperfeiçoamento, coragem, concórdia e a paz.  É desta carta, vale lembrar, que a Igreja tira a saudação utilizada no início da Missa: “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós (2Cor 13, 13).

04 | “Oh, meu Deus, Trindade a quem adoro! Ajuda-me a esquecer-me totalmente de mim, para estabelecer-me em Vós, imóvel e tranquila, como se minha alma estivesse já na eternidade. Que nada possa perturbar minha paz, nem fazer-me sair de Vós. Oh meu imutável! Senão que a cada minuto me mergulhe mais na profundidade de vosso mistério” (Elisabete da Trindade, Notas Íntimas, em Obras Selectas, BAC, Madrid: 2000, p. 110-112).

Padre Anderson Santana Cunha

Publicado em Pastor Bonus.

MISSA DE INÍCIO DE PONTIFICADO DO PAPA LEÃO XIV (Domingo – 18.05.2025)

Publicado em Brasil Paralelo.

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SAIBA MAIS

Publicarei, em breve, neste blog, outros aspectos a respeito do futuro Papado do Santo Padre, Leão XIV, e sobre seu ideário.

Robert Prevost, 69, é o novo papa Leão 14, primeiro americano da história – ROMA, ITÁLIA (FOLHAPRESS).

(Obs.: O trecho da matéria, com conteúdo rico em informações, foi editado sem a continuidade do raciocínio do autor, no caso, André Fontenelle: “Ele é tido como mais progressista no campo social do que outros cardeais americanos —considerados conservadores e, em muitos casos, opostos a Francisco—, mas sem inclinação para…”).

De Chicago ao Vaticano: conheça a trajetória de Leão XIV, eleito papa aos 69 anos – Brasil Paralelo.

A Paixão do Senhor segundo São Lucas – Homilia Dominical (Domingo de Ramos da Paixão do Senhor)

O Domingo de Ramos marca a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, mas também é o único domingo dedicado a uma meditação especial sobre sua Paixão, que, neste ano, é narrada pelo Evangelho de São Lucas.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 22, 14 -23, 56)

Neste domingo, celebramos o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, que marca o início da Semana Santa. Chegamos, portanto, ao final dos quarenta dias de jejum e penitência, a Quaresma — período especialíssimo para vivermos, com verdadeira devoção, a Paixão de Cristo. 

O Domingo de Ramos marca a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, mas também é o único domingo dedicado a uma meditação especial sobre sua Paixão. Embora a Sexta-feira Santa seja a ocasião própria para isso, ela não é um dia de preceito e não há Missa propriamente, apenas a Celebração da Adoração da Cruz. Como nem todos participam das celebrações do Tríduo Pascal, a Igreja garante que, pelo menos no Domingo de Ramos, os fiéis ouçam a narrativa da Paixão de Nosso Senhor.

Neste ano, seguimos o relato de São Lucas sobre a Paixão, que possui detalhes singulares. A descrição começa na Última Ceia, onde Jesus institui a Eucaristia, entregando-se completamente. São Pedro, entusiasmado, acredita estar pronto para agir de modo semelhante a Jesus. Essa cena nos convida a refletir sobre nossa atitude ao comungar: ao receber a Eucaristia, não apenas nos aproximamos de Jesus, mas somos chamados a nos doar como Ele. Frequentemente, como Pedro, acreditamos estar preparados, sem perceber nossas fragilidades.

No Evangelho de São Lucas, Jesus nos desmascara, mas também nos assegura que está rezando por nós. Pedro, cheio de entusiasmo, declara: “Senhor, eu estou pronto para ir contigo até mesmo à prisão e à morte” (Lc 22, 33). Porém, Jesus o adverte: “Simão, Simão, olha que Satanás pediu permissão para vos peneirar como trigo. Eu, porém, rezei por ti, Pedro, para que a tua fé não se apague. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos, confirma os teus irmãos” (Lc 22, 31-32). Nosso Senhor também diz a Pedro que, antes que o galo cante, por três vezes o Apóstolo o negaria. Apesar disso, Jesus já intercede por ele, para que sua fé não se apague e, depois de convertido, fortaleça os irmãos. Esse diálogo exclusivo de Lucas nos mostra que Jesus nos escolhe para uma missão, mas também conhece nossas quedas. Diferente de nós, que muitas vezes rompemos alianças por causa de traições, Jesus já prevê nossas falhas e, mesmo assim, reza por nossa conversão, esperando que voltemos a Ele.

De fato, é maravilhoso saber que Nosso Senhor reza por nós. Ao comungarmos, oferecemos nossa vida a Ele, que conhece nossa fraqueza e já intercede por nós. Assim, mesmo nossas quedas podem se tornar oportunidade de fortalecer os irmãos, pois, uma vez restaurados, somos chamados a confirmar a fé dos outros. Assim como rezou por Pedro, Jesus reza por cada um de nós.

Após a Última Ceia, Jesus segue com Pedro ao Horto das Oliveiras e pede que os Apóstolos orem para não caírem em tentação. Ele próprio se afasta e, de joelhos, começa a rezar. São Lucas destaca detalhes únicos dessa agonia: o suor de Jesus se torna como gotas de sangue e um anjo é enviado a fim de consolá-lo. Enquanto Cristo enfrenta sua grande provação, Pedro e os outros Apóstolos, em vez de rezarem, dormem. Essa cena nos ensina que, assim como Jesus pediu oração aos Apóstolos, Ele também nos chama a vigiar e a orar, mesmo quando nos sentimos sozinhos.

Podemos contemplar a imensa solidão de Jesus no Horto das Oliveiras, carregando o peso dos pecados do mundo e suando sangue em sua agonia. Ele esperava o consolo da oração dos Discípulos, mas encontrou apenas o silêncio. No entanto, sua súplica não ficou sem resposta: Deus enviou um anjo para confortá-lo. Esse detalhe, único no relato de Lucas, lembra-nos que também não estamos sozinhos em nossas angústias. Mesmo quando o mundo parece nos abandonar, Deus nos ampara.

Embora Lucas não mencione, podemos imaginar que Maria, mesmo sem estar no Horto das Oliveiras em pessoa, acompanhava tudo em oração. O anjo que consolou Jesus talvez não tenha sido fruto das orações de Pedro, que dormia, mas das súplicas da Virgem Santíssima. Assim como muitas mães intercedem por seus filhos à distância, Maria, em espírito, pode ter enviado esse anjo para fortalecer seu Filho em sua missão. Este é um belo papel materno: sustentar os filhos com a oração, mesmo quando não é possível estar fisicamente ao lado deles.

Após a prisão de Jesus, Pedro o negou três vezes no palácio do sumo sacerdote. Ao perceber sua traição, o Apóstolo sai e chora amargamente, como relata o versículo 62: “Então Pedro saiu para fora e chorou amargamente” — “flevit amare”. Naquele momento, o choro de Pedro revela que ele enfrentava a tentação do desespero, como Judas. A diferença foi a oração de Jesus, que o sustentou e ajudou-o a reencontrar seu caminho.

À vista dessa realidade, precisamos recordar, especialmente a quem se sente desanimado ou afastado de Jesus neste Domingo da Paixão: Ele está rezando por nós — “ad interpellandum pro nobis”. Nos momentos de solidão e angústia, a Virgem Maria intercede e envia os anjos para nos consolar. Nunca estamos sozinhos. Mesmo em meio às nossas dores, Cristo está diante de Deus, sempre vivo, intercedendo por nós. Diante da grande tragédia redentora da Paixão, reconheçamos também nossas próprias dores e sofrimentos, sabendo que estamos unidos a Ele em sua Paixão.

Então, Jesus é conduzido ao tribunal, onde é condenado pelos sumos sacerdotes e, em seguida, levado a Pilatos. Este, ao saber que Ele é galileu, recusa-se a julgá-lo e envia-o a Herodes, que o interroga insistentemente, mas Jesus permanece em silêncio. Frustrado, Herodes devolve-o a Pilatos, que declara: “Como podeis ver, ele nada fez para merecer a morte. Portanto, vou castigá-lo e o soltarei” (Lc 23, 15-16). No entanto, a fraqueza de Pilatos, que busca agradar a multidão e preservar sua própria posição, resulta na condenação injusta do inocente. O povo, inflamado, clama em uníssono: “Crucifica-o!”.

Na crucificação, São Lucas nos apresenta uma cena singular: enfatiza que Jesus foi pregado na Cruz entre dois malfeitores. No Calvário, ao ser despojado das suas vestes e transpassado pelos pregos, Jesus não apenas disse, mas “ia dizendo”: “Pai, perdoai-lhes, eles não sabem o que fazem” (Lc 23, 34). O uso do tempo verbal imperfeito indica que essa oração foi repetida por um certo período, tornando-se uma súplica contínua. Mel Gibson, em “A Paixão de Cristo”, captou essa nuance ao mostrar Jesus repetindo o pedido de perdão enquanto sofria. Esse detalhe, exclusivo do Evangelho de São Lucas, revela-nos a profundidade do amor e da misericórdia de Cristo, preparando o cenário para o extraordinário diálogo com o Bom Ladrão.

Somente São Lucas nos transmite esse diálogo marcante na Cruz. Um dos malfeitores blasfema contra Jesus, desafiando-o a provar seu poder: “Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!” (Lc 23, 39). Em vez de demonstrar humildade e fé diante da morte, ele transforma sua súplica em tentação e desafio. O outro, identificado pela tradição como Dimas, repreende-o: “Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma condenação? Para nós, é justo, porque estamos recebendo o que merecemos; mas Ele não fez nada de mal” (Lc 23, 41). Nesse ato de contrição, o Bom Ladrão reconhece tanto a própria culpa quanto a inocência de Nosso Senhor. Esse reconhecimento da verdade ilumina seu coração, levando-o a pronunciar uma súplica cheia de esperança: “Senhor, lembra-te de mim quando entrares no teu reino”. Em resposta, Cristo realiza a primeira canonização da história, garantindo-lhe: “Ainda hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23, 43). 

O Bom Ladrão, ao olhar para Jesus na Cruz, vê um homem condenado à morte, alguém que em breve morrerá e será sepultado. Todavia, ao reconhecer seu próprio pecado e a inocência de Cristo, recebe a luz da fé. Diante daquele que, aos olhos do mundo, parecia derrotado, ele enxerga um rei e suplica: “Senhor Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino” (Lc 23, 42). Qualquer um que testemunhasse aquela cena veria apenas um homem humilhado e moribundo, mas o Bom Ladrão reconhece ali a fonte da graça. Por isso, recebe a promessa extraordinária de Jesus: “Em verdade eu te digo, ainda hoje estarás comigo no paraíso”. À vista disso, como nos recorda o “Dies irae”, quem não perde o temor de ser condenado ao ver a salvação do Bom Ladrão? 

Jesus finalmente morre na Cruz, pronunciando suas últimas palavras, registradas apenas por São Lucas: “Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito” (Lc 23, 46). Essa frase ressoa profundamente, sendo repetida tantas vezes na Sexta-feira Santa. O Evangelho de São Lucas, em seu início, apresenta Jesus, ainda menino, no Templo, dizendo a Maria: “Não sabíeis que eu devo cuidar das coisas do meu Pai?” (Lc 2, 49) e encerra-se com essa entrega total ao Pai. A primeira e a última palavra de Cristo é “Pai”, revelando a confiança absoluta do Filho. Enquanto o mundo gritava que Deus o havia abandonado, Jesus responde entregando-se inteiramente ao amor do Pai, como se dissesse: “O Pai não me abandonou, sou eu quem me abandono aos seus braços”.

Este Evangelho tão rico e repleto de ensinamentos nos convida a uma profunda reflexão. Estamos no tempo favorável da conversão, na Semana Santa, e não devemos deixar passar a Páscoa sem buscar a Confissão e a reconciliação com Nosso Senhor. Assim como Cristo rezou por Pedro, Ele também intercede por nós em nossas fraquezas. Se, a exemplo do Bom Ladrão, reconhecermos nossos pecados e a inocência de Cristo, ouviremos d’Ele a mesma promessa: “Estarás comigo no paraíso”. Entreguemo-nos, portanto, ao Pai, confiando-lhe nossa vida e nossos sofrimentos — assim como Jesus se entregou na sua Cruz.

Publicado em padrepauloricardo.orgChristo Nihil Præponere (“A nada dar mais valor do que a Cristo”) – (11.04.2025).

A devoção dos cinco primeiros sábados do mês ao Imaculado Coração de Maria

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05 de abril de 2025 (Primeiro sábado do mês de abril)*

Além de ser um ano jubilar, 2025 marca o centenário do pedido de Nossa Senhora à Irmã Lúcia, uma das videntes de Fátima, para a instituição da devoção dos cinco primeiros sábados como reparação pelas ofensas feitas ao Seu Imaculado Coração.

Oito anos após as aparições da Virgem aos três pastorinhos de Fátima, Maria teria reaparecido à Irmã Lúcia no convento de Pontevedra, na Espanha, no dia 10 de dezembro de 1925. Durante essa aparição, a Virgem Maria teria solicitado a instituição da devoção dos cinco primeiros sábados como reparação pelas ofensas feitas ao Seu Imaculado Coração.

Ela teria dito à irmã Lúcia: “Olha, minha filha, o meu Coração cercado de espinhos com que os homens ingratos me ferem a todo o momento com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, procura consolar-me e digo que prometo assistir na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação, a todos os que, no primeiro sábado de cinco meses seguidos, se confessarem, receberem a Sagrada Comunhão, rezarem um terço e me fizerem companhia durante quinze minutos, meditando nos mistérios do Rosário, com o fim de me fazerem reparações.”

Desde séculos, o sábado é um dia da semana dedicado à Maria. Segundo uma tradição antiga atribuída ao monge beneditino Alcuíno (735-804), conselheiro de Carlos Magno, a liturgia consagra os sábados à Virgem Maria. Em 1905, o Papa Pio X concedeu indulgências para os fiéis que praticassem uma devoção mariana aos primeiros sábados de doze meses consecutivos em honra da Imaculada Conceição. Em 1917, durante a aparição de 13 de julho em Fátima, a Virgem menciona pela primeira vez “os primeiros sábados”: “Para evitar a guerra, Eu virei pedir a consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração e a Comunhão reparadora dos Primeiros Sábados”. Essa devoção foi difundida pela Irmã Lúcia, mas ainda não obteve uma aprovação oficial da Igreja Católica.

Um ato de reparação

Em que consiste exatamente essa devoção? Ela envolve quatro gestos, a serem realizados no primeiro sábado de cada mês durante cinco meses consecutivos: confessar-se, comungar, rezar um terço e meditar por quinze minutos sobre os quinze mistérios do rosário. Esses quatro atos devem ser realizados com o intuito de reparar as ofensas feitas ao Imaculado Coração de Maria.

A devoção dos cinco primeiros sábados é, acima de tudo, um ato de reparação: os cinco sábados são necessários para reparar os cinco tipos de ofensas e blasfêmias cometidas contra o Imaculado Coração de Maria. Essas ofensas incluem as blasfêmias contra a Imaculada Conceição, contra sua virgindade, contra sua maternidade divina, contra aqueles que tentam incutir nos corações das crianças indiferença, desprezo ou ódio por Maria, e finalmente, as ofensas contra as santas imagens de Maria.

A prática dessa devoção também teria o poder de garantir a salvação pessoal. A Virgem promete assistir na hora da morte todos aqueles que realizarem plenamente a devoção dos cinco sábados.

Uma devoção necessária para alcançar a paz

Além da reparação das ofensas e da salvação pessoal, há um terceiro aspecto fundamental ligado a essa devoção: a paz no mundo. Em uma carta datada de 19 de março de 1939, a Irmã Lúcia escreveu ao Padre Aparício que “da prática da devoção dos Primeiros Sábados, unida à consagração ao Imaculado Coração de Maria, depende a guerra ou a paz do mundo.” Em tempos tão conturbados por diversos conflitos, a Aliança Salve Corda, uma iniciativa laica lançada em 2016 por Régis de Lassus, convida a redescobrir essa devoção e a formar ou participar de grupos locais e autônomos, chamados “Cidades do 1º sábado do mês”, onde os membros se encontram a cada primeiro sábado para cumprir as quatro solicitações da Virgem Maria.

Além disso, por ocasião do Jubileu e do Centenário da devoção, os primeiros sábados de cada mês serão solenemente celebrados em 2025 em um grande santuário mariano. Uma peregrinação local será organizada e os fiéis do mundo inteiro são convidados a se unir realizando os atos solicitados a partir de seu local de residência, em união com o santuário. Doze santuários foram escolhidos, cada um relacionado a um dos doze mistérios do Rosário.

Publicado em Aleteia.

* Acréscimo meu. Também fiz o acréscimo “ao Imaculado Coração de Maria” no título publicado pela Aleteia.

Observações: (1) A Memória do Imaculado Coração de Maria se deu no primeiro sábado de 2025, em 04 de janeiro. (Fonte: Internet) (2) “Em 25 de março de 2022, o papa Francisco consagrou a Rússia ao Imaculado Coração ao lado da Ucrânia, com os dois países explicitamente mencionados em meio à Invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, durante a Guerra Russo-Ucraniana.” (Fonte: Wikipédia).

Leia também:

Fátima, os primeiros sábados e a consagração da Rússia (Aleteia): “Muitos esquecem que Nossa Senhora de Fátima pediu que a devoção dos primeiros sábados fosse amplamente observada para garantir a conversão da Rússia“.

Ucrânia (Aleteia).

Castíssimo Coração de São José: lições que podemos com ele aprender

São José – Patrono da Sagrada Família – Solenidade – 19 de Março (*)

Wikipédia

O Castíssimo Coração de São José, esposo da Virgem Maria e pai adotivo de Jesus Cristo, é um símbolo de pureza, amor, fé e obediência. Através de sua vida exemplar, podemos aprender valiosas lições que nos guiam em nossa jornada de fé e crescimento espiritual.

1. Pureza de coração:

São José, guardião da Sagrada Família, nos ensina a importância da pureza de coração. Sua castidade não se limitava à abstinência sexual, mas se manifestava também em sua total entrega a Deus e à sua missão. Ele nos convida a cultivar um coração livre de vícios e paixões desordenadas, buscando sempre a santidade em nossos pensamentos, palavras e ações.

2. Amor incondicional:

O amor de São José por Maria e Jesus era puro, sacrificial e abnegado. Ele dedicou sua vida ao cuidado e proteção da Sagrada Família, renunciando aos seus próprios sonhos e ambições. Sua devoção nos inspira a amar com generosidade, colocando as necessidades do próximo à frente das nossas.

3. Fé inabalável:

Diante das provações e desafios, São José manteve sua fé inabalável em Deus e confiante na Providência Divina. Sua fé nos ensina a perseverar em meio às dificuldades, confiando na infinita misericórdia de Deus.

4. Obediência fiel:

São José foi um homem obediente à vontade de Deus. Em cada passo de sua vida, ele se colocava à disposição do Senhor, cumprindo com fidelidade os planos divinos. Sua obediência nos convida a discernir a vontade de Deus em nossas vidas e a segui-la com docilidade e prontidão.

5. Humildade profunda:

São José, apesar de sua posição elevada como pai adotivo de Jesus, foi um homem humilde e simples. Ele reconhecia sua total dependência de Deus e não buscava reconhecimento ou glória pessoal. Sua humildade nos ensina a cultivar a mansidão e a reconhecer que tudo o que somos e temos vem de Deus.

Conclusão:

O Castíssimo Coração de São José é um farol que nos guia em nossa jornada de fé. Ao contemplar suas virtudes, podemos aprender a cultivar a pureza de coração, o amor incondicional, a fé inabalável, a obediência fiel e a humildade profunda. Que a intercessão de São José nos inspire a viver uma vida santa e agradável a Deus, seguindo seus passos de amor, fé e devoção.

Reflexão:

  • Como posso cultivar a pureza de coração no meu dia a dia?
  • De que maneira posso demonstrar amor incondicional pelas pessoas que me rodeiam?
  • Como posso fortalecer minha fé em Deus, mesmo diante das dificuldades?
  • O que posso fazer para ser mais obediente à vontade de Deus?
  • Como posso ser mais humilde de coração?

Oração:

Ó São José, castíssimo esposo da Virgem Maria e pai adotivo de Jesus Cristo, a ti recorremos com filial confiança. Te pedimos que nos ensines a cultivar a pureza de coração, o amor incondicional, a fé inabalável, a obediência fiel e a humildade profunda. Que o teu testemunho nos inspire a viver uma vida santa e agradável a Deus, seguindo teus passos de amor, fé e devoção. Amém.

São José, rogai por nós!

Publicado em Paróquia Coração de Maria (Claretianos) – Londrina- PR.

* Acréscimo meu.

São João da Cruz – Memória – 14 de dezembro

Origens

Juan de Yepes era seu nome de batismo. Nasceu em 1542, em Fontivaros, pertencente à província de Ávila, na Espanha. Seu pai, Gonzalo de Yepes, descendia de uma família tradicional e rica de Toledo. Porém, por ter se casado com uma jovem de família humilde, perdeu os direitos da herança. Catarina Alvarez, sua esposa e mãe de São João da cruz, era vista como sendo de classe inferior. Gonzalo, pai de São João da Cruz, faleceu ainda jovem, quando João ainda era uma criança. Por isso, a viúva, desprezada pela família do marido e obrigada a trabalhar para sobreviver, mudou-se com os filhos para a cidade de Medina.

Trabalho e vocação

Em Medina, João, já jovem, começou a trabalhar. Ele tentou algumas profissões. A última foi a de ajudante no hospital da cidade. À noite, João estudava gramática no colégio dos jesuítas. Sob a influência dos padres da Companhia de Jesus, a espiritualidade do jovem João de Yepes desabrochou. Por isso, aos vinte e um anos, ele entrou na Ordem Carmelita, procurando uma vida de oração profunda.

Estudos e caridade

Após o noviciado, João de Yepes foi transferido para a Universidade de Salamanca, com o objetivo de terminar o estudo da filosofia e da teologia. Mesmo cursando a Universidade, que exigia dele toda a dedicação aos estudos, João encontrava tempo para a caridade e fazia questão de visitar os doentes nos hospitais ou nas residências, onde prestava seu precioso serviço de enfermeiro.

Santa Tereza de Ávila cruza seu caminho

João foi ordenado sacerdote quando tinha vinte e cinco anos. Nessa ocasião, mudou seu nome para João da Cruz, pois já tinha o desejo de se aproximar dos sofrimentos da cruz de Cristo. Por causa disso, achava a Ordem dos Carmelitas muito suave, sem austeridade. Pensou, inclusive, em entrar numa congregação mais austera. Foi nessa ocasião que Madre Tereza de Ávila atravessou seu caminho. Na época, ela tinha autorização fundar conventos reformados da Ordem Carmelita. Tinha também autorização de todos os superiores da Espanha para intervir nos conventos masculinos. O entusiasmo de Santa Tereza contagiou o Padre João da Cruz e ele começou a trabalhar na reforma da Ordem Carmelita, voltando às origens da mesma, procurando reviver em todos o carisma fundante da Ordem e ajustando a disciplina.

Formador A partir de então, a Ordem Carmelita encarregou o Pe. João da Cruz na missão formador dos noviços. Por isso, ele assumiu o posto de reitor de um convento dedicado à formação e aos estudos dos novos carmelitas. Assim, ele contagiou um grande número de carmelitas e, por conseguinte, reformou vários conventos.

Barreiras e perseguições

Como era de se esperar, padre João da Cruz começou a enfrentar dificuldades dentro da Ordem. Conventos inteiros e vários superiores se opuseram às reformas quando ele começou a aplica-las efetivamente. Por isso, ele passou por sofrimentos insuportáveis se não fossem vistos com os olhos da fé. Chegou, por exemplo, a ficar preso durante nove meses num convento que recusava terminantemente a reforma proposta por ele. Tudo isso sem contar as perseguições que começaram a aparecer de todos os cantos.

Paciência, fé e louvor

Testemunhas dizem, no entanto, que Pe. João da Cruz fez jus ao nome que escolheu abraçando a cruz, os sofrimentos e as perseguições com alegria e louvor a Deus. E esta foi a grande marca de sua vida, além de seus escritos preciosos. São João da Cruz abraçou o sofrimento com prazer, desejando ao máximo, sofrer como Cristo e unir seus sofrimentos aos do Mestre, em sacrifício pela própria conversão e também da Igreja.

Doutor da Igreja

O espírito de sacrifício, o fugir das glórias humanas, a busca da humildade, a oração profunda e o conhecimento da Palavra de Deus renderam a São João da Cruz vários escritos de grande profundidade teológica e sabedoria divina. Dentre eles, destacam-se os livros Cântico Espiritual, Subida do Carmelo e Noite Escura. Por isso, ele foi aclamado Doutor da Igreja, equiparado a Santa Tereza de Ávila, também Doutora. Deixou uma grande obra escrita, que é lida, estudada e seguida até hoje por religiosos e leigos.

Apenas três pedidos a Deus

Os biógrafos de São João da Cruz relatam que ele sempre fazia três pedidos a Deus. Conta-se que ele pedia, insistentemente, três coisas a Deus. Primeiro, que ele tivesse forças para sofrer e trabalhar muito. Segundo, que ele não saísse deste mundo estando no cargo de superior de nenhuma comunidade. E, terceiro, que ele tivesse a graça de morrer humilhado e desprezado por todos, como aconteceu com Jesus. Isto fazia parte de sua mística: igualar-se ao máximo a Jesus no momento de sua paixão.

Três pedidos atendidos

Pouco antes de falecer, São João da Cruz passou, de fato, por grandes sofrimentos, advindos de calúnias e incompreensões. Foi destituído de todos os cargos que ocupava na Ordem Carmelita e passou os últimos meses de sua vida no abandono e na solidão. Antes de falecer, sofreu de uma terrível doença, sempre louvando e agradecendo a Deus por tudo. Faleceu no Convento de Ubeda, Espanha, no dia 14 de dezembro de 1591, tendo somente quarenta e nove anos. A reforma da Ordem Carmelita Descalça proposta por ele, por fim, tornou-se realidade. Pouco tempo após sua morte, São João da Cruz passou a ser venerado e seguido pelos seus confrades. Em 1952 foi aclamado como o Padroeiro dos Poetas da Espanha.

Oração a São João da Cruz (extraída do Primeiro dia da Novena)

“Glorioso São João da Cruz, que desde vossa infância fostes terno amante de Maria Santíssima e da cruz de seu Santíssimo Filho, merecendo por este amor ser protetor singular das almas aflitas e desconsoladas: Vos suplico, Pai meu, interponhais vossos rogos para com Mãe e Filho a fim de que me concedam viva fé, firme esperança, fervente caridade e terníssimo amor à cruz de meu Senhor, em cujo exercício viva e more amparado sempre de sua graça, e também consiga, se me convém, o que peço nesta novena. Amém.”

São João da Cruz, rogai por nós!

Publicado em IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA – Largo do Machado – Catete – Rio de Janeiro – RJ

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Solenidade de Jesus Cristo – Rei do Universo -24 de novembro de 2024

24 novembro 2024

Hoje celebramos o nosso Rei! Jesus é Rei! Ele é o Rei do reino de Deus, teve uma coroa, mas espinhos; como cetro uma cana; um manto púrpura e como trono a Cruz!

Jesus Cristo é Rei do Universo e, no entanto, o Evangelho apresenta Jesus diante de Pilatos, no momento da entrada na sua Paixão… pobre, humilde, humilhado e torturado!

Que paradoxo da nossa fé! “JESUS DE NAZARÉ, REI DOS JUDEUS”

Não é pela coerção, nem diminuindo a nossa liberdade que Jesus quer reinar. Ele o faz  destruindo o mal e pelo poder do seu amor.

Ele quer libertar os nossos corações pelo amor para nos tornar capazes de escolhê-Lo! Porque Ele é o único caminho, a única verdade e a única vida!

Como entrar nesta verdade? 

“Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz” João 18:37

1. Escutando a sua voz para acolher o desígnio de Deus 

– “O meu reino não é deste mundo” João 18:36

A glória de Deus está muito além do que podemos imaginar. 

O plano de Deus ultrapassa-nos infinitamente. 

– no tempo: “desde sempre e para sempre” Salmos 103:17, “Eu sou o alfa e o ômega” Apocalipse 22:13, “Seu domínio é um domínio eterno que não acabará” Daniel 7:14

– na loucura do seu amor: o Rei da verdade entrega a sua vida pelo seu povo para que se realize o desígnio do Pai!

– no motivo: “Ele fez nós um reino de sacerdotes para Deus e seu Pai” Apocalipse 1:6.

– A única maneira de entrar neste plano é fazer-se pequeno e pobre, permanecendo nesta alegre expectativa.

2. Escutando a sua voz para manter a coragem e a esperança.

– Uma vez que Jesus deu a sua vida para vencer o pecado e o mal, devemos confiar nessa verdade! “Àquele que nos ama e pelo seu sangue nos libertou do pecado” Apocalipse 1:6

– Devemos manter a coragem e a esperança nas situações difíceis, porque o amor triunfou! O mal foi derrotado! Há alguém ao leme: Ele é “o Senhor do Universo” 

3. Escutando a sua voz para O seguirmos no amor 

– Para seguir Jesus, nosso Rei, na verdade, devemos segui-Lo e crescer no amor. 

“A verdade vos libertará” João 8:32… livres para nos superarmos no amor e conquistarmos novas terras e novos corações para o nosso Rei por amor a Ele. 

– Jesus é um rei sem palácio, mas o seu reino de amor está em toda a parte e especialmente em nós! Fazemo-lo crescer através de todas as pequenas coisas da vida quotidiana e de pequenos atos de caridade.

– Jesus é um rei sem exército, mas reina por todos os sinais de paz e benevolência que realiza em nós através do Espírito Santo. 

A nossa vida é o reino de Jesus Rei. O nosso coração é o palácio de Jesus Rei. Somos o exército de Jesus Rei. Somos o tesouro de Jesus Rei.

Publicado em IAA – Igreja de Arroios e Anjos (Lisboa).

Imagem: Alma Carmelita – “A História da Solenidade de Cristo Rei nos questiona”.

Nossa Senhora do Carmo – Memória – 16.07.2024

Doze chaves para usar o escapulário de Nossa Senhora do Carmo

16 de jul de 2024 às 01:00

“A devoção do Escapulário do Carmo fez descer sobre o mundo copiosa chuva de graças espirituais e temporais”, disse o papa Pio XII. Conheça aqui 12 chaves para quem usa este objeto religioso.

1. Não é um amuleto

Não é um amuleto nem nenhuma garantia automática de salvação ou uma dispensa para não viver as exigências da vida cristã. “Perguntas: e se eu quiser morrer com meus pecados? Eu te respondo, então morrerá em pecado, mas não morrerá com teu escapulário”, advertia São Cláudio de la Colombière.

2. Era uma veste

Escapulário vem do latim “scapulae” que significa “ombros” e originalmente era uma veste sobreposta que caia dos ombros, usada pelos monges no trabalho. Os carmelitas o assumiram como mostra de dedicação especial à Virgem, buscando imitar sua entrega a Cristo e ao próximo.

3. É um presente da Virgem

Segundo a tradição, o escapulário, tal como se conhece atualmente, foi dado pela própria Virgem Maria a São Simão Stock em 16 de julho de 1251. A Mãe de Deus lhe disse: “Deve ser um sinal e privilégio para ti e para todos os Carmelitas: Aquele que morrer usando o escapulário não sofrerá o fogo eterno”. Posteriormente, a Igreja estendeu este escapulário aos leigos.

4. É um mini hábito

É como um hábito carmelita em miniatura que todos os devotos podem portar como mostra de sua consagração à Virgem. Consiste em um cordão que se coloca no pescoço com duas peças pequenas de tecido cor de café. Uma das peças fica sobre o peito e a outra sobre as costas e se costuma usar sob a roupa.

5. É sinal de serviço

Santo Afonso Maria de Ligório, doutor da Igreja, dizia: “Assim como os homens ficam orgulhosos quando outros usam a sua insígnia, assim a Santíssima Virgem se alegra quando os seus filhos usam o escapulário como sinal de que se dedicam ao seu serviço e são membros da família da Mãe de Deus”.

6. Tem três significados

O amor e o amparo maternal de Maria, a pertença a Nossa Senhora e o suave jugo de Cristo que Ela nos ajuda a levar.

7. É um sacramental

É reconhecido pela Igreja como um sacramental, ou seja, um sinal que ajuda a viver santamente e a aumentar nossa devoção. O escapulário não comunica graças como fazem os Sacramentos, mas sim dispõe ao amor do Senhor e ao arrependimento se recebido com devoção.

8. Pode ser dado a um não católico

Certo dia, levaram a São Stock um ancião moribundo, que ao recuperar a consciência disse ao santo que não era católico, que usava o escapulário como promessa a seus amigos e que rezava uma Ave Maria diariamente. Antes de morrer, recebeu o batismo e a unção dos enfermos.

9. Foi visto em uma aparição de Fátima

Lúcia, a vidente de Nossa Senhora de Fátima, contou que na última aparição (outubro de 1917), Maria apareceu com o hábito carmelita e o escapulário na mão e voltou a pedir que seus verdadeiros filhos o levassem com reverência. Deste modo, pediu que aqueles que se consagrem a Ela o usem como sinal desta consagração.

10. O escapulário que não se danificou

O Beato Papa Gregório X foi enterrado com seu escapulário e 600 anos depois, quando abriram sua tumba, o objeto mariano estava intacto. Algo semelhante aconteceu com Santo Afonso Maria de Ligório. São João Bosco e São João Paulo II também o usavam e São Pedro Claver investia com o escapulário os que convertia e preparava.

11. Não é qualquer um que o pode impor

A imposição do escapulário deve ser feita preferivelmente em comunidade e que na celebração fique bem expresso o sentido espiritual e de compromisso com a Virgem. O primeiro escapulário deve ser abençoado por um sacerdote e posto sobre o devoto com a seguinte oração.

“Recebe este santo Escapulário como sinal da Santíssima Virgem Maria, Rainha do Carmelo, para que, com seus méritos, o uses sempre com dignidade, seja tua defesa em todas as adversidades e te conduza à vida eterna”.

Publicado em acidigital.

ORAÇÕES DE REPARAÇÃO PARA OS DIAS DE CARNAVAL

O QUE OS SANTOS ENSINAM SOBRE O CARNAVAL

->SANTA CATARINA DE SENA:
“Oh! Que tempo diabólico!”

->SERVO DE DEUS, JOÃO DE FOLIGNO
Carnaval: “Colheita do diabo.”

->SÃO FRANCISCO DE SALES:
“O carnaval: tempo de minhas dores e aflições”.

->SÃO VICENTE FERRER:

“O carnaval é um tempo infelicíssimo, no qual os cristãos cometem pecados sobre pecados, e correm à rédea solta para a perdição.”

->SANTO AGOSTINHO:

“…os dias de Carnaval são sacramentais de satanás, sinais visíveis daquilo que o demônio faz com os filhos da Luz.”

->SANTA FAUSTINA

“Nestes dois últimos dias de carnaval, conheci um grande acúmulo de castigos e pecados.

O Senhor deu-me a conhecer num instante os pecados do mundo inteiro cometidos nestes dias.

Desfaleci de terror e, apesar de conhecer toda a profundeza da misericórdia divina, admirei-me que Deus permita que a humanidade exista.”

JESUS DISSE PARA A IRMÃ AMÁLIA:

“Filha, não te esqueças, no dia de hoje, de enviar Maria aos salões de bailes, para dizer aos pecadores que se convertam”

JESUS PEDE A NOSSA COMPAIXÃO

SANTA MARGARIDA MARIA ALACOQUE:

->Jesus apareceu, sob a forma de Ecce Homo, carregando a cruz, todo coberto de chagas e ferimentos.

O Sangue adorável corria de toda parte, dizendo com voz dolorosamente triste:

“Não haverá ninguém que tenha piedade de mim e queira compadecer-se e tomar parte na minha dor no lastimoso estado em que me põem os pecadores, sobretudo agora?”

JESUS RECOMPENSA OS REPARADORES DO CARNAVAL

À Santa Gertrudes viu num êxtase o divino Redentor que ordenava ao Apóstolo São João escrevesse com letras de ouro os atos de virtude feitos por ela no carnaval, afim de a recompensar com graças especialíssimas.

Foi exatamente neste mesmo tempo, enquanto Santa Catarina de Sena estava rezando e chorando os pecados que se cometiam na quinta-feira gorda, que o Senhor a declarou Sua esposa, em recompensa dos obséquios praticados pela Santa no tempo de tantas ofensas.

O QUE DEVEMOS FAZER? OS SANTOS ENSINAM

SÃO FRANCISCO DE SALES:

Tendo conhecimento que algumas pessoas por ele dirigidas, que se relaxavam um pouco nos dias de carnaval, repreendia-as com brandura e exortava-as à COMUNHÃO FREQUENTE.

SÃO PEDRO CLAVER

Disse a um oficial espanhol: “Agora venha comigo; vamos à IGREJA REZAR por esses infelizes que, lá fora, julgam que têm o direito de ofender a Deus livremente por ser tempo de Carnaval.

SANTA MARIA MADALENA DE PAZZI:

No tempo do carnaval  passava as noites inteiras diante do SANTÍSSIMO SACRAMENTO, oferecendo a Deus o sangue de Jesus Cristo pelos pobres pecadores.

CARLOS BORROMEU:

Nos dias de Carnaval, o santo castigava o seu corpo com disciplinas e PENITÊNCIAS extraordinárias.

BEATO HENRIQUE SUSO: Durante o carnaval guardava um JEJUM rigoroso a fim de expiar as intemperanças cometidas.

_________________________________________________________

MEU TESOURO ESPIRITUAL: O DEVOCIONÁRIO COMPLETO DO CATÓLICO

Além de orações para todos os momentos e situações:

Orações da manhã, da tarde e da noite, orações para a Visita ao Santíssimo Sacramento e Santa Missa

Orações para várias devoções, pelas almas do Purgatório e pelos agonizantes

Orações pela Igreja, pela conversão dos pecadores e pelo Brasil

PRÁTICAS REPARADORAS

->VISITA AO SANTÍSSIMO SACRAMENTO

Cardeal Lambertini: “O mundo convida-vos às suas diversões, às suas festas; Deus por sua parte chama-vos a seus templos.”

ADORAÇÃO REPARADORA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO NOS DIAS DE CARNAVAL (Padre Reus)

Rezar 6 vezes: Pai Nosso, Ave Maria e o Glória.

->ORAÇÕES

Philip Kosloski: “Orações de reparação também podem ser pensadas como “orações de amor”, proclamando a Jesus o amor que você tem por ele, mesmo quando outros o rejeitam.”

ATO DE DESAGRAVO E REPARAÇÃO PÚBLICA AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS ( PARA OS DIAS DE CARNAVAL E DE PECADOS PÚBLICOS)

O Coração dulcíssimo de Jesus !…

Coração Hóstia !

Coração vítima !…

Para quem os homens ingratos só têm esquecimento, indiferença e desprezo!…

Permiti que vossos filhos devotos venham neste dia de salvação e de perdão pedir misericórdia a vossos pés e dar-vos reparação pública ,pelas traições, atentados e sacrilégios de que sois vítima adorável vosso Sacramento de amor!

Ah ! pecadores também, apenas ousamos apresentar-nos!…

Cada um de nós teme, e não se sente com ânimo para elevar a voz em favor de seus irmãos !

Entretanto, o Jesus, confiando na infinita bondade do vosso Coração e prostrando-nos humildemente, perante vossa Majestade ultrajada pelos crimes que inundam a terra

Ousamos dizer-vos : Senhor, não castigueis !… não castigueis !…ou pelo menos não castigueis ainda!…

O vosso indulgente amor perdoará a nossa temeridade!

O Coração de Jesus ! Coração tão generoso e tão terno, Coração tão amante e tão doce !

Perdão primeiramente para nós, perdão para os pobres pecadores! Aceitai o

Nosso desagravo, a nossa reparação pública pelas blasfêmias, com que a terra tremendo ressoa !

Perdão para os blasfemadores !

Reparação pública pelas profanações dos Vossos sacramentos e do santo dia que vos é consagrado…

Graça e perdão para os profanadores !

Reparação pública pelas irreverências e imodéstias cometidas no lugar santo…

Graça e perdão para os sacrílegos!

Reparação pública pela indiferença que de vós aparta tantos cristãos…

Graça e perdão para os ingratos !

Reparação pública por todos os crimes. ..

Ainda uma vez, meu Deus! graça e perdão para todos os homens !

Favorecei-nos, Senhor, em consideração do Coração adorável de vosso Divino Filho, que vela em todos os santuários, Vítima permanente por nossos pecados!

Seja ouvido em nosso favor o seu Sangue preciosíssimo !…

Cessem as ofensas !…

Estabeleça-se o vosso divino amor! reine, triunfe nos corações de todos os homens, para que todos os homens reinem um dia convosco no céu! Assim seja.

TERÇO ÀS SANTAS CHAGAS

CREIO

Oh! Jesus, Divino Redentor, tende Misericórdia de nós e do mundo inteiro.

Deus Forte, Deus Santo, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro.

Graça, Misericórdia, Meu Jesus; nos perigos presentes, cobri-nos com Vosso  Preciosíssimo Sangue.

Pai Eterno, tende Misericórdia de nós, pelo Sangue de Jesus Cristo, Vosso Filho Unigênito, tende Misericórdia de              nós, Vos suplicamos. Amém, Amém, Amém.

Em lugar do Pai Nosso: Pai Eterno, eu Vos ofereço as santas  Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo; Para curar as de nossas almas.

Em lugar de cada Ave-Maria: Meu Jesus, perdão e misericórdia: Pelos         méritos de Vossas Santas Chagas.

Por fim rezar  três vezes: Pai Eterno, eu Vos ofereço as santas  Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo; Para curar as de nossas almas. Amem

ORAÇÃO À DIVINA MISERICÓRDIA

Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro.

10 x Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro

ORAÇÃO REPARADORA FLECHA DE OURO

3X “Que seja sempre louvado, bendito, amado, adorado, glorificado o Santíssimo, Sacratíssimo, sumamente adorável, incompreensível, inefável Nome de Deus no Céu, na Terra e nos infernos, por todas as criaturas saídas das mãos de Deus e pelo Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento do Altar. Assim seja.

MODELO DE ORAÇÃO ENSINADA POR JESUS À IRMÃ AMÁLIA PARA O TEMPO DE CARNAVAL

10X Mãe do Belo Amor, entrega a Deus Pai o Preciosíssimo Sangue de Jesus e os Seus sofrimentos pelos infelizes pecadores

BENDITO SEJA DEUS

– Bendito seja Deus.
– Bendito seja o seu santo nome.
– Bendito seja Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
– Bendito seja o nome de Jesus.
– Bendito seja o seu Sacratíssimo coração.
– Bendito seja o seu preciosismo sangue.
– Bendito seja Jesus no Santíssimo sacramento do altar.
– Bendito seja o Espírito Santo Paráclito.
– Bendita seja a grande mãe de Deus, Maria santíssima.
– Bendita seja sua santa e imaculada conceição.
– Bendita seja sua gloriosa assunção.
– Bendito seja o nome de Maria, virgem e mãe.
– Bendito seja são José, seu castíssimo esposo.
– Bendito seja Deus, nos seus anjos e nos seus santos.

ATO DE DESAGRAVO À SAGRADA FACE

Cristo Sacerdote, Fazei que resplandeça a Vossa Face Sobre nós, Permanecei conosco, Senhor! (3 vezes)

Ó Jesus Cristo sacerdote queremos Vos oferecer nossa vida, sofrimentos e orações, em união com o Imaculado Coração de Maria, em desagravo à Vossa Sagrada Face, pelos nossos pecados e pelos pecados do mundo inteiro, especialmente das pessoas a vós consagradas na vida religiosa e sacerdotal. Aceitai, Senhor, esta nossa humilde reparação por todos os pecados de orgulho, heresia e sensualidade.

Senhor Jesus Cristo Sacerdote, que a luz de Vossa Sagrada Face nos ilumine. Que sua infinita beleza nos atraia.

Que sua força onipotente nos proteja. Que seu amor misericordioso nos perdoe e santifique, levando-nos a sua eterna contemplação nos esplendores do céu. Amém.

ATO DE DESAGRAVO AO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA

Ó Coração Doloroso e Imaculado de Maria, transpassado de dor pelas injúrias com que os pecadores ultrajam vosso santo nome e vossas excelsas prerrogativas; eis prostrado aos vossos pés vosso indigno filho, que, oprimido pelo peso das próprias culpas, vem arrependido com ânimo de reparar as injúrias que, à maneira de penetrantes setas dirigem contra vós os homens ousados e perversos.

Desejo reparar com esse ato de amor e submissão que faço perante o vosso coração amantíssimo, todas as blasfêmias que proferem contra o vosso Augusto nome, todas as ofensas que fazem às vossas excelsas virtudes e todas as ingratidões com que os homens correspondem ao vosso maternal amor e inesgotável misericórdia.

Aceitai, ó Coração Imaculado, esta demonstração de meu fiel carinho e justo reconhecimento, com o firme propósito que faço de ser-vos fiel todos os dias de minha vida, de defender vossa honra quando a veja ultrajada e de propagar com entusiasmo vosso culto e vossas glórias.

Rezar 3 Ave Marias em honra ao poder, sabedoria e misericórdia do puríssimo Coração de Maria, desprezado pelos homens

ORAÇÕES REPARADORAS DO ANJO DE FÁTIMA 

Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e  ofereço-Vos o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus  Cristo, presente em todos os sacrários da Terra, em reparação dos ultrajes,  sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos  infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço Vos a conversão dos pobres pecadores.

3x Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os  que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam.

ORAÇÃO À NOSSA SENHORA DAS LÁGRIMAS

1X Vêde, ó Jesus, que são as lágrimas d’Aquela que mais Vos amou na Terra, e que mais Vos ama no Céu.

7 x Meu Jesus, ouvi os nossos rogos, pelas Lágrimas de Vossa Mãe Santíssima.

ORAÇÃO DE SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO PARA O TEMPO DO CARNAVAL

Amabilíssimo Jesus, Vós que sobre a cruz perdoastes aos que Vos crucificaram, e desculpastes o seu horrendo pecado perante o Vosso Pai, tende piedade de tantos infelizes que, seduzidos pelo espírito da mentira, e com o riso nos lábios, vão neste tempo de falso prazer e de dissipação escandalosa, correndo para a sua perdição.

Ah! pelos merecimentos do Vosso divino sangue, não os abandoneis, assim como mereceriam. Reservai-lhes um dia de misericórdia, em que cheguem a reconhecer o mal que fazem e a converter-se.

Protegei-me sempre com a Vossa poderosa mão, para que não me deixe seduzir no meio de tantos escândalos e não venha a ofender-Vos novamente.

Fazei que eu me aplique tanto mais aos exercícios de devoção, quanto estes são mais esquecidos pelos iludidos filhos do mundo.

Amabilíssimo Jesus, não é tanto para receber os Vossos favores como para fazer coisa agradável ao Vosso divino Coração, que quero nestes dias unir-me às almas que Vos amam, para Vos desagravar da ingratidão dos homens para conVosco, ingratidão essa que foi também a minha, cada vez que pequei.

Em compensação de cada ofensa que recebeis, quero oferecer-Vos todos os atos de virtude, todas as boas obras, que fizeram ou ainda farão todos os justos, que fez Maria Santíssima, que fizestes Vós mesmo quando estáveis nesta terra. Entendo renovar esta minha intenção todas as vezes que nestes dias eu disser:

† Meu Jesus, misericórdia.

― Ó grande Mãe de Deus e minha Mãe Maria, apresentai vós este humilde ato de desagravo ao Vosso divino Filho, e por amor do Seu Sacratíssimo Coração obtende para a Igreja sacerdotes zelosos, que convertam grande número de pecadores.

† Doce Coração de Maria, sede a minha salvação.

ORAÇÃO PARA OS DIAS DO CARNAVAL

Meu Jesus, que sobre a Cruz perdoastes aqueles que nela Vos pregastes; Vós que da Cruz lançastes um olhar de piedade ao bom ladrão que expirava sobre o patíbulo e o convertestes e salvastes;

Vós que entre as agonias da morte declarastes ter ainda sede de almas, tende piedade de tantos infelizes que seduzidos pelo espírito da mentira nestes dias de falsos prazeres e de escandalosa dissipação estão no caminho da condenação eterna.

Ah! pelos méritos de Vosso preciosíssimo Sangue e da Vossa morte não os abandoneis como merecem nem permitais fique sem remédio o miserável estado em que se vão precipitar.

Reservai para eles um dia de misericórdia e de salvação.

Vós que a São Pedro estendestes prontamente a mão para sustentá-lo, quando submergia, quanto a estes infelizes que estão para cair no abismo infernal; acordai-os, sacudi-os, iluminai-os, convertei-os e salvai-os.

Quanto a nós, tende sempre firme a Vossa destra, para que nunca sejamos seduzidos por tantos escândalos que nos rodeiam; pelo contrário, à semelhança de José do Egito que vivendo num ambiente supersticioso, nunca se afastou da verdade e da justiça, mereçamos nós o Vosso amor, ao passo que outros provocam o Vosso desdém,  apliquemo-nos nos exercícios de piedade enquanto que ela é esquecida pelos ingratos filhos do século que terão de chorar para sempre a sua atual estultícia.

Padre nosso, Ave Maria e Glória.

Aos que querem continuar vivendo a reparação, uma devoção importante é a reparação a Sagrada Face de Jesus:

ATOS DE DESAGRAVO À SAGRADA FACE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO,
NOS DIAS DE CARNAVAL
(
Completa – pdf.)

Publicado em Quem reza se salva.

O que há de errado com o Carnaval?

O que devemos pensar, como católicos, a respeito da alegria do Carnaval?

Antes de toda Quaresma há um Carnaval.

Já tivemos a oportunidade de tratar esse assunto aqui, ano passado, quando publicamos uma famosa citação de Santa Faustina Kowalska sobre a festa, juntamente com um vídeo da famosa religiosa norte-americana, Madre Angélica, sobre os foliões que se embebedam e dão escândalo aos mais jovens.

Na ocasião, comentamos que “a grande tragédia de nossa época” é o homem moderno ter transformado “a sua vida em uma festa de Carnaval prolongada”. No fundo, as pessoas não se entregam ao pecado só numa época do ano para se comportarem bem nas outras. Para muitos, o Carnaval tornou-se praticamente um “estilo de vida”. E essas pessoas não conseguem sequer conceber um outro modo de viver, senão este de brigas, bebedeiras e sexo desregrado.

Nem todas as pessoas que “pulam carnaval” se divertem dessa forma pecaminosa, é verdade. Há carnavais e carnavais, alguém poderia dizer. É possível se divertir honestamente, no fim das contas, evitando o pecado e as ocasiões de cair nele, e o próprio Santo Tomás de Aquino chega a associar o bom divertimento a uma virtude específica em sua Suma Teológica.

Neste vídeo, Pe. Paulo Ricardo fala de forma bem equilibrada a respeito do Carnaval, indicando as diferenças que existem entre:

  • a alegria pecaminosa em que muitos passam esses dias,
  • a alegria sadia de quem sabe gozar honestamente das coisas deste mundo e, por fim,
  • a alegria realmente sobrenatural de quem tem os olhos fixos, não nos bens passageiros desta existência, mas na vida eterna com Cristo.

Publicado em Equipe Christo Nihil Praeponere.

Festa: Batismo do Senhor

Segunda-feira, 08 de Janeiro de 2024Tempo: Natal – Ciclo do Natal

   Batismo de Cristo1481-1483. Por Perugino, na Capela Sistina, no Vaticano. (Wikipédia)

Evangelho do dia: São Marcos 1, 7-11

Primeira leitura: Isaías 42, 1-4.6-7
Leitura do Livro do Profeta Isaías:

Assim fala o Senhor: 1’Eis o meu servo – eu o recebo; eis o meu eleito – nele se compraz minh’alma; pus meu espírito sobre ele, ele promoverá o julgamento das nações. 2Ele não clama nem levanta a voz, nem se faz ouvir pelas ruas. 3Não quebra uma cana rachada nem apaga um pavio que ainda fumega; mas promoverá o julgamento para obter a verdade. 4Não esmorecerá nem se deixará abater, enquanto não estabelecer a justiça na terra; os países distantes esperam seus ensinamentos.’ 6’Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te tomei pela mão; eu te formei e te constituí como o centro de aliança do povo, luz das nações, 7para abrires os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus

Salmo 28 (29)

– Filhos de Deus, tributai ao Senhor, tributai-lhe a glória e o poder! Dai-lhe a glória devida ao seu nome; adorai-o com santo ornamento!

R: Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!

– Eis a voz do Senhor sobre as águas, sua voz sobre as águas imensas! Eis a voz do Senhor com poder! Eis a voz do Senhor majestosa.

R: Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!

– Sua voz no trovão reboando! No seu templo os fiéis bradam: ‘Glória!’ É o Senhor que domina os dilúvios, o Senhor reinará para sempre!

R: Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!

Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos 1, 7-11

– Aleluia, Aleluia, Aleluia!
– Abriram-se os céus e fez-se ouvir a voz do Pai: Eis meu Filho muito amado; escutai-o, todos vós! (Mc 9,7);

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos:

Naquele tempo, 7João Batista pregava, dizendo: “Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. 8Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo”. 9Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia, e foi batizado por João no rio Jordão. 10E Logo, ao sair da água, viu o céu se abrindo, e o Espírito, como pomba, descer sobre ele. 11E do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer”.

– Palavra da Salvação
– Glória a Vós, Senhor

Comentário do dia por São Jerônimo (347-420), Presbítero, Doutor da Igreja
Homilias sobre o evangelho de Marcos 1C, SC 494

O batismo de Jesus

«Foi batizado por João no rio Jordão». Grande é a sua misericórdia: Aquele que não tinha cometido qualquer pecado é batizado como se fosse pecador. No batismo do Senhor, são redimidos todos os pecados; mas ele é apenas uma prefiguração do batismo do Salvador, porque a verdadeira remissão dos pecados reside no sangue de Cristo, no mistério da Trindade.

«Ao subir da água, viu os céus rasgarem-se». Tudo isto foi escrito para nós. Pois antes de recebermos o batismo, nós tínhamos os olhos fechados, não podíamos ver as realidades celestes.

E viu «o Espírito, como uma pomba, descer sobre Ele. E dos céus ouviu-se uma voz: “Tu és o meu Filho muito amado, em Ti pus toda a minha complacência”». Vemos aqui o mistério da Trindade: Jesus é batizado, o Espírito Santo desce sob a aparência de pomba e o Pai fala do alto do céu.

«Viu os céus rasgarem-se». A expressão «viu» mostra que os outros não tinham visto. Não se imagine que foram os céus que, simples e materialmente, se abriram; nós próprios, que estamos agora aqui, segundo a diversidade dos nossos méritos, vemos os céus abertos ou fechados. Uma fé total vê os céus abertos; mas uma fé que duvida vê-os fechados.

«Vi o Espírito que descia do céu como uma pomba e permanecia sobre Ele» (Jo 1,32). Vede o que diz a Escritura: que permanecia, isto é, que não Se ia embora. O Espírito Santo desceu sobre Cristo e permaneceu; enquanto sobre os homens desce, mas não permanece. Com efeito, esperamos que o Espírito Santo permaneça em nós, quando odiamos o nosso irmão e temos maus pensamentos? Se temos bons pensamentos, saibamos que o Espírito Santo habita em nós; mas, se temos maus pensamentos, isso é sinal de que o Espírito Santo Se retirou de nós. É por isso que Ele diz acerca do Salvador: «Aquele sobre quem vires descer o Espírito e permanecer, é Ele» (Jo 1,33).

Publicado em Sagrada Liturgia.

Leia mais…

Hoje a Igreja celebra o Batismo do Senhor

Por Prof. Felipe Aquino 8 de janeiro de 2024

Quando realmente acaba o período do Natal?

No dia 1º de janeiro? Na epifania? Na festa da candelária? Talvez a resposta lhe surpreenda

Todos sabem que o Natal começa na noite do dia 24 de dezembro. Mas você sabe quando termina o período do Natal para os católicos?

Qual destas opções você acha ser a correta?

(  ) 26 de dezembro
(  ) 1º de janeiro
(  ) 6 de janeiro (Epifania)
(  ) 2 de fevereiro (Candelária)
(  ) Todas as anteriores
(  ) Nenhuma das anteriores

Muitos acham que o período do Natal acaba no dia 2 de fevereiro, na festa da Candelária. Celebrada 40 dias após o Natal, esta data era tradicionalmente o fim oficial do período natalino. Mas este período, ainda que continue sendo observado na forma extraordinária (do rito latino), já não é um período litúrgico no rito ordinário (ainda que, no Vaticano, por exemplo, os enfeites de Natal sejam mantidos até esse dia, N. do E.).

Isso não tira a importância da festa da Candelária, que recorda a purificação de Maria e a apresentação de Jesus no templo. O nome “candelária” deriva da referência de Simeão a Jesus como luz dos povos.

Então, será que o Natal acaba no dia 1º de janeiro? Sendo este dia o último da Oitava de Natal, e dado que cada dia da Oitava de Natal é celebrado como o dia do Natal, faz sentido que o período natalino termine no dia 1º de janeiro, solenidade da Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus. Porém, ainda que a festa do Natal acabe nesse dia, o período do Natal continua.

Será, então, na Epifania (6 de janeiro – ou domingo entre os dias 2 e 8 de janeiro), referindo-se à adoração dos Reis Magos? A revisão de 1969 do calendário romano geral deixou a festa da Epifania como parte do período natalino. Então, esta resposta também é incorreta.

A única alternativa correta é: “nenhuma das anteriores”.

Quando, então, acaba o Natal?

Segundo as normas universais do ano litúrgico e do calendário, o período do Natal começa nas primeiras Vésperas do Natal do Senhor e vai até o domingo depois da Epifania (ou domingo depois do dia 6 de janeiro, dependendo do país).

O domingo depois da Epifania é a festa do Batismo do Senhor.

Portanto, o Natal termina com as segundas Vésperas do dia do Batismo do Senhor; a primeira missa do Tempo Comum será no dia seguinte. Ainda que a Oitava da Epifania tenha sido eliminada oficialmente, continua fazendo parte do período natalino, situando o Tempo Comum após o Batismo do Senhor.

Por que, então, você não mantém a decoração de Natal até o dia do Batismo do Senhor? Os vizinhos talvez estranhem isso, mas pode ser uma oportunidade de reintroduzi-los no significado do esplêndido período da Epifania e no verdadeiro e completo sentido do Natal para os católicos!

Publicado em Aleteia.