A Paixão do Senhor segundo São Lucas – Homilia Dominical (Domingo de Ramos da Paixão do Senhor)

O Domingo de Ramos marca a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, mas também é o único domingo dedicado a uma meditação especial sobre sua Paixão, que, neste ano, é narrada pelo Evangelho de São Lucas.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 22, 14 -23, 56)

Neste domingo, celebramos o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, que marca o início da Semana Santa. Chegamos, portanto, ao final dos quarenta dias de jejum e penitência, a Quaresma — período especialíssimo para vivermos, com verdadeira devoção, a Paixão de Cristo. 

O Domingo de Ramos marca a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, mas também é o único domingo dedicado a uma meditação especial sobre sua Paixão. Embora a Sexta-feira Santa seja a ocasião própria para isso, ela não é um dia de preceito e não há Missa propriamente, apenas a Celebração da Adoração da Cruz. Como nem todos participam das celebrações do Tríduo Pascal, a Igreja garante que, pelo menos no Domingo de Ramos, os fiéis ouçam a narrativa da Paixão de Nosso Senhor.

Neste ano, seguimos o relato de São Lucas sobre a Paixão, que possui detalhes singulares. A descrição começa na Última Ceia, onde Jesus institui a Eucaristia, entregando-se completamente. São Pedro, entusiasmado, acredita estar pronto para agir de modo semelhante a Jesus. Essa cena nos convida a refletir sobre nossa atitude ao comungar: ao receber a Eucaristia, não apenas nos aproximamos de Jesus, mas somos chamados a nos doar como Ele. Frequentemente, como Pedro, acreditamos estar preparados, sem perceber nossas fragilidades.

No Evangelho de São Lucas, Jesus nos desmascara, mas também nos assegura que está rezando por nós. Pedro, cheio de entusiasmo, declara: “Senhor, eu estou pronto para ir contigo até mesmo à prisão e à morte” (Lc 22, 33). Porém, Jesus o adverte: “Simão, Simão, olha que Satanás pediu permissão para vos peneirar como trigo. Eu, porém, rezei por ti, Pedro, para que a tua fé não se apague. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos, confirma os teus irmãos” (Lc 22, 31-32). Nosso Senhor também diz a Pedro que, antes que o galo cante, por três vezes o Apóstolo o negaria. Apesar disso, Jesus já intercede por ele, para que sua fé não se apague e, depois de convertido, fortaleça os irmãos. Esse diálogo exclusivo de Lucas nos mostra que Jesus nos escolhe para uma missão, mas também conhece nossas quedas. Diferente de nós, que muitas vezes rompemos alianças por causa de traições, Jesus já prevê nossas falhas e, mesmo assim, reza por nossa conversão, esperando que voltemos a Ele.

De fato, é maravilhoso saber que Nosso Senhor reza por nós. Ao comungarmos, oferecemos nossa vida a Ele, que conhece nossa fraqueza e já intercede por nós. Assim, mesmo nossas quedas podem se tornar oportunidade de fortalecer os irmãos, pois, uma vez restaurados, somos chamados a confirmar a fé dos outros. Assim como rezou por Pedro, Jesus reza por cada um de nós.

Após a Última Ceia, Jesus segue com Pedro ao Horto das Oliveiras e pede que os Apóstolos orem para não caírem em tentação. Ele próprio se afasta e, de joelhos, começa a rezar. São Lucas destaca detalhes únicos dessa agonia: o suor de Jesus se torna como gotas de sangue e um anjo é enviado a fim de consolá-lo. Enquanto Cristo enfrenta sua grande provação, Pedro e os outros Apóstolos, em vez de rezarem, dormem. Essa cena nos ensina que, assim como Jesus pediu oração aos Apóstolos, Ele também nos chama a vigiar e a orar, mesmo quando nos sentimos sozinhos.

Podemos contemplar a imensa solidão de Jesus no Horto das Oliveiras, carregando o peso dos pecados do mundo e suando sangue em sua agonia. Ele esperava o consolo da oração dos Discípulos, mas encontrou apenas o silêncio. No entanto, sua súplica não ficou sem resposta: Deus enviou um anjo para confortá-lo. Esse detalhe, único no relato de Lucas, lembra-nos que também não estamos sozinhos em nossas angústias. Mesmo quando o mundo parece nos abandonar, Deus nos ampara.

Embora Lucas não mencione, podemos imaginar que Maria, mesmo sem estar no Horto das Oliveiras em pessoa, acompanhava tudo em oração. O anjo que consolou Jesus talvez não tenha sido fruto das orações de Pedro, que dormia, mas das súplicas da Virgem Santíssima. Assim como muitas mães intercedem por seus filhos à distância, Maria, em espírito, pode ter enviado esse anjo para fortalecer seu Filho em sua missão. Este é um belo papel materno: sustentar os filhos com a oração, mesmo quando não é possível estar fisicamente ao lado deles.

Após a prisão de Jesus, Pedro o negou três vezes no palácio do sumo sacerdote. Ao perceber sua traição, o Apóstolo sai e chora amargamente, como relata o versículo 62: “Então Pedro saiu para fora e chorou amargamente” — “flevit amare”. Naquele momento, o choro de Pedro revela que ele enfrentava a tentação do desespero, como Judas. A diferença foi a oração de Jesus, que o sustentou e ajudou-o a reencontrar seu caminho.

À vista dessa realidade, precisamos recordar, especialmente a quem se sente desanimado ou afastado de Jesus neste Domingo da Paixão: Ele está rezando por nós — “ad interpellandum pro nobis”. Nos momentos de solidão e angústia, a Virgem Maria intercede e envia os anjos para nos consolar. Nunca estamos sozinhos. Mesmo em meio às nossas dores, Cristo está diante de Deus, sempre vivo, intercedendo por nós. Diante da grande tragédia redentora da Paixão, reconheçamos também nossas próprias dores e sofrimentos, sabendo que estamos unidos a Ele em sua Paixão.

Então, Jesus é conduzido ao tribunal, onde é condenado pelos sumos sacerdotes e, em seguida, levado a Pilatos. Este, ao saber que Ele é galileu, recusa-se a julgá-lo e envia-o a Herodes, que o interroga insistentemente, mas Jesus permanece em silêncio. Frustrado, Herodes devolve-o a Pilatos, que declara: “Como podeis ver, ele nada fez para merecer a morte. Portanto, vou castigá-lo e o soltarei” (Lc 23, 15-16). No entanto, a fraqueza de Pilatos, que busca agradar a multidão e preservar sua própria posição, resulta na condenação injusta do inocente. O povo, inflamado, clama em uníssono: “Crucifica-o!”.

Na crucificação, São Lucas nos apresenta uma cena singular: enfatiza que Jesus foi pregado na Cruz entre dois malfeitores. No Calvário, ao ser despojado das suas vestes e transpassado pelos pregos, Jesus não apenas disse, mas “ia dizendo”: “Pai, perdoai-lhes, eles não sabem o que fazem” (Lc 23, 34). O uso do tempo verbal imperfeito indica que essa oração foi repetida por um certo período, tornando-se uma súplica contínua. Mel Gibson, em “A Paixão de Cristo”, captou essa nuance ao mostrar Jesus repetindo o pedido de perdão enquanto sofria. Esse detalhe, exclusivo do Evangelho de São Lucas, revela-nos a profundidade do amor e da misericórdia de Cristo, preparando o cenário para o extraordinário diálogo com o Bom Ladrão.

Somente São Lucas nos transmite esse diálogo marcante na Cruz. Um dos malfeitores blasfema contra Jesus, desafiando-o a provar seu poder: “Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!” (Lc 23, 39). Em vez de demonstrar humildade e fé diante da morte, ele transforma sua súplica em tentação e desafio. O outro, identificado pela tradição como Dimas, repreende-o: “Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma condenação? Para nós, é justo, porque estamos recebendo o que merecemos; mas Ele não fez nada de mal” (Lc 23, 41). Nesse ato de contrição, o Bom Ladrão reconhece tanto a própria culpa quanto a inocência de Nosso Senhor. Esse reconhecimento da verdade ilumina seu coração, levando-o a pronunciar uma súplica cheia de esperança: “Senhor, lembra-te de mim quando entrares no teu reino”. Em resposta, Cristo realiza a primeira canonização da história, garantindo-lhe: “Ainda hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23, 43). 

O Bom Ladrão, ao olhar para Jesus na Cruz, vê um homem condenado à morte, alguém que em breve morrerá e será sepultado. Todavia, ao reconhecer seu próprio pecado e a inocência de Cristo, recebe a luz da fé. Diante daquele que, aos olhos do mundo, parecia derrotado, ele enxerga um rei e suplica: “Senhor Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino” (Lc 23, 42). Qualquer um que testemunhasse aquela cena veria apenas um homem humilhado e moribundo, mas o Bom Ladrão reconhece ali a fonte da graça. Por isso, recebe a promessa extraordinária de Jesus: “Em verdade eu te digo, ainda hoje estarás comigo no paraíso”. À vista disso, como nos recorda o “Dies irae”, quem não perde o temor de ser condenado ao ver a salvação do Bom Ladrão? 

Jesus finalmente morre na Cruz, pronunciando suas últimas palavras, registradas apenas por São Lucas: “Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito” (Lc 23, 46). Essa frase ressoa profundamente, sendo repetida tantas vezes na Sexta-feira Santa. O Evangelho de São Lucas, em seu início, apresenta Jesus, ainda menino, no Templo, dizendo a Maria: “Não sabíeis que eu devo cuidar das coisas do meu Pai?” (Lc 2, 49) e encerra-se com essa entrega total ao Pai. A primeira e a última palavra de Cristo é “Pai”, revelando a confiança absoluta do Filho. Enquanto o mundo gritava que Deus o havia abandonado, Jesus responde entregando-se inteiramente ao amor do Pai, como se dissesse: “O Pai não me abandonou, sou eu quem me abandono aos seus braços”.

Este Evangelho tão rico e repleto de ensinamentos nos convida a uma profunda reflexão. Estamos no tempo favorável da conversão, na Semana Santa, e não devemos deixar passar a Páscoa sem buscar a Confissão e a reconciliação com Nosso Senhor. Assim como Cristo rezou por Pedro, Ele também intercede por nós em nossas fraquezas. Se, a exemplo do Bom Ladrão, reconhecermos nossos pecados e a inocência de Cristo, ouviremos d’Ele a mesma promessa: “Estarás comigo no paraíso”. Entreguemo-nos, portanto, ao Pai, confiando-lhe nossa vida e nossos sofrimentos — assim como Jesus se entregou na sua Cruz.

Publicado em padrepauloricardo.orgChristo Nihil Præponere (“A nada dar mais valor do que a Cristo”) – (11.04.2025).

A devoção dos cinco primeiros sábados do mês ao Imaculado Coração de Maria

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05 de abril de 2025 (Primeiro sábado do mês de abril)*

Além de ser um ano jubilar, 2025 marca o centenário do pedido de Nossa Senhora à Irmã Lúcia, uma das videntes de Fátima, para a instituição da devoção dos cinco primeiros sábados como reparação pelas ofensas feitas ao Seu Imaculado Coração.

Oito anos após as aparições da Virgem aos três pastorinhos de Fátima, Maria teria reaparecido à Irmã Lúcia no convento de Pontevedra, na Espanha, no dia 10 de dezembro de 1925. Durante essa aparição, a Virgem Maria teria solicitado a instituição da devoção dos cinco primeiros sábados como reparação pelas ofensas feitas ao Seu Imaculado Coração.

Ela teria dito à irmã Lúcia: “Olha, minha filha, o meu Coração cercado de espinhos com que os homens ingratos me ferem a todo o momento com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, procura consolar-me e digo que prometo assistir na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação, a todos os que, no primeiro sábado de cinco meses seguidos, se confessarem, receberem a Sagrada Comunhão, rezarem um terço e me fizerem companhia durante quinze minutos, meditando nos mistérios do Rosário, com o fim de me fazerem reparações.”

Desde séculos, o sábado é um dia da semana dedicado à Maria. Segundo uma tradição antiga atribuída ao monge beneditino Alcuíno (735-804), conselheiro de Carlos Magno, a liturgia consagra os sábados à Virgem Maria. Em 1905, o Papa Pio X concedeu indulgências para os fiéis que praticassem uma devoção mariana aos primeiros sábados de doze meses consecutivos em honra da Imaculada Conceição. Em 1917, durante a aparição de 13 de julho em Fátima, a Virgem menciona pela primeira vez “os primeiros sábados”: “Para evitar a guerra, Eu virei pedir a consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração e a Comunhão reparadora dos Primeiros Sábados”. Essa devoção foi difundida pela Irmã Lúcia, mas ainda não obteve uma aprovação oficial da Igreja Católica.

Um ato de reparação

Em que consiste exatamente essa devoção? Ela envolve quatro gestos, a serem realizados no primeiro sábado de cada mês durante cinco meses consecutivos: confessar-se, comungar, rezar um terço e meditar por quinze minutos sobre os quinze mistérios do rosário. Esses quatro atos devem ser realizados com o intuito de reparar as ofensas feitas ao Imaculado Coração de Maria.

A devoção dos cinco primeiros sábados é, acima de tudo, um ato de reparação: os cinco sábados são necessários para reparar os cinco tipos de ofensas e blasfêmias cometidas contra o Imaculado Coração de Maria. Essas ofensas incluem as blasfêmias contra a Imaculada Conceição, contra sua virgindade, contra sua maternidade divina, contra aqueles que tentam incutir nos corações das crianças indiferença, desprezo ou ódio por Maria, e finalmente, as ofensas contra as santas imagens de Maria.

A prática dessa devoção também teria o poder de garantir a salvação pessoal. A Virgem promete assistir na hora da morte todos aqueles que realizarem plenamente a devoção dos cinco sábados.

Uma devoção necessária para alcançar a paz

Além da reparação das ofensas e da salvação pessoal, há um terceiro aspecto fundamental ligado a essa devoção: a paz no mundo. Em uma carta datada de 19 de março de 1939, a Irmã Lúcia escreveu ao Padre Aparício que “da prática da devoção dos Primeiros Sábados, unida à consagração ao Imaculado Coração de Maria, depende a guerra ou a paz do mundo.” Em tempos tão conturbados por diversos conflitos, a Aliança Salve Corda, uma iniciativa laica lançada em 2016 por Régis de Lassus, convida a redescobrir essa devoção e a formar ou participar de grupos locais e autônomos, chamados “Cidades do 1º sábado do mês”, onde os membros se encontram a cada primeiro sábado para cumprir as quatro solicitações da Virgem Maria.

Além disso, por ocasião do Jubileu e do Centenário da devoção, os primeiros sábados de cada mês serão solenemente celebrados em 2025 em um grande santuário mariano. Uma peregrinação local será organizada e os fiéis do mundo inteiro são convidados a se unir realizando os atos solicitados a partir de seu local de residência, em união com o santuário. Doze santuários foram escolhidos, cada um relacionado a um dos doze mistérios do Rosário.

Publicado em Aleteia.

* Acréscimo meu. Também fiz o acréscimo “ao Imaculado Coração de Maria” no título publicado pela Aleteia.

Observações: (1) A Memória do Imaculado Coração de Maria se deu no primeiro sábado de 2025, em 04 de janeiro. (Fonte: Internet) (2) “Em 25 de março de 2022, o papa Francisco consagrou a Rússia ao Imaculado Coração ao lado da Ucrânia, com os dois países explicitamente mencionados em meio à Invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, durante a Guerra Russo-Ucraniana.” (Fonte: Wikipédia).

Leia também:

Fátima, os primeiros sábados e a consagração da Rússia (Aleteia): “Muitos esquecem que Nossa Senhora de Fátima pediu que a devoção dos primeiros sábados fosse amplamente observada para garantir a conversão da Rússia“.

Ucrânia (Aleteia).

Reze a Via Sacra de Santo Afonso Maria de Ligório

14.03.2025

Que nesta Quaresma possamos viver essa meditação com fervor, renovando nosso coração para celebrar com alegria a Páscoa do Senhor!

A Via Sacra é uma das práticas espirituais mais profundas da Igreja, especialmente durante a Quaresma, quando somos chamados a contemplar os sofrimentos de Cristo. Dentre as diversas formas de meditar esse caminho de dor e amor, uma das mais conhecidas e ricas espiritualmente é a Via Sacra composta por Santo Afonso Maria de Ligório.

Esse grande santo e doutor da Igreja nos deixou uma série de meditações que nos ajudam a refazer espiritualmente a via dolorosa de Jesus, levando-nos a um encontro íntimo com o Seu amor redentor.

Convidamos você a rezar e meditar cada estação com Santo Afonso, unindo-se ao sacrifício de Cristo e permitindo que essa experiência transforme seu coração.

Como Rezar a Via Sacra de Santo Afonso?

A Via Sacra tradicionalmente possui 14 estações, cada uma representando um momento do caminho de Cristo até o Calvário. Ao meditar essa devoção, você pode:

– Escolher um local tranquilo para rezar com recolhimento.
– Meditar cada estação com as orações de Santo Afonso.
– Fazer essa oração diante de um crucifixo, em uma igreja ou ao ar livre.
– Oferecer a Via Sacra por uma intenção especial, como pela sua conversão ou pela conversão de alguém.

Meditação das 14 Estações com Santo Afonso Maria de Ligório

Oração inicial. — Senhor Jesus Cristo, vós com tanto amor entrastes nesta via para morrerdes por mim; eu porém tantas vezes vos desprezei! Agora, de toda a minha alma vos amo e, porque vos amo, arrependo-me do fundo do coração de ter-vos ofendido. Perdoai-me e permiti que vos acompanhe nesta via. Vós, por amor a mim, caminhais para o lugar em que por mim haveis de morrer, e eu também, por amor a vós, desejo acompanhar-vos para convosco morrer, amantíssimo Redentor. Ó meu Jesus, desejo convosco viver e morrer!

🔹 1ª Estação: Jesus é condenado à morte

℣. Nós vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos.
℟. Porque, por vossa santa Cruz, redimistes o mundo.

Contemplemos como Jesus Cristo, já flagelado e coroado de espinhos, foi por fim injustamente condenado à morte por Pilatos.

Oração. — Ó Jesus adorável, não foi Pilatos, mas minha vida iníqua que vos condenou à morte. Pelo mérito deste tão penoso itinerário, no qual entrais rumo ao monte Calvário, peço-vos que benignamente me acompanheis no caminho pelo qual minha alma se dirige à eternidade. Amo-vos, ó Jesus, meu Amor, mais do que a mim mesmo, e do fundo do coração me arrependo de ter-vos ofendido. Não permitais que eu novamente me separe de vós. Dai-me amor perpétuo a vós e fazei de mim o que quiserdes. O que vos for agradável também o será para mim.

Pai-nosso, Ave-Maria, Glória.

A morrer crucificado,
Teu Jesus é condenado
Por teus crimes, pecador.
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
Perdoai-me, meu Jesus.

🔹 2ª Estação: Jesus carrega a cruz

℣. Nós vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos.
℟. Porque, por vossa santa Cruz, redimistes o mundo.

Contemplemos como Jesus Cristo, levando a Cruz aos ombros, lembrava-se no caminho de oferecer por nós ao Pai eterno a morte que havia de sofrer.

Oração. — Ó amabilíssimo Jesus, abraço todas as adversidades que, por vossa vontade, hei de tolerar até a morte e, pelo duro sofrimento que suportastes carregando a Cruz, peço-vos que me deis forças para que também eu possa carregar, com ânimo forte e paciente, minha própria cruz. Amo-vos, ó Jesus, meu Amor, e arrependo-me de ter-vos ofendido. Não permitais que novamente me separe de ti. Dai-me amor perpétuo a vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai-nosso, Ave-Maria, Glória.

Com a Cruz é carregado,
E do peso acabrunhado,
Vai morrer por teu amor.
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
Perdoai-me, meu Jesus.

🔹 3ª Estação: Jesus cai pela primeira vez

℣. Nós vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos.
℟. Porque, por vossa santa Cruz, redimistes o mundo.

Contemplemos a primeira queda de Jesus sob o peso da Cruz. Tinha Ele a carne, por causa da cruenta flagelação, ferida de muitos modos e a cabeça coroada de espinhos; derramara ainda tanto sangue, que mal podia mover os pés por falta de forças. E porque era oprimido pelo grave peso da Cruz e açulado sem clemência pelos soldados, por isso aconteceu-lhe de cair muitas vezes por terra ao longo do caminho.

Oração. — Ó meu Jesus, não é o peso da Cruz, mas o dos meus pecados que de tantas dores vos cobre. Rogo-vos, por esta vossa primeira queda, que me protejais de toda queda em pecado. Amo-vos, ó Jesus, de todo o meu coração; arrependo-me de ter-vos ofendido. Não me permitais novamente cair em pecado. Dai-me amor perpétuo a vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai-nosso, Ave-Maria, Glória.

Pela Cruz tão oprimido,
Cai Jesus, desfalecido,
Pela tua salvação.
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
Perdoai-me, meu Jesus.

🔹 4ª Estação: Jesus encontra Sua Mãe

℣. Nós vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos.
℟. Porque, por vossa santa Cruz, redimistes o mundo.

Contemplemos como deve ter sido o encontro, neste caminho, do Filho e da Mãe. Jesus e Maria se olharam entre si, e os olhares mudos que trocaram foram outras tantas setas a atravessar o coração amante de ambos.

Oração. — Ó amantíssimo Jesus, pela dor acerba que experimentastes neste encontro, tornai-me, eu vos peço, verdadeiramente devoto de vossa Mãe santíssima. E vós, ó minha dolorosa Rainha, intercedei por mim e alcançai-me uma tal memória dos suplícios de vosso Filho, que minha mente esteja para sempre detida na piedosa contemplação deles. Amo-vos, ó Jesus, meu Amor; arrependo-me de ter-vos ofendido. Não me permitais novamente pecar contra vós. Dai-me amor perpétuo a vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai-nosso, Ave-Maria, Glória.

De Maria lacrimosa,
No encontro lastimosa,
Vê a imensa compaixão.
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
Perdoai-me, meu Jesus.

🔹 5ª Estação: Simão Cireneu ajuda Jesus a carregar a cruz

℣. Nós vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos.
℟. Porque, por vossa santa Cruz, redimistes o mundo.

Contemplemos como os judeus obrigaram Simão de Cirene a carregar a Cruz atrás do Senhor, vendo Jesus quase expirar a cada passo devido ao cansaço e temendo, por outra parte, que morresse no caminho aquele que queriam ver pregado à Cruz.

Oração. — Ó dulcíssimo Jesus, não quero, como o Cirineu, repudiar a Cruz. De bom grado a abraço e tomo sobre mim; abraço especialmente a morte que para mim estabelecestes, com todas as dores que ela trará consigo. Uno minha morte à vossa e, assim unida, ofereço-a a vós em sacrifício. Vós morrestes por amor a mim; quero também eu morrer por amor a vós, com a intenção de vos agradar. Vós, porém, ajudai-me com a vossa graça. Amo-vos, ó Jesus, meu Amor, e arrependo-me de ter-vos ofendido. Não permitais que eu novamente vos ofenda. Dai-me amor perpétuo a vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai-nosso, Ave-Maria, Glória.

Em extremo desmaiado,
Teve auxílio, tão cansado,
Recebendo o Cireneu.
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
Perdoai-me, meu Jesus.

🔹 6ª Estação: Verônica enxuga o rosto de Jesus

℣. Nós vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos.
℟. Porque, por vossa santa Cruz, redimistes o mundo.

Contemplemos como aquela santa mulher Verônica, vendo Jesus abatido pelas dores, com o rosto banhado em suor e sangue, estendeu-lhe um pano em que, purificada a face, Ele deixou impressa sua imagem.

Oração. — Ó meu Jesus, formosa era antes a vossa face; mas agora não aparece assim, tão deformada está por feridas e sangue! Ai de mim, como era formosa também minha alma, quando recebi a vossa graça pelo Batismo: mas, pecando, tornei-a disforme. Vós somente, meu Redentor, lhe podeis restituir a antiga beleza. Para que o façais, rogo-vos pelo mérito de vossa Paixão. Amo-vos, ó Jesus, meu Amor; arrependo-me de ter-vos ofendido. Não permitais que eu novamente vos ofenda. Dai-me amor perpétuo a vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai-nosso, Ave-Maria, Glória.

O seu rosto ensanguentado,
Por Verônica enxugado,
Eis, no pano, apareceu.
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
Perdoai-me, meu Jesus.

🔹 7ª Estação: Jesus cai pela segunda vez

℣. Nós vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos.
℟. Porque, por vossa santa Cruz, redimistes o mundo.

Contemplemos a segunda queda de Jesus sob o peso da Cruz, na qual se lhe aprofundam todas as chagas da venerável cabeça e de todo o corpo, e se renovam todas as angústias do doloroso Senhor.

Oração. — Ó mansíssimo Jesus, quantas vezes me concedestes o perdão! Eu, porém, recaí nos mesmos pecados e renovei minhas ofensas contra vós. Pelo mérito desta vossa nova queda, ajudai-me a perseverar em vossa graça até a morte. Fazei, em todas as tentações que avançarão contra mim, que em vós sempre me refugie. Amo-vos de todo o meu coração, ó Jesus, meu Amor; arrependo-me de ter-vos ofendido. Não permitais que eu novamente vos ofenda. Dai-me amor perpétuo a vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai-nosso, Ave-Maria, Glória.

Outra vez desfalecido,
Pelas dores abatido,
Cai por terra o Salvador.
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
Perdoai-me, meu Jesus.

🔹 8ª Estação: Jesus encontra as mulheres de Jerusalém

℣. Nós vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos.
℟. Porque, por vossa santa Cruz, redimistes o mundo.

Contemplemos como estas mulheres, vendo Jesus morto de cansaço e coberto de sangue, são tocadas de comiseração e choram copiosamente. Mas, voltando-se a elas, Ele diz: “Não choreis por mim; antes, chorai por vós mesmas e por vossos filhos”.

Oração. — Ó doloroso Jesus, choro os pecados que cometi contra vós, não só pelas penas de que me fizeram digno, mas sobretudo pela tristeza que vos causaram a vós, que tanto me amastes. Ao choro me move menos o inferno que o amor a vós. Ó meu Jesus, amo-vos mais do que a mim mesmo; arrependo-me de ter-vos ofendido. Não permitais que eu novamente vos ofenda. Dai-me amor perpétuo a vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai-nosso, Ave-Maria, Glória.

Das mulheres piedosas,
De Sião filhas chorosas,
É Jesus consolador.
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
Perdoai-me, meu Jesus.

🔹 9ª Estação: Jesus cai pela terceira vez

℣. Nós vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos.
℟. Porque, por vossa santa Cruz, redimistes o mundo.

Contemplemos a terceira queda de Cristo sob o peso da Cruz. Caiu porque era demasiada a sua fraqueza e excessiva a crueldade dos algozes, que lhe queriam acelerar a marcha, embora Ele mal pudesse dar um passo.

Oração. — Ó Jesus tão maltratado, pelo mérito desta falta de forças que quisestes padecer no caminho do Calvário, confortai-me, eu vos peço, com tanto vigor, que já não tenha respeito algum às opiniões dos homens e domine minha natureza viciosa: porque ambas as coisas foram a causa por que desprezei outrora a vossa amizade. Amo-vos, ó Jesus, meu Amor, de todo o meu coração; arrependo-me de ter-vos ofendido. Não permitais que eu novamente vos ofenda. Dai-me amor perpétuo a vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai-nosso, Ave-Maria, Glória.

Cai, terceira vez, prostrado,
Pelo peso redobrado
Dos pecados e da Cruz.
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
Perdoai-me, meu Jesus.

🔹 10ª Estação: Jesus é despojado de Suas vestes

℣. Nós vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos.
℟. Porque, por vossa santa Cruz, redimistes o mundo.

Contemplemos com que violência arrancaram as vestes a Cristo. Como o traje interior estivesse muito pegado à carne, aberta pelos flagelos, os carnífices, ao puxarem-lha, rasgaram-lhe também a pele. Tenhamos compaixão de Nosso Senhor e lhe falemos assim:

Oração. — Ó inocentíssimo Jesus, pelo mérito da dor que padecestes nesta espoliação, ajudai-me, eu vos peço, a despir-me de todo afeto às coisas criadas e, com toda a inclinação de minha vontade, converter-me somente a vós, que sois tão digno do meu amor. Amo-vos de todo o meu coração; arrependo-me de ter-vos ofendido. Não permitais que eu novamente vos ofenda. Dai-me amor perpétuo a vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai-nosso, Ave-Maria, Glória.

Dos vestidos despojado,
Por algozes maltratado,
Eu vos vejo, meu Jesus.
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
Perdoai-me, meu Jesus.

🔹 11ª Estação: Jesus é pregado na cruz

℣. Nós vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos.
℟. Porque, por vossa santa Cruz, redimistes o mundo.

Contemplemos como Jesus é arremessado sobre a Cruz e, de braços estendidos, oferece sua vida ao Pai eterno em sacrifício pela nossa salvação. Os carnífices o pregam à Cruz e, depois de erguerem esta, deixam-no levantado num infame patíbulo, abandonado a uma morte cruel.

Oração. — Ó Jesus tão desprezado, pregai meu coração aos vossos pés, para que, com vínculo de amor, eu permaneça sempre a vós ligado e jamais seja de vós separado. Amo-vos mais do que a mim mesmo, arrependo-me de ter-vos ofendido. Não permitais que eu novamente vos ofenda. Dai-me amor perpétuo a vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai-nosso, Ave-Maria, Glória.

Sois por mim na Cruz pregado,
Insultado, blasfemado,
Com cegueira e com furor.
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
Perdoai-me, meu Jesus.

🔹 12ª Estação: Jesus morre na cruz

℣. Nós vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos.
℟. Porque, por vossa santa Cruz, redimistes o mundo.

Contemplemos Jesus preso à nossa Cruz. Após três horas de luta, consumido enfim pelas dores, Ele deu o corpo à morte e, de cabeça inclinada, entregou o espírito.

Oração. — Ó Jesus morto, movido por íntimos afetos de piedade, beijo esta Cruz em que vós, por minha causa, cumpristes o curso de vossa vida. Pelos pecados cometidos, mereci uma morte infeliz; mas vossa morte é minha esperança. Pelos méritos de vossa morte, concedei-me, peço-vos, que, abraçado aos vossos pés e abrasado de amor por vós, eu entregue um dia meu espírito. Amo-vos de todo o meu coração; arrependo-me de ter-vos ofendido. Não permitais que eu novamente vos ofenda. Dai-me amor perpétuo a vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai-nosso, Ave-Maria, Glória.

Por meus crimes padecestes,
Meu Jesus, por mim morrestes,
Oh, quão grande é minha dor!
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
Perdoai-me, meu Jesus.

🔹 13ª Estação: Jesus é descido da cruz e entregue a Maria

℣. Nós vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos.
℟. Porque, por vossa santa Cruz, redimistes o mundo.

Contemplemos como dois dos discípulos de Jesus, José e Nicodemos, o tiram exânime da Cruz e o colocam nos braços de sua Mãe dolorosa, que recebe o Filho morto com grande amor e o abraça ternamente.

Oração. — Ó Mãe das Dores, pelo amor com que amais o vosso Filho, recebei-me como servo vosso e rogai a Ele por mim. E vós, ó meu Redentor, porque por mim morrestes, fazei, benignamente, com que eu vos ame; a vós somente desejo nem quero nada fora de vós. Amo-vos, ó Jesus, meu Amor, e arrependo-me de ter-vos ofendido. Não permitais que eu novamente vos ofenda. Dai-me amor perpétuo a vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai-nosso, Ave-Maria, Glória.

Do madeiro vos tiraram
E à Mãe vos entregaram
Com que dor e compaixão!
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
Perdoai-me, meu Jesus.

🔹 14ª Estação: Jesus é sepultado

℣. Nós vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos.
℟. Porque, por vossa santa Cruz, redimistes o mundo.

Contemplemos como os discípulos levam Jesus exânime ao lugar da sepultura. Triste, a Mãe os acompanha e com as próprias mãos acomoda o corpo do Filho à sepultura. Fecha-se este, enfim, e todos vão-se embora.

Oração. — Ó Jesus sepultado, beijo esta pedra que vos acolheu; mas, após três dias, haveis de ressurgir! Por vossa ressurreição, fazei-me, eu vos peço, ressurgir glorioso convosco no último dia e ir para o Céu, onde, unido a vós para sempre, vos hei de louvar e amar por toda a eternidade. Amo-vos e arrependo-me de ter-vos ofendido. Não permitais que eu novamente vos ofenda. Dai-me amor perpétuo a vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai-nosso, Ave-Maria, Glória.

No sepulcro vos deixaram,
Sepultado, vos choraram,
Magoado o coração.
Meu Jesus, por vossos passos,
Recebei em vossos braços
A mim, pobre pecador.

A Graça da Via Sacra na Nossa Vida

Rezar a Via Sacra de Santo Afonso Maria de Ligório é uma experiência profunda de união com os sofrimentos de Cristo. Ao meditar cada estação, aprendemos que a dor e o sofrimento não são o fim, mas o caminho para a ressurreição.

Esta oração nos ensina a confiar na misericórdia de Deus, a carregar nossas cruzes com amor e a permanecer fiéis a Cristo, mesmo nas dificuldades.

Que nesta Quaresma possamos viver essa meditação com fervor, renovando nosso coração para celebrar com alegria a Páscoa do Senhor!

Publicado em Paróquia Coração de Maria – Londrina – PR.

O que você deve saber sobre a Quarta-feira de Cinzas

2 de mar de 2025 às 01:00

Daqui alguns dias a igreja viverá a Quaresma de 2025, por isso compartilhamos com você algumas informações fundamentais para entender a importância da Quarta Festa de Cinzas e, assim, viver adequadamente esse tempo litúrgico de preparação para a Páscoa.

1. O que é a Quarta-feira de Cinzas?

É o primeiro dia da Quaresma, ou seja, dos 40 dias nos quais a igreja chama os fiéis a se converterem e a se prepararem verdadeiramente para viver os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo durante a Semana Santa. Este ano será celebrada no dia 05 de março*.

A Quarta-feira de Cinzas é uma celebração que está no Missal Romano, o qual explica que no final da Missa, abençoa-se e impõe-se as cinzas obtidas da queima dos ramos usados no Domingo de Ramos do ano anterior.

2. Como nasceu a tradição de impor as cinzas?

A tradição de impor as cinzas remonta à Igreja primitiva. Naquela época, as pessoas colocavam as cinzas sobre a cabeça e se apresentavam diante da comunidade com um “hábito penitencial” para receber o Sacramento da Reconciliação na Quinta-feira Santa.

A Quaresma adquiriu um sentido penitencial para todos os cristãos por volta do ano 400 d.C. e, a partir do século XI, a Igreja de Roma passou a impor as cinzas no início deste tempo.

3. Por que se impõe as cinzas?

A cinza é um símbolo. Sua função está descrita em um importante documento da Igreja, mais precisamente no artigo 125 do Diretório sobre a piedade popular e a liturgia:

“O começo dos quarenta dias de penitência, no Rito romano, caracteriza-se pelo austero símbolo das Cinzas, que caracteriza a Liturgia da Quarta-feira de Cinzas. Próprio dos antigos ritos nos quais os pecadores convertidos se submetiam à penitência canônica, o gesto de cobrir-se com cinza tem o sentido de reconhecer a própria fragilidade e mortalidade, que precisa ser redimida pela misericórdia de Deus. Este não era um gesto puramente exterior, a Igreja o conservou como sinal da atitude do coração penitente que cada batizado é chamado a assumir no itinerário quaresmal. Deve-se ajudar os fiéis, que vão receber as Cinzas, para que aprendam o significado interior que este gesto tem, que abre a cada pessoa a conversão e ao esforço da renovação pascal”.

4. O que as cinzas simbolizam e o que recordam?

A palavra cinza, que provém do latim “cinis”, representa o produto da combustão de algo pelo fogo. Esta adotou desde muito cedo um sentido simbólico de morte, expiração, mas também de humildade e penitência.

A cinza, como sinal de humildade, recorda ao cristão a sua origem e o seu fim: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra” (Gn 2,7); “até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás” (Gn 3,19).

5. Onde podemos conseguir as cinzas?

Para a cerimônia devem ser queimados os restos dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior. Estes recebem água benta e logo são aromatizados com incenso.

6. Como se impõe as cinzas?

Este ato acontece durante a Missa, depois da homilia, e está permitido que os leigos ajudem o sacerdote. As cinzas são impostas na fronte, em forma de cruz, enquanto o ministro pronuncia as palavras Bíblicas: “Lembra-te de que és pó e ao pó voltarás” ou “Convertei-vos e crede no Evangelho”.

Depois de receber as cinzas, o fiel deverá retirar-se em silêncio, meditando na frase proferida.

7. O que devem fazer quando não há sacerdote?

Quando não há sacerdote, a imposição das cinzas pode ser realizada sem Missa, de forma extraordinária. Entretanto, é recomendável que antes do ato participem da liturgia da palavra.

É importante recordar que a bênção das cinzas, como todo sacramental, somente pode ser feita por um sacerdote ou um diácono.

8. Quem pode receber as cinzas?

Qualquer pessoa pode receber este sacramental, inclusive os não católicos. Como explica o Catecismo (1670 ss.), “sacramentais não conferem a graça do Espírito Santo à maneira dos sacramentos; mas, pela oração da Igreja, preparam para receber a graça e dispõem para cooperar com ela”.

9. A imposição das cinzas é obrigatória?

A Quarta-feira de Cinzas não é dia de preceito e, portanto, não é obrigatória. Não obstante, nesse dia muitas pessoas costumam participar da Santa Missa, algo que sempre é recomendável.

10. Quanto tempo é necessário permanecer com a cinza na fronte?

Quanto tempo a pessoa quiser. Não existe um tempo determinado.

11. O jejum e a abstinência são necessários?

O jejum e a abstinência são obrigatórios durante a Quarta-feira de Cinzas, como também na Sexta-feira Santa, para as pessoas maiores de 18 e menores de 60 anos. Fora desses limites, é opcional. Nesse dia, os fiéis podem ter uma refeição “principal” uma vez durante o dia.

A abstinência de comer carne é obrigatória a partir dos 14 anos. Todas as sextas-feiras da Quaresma também são de abstinência obrigatória. Às sextas-feiras do ano também são dias de abstinência. O gesto, dependendo da determinação da Conferência Episcopal de cada país, pode ser substituído por outro tipo de mortificação ou oferecimento como a oração do terço.

Publicado em Agência Católica de Informação – ACI Digital.

*Na matéria publicada pela ACI Digital (cfe. o registro acima – 02.03.2025), erroneamente, está escrito 14 de fevereiro. Friso que o correto é 05.03.2025.

Leia também:

Imagem ilustrativa

O significado e a origem das cinzas de Quaresma

O que fazer depois de receber as cinzas no início da Quaresma

A Paixão de Cristo: uma Profunda Análise Católica

QUARESMA – 2024

A Paixão de Cristo é um dos eventos mais significativos e profundamente simbólicos da fé católica, representando o ápice do amor de Deus pela humanidade e o sacrifício redentor de Jesus Cristo. Este artigo visa explorar o significado e o simbolismo da Paixão de Cristo, destacando como esses eventos, descritos nos Evangelhos, continuam a influenciar e moldar a fé católica. 

Entendendo a Paixão de Cristo

A narrativa da Paixão de Cristo se desenrola em várias etapas, cada uma com seu significado teológico e espiritual profundo:

A Entrada em Jerusalém

A entrada de Jesus em Jerusalém, aclamado como Messias, cumpre a profecia de Zacarias: “Alegra-te muito, filha de Sião! Exulta, filha de Jerusalém! Eis que o teu rei vem a ti; ele é justo e salvador” (Zacarias 9:9). Este momento simboliza a aceitação de Jesus de sua missão redentora e a expectativa messiânica do povo.

A Última Ceia

Durante a Última Ceia, Jesus institui a Eucaristia, dizendo: “E, tomando o pão, deu graças, partiu-o e deu-lhes, dizendo: ‘Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim’. Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: ‘Este cálice é o novo pacto no meu sangue, que é derramado por vós'” (Lucas 22:19-20). Aqui, Jesus estabelece um novo pacto, marcando a transição da Antiga para a Nova Aliança.

A Oração no Jardim do Getsêmani

Confrontado com a realidade de sua iminente morte, Jesus ora intensamente no Getsêmani: “Pai, se quiseres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lucas 22:42). Este momento destaca a humanidade de Jesus, sua angústia e sua submissão total à vontade do Pai.

A Traição de Judas e o Julgamento

A traição de Judas e os julgamentos subsequentes perante as autoridades religiosas e Pilatos revelam tanto a injustiça humana quanto a integridade inabalável de Jesus: “Então, o levaram a Pilatos. E começaram a acusá-lo” (Lucas 23:1).

A Crucificação e Morte

Na crucificação, o amor supremo de Jesus é revelado: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem” (Lucas 23:34). Sua morte na cruz é o ponto culminante do amor redentor e da salvação oferecida à humanidade.

O Sepultamento

O sepultamento de Jesus marca a realidade de sua morte humana e prepara o cenário para o milagre da Ressurreição.

Simbolismo Teológico da Paixão

Cada aspecto da Paixão possui um significado teológico profundo. A entrada em Jerusalém mostra Jesus como o Messias esperado; a Última Ceia estabelece a Eucaristia como um pilar central da fé católica; o Getsêmani destaca a obediência e humanidade de Cristo; a traição e julgamento revelam as falhas humanas e a retidão de Cristo; a crucificação simboliza o amor sacrificial e a redenção dos pecados. Juntos, esses eventos formam um poderoso testemunho do plano de salvação de Deus e do amor infinito de Cristo pela humanidade.

A Paixão de Cristo não é apenas um relato histórico; é um convite contínuo à reflexão, transformação e renovação espiritual. Ela nos inspira a seguir o exemplo de amor, sacrifício e obediência de Jesus e a viver nossas vidas em resposta ao seu chamado de amor e serviço.

A Paixão na Liturgia e na Devoção Católica

A Paixão de Cristo ocupa um lugar central na liturgia e na devoção católica. A Semana Santa, culminando na Páscoa, é marcada por liturgias que rememoram os eventos da Paixão. A Via Sacra, uma meditação sobre as “Estações da Cruz”, ajuda os fiéis a se conectarem com o sacrifício de Cristo.

Reflexão e Identificação com o Sofrimento de Cristo

A contemplação da Paixão permite uma reflexão profunda sobre o significado do sofrimento e sacrifício em nossas vidas. Identificar-se com o sofrimento de Cristo conduz a uma compreensão mais profunda do amor sacrificial e da redenção, reforçando a crença na vitória sobre o pecado e a morte.

A Paixão e a Vida Cristã Contemporânea

A Paixão de Cristo vai além de um evento histórico; é um convite contínuo à transformação pessoal. Em um mundo marcado por desafios, a história da Paixão oferece uma mensagem de esperança e salvação.

A Paixão como Modelo de Amor e Serviço

A entrega de Jesus é um modelo para os cristãos em termos de amor, serviço e sacrifício, inspirando a viver vidas de compaixão, buscar justiça e oferecer misericórdia.

A Paixão na Educação da Fé

No ensino da fé católica, a Paixão é um ponto de referência constante para compreender o amor de Deus, a realidade do pecado e a promessa da redenção.

Conclusão

A Paixão de Cristo permanece como um símbolo poderoso e transformador na fé católica, encapsulando a essência do amor de Deus, e continua a moldar as práticas devocionais e a vida espiritual dos cristãos. Ao refletir sobre a Paixão, somos convidados a mergulhar mais profundamente em nossa jornada de fé, reconhecendo o amor incondicional de Deus e respondendo com uma vida de serviço, amor e dedicação total.

Publicado em Santos Católicos.

ORAÇÕES DE REPARAÇÃO PARA OS DIAS DE CARNAVAL

O QUE OS SANTOS ENSINAM SOBRE O CARNAVAL

->SANTA CATARINA DE SENA:
“Oh! Que tempo diabólico!”

->SERVO DE DEUS, JOÃO DE FOLIGNO
Carnaval: “Colheita do diabo.”

->SÃO FRANCISCO DE SALES:
“O carnaval: tempo de minhas dores e aflições”.

->SÃO VICENTE FERRER:

“O carnaval é um tempo infelicíssimo, no qual os cristãos cometem pecados sobre pecados, e correm à rédea solta para a perdição.”

->SANTO AGOSTINHO:

“…os dias de Carnaval são sacramentais de satanás, sinais visíveis daquilo que o demônio faz com os filhos da Luz.”

->SANTA FAUSTINA

“Nestes dois últimos dias de carnaval, conheci um grande acúmulo de castigos e pecados.

O Senhor deu-me a conhecer num instante os pecados do mundo inteiro cometidos nestes dias.

Desfaleci de terror e, apesar de conhecer toda a profundeza da misericórdia divina, admirei-me que Deus permita que a humanidade exista.”

JESUS DISSE PARA A IRMÃ AMÁLIA:

“Filha, não te esqueças, no dia de hoje, de enviar Maria aos salões de bailes, para dizer aos pecadores que se convertam”

JESUS PEDE A NOSSA COMPAIXÃO

SANTA MARGARIDA MARIA ALACOQUE:

->Jesus apareceu, sob a forma de Ecce Homo, carregando a cruz, todo coberto de chagas e ferimentos.

O Sangue adorável corria de toda parte, dizendo com voz dolorosamente triste:

“Não haverá ninguém que tenha piedade de mim e queira compadecer-se e tomar parte na minha dor no lastimoso estado em que me põem os pecadores, sobretudo agora?”

JESUS RECOMPENSA OS REPARADORES DO CARNAVAL

À Santa Gertrudes viu num êxtase o divino Redentor que ordenava ao Apóstolo São João escrevesse com letras de ouro os atos de virtude feitos por ela no carnaval, afim de a recompensar com graças especialíssimas.

Foi exatamente neste mesmo tempo, enquanto Santa Catarina de Sena estava rezando e chorando os pecados que se cometiam na quinta-feira gorda, que o Senhor a declarou Sua esposa, em recompensa dos obséquios praticados pela Santa no tempo de tantas ofensas.

O QUE DEVEMOS FAZER? OS SANTOS ENSINAM

SÃO FRANCISCO DE SALES:

Tendo conhecimento que algumas pessoas por ele dirigidas, que se relaxavam um pouco nos dias de carnaval, repreendia-as com brandura e exortava-as à COMUNHÃO FREQUENTE.

SÃO PEDRO CLAVER

Disse a um oficial espanhol: “Agora venha comigo; vamos à IGREJA REZAR por esses infelizes que, lá fora, julgam que têm o direito de ofender a Deus livremente por ser tempo de Carnaval.

SANTA MARIA MADALENA DE PAZZI:

No tempo do carnaval  passava as noites inteiras diante do SANTÍSSIMO SACRAMENTO, oferecendo a Deus o sangue de Jesus Cristo pelos pobres pecadores.

CARLOS BORROMEU:

Nos dias de Carnaval, o santo castigava o seu corpo com disciplinas e PENITÊNCIAS extraordinárias.

BEATO HENRIQUE SUSO: Durante o carnaval guardava um JEJUM rigoroso a fim de expiar as intemperanças cometidas.

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MEU TESOURO ESPIRITUAL: O DEVOCIONÁRIO COMPLETO DO CATÓLICO

Além de orações para todos os momentos e situações:

Orações da manhã, da tarde e da noite, orações para a Visita ao Santíssimo Sacramento e Santa Missa

Orações para várias devoções, pelas almas do Purgatório e pelos agonizantes

Orações pela Igreja, pela conversão dos pecadores e pelo Brasil

PRÁTICAS REPARADORAS

->VISITA AO SANTÍSSIMO SACRAMENTO

Cardeal Lambertini: “O mundo convida-vos às suas diversões, às suas festas; Deus por sua parte chama-vos a seus templos.”

ADORAÇÃO REPARADORA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO NOS DIAS DE CARNAVAL (Padre Reus)

Rezar 6 vezes: Pai Nosso, Ave Maria e o Glória.

->ORAÇÕES

Philip Kosloski: “Orações de reparação também podem ser pensadas como “orações de amor”, proclamando a Jesus o amor que você tem por ele, mesmo quando outros o rejeitam.”

ATO DE DESAGRAVO E REPARAÇÃO PÚBLICA AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS ( PARA OS DIAS DE CARNAVAL E DE PECADOS PÚBLICOS)

O Coração dulcíssimo de Jesus !…

Coração Hóstia !

Coração vítima !…

Para quem os homens ingratos só têm esquecimento, indiferença e desprezo!…

Permiti que vossos filhos devotos venham neste dia de salvação e de perdão pedir misericórdia a vossos pés e dar-vos reparação pública ,pelas traições, atentados e sacrilégios de que sois vítima adorável vosso Sacramento de amor!

Ah ! pecadores também, apenas ousamos apresentar-nos!…

Cada um de nós teme, e não se sente com ânimo para elevar a voz em favor de seus irmãos !

Entretanto, o Jesus, confiando na infinita bondade do vosso Coração e prostrando-nos humildemente, perante vossa Majestade ultrajada pelos crimes que inundam a terra

Ousamos dizer-vos : Senhor, não castigueis !… não castigueis !…ou pelo menos não castigueis ainda!…

O vosso indulgente amor perdoará a nossa temeridade!

O Coração de Jesus ! Coração tão generoso e tão terno, Coração tão amante e tão doce !

Perdão primeiramente para nós, perdão para os pobres pecadores! Aceitai o

Nosso desagravo, a nossa reparação pública pelas blasfêmias, com que a terra tremendo ressoa !

Perdão para os blasfemadores !

Reparação pública pelas profanações dos Vossos sacramentos e do santo dia que vos é consagrado…

Graça e perdão para os profanadores !

Reparação pública pelas irreverências e imodéstias cometidas no lugar santo…

Graça e perdão para os sacrílegos!

Reparação pública pela indiferença que de vós aparta tantos cristãos…

Graça e perdão para os ingratos !

Reparação pública por todos os crimes. ..

Ainda uma vez, meu Deus! graça e perdão para todos os homens !

Favorecei-nos, Senhor, em consideração do Coração adorável de vosso Divino Filho, que vela em todos os santuários, Vítima permanente por nossos pecados!

Seja ouvido em nosso favor o seu Sangue preciosíssimo !…

Cessem as ofensas !…

Estabeleça-se o vosso divino amor! reine, triunfe nos corações de todos os homens, para que todos os homens reinem um dia convosco no céu! Assim seja.

TERÇO ÀS SANTAS CHAGAS

CREIO

Oh! Jesus, Divino Redentor, tende Misericórdia de nós e do mundo inteiro.

Deus Forte, Deus Santo, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro.

Graça, Misericórdia, Meu Jesus; nos perigos presentes, cobri-nos com Vosso  Preciosíssimo Sangue.

Pai Eterno, tende Misericórdia de nós, pelo Sangue de Jesus Cristo, Vosso Filho Unigênito, tende Misericórdia de              nós, Vos suplicamos. Amém, Amém, Amém.

Em lugar do Pai Nosso: Pai Eterno, eu Vos ofereço as santas  Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo; Para curar as de nossas almas.

Em lugar de cada Ave-Maria: Meu Jesus, perdão e misericórdia: Pelos         méritos de Vossas Santas Chagas.

Por fim rezar  três vezes: Pai Eterno, eu Vos ofereço as santas  Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo; Para curar as de nossas almas. Amem

ORAÇÃO À DIVINA MISERICÓRDIA

Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro.

10 x Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro

ORAÇÃO REPARADORA FLECHA DE OURO

3X “Que seja sempre louvado, bendito, amado, adorado, glorificado o Santíssimo, Sacratíssimo, sumamente adorável, incompreensível, inefável Nome de Deus no Céu, na Terra e nos infernos, por todas as criaturas saídas das mãos de Deus e pelo Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento do Altar. Assim seja.

MODELO DE ORAÇÃO ENSINADA POR JESUS À IRMÃ AMÁLIA PARA O TEMPO DE CARNAVAL

10X Mãe do Belo Amor, entrega a Deus Pai o Preciosíssimo Sangue de Jesus e os Seus sofrimentos pelos infelizes pecadores

BENDITO SEJA DEUS

– Bendito seja Deus.
– Bendito seja o seu santo nome.
– Bendito seja Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
– Bendito seja o nome de Jesus.
– Bendito seja o seu Sacratíssimo coração.
– Bendito seja o seu preciosismo sangue.
– Bendito seja Jesus no Santíssimo sacramento do altar.
– Bendito seja o Espírito Santo Paráclito.
– Bendita seja a grande mãe de Deus, Maria santíssima.
– Bendita seja sua santa e imaculada conceição.
– Bendita seja sua gloriosa assunção.
– Bendito seja o nome de Maria, virgem e mãe.
– Bendito seja são José, seu castíssimo esposo.
– Bendito seja Deus, nos seus anjos e nos seus santos.

ATO DE DESAGRAVO À SAGRADA FACE

Cristo Sacerdote, Fazei que resplandeça a Vossa Face Sobre nós, Permanecei conosco, Senhor! (3 vezes)

Ó Jesus Cristo sacerdote queremos Vos oferecer nossa vida, sofrimentos e orações, em união com o Imaculado Coração de Maria, em desagravo à Vossa Sagrada Face, pelos nossos pecados e pelos pecados do mundo inteiro, especialmente das pessoas a vós consagradas na vida religiosa e sacerdotal. Aceitai, Senhor, esta nossa humilde reparação por todos os pecados de orgulho, heresia e sensualidade.

Senhor Jesus Cristo Sacerdote, que a luz de Vossa Sagrada Face nos ilumine. Que sua infinita beleza nos atraia.

Que sua força onipotente nos proteja. Que seu amor misericordioso nos perdoe e santifique, levando-nos a sua eterna contemplação nos esplendores do céu. Amém.

ATO DE DESAGRAVO AO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA

Ó Coração Doloroso e Imaculado de Maria, transpassado de dor pelas injúrias com que os pecadores ultrajam vosso santo nome e vossas excelsas prerrogativas; eis prostrado aos vossos pés vosso indigno filho, que, oprimido pelo peso das próprias culpas, vem arrependido com ânimo de reparar as injúrias que, à maneira de penetrantes setas dirigem contra vós os homens ousados e perversos.

Desejo reparar com esse ato de amor e submissão que faço perante o vosso coração amantíssimo, todas as blasfêmias que proferem contra o vosso Augusto nome, todas as ofensas que fazem às vossas excelsas virtudes e todas as ingratidões com que os homens correspondem ao vosso maternal amor e inesgotável misericórdia.

Aceitai, ó Coração Imaculado, esta demonstração de meu fiel carinho e justo reconhecimento, com o firme propósito que faço de ser-vos fiel todos os dias de minha vida, de defender vossa honra quando a veja ultrajada e de propagar com entusiasmo vosso culto e vossas glórias.

Rezar 3 Ave Marias em honra ao poder, sabedoria e misericórdia do puríssimo Coração de Maria, desprezado pelos homens

ORAÇÕES REPARADORAS DO ANJO DE FÁTIMA 

Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e  ofereço-Vos o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus  Cristo, presente em todos os sacrários da Terra, em reparação dos ultrajes,  sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos  infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço Vos a conversão dos pobres pecadores.

3x Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os  que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam.

ORAÇÃO À NOSSA SENHORA DAS LÁGRIMAS

1X Vêde, ó Jesus, que são as lágrimas d’Aquela que mais Vos amou na Terra, e que mais Vos ama no Céu.

7 x Meu Jesus, ouvi os nossos rogos, pelas Lágrimas de Vossa Mãe Santíssima.

ORAÇÃO DE SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO PARA O TEMPO DO CARNAVAL

Amabilíssimo Jesus, Vós que sobre a cruz perdoastes aos que Vos crucificaram, e desculpastes o seu horrendo pecado perante o Vosso Pai, tende piedade de tantos infelizes que, seduzidos pelo espírito da mentira, e com o riso nos lábios, vão neste tempo de falso prazer e de dissipação escandalosa, correndo para a sua perdição.

Ah! pelos merecimentos do Vosso divino sangue, não os abandoneis, assim como mereceriam. Reservai-lhes um dia de misericórdia, em que cheguem a reconhecer o mal que fazem e a converter-se.

Protegei-me sempre com a Vossa poderosa mão, para que não me deixe seduzir no meio de tantos escândalos e não venha a ofender-Vos novamente.

Fazei que eu me aplique tanto mais aos exercícios de devoção, quanto estes são mais esquecidos pelos iludidos filhos do mundo.

Amabilíssimo Jesus, não é tanto para receber os Vossos favores como para fazer coisa agradável ao Vosso divino Coração, que quero nestes dias unir-me às almas que Vos amam, para Vos desagravar da ingratidão dos homens para conVosco, ingratidão essa que foi também a minha, cada vez que pequei.

Em compensação de cada ofensa que recebeis, quero oferecer-Vos todos os atos de virtude, todas as boas obras, que fizeram ou ainda farão todos os justos, que fez Maria Santíssima, que fizestes Vós mesmo quando estáveis nesta terra. Entendo renovar esta minha intenção todas as vezes que nestes dias eu disser:

† Meu Jesus, misericórdia.

― Ó grande Mãe de Deus e minha Mãe Maria, apresentai vós este humilde ato de desagravo ao Vosso divino Filho, e por amor do Seu Sacratíssimo Coração obtende para a Igreja sacerdotes zelosos, que convertam grande número de pecadores.

† Doce Coração de Maria, sede a minha salvação.

ORAÇÃO PARA OS DIAS DO CARNAVAL

Meu Jesus, que sobre a Cruz perdoastes aqueles que nela Vos pregastes; Vós que da Cruz lançastes um olhar de piedade ao bom ladrão que expirava sobre o patíbulo e o convertestes e salvastes;

Vós que entre as agonias da morte declarastes ter ainda sede de almas, tende piedade de tantos infelizes que seduzidos pelo espírito da mentira nestes dias de falsos prazeres e de escandalosa dissipação estão no caminho da condenação eterna.

Ah! pelos méritos de Vosso preciosíssimo Sangue e da Vossa morte não os abandoneis como merecem nem permitais fique sem remédio o miserável estado em que se vão precipitar.

Reservai para eles um dia de misericórdia e de salvação.

Vós que a São Pedro estendestes prontamente a mão para sustentá-lo, quando submergia, quanto a estes infelizes que estão para cair no abismo infernal; acordai-os, sacudi-os, iluminai-os, convertei-os e salvai-os.

Quanto a nós, tende sempre firme a Vossa destra, para que nunca sejamos seduzidos por tantos escândalos que nos rodeiam; pelo contrário, à semelhança de José do Egito que vivendo num ambiente supersticioso, nunca se afastou da verdade e da justiça, mereçamos nós o Vosso amor, ao passo que outros provocam o Vosso desdém,  apliquemo-nos nos exercícios de piedade enquanto que ela é esquecida pelos ingratos filhos do século que terão de chorar para sempre a sua atual estultícia.

Padre nosso, Ave Maria e Glória.

Aos que querem continuar vivendo a reparação, uma devoção importante é a reparação a Sagrada Face de Jesus:

ATOS DE DESAGRAVO À SAGRADA FACE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO,
NOS DIAS DE CARNAVAL
(
Completa – pdf.)

Publicado em Quem reza se salva.

O que há de errado com o Carnaval?

O que devemos pensar, como católicos, a respeito da alegria do Carnaval?

Antes de toda Quaresma há um Carnaval.

Já tivemos a oportunidade de tratar esse assunto aqui, ano passado, quando publicamos uma famosa citação de Santa Faustina Kowalska sobre a festa, juntamente com um vídeo da famosa religiosa norte-americana, Madre Angélica, sobre os foliões que se embebedam e dão escândalo aos mais jovens.

Na ocasião, comentamos que “a grande tragédia de nossa época” é o homem moderno ter transformado “a sua vida em uma festa de Carnaval prolongada”. No fundo, as pessoas não se entregam ao pecado só numa época do ano para se comportarem bem nas outras. Para muitos, o Carnaval tornou-se praticamente um “estilo de vida”. E essas pessoas não conseguem sequer conceber um outro modo de viver, senão este de brigas, bebedeiras e sexo desregrado.

Nem todas as pessoas que “pulam carnaval” se divertem dessa forma pecaminosa, é verdade. Há carnavais e carnavais, alguém poderia dizer. É possível se divertir honestamente, no fim das contas, evitando o pecado e as ocasiões de cair nele, e o próprio Santo Tomás de Aquino chega a associar o bom divertimento a uma virtude específica em sua Suma Teológica.

Neste vídeo, Pe. Paulo Ricardo fala de forma bem equilibrada a respeito do Carnaval, indicando as diferenças que existem entre:

  • a alegria pecaminosa em que muitos passam esses dias,
  • a alegria sadia de quem sabe gozar honestamente das coisas deste mundo e, por fim,
  • a alegria realmente sobrenatural de quem tem os olhos fixos, não nos bens passageiros desta existência, mas na vida eterna com Cristo.

Publicado em Equipe Christo Nihil Praeponere.

Entenda o significado de cada dia da Semana Santa

O Domingo de Ramos, abre a Semana Santa, e para aprofundar e melhor viver cada dia da “Semana Maior”, confira o significado das celebrações:

Domingo de Ramos


O Domingo de Ramos abre, por excelência, a Semana Santa, pois celebra a entrada triunfal de Jesus Cristo, em Jerusalém, poucos dias antes de sofrer a Paixão, a Morte e a Ressurreição.

Este domingo é chamado assim, porque o povo cortou ramos de árvores, ramagens e folhas de palmeiras para cobrir o chão por onde o Senhor passaria montado num jumento. Com isso, Ele despertou, nos sacerdotes da época e mestres da Lei, inveja, desconfiança e medo de perder o poder. Começa, então, uma trama para condená-Lo à morte.

A liturgia dos ramos não é uma repetição apenas da cena evangélica, mas um sacramento da nossa fé, na vitória do Cristo na história, marcada por tantos conflitos e desigualdades.

Segunda-feira Santa


Neste dia, proclama-se, durante a Missa, o Evangelho segundo São João. Seis dias antes da Páscoa, Jesus chega a Betânia para fazer a última visita aos amigos de toda a vida. Está cada vez mais próximo o desenlace da crise. “Ela guardava este perfume para a minha sepultura” (cf. João 12,7); Jesus já havia anunciado que Sua hora havia chegado.

A primeira leitura é a do servo sofredor: “Olha o meu servo, sobre quem pus o meu Espírito”, disse Deus por meio de Isaías. A Igreja vê um paralelismo total entre o servo de Javé cantado pelo profeta Isaías e Cristo. O Salmo é o 26: “Um canto de confiança”.

Terça-feira Santa

A mensagem central deste dia passa pela Última Ceia. Estamos na hora crucial de Jesus. Cristo sente, na entrega, que faz a “glorificação de Deus”, ainda que encontre, no caminho, a covardia e o desamor. No Evangelho, há uma antecipação da Quinta-feira Santa. Jesus anuncia a traição de Judas e as fraquezas de Pedro. “Jesus insiste: ‘Agora é glorificado o Filho do homem e Deus é glorificado nele’”.

A primeira leitura é o segundo canto do servo de Javé; nesse canto, descreve-se a missão de Jesus. Deus o destinou a ser “luz das nações, para que, a salvação alcance até os confins da terra”. O Salmo é o 70: “Minha boca cantará Teu auxílio.” É a oração de um abandonado, que mostra grande confiança no Senhor.

Quarta-feira Santa

Em muitas paróquias, especialmente no interior do país, realiza-se a famosa “Procissão do Encontro” na Quarta-feira Santa.

Os homens saem, de uma igreja ou local determinado, com a imagem de Nosso Senhor dos Passos; as mulheres saem de outro ponto com Nossa Senhora das Dores. Acontece, então, o doloroso encontro entre a Mãe e o Filho. O padre proclama o célebre “Sermão das Sete Palavras”, fazendo uma reflexão, que chama os fiéis à conversão e à penitência.

Quinta-feira Santa

Santos óleos
Uma das cerimônias litúrgicas da Quinta-feira Santa é a bênção dos santos óleos usados durante todo o ano pelas paróquias. São três os óleos abençoados nesta celebração: o do Crisma, dos Catecúmenos e dos Enfermos.
Ela conta com a presença de bispos e sacerdotes de toda a diocese. É um momento de reafirmar o compromisso de servir a Jesus Cristo.

Lava-pés
O Lava-pés é um ritual litúrgico realizado, durante a celebração da Quinta-feira Santa, quando recorda a última ceia do Senhor.
Jesus, ao lavar os pés dos discípulos, quer demonstrar Seu amor por cada um e mostrar a todos que a humildade e o serviço são o centro de Sua mensagem; portanto, esta celebração é a maior explicação para o grande gesto de Jesus, que é a Eucaristia.
O rito do lava-pés não é uma encenação dentro da Missa, mas um gesto litúrgico que repete o mesmo gesto de Jesus. O bispo ou o padre, que lava os pés de algumas pessoas da comunidade, está imitando Jesus no gesto; não como uma peça de teatro, mas como compromisso de estar a serviço da comunidade, para que todos tenham a salvação, como fez Jesus.

Instituição da Eucaristia
Com a Santa Missa da Ceia do Senhor, celebrada na tarde ou na noite da Quinta-feira Santa, a Igreja dá início ao chamado Tríduo Pascal e faz memória da Última Ceia, quando Jesus, na noite em que foi traído, ofereceu ao Pai o Seu Corpo e Sangue sob as espécies do Pão e do Vinho, e os entregou aos apóstolos para que os tomassem, mandando-os também oferecer aos seus sucessores.
A palavra “Eucaristia” provém de duas palavras gregas “eu-cháris”, que significa “ação de graças”, e designa a presença real e substancial de Jesus Cristo sob as aparências de Pão e Vinho.

Instituição do sacerdócio
A Santa Missa é, então, a celebração da Ceia do Senhor, quando Jesus, num dia como hoje, véspera de Sua Paixão, “durante a refeição, tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: ‘Tomai e comei, isto é meu corpo’.” (cf. Mt 26,26).
Ele quis, assim como fez na última ceia, que Seus discípulos se reunissem e se recordassem d’Ele abençoando o pão e o vinho: “Fazei isto em memória de mim”. Com essas palavras, o Senhor instituiu o sacerdócio católico e deu-lhes poder para celebrar a Eucaristia.

Sexta-feira Santa

A tarde da Sexta-feira Santa apresenta o drama incomensurável da morte de Cristo no Calvário. A cruz, erguida sobre o mundo, segue de pé como sinal de salvação e esperança. Com a Paixão de Jesus, segundo o Evangelho de João, contemplamos o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo Amado, da Mãe, do soldado que o transpassou o lado. Há um ato simbólico muito expressivo e próprio deste dia: a veneração da santa cruz, momento em que esta é apresentada solenemente à comunidade.

Via-sacra
Ao longo da Quaresma, muitos fiéis realizam a Via-Sacra como uma forma de meditar o caminho doloroso que Jesus percorreu até a crucifixão e morte na cruz.
A Igreja nos propõe esta meditação para nos ajudar a rezar e a mergulhar na doação e na misericórdia de Jesus que se doou por nós. Em muitas paróquias e comunidades, são realizadas a encenação da Paixão, da Morte e da Ressurreição de Jesus Cristo por meio da meditação das 14 estações da Via-Crucis.

Sábado Santo

O Sábado Santo não é um dia vazio, em que “nada acontece”. Nem uma duplicação da Sexta-feira Santa. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo que pode ir uma pessoa. O próprio Jesus está calado. Ele, que é Verbo, a Palavra, está calado. Depois de Seu último grito na cruz – “Por que me abandonaste?” –, Ele cala no sepulcro agora. Descanse: “tudo está consumado!”.

Vigília Pascal
Durante o Sábado Santo, a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando Sua Paixão e Morte, Sua descida à mansão dos mortos, esperando, na oração e no jejum, Sua Ressurreição. Todos os elementos especiais da vigília querem ressaltar o conteúdo fundamental da noite: a Páscoa do Senhor, Sua passagem da morte para a vida.
A celebração acontece no sábado à noite. É uma vigília em honra ao Senhor, de maneira que os fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (cf. Lc 12,35-36), tenham acesas as lâmpadas, como os que aguardam seu senhor chegar, para que, os encontre em vigília e os convide a sentar à sua mesa.

Bênção do fogo
Fora da Igreja, prepara-se a fogueira. Estando o povo reunido em volta dela, o sacerdote abençoa o fogo novo. Em seguida, o Círio Pascal é apresentado ao sacerdote. Com um estilete, o padre faz nele uma cruz, dizendo palavras sobre a eternidade de Cristo.
Assim, ele expressa, com gestos e palavras, toda a doutrina do império de Cristo sobre o cosmos, exposta em São Paulo. Nada escapa da Redenção do Senhor, e tudo – homens, coisas e tempo – estão sob Sua potestade.

Procissão do Círio Pascal
As luzes da igreja devem permanecer apagadas. O diácono toma o Círio e o ergue, por algum tempo, proclamando: “Eis a luz de Cristo!”. Todos respondem: “Demos graças a Deus!”.
Os fiéis acendem suas velas no fogo do Círio Pascal e entram na igreja. O Círio, que representa o Cristo Ressuscitado, a coluna de fogo e de luz que nos guia pelas trevas e nos indica o caminho à terra prometida, avança em procissão.

Proclamação da Páscoa
O povo permanece em pé com as velas acesas. O presidente da celebração incensa o Círio Pascal. Em seguida, a Páscoa é proclamada.
Esse hino de louvor, em primeiro lugar, anuncia a todos a alegria da Páscoa, a alegria do Céu, da Terra, da Igreja, da assembleia dos cristãos. Essa alegria procede da vitória de Cristo sobre as trevas. Terminada a proclamação, apagam-se as velas.

Liturgia da Palavra
Nesta noite, a comunidade cristã se detém mais que o usual na proclamação da Palavra.
As leituras da vigília têm uma coerência e um ritmo entre elas. A melhor chave é a que nos deu o próprio Cristo: “E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes (aos discípulos de Emaús) o que dele se achava dito em todas as Escrituras” (Lc 24, 27).

Domingo da Ressurreição

É o dia santo mais importante da religião cristã. Depois de morrer crucificado, o corpo de Jesus foi sepultado, ali permaneceu até a ressurreição, quando seu espírito e seu corpo foram reunificados. Do hebreu “Peseach”, Páscoa significa a passagem da escravidão para a liberdade.
A presença de Jesus ressuscitado não é uma alucinação dos Apóstolos. Quando dizemos “Cristo vive” não estamos usando um modo de falar, como pensam alguns, para dizer que vive somente em nossa lembrança.

Fonte: Jovens Conectados – com Portal Canção Nova 

Jesus, a luz que ilumina o mundo

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

A extraordinária cura de um cego de nascença mostra como Deus não julga o exterior, mas olha dentro do coração humano (Jo 9,1-41). Aquele que é humilde, fraco, sofredor tem a preferência divina ao contrario dos que julgam pelos critérios humanos os quais valorizam os poderosos. Jesus viu alguém que não enxergava desde seu nascimento, desprezado, considerado pecador ou filho daqueles que haviam pecado e logo dele se compadeceu. Ante um julgamento tão negativo, Ele, que era luz do mundo, se encheu de compaixão perante a cegueira daquele homem. Fez um gesto surpreendente. Antes de simplesmente abrir os olhos do cego cuspiu no chão e fez barro com a saliva e aplicou-o aos olhos daquele sofredor. Cumpre penetrar no significado daquele sinal de Cristo que a primeira vista poderia parecer estranho. Há nele um duplo sentido. No início da Bíblia o Gênesis relata no capítulo segundo que Deus modelou o ser humano com o barro da terra. Era o aparecimento do homem. Pelo gesto de Jesus agora era um homem novo que ele entranhava no cego. Surgia uma nova vida deste encontro com o poderoso taumaturgo e tanto isto é verdade que, mais tarde, no reencontro com Cristo o cego curado fez um ato salvífico de fé: “Eu creio, Senhor. E O adorou”. Jesus lhe restituíra a visão corporal e espiritual. Aquele lodo de que se serviu Cristo era o símbolo do barro do pecado que deforma o olhar humano. São as faltas que impedem de ver a Deus como Pai e o próximo como irmão. Entretanto, Jesus, o taumaturgo, sana também o olhar errôneo que cada um tem sobre si mesmo. Muitos se julgam santos, quando na verdade o mal está enraizado na sua vida pela prática do desprezo dos mandamentos da Lei do Senhor. Jesus então manda ir não já à piscina de Siloé, mas ao sacramento da Confissão, fonte onde se lavam todas as maldades, todos os erros. Depara-se então com Aquele que é a luz que ilumina o mundo. A cura do cego de nascença suscitou inúmeras dúvidas entre seus conhecidos e os fariseus. Quantos incrédulos ainda hoje há no mundo que não creem no poder miraculoso de Jesus para si, para os outros, para quantos nele confiam! Não percebem que é possível a conversão dos que se extraviam e não são capazes também de perdoar os outros. A quaresma, mais do que um tempo de penitência, deve ser um contexto de acolhimento aos outros e a si mesmo. Recepção generosa da Luz de Deus, esta Luz que é Jesus e que deve aclarar a vida de seus seguidores, aumentando-lhes a fé nos mistérios revelados. O cego de nascença não havia nada pedido a Jesus, mas foi Jesus que tomou a iniciativa. Cristo está, sobretudo na Quaresma, à porta de cada coração e bate. Ele quer iluminar todos os recantos deste coração para que seu discípulo possa contemplá-lo na Eucaristia, na pessoa do próximo, nas belezas da natureza. Ele veio ao mundo como luz para restabelecer inteiramente a dignidade humana. O cego de nascimento que reconheceu a divindade de Cristo se tornou seu seguidor e sublinha a necessidade de que haja um apostolado devotado para que outros cegos passem a enxergar as maravilhas de Deus em seu derredor. A cura do cego fez surgir controvérsias e tomadas de posição. Isto faz lembrar o ilogismo daqueles que se opõem ao bom senso e à fé que se deve ter em Jesus e na sua verdadeira Igreja católica. Muitos são aqueles que como os pais do cego se esquivam para não se comprometer e até traem sua crença religiosa por interesses muitas vezes irrisórios. Não querem complicar sua vida, mas abandonam a luminosidade de Jesus. O encontro pessoal com Cristo deve levar a uma profissão completa de fé, porque senão, como disse Jesus, o pecado permanece. Jesus oferece sempre oportunidade para uma escolha sábia entre as trevas e a luz. Aquele que prefere sua cegueira espiritual, porém, não tem escusas, dado que Deus, como aconteceu com o cego do Evangelho, oferece oportunidade para uma cura total. Ele, contudo, não força a liberdade humana. Os fariseus continuaram os verdadeiros cegos e foram repreendidos pelo Mestre divino. Felizes, contudo, os que acolhem o dom da fé e vivem na luz de Cristo dentro da Igreja que guia, conduz e salva. É preciso enxergar a evidência da presença de Deus no decorrer de todas as horas, tendo com Ele uma amizade pessoal, íntima. Solicitar a Jesus para guardar junto de seu coração amoroso todos os passos cotidianos. Assim outros também descobrirão como é doce e suave uma existência sob a luminosidade divina.

* Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

Publicado em Arquidiocese de Mariana.

Quaresma: Tempo de crescer no amor

Assim como nossa vida é feita de momento mais fortes e momentos mais “fracos”, a nossa vida espiritual também acaba passando por esses altos e baixos. Para nos ajudar a não cair na tibieza espiritual e no cansaço diante da oração, da vida sacramental, e para nos ajudar a seguir e crescer espiritualmente a nossa Santa Igreja, nos dá também durante o ano litúrgico tempos mais “fortes espiritualmente”: Quaresma e Advento.

A Quaresma é o tempo no qual nos preparamos para a Páscoa, mas não somente a Páscoa da ressurreição de Cristo. O crescimento espiritual que teremos durante a Quaresma nos prepara também para a nossa páscoa, ou seja, a nossa passagem desta vida. Por isso, é muitíssimo importante aproveitar este tempo e crescer no Amor, na Caridade, na Penitência, e subjugar cada vez mais a nossa carne para que possamos fortalecer o espírito.

Nossa religião nos ensina os meios que temos de nos unir a Jesus:

Se você não está em estado de graça, o primeiro passo é se confessar e restabelecer o amor no seu próprio coração. Para que possa colher os frutos das obras a seguir.

1º Se você está em estado de graça, você precisa de um tempo para amar Jesus!

Vá a Igreja, visite o sacrário com mais frequência! Como você poderá amar alguém se não passa tempo com essa pessoa? Quando amamos, somos atraídos por aquele que amamos! Então, vamos procurar Cristo e aumentar a oração direcionada para o próprio Amor, que é Deus. Então mais que pedir coisas, mais que falar de si, contemple Cristo na tua oração, e deixe Deus falar no seu coração.

Vá mais ao Sacrário, Comungue com fervor, intensifique as orações!

Atenção: O DIABO NÃO QUER QUE FAÇAMOS ISSO! Então surgirão muitas dificuldades. O próprio Cristo foi tentado no deserto 3 vezes. Satanás tem inveja porque NUNCA verá a Deus, então por ódio ele vai fazer de tudo para que você também nunca contemple a Deus no céu. A oração nos ajuda a caminhar a cada dia mais para o céu, então tenha uma certeza: você será tentado de alguma forma a não crescer na sua vida de oração! Você vai sentir preguiça, vai pensar “ah… mas e já rezo o suficiente”, “ah, mas por que isso??”. Seja forte!

2º É preciso fazer Penitência: tirar do seu corpo os caprichos da criança mimada que é o seu corpo!

Não dê ao seu corpo tudo aquilo que ele quer. Assim como educamos uma criança assim, devemos nos educar assim também. Quando você dá tudo ao seu corpo, você mergulha no tédio e na tristeza, e para sair dessa tristeza precisa recorrer a subterfúgios: álcool, comida em excesso, drogas, pornografia, masturbação, programas de TV inúteis, horas e horas em Redes Sociais, etc.

A penitência, algo que tire do nosso corpo os prazeres da carne, nos ajudará a ficar mais saudáveis fisicamente e espiritualmente. Por que?

Negando ao seu corpo egoísta o que ele quer, você vai estar abrindo a porta para amar Jesus. Você estará abrindo espaço no seu coração, para receber a graça que Deus quer dar a você durante a sua oração.Padre Paulo Ricardo

Assim, o Jejum/Penitência é o complemento da Oração! É como se a penitência “turbinasse” a oração, pois é a penitência o que abre o meu coração para colher os frutos da oração, assim, aos poucos vendo os frutos dessa oração na minha vida eu cada vez mais desejo ter essa Presença perto de mim.

3º Melhorar na Caridade

Todo esse amor que alimentamos nos passos anteriores, se transforma não só em ação para com os irmãos mas em questionamentos também: Como eu estou tratando as pessoas com as quais eu mais convivo? Como eu tenho sido? Sou impaciente desmedidamente? Tenho sido bom? No meu trabalho, puxo tapetes? Procuro o meu bem acima do das outras pessoas?

A caridade, as obras de amor, também nos ajudam a praticar uma fagulha do amor com o qual Deus nos ama, nos fazendo amar o nosso próximo, o que agrada a Deus e nos aproxima dEle. A caridade pode ser frutos da Penitência e Oração, mas também pode ser um passo que nos ajudem a melhorar nos outros dois.

Ajuda para viver a Quaresma:

É importante nos darmos conta de que Jesus venceu o Inimigo! O Senhor colocou a nosso serviço os Santos Anjos e Ele próprio é a fonte da Graça, a fonte inesgotável do Amor.
O desejo de Cristo é que nós amemos a Deus, como Deus se ama na Santíssima Trindade e como Deus nos ama.

Nos momentos de dificuldade e em que somos atacados por Satanás e seus demônios, que NÃO QUEREM QUE NÓS CAMINHEMOS PRO CÉU, devemos recorrer aos Anjos! No Evangelho do 1º Domingo da Quaresma vemos que os anjos estavam a serviço de Cristo no deserto, e Cristo venceu as tentações! Os anjos também estão a nosso serviço e nós também temos a capacidade, pela graça de Deus, de vencer as tentações!

Então, vamos pedir a ajuda dos Santos Anjos para que nos ajudem a bem viver a Quaresma.

Publicado em Paróquia Bom Pastor.

5 curiosidades sobre a Cruz de Jesus

A crucificação de Jesus é narrada pelos 4 evangelistas (Mateus 27,33-44; Marcos 15,22-32; Lucas 23,33-43; João 19,17-30). Além disso, ela foi atestada por outras fontes antigas e está firmemente estabelecida como um evento histórico confirmado inclusive por fontes não cristãs.

Os sofrimentos de Jesus estavam previstos no Antigo Testamento. Em um dos Salmos, por exemplo, Davi citou uma das frases que Jesus falou na Cruz: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?” (Salmo 21).

Também o profeta Isaías descreveu em sua narrativa o sofrimento, a morte e a exaltação do Servo Sofredor – Jesus Cristo.

A Bíblia Sagrada conta que Jesus foi preso no Getsêmani, que é um jardim secreto que fica no sopé do Monte das Oliveiras. Jesus foi para lá logo após a Última Ceia – que foi a última refeição que Ele fez com os Seus doze apóstolos e quando instituiu a Sagrada Eucaristia e o sacerdócio.

Logo que foi preso, Jesus foi julgado pelo Sinédrio, por Pilatos e por Herodes. Após ser condenado, em seguida foi entregue para execução. Sua sentença foi a morte na cruz.

Por que Jesus foi condenado a morrer numa cruz?

A morte de cruz era uma sentença aplicada aos piores criminosos e escravos. Pelo costume dos Judeu, seus acusadores, Ele poderia ter sido apedrejado até morrer. Porém, certamente por um desígnio Divino, os judeus entregaram Jesus para ser julgado conforme a justiça romana e, por isso, foi crucificado.

O próprio Jesus sabia o que aconteceria com Ele e aceitou voluntariamente, motivado pelo amor, morrer pela remissão dos nossos pecados. Ele deu a Sua vida para a salvação do mundo.

Por isso, a Cruz de Jesus é para os cristãos sinal do Seu amor incondicional e da Sua misericórdia infinita.

5 curiosidades sobre a Cruz de Jesus

São muitos os questionamentos a respeito da Cruz de Jesus. O que teria acontecido com ela após tirarem dela o corpo sem vida de Jesus? Hoje você vai descobrir!

1. Após a remoção do corpo a Cruz de Jesus foi jogada numa vala

A tradição conta que logo que o corpo de Jesus foi entregue à Sua Mãe para ser sepultado, a cruz foi removida e lançada uma fenda rochosa abaixo do Gólgota – a colina na qual Jesus foi crucificado.

Tempos depois, o imperador Adriano, que reinou entre os anos 117 e 138 d.C., menosprezava Jesus Cristo.

Por isso, ao edificar uma nova colônia romana sobre as ruínas de Jerusalém, ele mandou que fossem jogados entulhos de construção na fenda onde estava a Cruz de Jesus.

Além disso, no local onde aconteceu a crucificação ele mandou construir um prédio.

2. A Cruz de Jesus garantiu a vitória dos cristãos

Constantino foi um dos imperadores romanos que governou de 306 até sua morte em 337. Vindo de uma família cristã, ele era muito piedoso.

No ano 312 aconteceu em Roma a batalha da Ponte Mílvio, que foi o último confronto travado durante a Guerra Civil entre os imperadores romanos Constantino e Magêncio. A história narra que durante a batalha Constantino teve a visão de Cristo mostrando a Sua Cruz e dizendo a ele: “Com este sinal vencerás!”.

E assim aconteceu! Constantino saiu vencedor desta batalha e no ano seguinte decretou o cristianismo como a religião oficial do Império Romano, após 3 séculos de brutais perseguições contra os cristãos.

3.A Cruz de Jesus foi encontrada por uma mulher

O imperador Constantino mandou construir a Igreja do Santo Sepulcro sobre o túmulo de Jesus. A igreja foi edificada entre os anos 326 e 335.

Durante esse período sua mãe, Santa Helena, se dedicou incansavelmente a procurar pela Cruz de Jesus em Jerusalém. Ela levou para lá um grupo de escavadores que, depois de muito trabalho, conseguiu encontrar três cruzes e nas proximidades, além da placa que continha a inscrição que havia sido colocada sobre a Cruz de Cristo.

4. Um milagre identificou qual é a verdadeira Cruz

Segundo o Breviário Romano, Macário, bispo de Jerusalém, elevou a Deus suas preces, e levou cada uma das cruzes a três mulheres que sofriam de grave enfermidade.

Enquanto as demais de nada serviram às mulheres enfermas, a terceira Cruz, levada à terceira mulher, curou-a imediatamente.

5. Partes da Cruz de Jesus estão em Igrejas de Jerusalém e de Roma

No local onde encontrou a Cruz de Jesus, Santa Helena mandou construir uma igreja esplendorosa, onde depositou parte da Cruz em urnas de prata.

Além disso, uma das partes da Cruz ela deu a seu filho, Constantino, que a levou para Roma, depositando-a na igreja da Santa Cruz de Jerusalém, edificada no palácio Sessoriano.

Futuramente, fragmentos da Cruz de Jesus, ou seja, suas relíquias, foram distribuídas para igrejas em todo o mundo.

Helena também havia encontrado os pregos que foram usados para pregar as mãos e os pés de Cristo à Cruz, e ela os entregou ao seu filho.

Naquele tempo, Constantino sancionou uma lei que proibia a condenação de qualquer pessoa à morte na cruz.

Desde então, a cruz que antes era sinônimo de castigo e maldição passou a ser motivo de glória e objeto de veneração pelos cristãos em todo o mundo.

Publicado em Comunidade Católica Santos Anjos.

O sentido da Quaresma

“O período quaresmal encaminha a pessoa para uma transformação humana e espiritual em Deus”

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Quaresma é um dos tempos mais importantes do ciclo litúrgico da Igreja. Tem como fundamento o convite à conversão, a experiência desértica com Deus, tendendo sempre à mudança radical de vida e de atitudes, olhando para dentro de si e mergulhando na via penitencial de Cristo, cercado pelo caminho do arrependimento e da misericórdia, no qual o cristão é chamado a dar um sentido mais verdadeiro de si e mais transparente.

O caráter original da Quaresma, segundo a força expressiva da mesma palavra, foi posto na penitência de toda a comunidade e dos indivíduos ao longo de quarenta dias. Na determinação da duração de quarenta dias, para que os cristãos se preparem para celebrar a solenidade Pascal, é mais do que certo que teve grande peso a tipologia bíblica dos quarenta dias, a saber: o jejum de quarenta dias de Jesus Cristo; os quarenta anos que passou o Povo de Deus no deserto; os quarenta dias passados por Moisés no Monte Sinai; os quarenta dias durante os quais Golias, o gigante filisteu, afrontou Israel, até que Davi avançou contra ele, abateu-o e o matou; os quarenta dias durante os quais o Profeta Elias, fortificado pelo pão assado e pela água, chegou ao Monte de Deus, o Horeb; os quarenta dias que o Profeta Jonas pregou a penitência aos habitantes de Nínive.

O Tempo da Quaresma tem a finalidade de preparar a Páscoa: a Liturgia Quaresmal conduz para a celebração do mistério pascal tanto os catecúmenos, através dos diversos graus da iniciação cristã, quanto aos fiéis, por meio da recordação do batismo e da penitência. Esse tempo favorável de reconciliação transcorre desde a Quarta-feira de Cinzas, que é dia de jejum e abstinência e de imposição das cinzas, até a Missa da Ceia do Senhor, inclusive. Desde o início da Quaresma até a Vigília Pascal não se canta (diz) o Aleluia nem o Glória. Os domingos deste Tempo são chamados 1°, 2°, 3°, 4° e 5º Domingos da Quaresma. O 6º Domingo, com o qual se inicia a Semana Santa, é chamado Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor. A Semana Santa recorda a Paixão de Cristo, desde sua entrada triunfante em Jerusalém até a sua Ressurreição.

O período quaresmal encaminha a pessoa para uma transformação humana e espiritual em Deus, culminando todo o seu ser na plenitude da festa da Páscoa, a ressurreição do Senhor, o mistério salvífico de Jesus, o “Rabi”, que faz morada em nosso meio e traz a vida em abundância.

Por Pe. Antônio Lúcio, ssp e Cl. Deivid Rodrigo dos Santos Tavares, ssp

Publicado em Padres e Irmãos Paulinos.

Saber viver o sofrimento a exemplo de Cristo e São Paulo

Ninguém gosta de sofrer e poucos conseguem perceber que o sofrimento é redentor. Para perceber que existe um mistério salvífico no sofrer, basta que olhemos como Cristo viveu o seu sofrimento. A Cruz foi para Cristo a coroação do seu sofrimento e o ápice de toda a paixão salvadora. Durante as dificuldades e sofrimentos da vida, muitos se perguntam: “Por que eu estou passando por este sofrimento?”.

A resposta para essa pergunta é complexa, porém, podemos buscar nos dois grandes exemplos encontrados nos relatos bíblicos, Jesus e São Paulo. Primeiro, Cristo sofre por um fim, existe uma finalidade no padecimento do Senhor. Segundo, o apóstolo São Paulo sabiamente configura-se a Cristo e utiliza dos seus sofrimentos para assemelhar-se mais ainda. Essas duas grandes figuras de maneira geral têm muito a nos ensinar, principalmente quando se fala de dor e sofrimento.

O sofrimento de Cristo

O livro de Is 53,3-4 quando escreve sobre o Servo sofredor, figura essa que a igreja identifica a prefiguração de Cristo, relata o seguinte: “Era o mais desprezado e abandonado de todos, homem do sofrimento, experimentado na dor, indivíduo de quem a gente desvia o olhar, repelente, dele nem tomamos conhecimento. Eram na verdade os nossos sofrimentos que ele carregava, eram as nossas dores, que levava às costas”.

Esse trecho do livro de Isaías retrata o motivo pelo qual Cristo padeceu. Foi para nos livrar das nossas dores, para reparar o erro cometido por nós. E você pode se perguntar: “Por que ainda sofremos?”. As ações de Jesus têm sempre um teor de eternidade, por isso, o padecimento de Cristo livrou-nos não do que é passageiro, mas do que é definitivo, ou seja, livrou-nos do sofrimento eterno muito mais do que o sofrimento passageiro.

A Cruz, ao mesmo tempo que retrata a dor e a morte do Senhor, significa sinal de redenção. O que para os judeus era escândalo e para os pagãos loucura, para nós, cristãos, é sinal de salvação e da glória de Cristo. O Senhor transforma todas as coisas, até mesmo o antigo sentido da cruz que, agora, torna-se novo com a manifestação de Jesus.

Os sofrimentos de Paulo

O apóstolo São Paulo começa a Carta aos Colossenses com uma declaração que, ao olhar humano, pode ser insana: “Alegro-me nos sofrimentos que tenho suportado por vós e completo, na minha carne, o que falta às tribulações de Cristo em favor do seu corpo que é a Igreja” (Cl 1,24). São Paulo não se alegra por ter recebido a liberdade da prisão, por ter recebido o “título” de apóstolo ou por ser reconhecido pelas pessoas, mas ele se alegra por sofrer. Sim, São Paulo deixa explicitamente claro que a sua alegria é suportar os sofrimentos e ainda completar o que falta a Cristo.

O apóstolo não é nenhum tipo de masoquista ou alguém que busca o sofrimento pelo sofrimento, mas, assim como Cristo, ele o faz por um sentido. São Paulo sabe que ele pode tirar proveito do que a vida o proporcionou viver, não um proveito pessoal, e sim como ele mesmo disse: em favor do corpo de Cristo que é a Igreja. Ele ainda coloca numa progressão geométrica do sofrimento, pois, à medida que crescem os sofrimentos de Cristo para nós, cresce também a nossa consolação por Cristo, eis então o ângulo pelo qual os cristãos entendem o sentido do padecer. O sofrimento tem a condição de fazer crescer o conforto do homem em Cristo.

O meu sofrimento

O Senhor concede aos homens poderem contribuírem com a humanidade sendo cooperadores de d’Ele e de seu Reino. O Catecismo da Igreja Católica no n° 307 diz: “os homens podem entrar deliberadamente no plano divino, por suas ações, por suas orações, mas também por seus sofrimentos”. Partindo desse parágrafo do Catecismo e por meio do sacramento do Batismo, o cristão é convidado a ser outro Cristo assemelhando-se a Ele. Dessa forma, a semelhança não pode ser pela metade ou naquilo que nos convém, mas em tudo, até nas dores.

Precisamos utilizar dos nossos sofrimentos para remir as culpas obtidas pelos nossos pecados. A sabedoria que São Paulo expressou na Carta aos Romanos 8,18 é, de certa forma, reconfortante e nos promete uma recompensa sem medidas, impulsionando-nos a bem viver as dores que padecemos: “Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada”. Sabemos que somos peregrinos neste mundo, estamos de passagem e não há motivo de nos apegarmos aqui nesta vida eternidade, pois a eternidade está na glória de Cristo. A nossa espera deve ser na glória futura, no que Deus ainda tem reservado para os fiéis.

Foi por consequência da obra salvífica de Cristo que o homem passou a ter esperança da vida e da santidade. A linguagem da cruz quer nos comunicar um sentido, mas esse só poderá ser entendido se olhado pelas chagas abertas de Cristo pelas quais o ser humano é salvo. Aprendamos com São Paulo e com Nosso Senhor Jesus Cristo a dar sempre sentido às dores e dificuldades que passamos. Os insensatos murmuram dos sofrimentos e os sábios tiram proveito para a contribuição da obra de Cristo.

Por Fábio Nunes, via Canção Nova

Publicado em Catedral Divino Espírito Santo (Palmas – TO)

Meditar a Paixão de Cristo na Quaresma

“TENDO, POIS, CRISTO PADECIDO NA CARNE, ARMAI-VOS TAMBÉM VÓS DO MESMO PENSAMENTO.”

Christo igitur passo in carne, et vos cadem cogitatione armamini. (1Pd 4,1)

I — Se Cristo padeceu tanto na sua carne, não o fez porque sua carne tivesse necessidade disso, mas porque a tua tinha necessidade destes padecimentos. Ele foi puríssimo e perfeitíssimo. Nunca teve necessidade de subtrair de sua carne o mal; jamais teve necessidade de incitá-la ao bem. Padeceu pela tua carne, que tinha grandíssima necessidade desses padecimentos, porque é tão preguiçosa para o bem e sempre tão pronta para o mal. Pareceria, pois, que o Apóstolo deveria dizer: “Tendo Cristo padecido na carne, armai-vos também vós da mesma Paixão”. Porque, se Cristo se comportou tão severamente para com a sua carne, o que não deverias fazer tu contra a tua, que é tão inclinada ao mal? Mas o Apóstolo, que conhecia a nossa fraqueza, só disse: “Armai-vos também vós do mesmo pensamento”. Quer que, se não te armas da Paixão de Cristo, armes-te ao menos do pensamento de tal Paixão. Que desculpa poderias ter, se não te resolvesses nem mesmo a isso?

II — Esse armamento deve ser duplo. Defensivo e ofensivo.

    Defensivo, para rebater os assaltos da tua carne rebelde.

    Ofensivo, para assaltá-la, isto é, para mantê-la humilde, obediente, para jazer com que ela pague ao espírito aquele tributo que lhe convém.

    O pensamento da Paixão de Cristo te servirá, pois, antes de tudo como armadura, para rebateres virilmente os assaltos da carne. Todos ensinam que o mais eficaz remédio contra as tentações sensuais é pensar no que Cristo padeceu por nós. “Põe como escudo de seu coração o seu trabalho” (Lm 3,65). Como é possível que te ponhas a contemplar Cristo na Cruz, que o vejas despido, todo gotejante de sangue por tua causa, escarnecido, triturado, e penses ainda em dar ao teu corpo todas as delícias lícitas e ilícitas? Sentirás logo uma santa ira contra ti mesmo e quererás maltratar-te, castigar-te como convém. O que não é só defender-se da carne, mas fazer-lhe uma ofensiva. Nota, porém, que para isso não basta uma recordação, um pensamento superficial da Paixão de Cristo. É necessário um pensamento muito atento. ‘‘Tendo, pois, Cristo padecido na carne, armai-vos vós também do mesmo pensamento”. Com efeito, este pensamento é que é útil: o pensamento assíduo. Não digas que se tomam as armas quando se faz necessário, e depois se as depõem. Se a carne te faz guerra continuamente, ou está sempre disposta a mover-se, dize-me só em que tempo podes depor as armas contra ela?

IV — Para que o pensamento da Paixão te seja realmente útil, deves procurar sobretudo aprender com viveza Quem seja Aquele que sofreu por ti. Por isso, São Pedro diz: “Tendo, pois, Cristo padecido na carne”. Trata-se do Filho de Deus. Ainda que Ele não tivesse feito outra coisa pela tua salvação, o fato único de ter provado sobre a Cruz aquele fel amargo deveria ser suficiente para ti, pobre verme da terra, para que vivesses imerso num mar de amargura, por seu amor. Quando Tobias viu todos os benefícios que o companheiro de seu filho lhe tinha feito, pensou dar-lhe metade de todos os seus bens, em reconhecimento. Mas quando chegou a conhecer que se tratava de um Anjo do Céu, caiu por terra como aniquilado, na impossibilidade de exprimir de algum modo a sua admiração e a sua devoção. Tu também deves comover-te sem dúvida com o pensamento de quanto Jesus sofreu por ti na sua Paixão. Mas, quando te recordas que Quem sofreu tudo isso foi o Filho de Deus Eterno, que desceu do Céu à Terra, tens de ficar infinitamente comovido e pronto a qualquer momento também morrer por Ele. “Quem me concederá de morrer por ti?” (2Rs 18,33). Se o teu coração tem sensibilidade, por mínima que seja, não pode deixar de ficar profundamente comovido com a Paixão de Jesus. Então a tua carne retrocederá e começará a deixar de dar-te tanto trabalho: “Eu me lembrarei disto sem cessar e a minha alma definhará dentro de mim” (Lm 3,20). 

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** Da obrigatória obra do Venerável Padre Paulo Ségneri, “Maná da Alma”, vol. VII (São Paulo: Realeza, 2023) – para adquirir esta e outras obras com um desconto especial para leitores d’O Fiel Católico, acessar este link e usar o cupom OFielCatolico – (obs.: o vol. VII, do qual foi extraído o trecho aqui reproduzido, encontra-se em fase de revisão e será lançado nos próximos meses; os primeiros 4 volumes da coleção estão disponíveis na loja).

Publicado em O Fiel Católico.

ORAÇÕES PARA O TEMPO DA QUARESMA (Para cada dia da semana)


ORAÇÃO PARA O INÍCIO DA QUARESMA

DEUS, Criador da minha vida, renova-me: traz-me para uma nova vida em Ti.
Toca-me e faz-me sentir integra novamente.
Ajuda-me a ver o Teu Amor na Paixão, morte e Ressurreição de Vosso Filho..
Ajuda-me a observar a Quaresma de uma forma que me permita celebrar esse
mesmo Amor.
Ajuda-me a preparar para viver estas semanas da Quaresma, à medida que eu
sinto uma profunda tristeza pelos meus pecados e Teu Amor Eterno por mim.
Pai Santo, que Jesus mande sobre mim o Espírito Santo, conduzindo-me neste
tempo favorável a uma sincera conversão.
Preciso Senhor viver a Graça do meu Batismo, morrendo para o que não é Teu
e vivendo conformada à Tua Vontade.
Que a Tua Palavra me conduza durante todos os dias deste Retiro Quaresmal.
Com o Jejum, a Oração e a Caridade operosa, unida à penitência, espero a
Vida Nova na Páscoa! Amém!

ORAÇÕES PARA CADA DIA DA SEMANA

Domingo
Deus de infinita misericórdia,
às vezes, há tanta escuridão na minha vida
que me escondo de Ti.
Eu humildemente te peço, pega minha mão,
e tira-me das sombras do meu medo.
Ajuda-me a mudar meu coração,
e leva-me para a Tua verdade.
ajudando-me a responder ao Teu generoso amor.
Deixe-me reconhecer a plenitude do Teu amor,
que preencherá a minha vida.
Livra-me da escuridão no meu coração.Assim seja.

Segunda-Feira
Senhor meu Deus,
o Vosso mandamento do amor é tão simples e tão desafiador.
Ajudai-me a deixar ir o meu orgulho e a ser humilde na minha penitência.
Eu quero viver da maneira que Vós me pedis para amar,
e amar da maneira Vós me pedis para viver.
Isto eu peço, através do Vosso filho, Jesus,
que está ao meu lado hoje e sempre.Assim seja.

Terça-Feira
Meu Deus,
que estais no céu
e sempre presente na minha vida,
guiai-me e protegei-me.
Leva-me com o Teu amor para longe do mal,
e guia-me pelo caminho certo.
Obrigada pelo cuidado que Vós tendes por mim.
Que o Vosso Espírito inspire a Igreja
e nos faça um instrumento do Teu amor. Assim seja.

Quarta-Feira
Deus de amor,
purifica os meus desejos para melhor Te servir.
através desta jornada quaresmal.
Livra-me da tentação de julgar os outros,
para me colocar acima deles;
e deixa-me render,
mesmo na minha impaciência, para com os outros.
Que com o Teu amor e Tua graça,
eu possa estar menos absorvido comigo mesmo,
e mais cheio do desejo a seguir-Te,
na vida que estabeleci,
de acordo com o Vosso Santo exemplo.Assim seja.

Quinta-Feira
Deus de amor eterno,
Eu ouço o Teu constante convite: “Vem, volta para Mim”,
e eu também anseio voltar para Vós.
Mas, preciso que me mostres o caminho para retornar.
Orienta-me neste dia, em boas obras que eu faça em Teu nome,
e envia-me o Teu Espírito, para guiar e fortalecer a minha fé.Assim seja.

Sexta-Feira
Amado Deus e Pai Carinhoso.
Eu sou apenas como uma criança
que vira tantas vezes as costas ao Teu Amor.
Por favor, aceita os meus atos de arrependimento de hoje
e ajuda-me a libertar do egocentrismo
que fecha o meu coração para Ti.
Como nesta jornada através de Quaresma,
deixa-me lembrar a festa que preparaste para mim,
na ressurreição da Vida Eterna.
Sendo assim preenchida com Graças e Louvores a Vós.Assim seja.
OBS: Todas as 6ª feiras recomenda-se rezar a Via Sacra.

Sábado
Deus de Amor infinito,
Vós me presenteais com inúmeras ofertas,
ao longo da minha vida.
Pelo que, no meu pensamento e ações de hoje,
Vos peço que me guiais à luz brilhante,
e cheia de Amor de Vosso Reino.
Ajuda-me a estar ciente,
das muitas maneiras que Vós me permitis
compartilhar Vossa vida.
Agradeço-Vos os presentes que Vós colocastes no meu caminho.
Deixai-me estar grato a cada momento deste dia.Assim seja.

Publicado em Nos Passas de Maria.