Julho é o mês dedicado ao Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor

O mês de julho, na tradição católica, é especialmente dedicado ao Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Esta devoção destaca o sacrifício redentor de Cristo e a importância do seu sangue derramado para a salvação da humanidade. Celebrar o Preciosíssimo Sangue é reconhecer o profundo mistério da redenção e a grandeza do amor de Deus pelos seus filhos. Quando olhamos a imagem do Sagrado Coração de Jesus observamos que Jesus aponta para o seu coração. O coração de Jesus é a fonte de amor e Jesus expressou esse amor doando todo o seu sangue para nos resgatar. Sangue é vida!

Origem da Devoção

A devoção ao Preciosíssimo Sangue de Jesus Cristo tem raízes profundas na história da Igreja. Desde os primeiros tempos do cristianismo, o sangue de Cristo foi venerado como o preço da redenção da humanidade. Um dos primeiros a ter a devoção ao preciosíssimo sangue de Jesus foi São Gaspar de Búfalo. Ele propagou fortemente essa devoção, tendo a aprovação da Santa Sé. Foi o fundador da Congregação dos Missionários do Preciosíssimo Sangue (CPPS) em 1815.

No entanto, a formalização desta devoção como um mês específico dedicado ao Preciosíssimo Sangue ocorreu no século XIX. O Papa Pio IX, em 1849, instituiu oficialmente a festa do Preciosíssimo Sangue em resposta à turbulência política da época e às ameaças contra a Igreja. Em 1969, o Papa Paulo VI incorporou a festa ao Calendário Litúrgico Geral, estabelecendo o primeiro domingo de julho como o dia da sua celebração.

Significado Teológico

O Preciosíssimo Sangue de Cristo é um símbolo poderoso do sacrifício redentor de Jesus na cruz. Segundo a doutrina católica, o sangue de Cristo foi derramado para expiar os pecados da humanidade, oferecendo salvação e reconciliação com Deus. Este sacrifício é central para a fé cristã e é celebrado na Eucaristia, onde os fiéis participam do corpo e sangue de Cristo. Através do seu sangue, Jesus estabelece uma nova aliança, superando a antiga aliança baseada nos sacrifícios de animais, e oferecendo uma redenção eterna.

Práticas Devocionais

Durante o mês de julho, os católicos são incentivados a aprofundar a sua devoção ao Preciosíssimo Sangue de várias maneiras. Entre as práticas mais comuns estão a participação na Santa Missa, a recitação do Terço do Preciosíssimo Sangue, a realização de novenas e a meditação sobre as Estações da Cruz. Essas práticas ajudam os fiéis a refletir sobre o sacrifício de Cristo e a renovar o compromisso com a vida cristã. A oração “Anima Christi”, que pede especificamente a proteção do sangue de Cristo, também é frequentemente recitada durante este mês.

Reflexão Espiritual

A devoção ao Preciosíssimo Sangue não é apenas uma lembrança do sofrimento de Cristo, mas também um chamado à transformação pessoal. Os fiéis são convidados a refletir sobre o significado do sacrifício de Jesus nas suas vidas, a reconhecer os seus pecados e a procurar a misericórdia divina. O sangue de Cristo, como fonte de vida e redenção, inspira os católicos a viverem de maneira mais plena e comprometida com os valores do Evangelho. Esta devoção promove uma espiritualidade de gratidão, humildade e renovação constante.

Importância para a Igreja

A devoção ao Preciosíssimo Sangue de Cristo fortalece a identidade e a unidade da Igreja. Ela lembra aos fiéis que todos são redimidos pelo mesmo sacrifício e chamados a viver em comunhão com Deus e com os outros. Adicionalmente, esta devoção destaca a centralidade da Eucaristia na vida da Igreja, onde o mistério da redenção é renovado e celebrado continuamente. O mês de julho, dedicado ao Preciosíssimo Sangue, oferece uma oportunidade para a Igreja renovar a sua missão de testemunhar o amor redentor de Cristo ao mundo.

Conclusão

O mês de julho, dedicado ao Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor, é um período de profunda reflexão e renovação espiritual para os católicos. Através desta devoção, os fiéis são lembrados do imenso amor de Cristo, manifestado no seu sacrifício redentor. Celebrar o Preciosíssimo Sangue é uma oportunidade para os cristãos aprofundarem a sua fé, renovarem o seu compromisso com a vida cristã e unirem-se mais intimamente à missão da Igreja. Ao refletir sobre o sacrifício de Cristo, os fiéis são inspirados a viver de maneira mais plena e comprometida, testemunhando o amor redentor de Deus nas suas vidas diárias.

Publicado em Via Crucis.

Junho: mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus

Neste mês de junho, dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, somos convidados, pela Igreja, a contemplar e experimentar, nesta devoção, o infinito amor de Deus por nós.

“Na encíclica Deus caritas est, citei a afirmação da primeira carta de São João: «Nós conhecemos o amor que Deus nos tem e cremos nele» para sublinhar que, na origem da vida cristã, está o encontro com uma Pessoa (cf. n.1). Dado que Deus se manifestou da maneira mais profunda por meio da encarnação de Seu Filho, fazendo-se «visível» n’Ele.

Na relação com Cristo, podemos reconhecer quem é verdadeiramente Deus (cf. encíclica Haurietis aquas, 29,41; encíclica «Deus caritas est»,12-15). Mais ainda dado que o amor de Deus encontrou sua expressão mais profunda na entrega que Cristo fez de sua vida por nós na Cruz. Ao contemplarmos seu sofrimento e morte, podemos reconhecer, de maneira cada vez mais clara, o amor sem limites de Deus por nós: «tanto amou Deus ao mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que crer nele não pereça, mas que tenha vida eterna» (João 3,16).

Junho: mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus

Foto ilustrativa: by Getty Images Sedmak

Devoção ao Sagrado Coração de Jesus

Por outro lado, esse mistério do amor de Deus por nós não constitui só o conteúdo do culto e da devoção ao Coração de Jesus: é, ao mesmo tempo, o conteúdo de toda verdadeira espiritualidade e devoção cristã. Portanto, é importante sublinhar que o fundamento dessa devoção é tão antigo como o próprio cristianismo. De fato, só se pode ser cristão dirigindo o olhar à Cruz de nosso Redentor, «a quem transpassaram» (João 19, 37; cf. Zacarias 12, 10).

A encíclica Haurietis aquas lembra que a ferida do lado e as dos pregos foram para numeráveis almas os sinais de um amor que transformou, cada vez mais incisivamente, sua vida (cf. número 52). Reconhecer o amor de Deus no Crucificado se converteu para elas em uma experiência interior, o que as levou a confessar junto a Tomé: «Meu Senhor e meu Deus!» (João 20,28), permitindo-lhes alcançar uma fé mais profunda na acolhida sem reservas do amor de Deus (cf. encíclica «Haurietis aquas», 49).

Experimentar o amor de Deus

O significado mais profundo desse culto ao amor de Deus só se manifesta quando se considera mais atentamente sua contribuição não só ao conhecimento, mas também, e sobretudo, à experiência pessoal desse amor na entrega confiada a seu serviço (cf. encíclica Haurietis aquas, 62). Obviamente, experiência e conhecimento não podem separar-se: um faz referência ao outro. Também é necessário sublinhar que um autêntico conhecimento do amor de Deus só é possível no contexto de uma atitude de oração humilde e de disponibilidade generosa.

Partindo dessa atitude interior, o olhar posto no lado transpassado da lança se transforma em silenciosa adoração. O olhar no lado transpassado do Senhor, do qual saem «sangue e água» (cf. Gv 19, 34), ajuda-nos a reconhecer a multidão de dons de graça que daí procedem (cf. encíclica Haurietis aquas, 34-41) e nos abre a todas as demais formas de devoção cristã que estão compreendidas no culto ao Coração de Jesus.

Leia mais:
.: Os melhores dons são aqueles que recebemos de Deus
.: As 12 promessas do Sagrado Coração de Jesus
.: Um coração consagrado a Jesus
.: Sagrado Coração: mais que uma devoção, uma espiritualidade

A fé é um dom que vem do amor

A fé, compreendida como fruto do amor de Deus experimentado, é uma graça, um dom divino. O homem, no entanto, poderá experimentar a fé como uma graça só na medida em que ele a aceita dentro de si como um dom, e procura vivê-lo. O culto do amor de Deus, ao que convidava aos fiéis a encíclica Haurietis aquas (cf. ibidem, 72), deve nos ajudar a recordar incessantemente que Ele carregou com este sofrimento voluntariamente «por nós», «por mim».

Quando praticamos este culto, não só reconhecemos com gratidão o amor de Deus, mas continuamos nos abrindo a esse amor, de maneira que a nossa vida vai ficando cada vez mais modelada por ele. Deus, que derramou seu amor «em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (cf. Romanos 5, 5), convida-nos, incansavelmente, a acolher seu amor. O convite a entregar-se totalmente ao amor salvífico de Cristo (cf. ibidem, n. 4) tem como primeiro objetivo a relação com Deus. Por esse motivo, esse culto totalmente orientado ao amor de Deus que se sacrifica por nós tem uma importância insubstituível para nossa fé e para nossa vida no amor.”

(Trecho da Carta de Bento XVI ao padre Peter-Hans Kolvenbach, Companhia de Jesus.)

Publicado em Canção Nova.

Quaresma, tempo de mortificação

Homilia Diária 04:5114 Fev 2024

Somos pó e ao pó voltaremos. É com essa lembrança da morte, que a todos nos espera, que a Igreja quer preparar-nos ao longo da Quaresma para a celebração pascal da vida eterna que o Senhor nos mereceu.

Homilia Diária 04:5114 Fev 2024

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus 
(Mt 6, 1-6.16-18)

Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos: “Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus. Por isso, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. Ao contrário, quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita, de modo que a tua esmola fique oculta. E o teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa. Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar em pé, nas sinagogas e nas esquinas das praças, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. Ao contrário, quando tu orares, entra no teu quarto, fecha a porta e reza ao teu Pai que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa. Quando jejuardes, não fiqueis com o rosto triste como os hipócritas. Eles desfiguram o rosto, para que os homens vejam que estão jejuando. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, para que os homens não vejam que tu estás jejuando, mas somente teu Pai, que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa”.

Iniciamos hoje o Tempo da Quaresma, um período de grande mortificação. E por que a Igreja nos coloca esse tempo de penitência? Em toda Quarta-feira de Cinzas, nós vamos à Igreja para receber cinzas que são colocadas na nossa cabeça, enquanto o padre pronuncia aquelas palavras que ecoam pelos séculos: “Memento homo”, lembra-te, homem, “quia pulvis es et in pulverem reverteris”, tu és pó e ao pó hás de voltar. Com isso, a Igreja nos recorda que um dia o mundo se tornará pó e cinza. 

Será que estamos construindo a nossa casa sobre a rocha firme, ou a estamos construindo em cima da areia, e virá o vento, a tempestade, e grande será a ruína? São esses pensamentos que devem nos acompanhar no início da Quaresma. Nós precisamos compreender que estamos neste mundo de passagem, preparando nosso retorno para a Pátria do Céu. Estamos no mundo, mas não somos dele.

Nós, porém, marcados pelo pecado original, esquecemos disso e começamos a nos adaptar ao mundo. Adquirimos uma mentalidade mundana e ignoramos o fato de que nossa pátria não é aqui.

A Igreja, como grande pedagoga, quer que recebamos cinzas na cabeça, feitas com os ramos e folhas de palmeiras abençoados no Domingo de Ramos do ano passado, para nos recordar de uma outra cinza: a que nós seremos quando formos decompostos no túmulo.

Ao longo dos séculos, muitas pessoas foram tomadas de surpresa por esta verdade tão esquecida: a de que vamos morrer. Por isso, precisamos sempre terminar o dia com um exame de consciência, pedindo perdão a Deus e colocando-nos humildemente diante dele, porque não sabemos quando partiremos desta vida.

O Tempo da Quaresma é um período para intensificarmos essa experiência e o conhecimento dessa verdade, para que nos lembremos do quão passageiras são as alegrias deste mundo.

Portanto, façamos propósitos de mortificação, dando um pouco de “morte” aos nossos gostos e à nossa mentalidade mundana, e lembrando-nos de que as alegrias deste mundo são efêmeras, brotam de manhã como a erva e de tarde já murcham e fenecem.

Publicado em padrepauloricardo.org.

SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR – 07.01.2024

O AMOR DE DEUS ENFIM SE MANIFESTOU A TODA HUMANIDADE

Nós vimos sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo” (Mt. 2,2).

A liturgia deste domingo celebra a manifestação de Jesus Cristo a todos os seres humanos. De modo semelhante à estrela que guia os magos, Jesus é a “luz” que se acende na noite de uma humanidade desolada e distante de Deus e que atrai a si, pela redenção, todos os povos da terra. Realizando o plano salvador que o Pai desejava ardentemente nos oferecer, Ele se encarnou na nossa história, iluminou os nossos caminhos, conduzindo-nos ao encontro da vida em plenitude. Acendamos esta luz em nossos corações que nossos caminhos, vida e missão sejam perenemente iluminados ao deste ano

A primeira leitura (Is. 60,1-6), retirada do Livro do Profeta Isaías, nos revela como o plano de amor de Deus foi sendo construído ao longo dos séculos através da Promessa, da Fé e da Esperança, até atingir a sua plenitude com a chegada do Messias. A volta dos exilados para a Cidade Santa traz nova esperança. Ainda que os exilados encontrem a cidade sem o esplendor de outrora, o nascer do sol refletindo nas pedras brancas dos muros de Jerusalém anunciam novos tempos. Isaías fala de uma cidade santa, mas envolta em trevas. Tais trevas são vistas não como sinal da noite temporal, mas sim da humanidade distante do seu Criador e carente de sua Graça. Por isto, ditando palavras de ordem e encorajamento – como se percebe pelos verbos utilizados no tempo imperativo – o profeta anuncia a chegada da luz salvadora, esta luz transfigurará Jerusalém na cidade das luzes e reunirá na cidade de Deus todos os habitantes do mundo transformados em um só povo de irmãos. As primeiras comunidades cristãs paulatinamente compreenderam que esta luz salvadora da qual falava o profeta se tratava do Messias. Ainda que o Messias nasça em outra cidade de Judá – Belém – é de Jerusalém que Ele fará brilhar a sua luz antes inacessível. Será nela que o Messias um dia doará sua vida e fará surgir sobre a humanidade um esplendor nunca antes vislumbrado: a Ressurreição.

Assim, na segunda leitura (Ef. 3,2-3a.5-6), o Apóstolo Paulo, apresenta aos Efésios o plano salvador de Deus como uma realidade concreta que atinge toda a humanidade, congregando judeus e pagãos numa mesma comunidade de irmãos – a comunidade de Jesus. Daquilo que estava dividido (judeus e pagãos), Deus fez uma unidade (o Corpo de Cristo ou a Igreja).

No Evangelho (Mt. 2,1-12), vemos a concretização da Promessa anunciada pelo profeta Isaías: representando todos os povos, os reis magos rumam ao encontro de Jesus. Segundo uma tradição dos primeiros séculos do cristianismo, cada um dos magos pertence a uma cultura diferente: Melchior da Ásia, Baltazar da Pérsia e Gaspar da Etiópia. Eles representam assim, as três raças conhecidas no mundo antigo. Eles são os povos estrangeiros de que falava a primeira leitura (cf. Is. 60,1-6), que buscando a libertação se colocam a caminho de Jerusalém com as suas riquezas (ouro, incenso e mirra) para encontrar a luz salvadora de Deus que brilha sobre a cidade santa.

Além de apresentar Jesus como a Luz buscada pelo coração humano, Mateus aproveita para apresentar uma catequese sobre as atitudes de cada um diante de Deus. Já no seu nascimento o Povo de Israel rejeita Jesus, enquanto que os pagãos o reverenciam (os magos do oriente). Herodes e todo o povo de Jerusalém, mesmo conhecendo as Escrituras, preocupados com a manutenção do poder vigente, ficam perturbados. Ao invés de alegrarem-se com a notícia do nascimento do menino, arquitetam a sua morte. Enquanto que os pagãos sentem uma grande alegria e reconhecem em Jesus o seu salvador. Mateus assim nos ensina que ao longo de sua vida e missão, Jesus vai ser rejeitado pelo seu Povo, todavia vai ser acolhido pelos pagãos, que farão parte do novo Povo de Deus, conforme anunciado pelo Apóstolo Paulo na segunda leitura e por João no prólogo do seu Evangelho. (cf. Jo. 1,9-13) – (Reflitamos: Como reagimos diante do cumprimento das promessas de Deus? Nos alegramos e nos disponibilizamos para colaborar em seu plano salvífico? Ou nos perturbamos porque achamos que o plano de Deus irá “atrapalhar” a realização dos nossos planos pessoais e individuais?)

A longa peregrinação dos reis magos para contemplar o Deus Menino, nos revela que também nós necessitamos fazer nossa peregrinação. Eles se mantiveram atentos aos sinais da chegada do Messias, O procuraram com esperança até O encontrar. E reconheceram n’Ele a “salvação de Deus” e O adoraram como “O Senhor”. A salvação que tantas vezes foi rejeitada pelos habitantes de Jerusalém tornou-se um dom que Deus oferece a toda humanidade, sem exceção. Assim como a luz tênue de uma estrela serviu de sinal, Deus se serve de diferentes sinais e se manifesta constantemente e de várias maneiras a nós. Nos sacramentos, em especial, no sacramento da Eucaristia, na sua Palavra proclamada, na pessoa do Sacerdote, na Igreja/Comunidade reunida para celebrar, no amor caloroso e acolhedor de nossa Família, etc.

Os reis magos representam os habitantes de todo o mundo que vão ao encontro de Jesus Cristo, que acolhem a proposta salvadora que Ele traz e que se prostram diante d’Ele. É a Igreja – somos uma família de irmãos, constituída por pessoas de todas as cores, raças e línguas. Nós – seus discípulos – seguimos convictos a Jesus e O reconhecemos como o Nosso Senhor. Cabe a nós que já O acolhemos, ajudar a todos que O desejam encontrar, nos utilizando de todos os sinais que Deus nos oferece para fazer o mundo inteiro enfim saber que Ele está Vivo, Encarnado e no meio de nós!

Pe. Paulo Sérgio Silva

Publicado em Diocese de Crato.

Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus – 1 de janeiro

No Dia Universal da Paz (1 de janeiro) o calendário dos santos se abre com a festa de Maria Santíssima no ministério de sua Maternidade Divina.
 
Primeira festa mariana que apareceu na Igreja ocidental, a festa de Maria Santíssima, substituiu o costume pagão das dádivas e começou a ser celebrada em Roma, no século IV.
 
A Solenidade da Santa Maria, Mãe de Deus, é um momento especial no calendário litúrgico em que a Igreja Católica se reúne para celebrar e honrar a singularidade e a importância da Virgem Maria como Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Neste dia sagrado, voltamos nosso olhar para a humildade e a submissão de Maria diante do plano divino de Deus. Ela, escolhida desde toda a eternidade para ser a Mãe do Salvador, aceitou com fé inabalável a missão que lhe foi confiada. Sua resposta ao anjo Gabriel, “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lucas 1:38), reflete sua total entrega à vontade de Deus.

Maria desempenha um papel singular na história da salvação, sendo a ponte entre o divino e o humano, uma vez que ela trouxe o Filho de Deus ao mundo. Na maternidade divina, ela não apenas concebeu Jesus, mas também O nutriu, educou e esteve ao Seu lado ao longo de Sua vida terrena. Sua fidelidade e amor incondicional são um exemplo inspirador para todos nós.

Além disso, ao ser proclamada Mãe de Deus, Maria recebe a mais alta das honras, pois seu filho, Jesus, é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. Nessa dualidade, vemos a união íntima entre o divino e o humano, enfatizando a centralidade de Cristo na nossa fé.

Na Solenidade da Santa Maria, Mãe de Deus, somos convidados a contemplar o mistério da encarnação e a reconhecer o papel único de Maria nesse grande mistério. Através da sua maternidade divina, Maria é uma intercessora poderosa, e podemos confiar nela como nossa Mãe espiritual, pedindo sua ajuda e proteção.

Que neste dia solene possamos renovar nosso amor e devoção a Maria, buscando seguir o seu exemplo de fé, humildade e submissão à vontade de Deus. Que ela interceda por nós, seus filhos, diante do trono divino, e que possamos experimentar a graça e a bênção de seu materno cuidado em nossas vidas.

No dia Mundial da Paz, celebrar a Santidade Maternal de Maria é celebrar Jesus, Reis dos Reis e nosso Salvador. Oremos à mãe de Jesus para abençoar nosso ano novo!

Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós!

Publicado em Nossa Sagrada Família.

Contemplar o Natal

Confira todos os capítulos desta riquíssima obra do Pe. Francisco Faus!

Contemplar o Natal

A Adoração dos Magos

Adoração dos Reis Magos ao Menino Jesus

«Prostrando-se, o adoraram»

Neste último capítulo, vamos continuar a olhar para os Magos, contemplando-os agora na cena da adoração, que o Evangelho descreve assim: Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram (cf. Mt 2, 9-12). Muitos pintores famosos deixaram-nos quadros belíssimos dessa cena. Ajoelhados ou inclinados perante o Menino Jesus, os Magos o adoram, com o olhar extasiado, e lhe oferecem os presentes que trouxeram. No centro desta bela cena, aparece uma palavra que merece a nossa reflexão: a palavra «adorar». É uma das atitudes mais elevadas, mais sadias e mais necessárias para nós, os homens, especialmente nos nossos tempos. Não duvide de que tudo iria muito melhor, em nossa vida e no mundo, se aprendêssemos a adorar a Deus.

Contemplar o Natal

A Estrela dos Magos

A Estrela de Belém e os Reis Magos

Uns magos vieram do Oriente

Em todo presépio que se preze, sempre estão presentes as figuras dos três Reis Magos, montados em seus camelos e com um cortejo de pajens e oferendas. Eles avançam pela estrada que leva a Belém. Quantos de nós não fizemos avançar suas figurinhas de barro no presépio, um centímetro por dia, até colocá-los aos pés de Jesus Menino na data em que a Igreja comemora a sua chegada, 6 de Janeiro. O Evangelho (cf. Mt 2, 1-10) não diz se eram mesmo três, nem de que país procediam. Mas usa uma expressão – «magos» – que naquele tempo designava, no Oriente, homens sábios, homens de ciência e estudo, conselheiros de reis (talvez por isso o povo cristão usou chamá-los de «Reis» Magos). Diante deles, marcando o rumo, brilhou no início do caminho uma estrela, que logo se ocultou e reapareceu mais brilhante quando já se aproximavam de Belém.

Contemplar o Natal

Jesus nasce em Belém

Nascimento de Jesus em Belém

A Luz veio ao mundo

O nascimento de Jesus (cf. Lc 2, 1-20) é contemplado pela Liturgia da Igreja sob o símbolo da Luz: «Ó Deus, que fizestes resplandecer esta noite santa com a claridade da verdadeira luz!»; «O povo que caminhava na escuridão viu uma grande luz»; «Hoje surgiu a luz para o mundo: o Senhor nasceu para nós». Todas essas expressões são um eco das palavras do prólogo do Evangelho de São João:

No princípio era o Verbo […] e o Verbo era Deus. […] Nele estava a Vida, e a vida era a Luz dos homens. […] Era a Luz verdadeira, que vindo ao mundo, ilumina todo homem […]. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós (Jo 1, 1 seg.)

Neste capítulo, a nossa meditação quer ser mais contemplativa: ajudar-nos a voltar os olhos e o coração para Jesus Menino, que repousa sobre as palhas do Presépio, envolto nos paninhos que a Mãe lhe preparou, de modo a sentirmos o impulso de agradecer-lhe a sua entrega «por nós, homens e para a nossa salvação», e de adorá-lo: Meu Senhor e meu Deus!

Contemplar o Natal

Jesus nasce em Belém

Menino Jesus reclinado em uma Manjedoura

Reclinou-O numa Manjedoura

Dos arredores de Belém, onde contemplávamos os pastores, vamos passar neste capítulo para a cidade, a cidadezinha onde Maria e José chegaram buscando pousada. Ao olhar para eles, procuraremos fazer uma meditação que seja, ao mesmo tempo, uma contemplação e um exame de consciência pessoal, como que um pequeno retiro espiritual de preparação para o Natal. Há uma coisa que vemos em todos os presépios: o lugar onde Jesus nasceu é desamparado, um pobre estábulo onde se recolhe o gado. Umas vezes, tem a aparência de uma gruta – assim deve ter sido na realidade – e outras, a de um telheiro ou galpão de adobe e tábuas, chão batido e palha. A tradição do presépio é fiel ao Evangelho (Lc 2, 1-7), pois nele se diz que Maria e José chegaram a Belém para se recensear, e

estando eles ali, completaram-se os dias dela. E deu à luz seu filho primogênito e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o numa manjedoura; porque não havia lugar para eles na estalagem.

Contemplar o Natal

Os Pastores

Pastores adorando Menino Jesus

Os Pastores Vigiavam

Vamos dirigir a atenção, neste capítulo, àqueles pastores que cuidavam dos seus rebanhos nos arredores de Belém na noite em que Jesus nasceu (Lc 2, 8-20). As suas figuras estão em todos os presépios, e são dignas de ser contempladas, porque eles foram os primeiros a adorar o Menino Deus na noite de Natal. Não é por acaso que Deus lhes anunciou essa alegria em primeiro lugar, antes que a ninguém mais. É porque eram criaturas simples e Deus ama, juntamente com a humildade, a simplicidade de coração. Talvez você se lembre daquelas palavras que Jesus proferiu com entusiasmo: Eu te dou graças, Pai, Senhor do Céu e da terra, porque revelaste estas coisas – as grandezas da nossa Redenção – aos pequeninos, aos simples.

Contemplar o Natal

As Alegrias de Maria e Isabel. A Alegria do Espírito Santo

Neste capítulo (cada capítulo do livro é uma meditação íntima), vamos transportar-nos de novo, com a imaginação, para a cena da Visitação de Maria a santa Isabel. Acabamos de considerar nas páginas anteriores a bela lição de caridade – «adivinhar» e «adiantar-se» -, que Nossa Senhora nos dá. Contemplaremos agora lições de «alegria» e de «humildade». Lendo o relato da Visitação no Evangelho (Lc 1, 41-55), impressiona ver que a visita de Nossa Senhora a santa Isabel foi uma grande explosão de alegria. Vemos aí a alegria de Deus fundida com a alegria das duas futuras mães e com a alegria dos filhos que ambas trazem no seio: Jesus e João Batista. Todos ficam inundados de júbilo. O Evangelho narra assim: Ao ouvir Isabel a saudação de Maria, o menino [o futuro São João Batista] saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Então Isabel olhou, encantada, para Maria e exclamou em voz alta:

Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. E de onde me vem esta honra de vir a mim a mãe do meu Senhor? Pois logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio.

Contemplar o Natal

Maria visita Isabel. Coração aberto ao Próximo

Maria visita sua prima Isabel

No primeiro capítulo, víamos Maria abrir as portas do coração a Deus, respondendo com um sim cristalino àquilo que o Anjo lhe anunciava da parte do Senhor. Como resposta de Deus àquele sim da Virgem, o Verbo se fez carne no seu ventre imaculado. Não é difícil imaginar como Maria deve ter se sentido depois da Anunciação. Trazia Deus no seu seio. Começava a amar a Deus com amor de Mãe. Teria sido lógico que se ensimesmasse, que ficasse concentrada em si mesma, que se absorvesse no mistério divino que habitava nela. Como não ficar pensando no Filho, na vida nova que começava para ela, no futuro que jamais teria imaginado? Agir desse modo seria humano, seria lógico. Mas ela não fez assim: não ficou enclausurada em si, concentrada no seu mistério interior, mesmo tendo fortes razões para fazê-lo.

Contemplar o Natal

José: O Amor Fiel. Um Homem Justo

São José, Amor fiel. Um homem Justo

Vamos contemplar, neste capítulo, a figura de são José. No presépio, ele costuma estar um pouco recuado, quase na sombra, olhando para o Menino e amparando Maria e Jesus com a sua vigilância carinhosa. Que figura, a de são José! O Evangelho o define com uma só palavra: era justo (Mt 1, 19). Vale a pena meditarmos nisso. Pode ajudar-nos lembrar que, quando a Bíblia afirma que alguém é justo, quer dizer que é bom, que é reto, que está sempre «ajustado» com Deus, ou seja, que vive sempre em sintonia com Deus, com os seus preceitos e os seus pedidos. Numa palavra, que é santo e que, por isso mesmo, também é íntegro e honesto com os outros. Essas qualidades brilham mais quando lembramos que São José teve um caminho bastante sofrido, misto de sombras e de luzes, até chegar ao Natal. Foi reto no meio das perplexidades, foi totalmente leal a Deus e a Maria nos dias desconcertantes em que não podia entender o que estava acontecendo.

Contemplar o Natal

A Aurora do Natal: Maria

Virgem Maria: Aurora do Natal

O raiar da antemanhã

Depois de uma noite escura de séculos, um dia surgiu sobre o mundo a luz de um novo amanhecer: apareceu Maria, criatura em quem se refletia sem sombras a imagem de Deus, pois foi concebida livre da mancha do pecado original. Quem é esta que avança como a aurora que desponta? – pergunta a Liturgia, com palavras do Cântico dos Cânticos (6, 10), e responde que é a Virgem Maria, preparada por Deus desde toda a eternidade para ser a digna Mãe do seu Filho, a aurora do Sol nascente, que é Cristo (Lc 1, 78). Há uma oração em honra de Nossa Senhora, que reza assim: «A maternidade de Maria foi a aurora da Salvação». E o Bem-aventurado Paulo VI, comentando essa frase poética, dizia:

O aparecimento de Nossa Senhora no mundo foi como a chegada da aurora que precede a luz da salvação, que é Cristo Jesus. Foi como o abrir-se sobre a terra, toda coberta pela lama do pecado, da mais bela flor que jamais tenha desabrochado no vasto jardim da humanidade. (Homilia, 08.09.1964)

Publicado em Rumo à Santidade.

O verdadeiro Natal para os pequeninos!

Está chegando o Natal, é tempo de advento, há um clima diferente no ar! E como diz uma antiga canção: “Natal, natal das crianças… Natal do Menino Jesus”, acho que é por isso que a criança tem um destaque especial no Natal, pois ele existe, por causa de uma criança. E isso nos remete a um sentimento de ternura e carinho para com as crianças.

Por aquela criança especial ter recebido presentes de ilustres visitantes, também nós queremos presentear nossa crianças. Conta-se que São Nicolau fazia isso para homenagear o Menino Jesus. Ação válida, mas precisamos ter a consciência de ensiná-las o verdadeiro significado do Natal, para que elas não esperem apenas os presentes.

Precisamos levá-las a viver essa inquietude no coração, da espera, da preparação, para a vinda do Salvador, pois Ele é o verdadeiro presente.

E como fazemos isso? Muitas formas, enfatizando sempre como personagens principais a Sagrada Família, o anjo, as figuras bíblicas. Podemos ler juntos a história do nascimento de Jesus, em livros infantis ou na bíblia. Montar o presépio em casa, levá-las para visitar outros presépios, participar da liturgia própria do tempo, cantando com elas músicas natalinas católicas, falar da pobreza e nobreza do presépio.

É muito importante que como cristãos católicos, ensinemos a eles o sentido de cada símbolo que esse tempo litúrgico nos apresenta, para que eles vivam a fé já na idade tenra. Como nos diz Provérbios 22,6: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até que envelheças, não se desviará dele”.

Uma tradição que tenho lá em casa é decorar a casa ouvindo músicas natalinas tradicionais, e cantamos enquanto decoramos. Não arrumo muito cedo, mas no tempo do advento. Hoje mesmo com eles crescidos, continuo com a tradição e eles gostam desse clima.

Devemos também instigar neles o sentimento de fraternidade e doação, fazendo ações concretas para que a lição do Menino Deus, que nasceu pobre para nos salvar, crie neles uma mentalidade aberta para o amor gratuito e generoso, pois as crianças são o futuro!

Cleide Maria Machado Pereira Consagrada Missionária Arca da Aliança

Publicado em Arca da Aliança (Comunidade Católica).

A devoção ao Imaculado Coração de Maria

Nossa Senhora mostrou o seu coração rodeado de espinhos, que significam os nossos pecados.

comshalom

No sábado seguinte à sexta feira da festa do Sagrado Coração de Jesus, a Igreja celebra a festa do Imaculado Coração de Maria. Jesus e Maria nunca se separaram. Disse o Papa João Paulo II que Maria foi a que mais cooperou com a Redenção. Ela gerou o Verbo humanado e aos pés da Cruz o oferecia em sacrifício pela nossa salvação. Os dois corações estão entrelaçados.

Nas aparições de Nossa Senhora, tanto em Fátima como na França a Santa Catarina Labourè, ela mostra seu coração cheio de compaixão pela humanidade. À Irmã Lúcia, em Fátima ela falou, por exemplo da devoção dos Cinco primeiro sábados, no dia 10 de dezembro de 1925:

“Olha,  minha filha,  o meu coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos me cravam com blasfêmias e ingratidões. Tu,  ao menos,  procura consolar-me e diz que prometo assistir na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação, a todos os que, no primeiro sábado de cinco meses seguidos, se confessarem, receberem a Sagrada Comunhão,  rezarem um terço e me fizerem companhia durante quinze minutos, meditando nos 15 mistérios do Rosário, com o fim de me desagravar”.

Nossa Senhora mostrou o seu coração rodeado de espinhos, que significam os nossos pecados. Pediu que fizéssemos atos de desagravo para tirá-los, com devoção reparadora dos cinco primeiros sábados. Em recompensa prometeu-nos “todas as graças necessárias para a salvação”.

São cinco os primeiros sábados,  segundo revelou Jesus,  por serem “cinco as espécies de ofensas e blasfêmias proferidas contra o Imaculado Coração de Maria”.

1 – As blasfêmias contra a Imaculada Conceição;

2 – Contra a sua Virgindade;

3 – Contra a Maternidade Divina recusando ao mesmo tempo recebê-la como Mãe dos homens;

4 – Os que procuram infundir nos corações das crianças a indiferença, o desprezo e até o ódio contra esta Imaculada Mãe;

5 – Os que A ultrajam diretamente nas suas sagradas imagens.

Em 27 de novembro de 1830, na Capela das Filhas da Caridade de S. Vicente de Paulo, em Paris, a Santíssima Virgem, se manifestou à humilde noviça Catarina Labouré. A Virgem apareceu sobre um globo, pisando uma serpente e segurando nas mãos um globo menor,  oferecendo-o a Deus, num gesto de súplica. E disse:

“Este globo representa o mundo inteiro… e cada pessoa em particular”.

De repente, o globo desapareceu e suas mãos se estenderam suavemente, derramando sobre o globo brilhantes raios de luz. Formou-se assim um quadro oval, rodeado pelas palavras: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos à Vós”. Virou-se então o quadro, aparecendo no reverso,  um “M” encimado por uma Cruz e, em baixo, os corações de Jesus e de Maria. E a Santíssima Virgem lhe pede: “Faça cunhar uma medalha,  conforme este modelo”. E promete: “as pessoas que a trouxerem, com fé e confiança,  receberão graças especiais.”

E assim foi cunhada, em Paris, esta medalha, que logo se espalhou pelo mundo inteiro, derramando graças tão numerosas e extraordinárias que o povo, espontaneamente,  passou a chamá-la : “A Medalha Milagrosa”.

Por tudo isso, e muito mais, a Igreja celebra a solene Festa do Sagrado Coração de Maria no dia seguinte à Festa do Sagrado Coração de Jesus. São dias de muitas graças e salvação.

[ …]

Fonte: Prof. Felipe Aquino

Publicado em Comunidade Shalom (comshalom.org).

Filme: Santa Margarida Maria Alacoque – uma mensagem para o mundo

A exibição do filme da vida de Santa Margarida Maria Alacoque faz parte da Semana dos Sagrados Corações, do Santuário Arquidiocesano da Saúde e da Paz, a Igreja do Beato Padre Eustáquio. Santa Margarida Maria Alacoque Deus suscitou este luzeiro, ou seja, portadora da luz, que é Cristo, num período em que na Igreja penetrava as trevas do Jansenismo (doutrina que pregava um rigorismo que esfriava o amor de muitos e afastava o povo dos sacramentos). O nome de Santa Margarida Maria Alacoque está intimamente ligado à fervorosa devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Nasceu na França em 1647, teve infância e adolescência provadas e sofridas. Órfã de pai e educada por Irmãs Clarissas, muito nova pegou uma estranha doença, que só a deixou depois de fazer o voto à Santíssima Virgem. Com a intercessão da Virgem Maria, foi curada e pôde ser formada na cultura e religião. Até que provada e preparada no cadinho da humilhação, começou a cultuar o Santíssimo Sacramento do Altar e, diante do Coração Eucarístico, começou a ter revelações divinas. “Eis aqui o coração que tanto amou os homens, até se esgotar e consumir para testemunhar-lhe seu amor e, em troca, não recebe da maior parte senão ingratidões, friezas e desprezos”. As muitas mensagens insistiram num maior amor à Santíssima Eucaristia, à Comunhão reparadora nas primeiras sextas-feiras do mês e à Hora Santa em reparação da humanidade. Jesus revelou o desejo da Festa ao seu Sagrado Coração à religiosa Santa Margarida Maria Alacoque, na França, mostrando-lhe o coração que tanto amou os homens e é por parte de muitos desprezado. Santa Margarida teve como diretor espiritual o padre jesuíta São Cláudio de la Colombiere, canonizado por João Paulo II, e que se incumbiu de propagar a grande Festa. Leão XIII consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus e o Papa Pio XIII recomendou essa devoção, que nos leva ao encontro do Coração Eucarístico de Jesus. Entre as promessas que Jesus fez à Santa Margarida está a das nove primeiras sextas-feiras do mês: aos fiéis que fizerem a comunhão em nove primeiras sextas-feiras de cada mês, seguidas e sem interrupção, prometeu o Coração de Jesus a graça da perseverança final, o que significa que a pessoa nunca deixará a fé católica e buscará a sua santificação. São as chamadas “comunhões reparadoras a Jesus”, pela ofensa que tantas vezes seu Sagrado Coração é tão ofendido pelos homens. Santa Margarida Maria Alacoque morreu em 1690 e foi canonizada pelo Papa Bento XV em 1920.

Publicado em Canal Padre Eustáquio.

JUNHO – O mês dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria

No mês de junho, a Igreja celebra o Sagrado Coração de Jesus, uma devoção que existe desde os primórdios do Cristianismo, quando as pessoas refletiam sobre o coração aberto de Jesus. Celebrar o Coração de Jesus torna-se uma importante ocasião pastoral para que toda a comunidade cristã novamente se sensibilize para fazer deste admirável Sacrifício e Sacramento o coração da própria vida. Juntamente com ele, festejamos o Imaculado Coração de Maria, pois os dois corações nunca se separam, pois, o Coração de Jesus é a fonte da Graça e o de Maria o canal desta Graça.

Bento XVI, certa vez, falou sobre a importância desta devoção: “A contemplação do ‘lado transpassado pela lança’, na qual resplandece a vontade infinita de salvação por parte de Deus, não pode ser considerada, portanto, como uma forma passageira de culto ou de devoção: a adoração do amor de Deus, que encontrou no símbolo do ‘coração transpassado’ sua expressão histórico devocional, continua sendo imprescindível para uma relação viva com Deus”.

A origem da devoção ao Sagrado Coração de Jesus

A devoção ao Sagrado Coração aparece em dois acontecimentos fortes do evangelho: o gesto de São João, discípulo amado, encostando a sua cabeça em Jesus durante a última ceia (cf. Jo 13,23); e na cruz, onde o soldado abriu o lado de Jesus com uma lança (cf. Jo 19,34). Em um temos o consolo pela dor da véspera de sua morte, e no outro, o sofrimento causado pelos pecados da humanidade. Estes dois exemplos do evangelho nos ajudam a entender o apelo de Jesus, feito em 1675, a Santa Margarida Maria Alacoque:

“Eis este coração que tanto tem amado os homens. Não recebo da maior parte senão ingratidões, desprezos, ultrajes, sacrilégios, indiferenças… Eis que te peço que a primeira sexta-feira depois da oitava do Santíssimo Sacramento (Corpo de Deus) seja dedicada a uma festa especial para honrar o Meu coração, comungando neste dia e dando-lhe a devida reparação por meio de um ato de desagravo, para reparar as indignidades que recebeu durante o tempo em que esteve exposto sobre os altares. E prometo-te que o Meu Coração se dilatará para derramar com abundância as influências de Seu divino Amor sobre os que tributem esta divina honra e que procurem que ela lhe seja prestada.”

O papa João Paulo II sempre cultivou esta devoção e a incentivava a todos que desejassem crescer na amizade com Jesus.

*com informações da Paróquia Sagrados Corações de São José-SC (extraído de https://sagradoscoracoes.org.br/site/junho-mes-do-sagrado-coracao-de-jesus/)

Publicado em Secretariado Nacional Pró-Canonização de Padre Eustáquio.

Leia também: Atos de Consagração ao Sagrado Coração de Jesus.

Solenidade de Pentecostes (28 de maio)

A Igreja celebra a Solenidade de Pentecostes, neste domingo (28). Reflita e reze com a sua liturgia.

Leituras:
1ª Leitura: At 2,1-11
Salmo: 103 (104)
2ª Leitura: 1Cor 12,3b-7.12-13
Evangelho: Jo 20,19-23

Acesse aqui as leituras.

DOMINGO DE PENTECOSTES (Missa do dia)

Neste domingo, festejamos a solenidade de Pentecostes. É a celebração da vinda do Espírito Santo sobre a Igreja de Jesus. Lucas nos Atos dos Apóstolos (primeira leitura) usa diversos sinais e imagens para contar este grande evento para todos nós.

A missão de Jesus neste mundo não terminou com a sua ascensão (subida) aos céus. Tudo que Ele realizou em um lugar definido e em momento da história não podia permanecer restrito e limitado a poucas pessoas. A redenção operada por Jesus (com sua morte e ressurreição), mas principalmente o seu projeto de amor para com toda humanidade, tudo deveria ser proclamado a todas as pessoas em todos os tempos. Assim, Jesus mudou o seu modo de agir e operar neste mundo. Através da sua Igreja, Cristo tornou-se perpetuamente presente na história.

Mas, aqueles discípulos escolhidos por Jesus deveriam também passar por uma profunda transformação. A vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos reunidos em oração provoca uma manifestação nova e diferente de Deus neste mundo e, ao mesmo tempo, transformou cada fiel discípulo em presença de Deus na história.

 Jesus já tinha mencionado o que significa o Espírito Santo. Ele é o Paráclito (defensor), o Consolador e o Advogado na vida de cada pessoa que O recebe. Em outras palavras, o Espírito Santo é o próprio amor de Deus presente em nossas vidas. Lucas procura narrar aquele momento usando vários sinais para mostrar que foi mais uma grande manifestação de Deus neste mundo; mais uma revelação especial que deve ser recordada pra sempre.

O terceiro evangelista Lucas conta que da parte dos discípulos tudo estava preparado: estavam juntos e reunidos. O “Espírito Santo veio do céu” não é fruto de qualquer esforço dos apóstolos, mas foi dado por Deus. Os sinais apresentados no texto sagrado (som, vento impetuoso, tremor, línguas de fogo…) recordam as grandes revelações e manifestações de Deus no AT: o Pentecostes é a definitiva manifestação de Deus que completa a missão de Jesus. Ele é gratuito e desce sobre todos indiscriminadamente. O Espírito Santo é dom de Deus para sua Igreja, formada por cada pessoa batizada. Assim, todos têm o mesmo dom e por isto o mesmo valor dentro da Igreja de Cristo.

O Espírito Santo impulsiona todos a falar e a se manifestar. É o próprio Espírito de Deus que anima cada um para o louvor e ação de graças, com preces e um novo modo de rezar. Ele age em quem proclama o próprio Jesus Cristo e também atua em quem escuta. Lucas nos diz que muitos ouviram os apóstolos e discípulos que rezavam e proclamavam as maravilhas de Deus e mesmo sendo que países diferentes ouviam em suas línguas o mesmo anúncio da Boa Notícia de Deus para todos.

 No dia de Pentecostes, a Igreja de Cristo começou sua missão: anunciar aquilo que recebeu de Jesus e com a ajuda do Espírito Santo. A primeira manifestação de Deus através dos apóstolos após a descida do Espírito Santo indicou outra grande característica da Igreja de Jesus: a unidade na diversidade. Apesar de terem línguas diferentes e de serem de países distantes, todos receberam o mesmo dom e as mesmas graças.

Destaque especial que nos conta Lucas foi a transformação pessoal de cada um ao receber o Espírito Santo. Tornaram-se novas pessoas, mas acima de tudo com uma grande alegria. Além de ouvirem em suas línguas, as pessoas estavam espantadas com a festa que todos faziam a tal ponto de acharem estarem embriagados. O Espírito Santo é presença de Deus, mas presença de amor e de alegria, por isso, cada fiel deve manifestar-se ao mundo vivendo o Amor de Jesus e com muita alegria.

Paulo na segunda leitura completa a compreensão do Espírito Santo na Igreja de Jesus. Ele dá dons especiais a cada cristão, mas tais dons nada mais são que partes que compõem a própria Igreja de Cristo. Cada pessoa é preciosa dentro da Igreja, pois tem a missão de compor o corpo de Cristo neste mundo. Assim, um carisma é um dom especial, mas para toda Igreja. Ninguém deve se sentir autônomo (sozinho) da Igreja. A imagem que o apóstolo usa é a do corpo e de seus membros. Cada parte possui sua importância e seu valor e deve realizar tudo com precisão, pois cada membro deve fazer tudo não para si, mas para o bem de todo o corpo de Cristo que é a sua Igreja. O Espírito Santo age naqueles que compõem a Igreja de Cristo e, assim cada fiel deve se deixar conduzir pelo Espírito para que toda a Igreja possa manifestar ao mundo o amor de Cristo.

Paulo também acentua a diversidade dos membros diferentes, mas mesmo assim, todos compõem a mesma Igreja. Esta é outra característica da Igreja de Jesus neste mundo: é composta por tantas realidades e carismas diversos, mas tudo isso é uma grande riqueza em sua Igreja. A missão do Corpo de Cristo na história não tem limites e fronteiras, nem obstáculo em relação às pessoas e às línguas, pois Ele se adapta e se ajusta a cada cultura e a cada povo para que o Evangelho chegue a todos as gentes.

No Evangelho, São João também recorda o dia em que todos receberam o Espírito Santo. Tudo aconteceu durante um encontro dos apóstolos com Jesus ressuscitado. Nosso Senhor veio, se colocou no meio de todos e confirmou o principal dom da Sua ressurreição: a paz. João nos diz que Jesus lhes mostrou suas mãos e o seu lado ferido. Não queriam ver o rosto, pois para Eles o último momento que ainda traziam do Mestre era de morte no alto da cruz. Jesus confirmou para todos ao mostrar as mãos e o seu lado que se trata do mesmo Senhor e Mestre que seguiram pelas estradas da Galileia e da Judeia.

Depois da confirmação que se tratava do mesmo Jesus e do dom da paz, Cristo soprou sobre eles concedendo-lhes o dom do Espírito Santo. Gesto este que recorda Deus Pai criador dando vida ao barro que se transformou em Adão. Com o Espírito de Deus, todos se tornam pessoas novas em Deus, mas tal dom não deve ser acolhido como um privilégio egoísta, mas para a missão. De fato, Jesus antes de soprar sobre os apóstolos enviou todos para missão, uma missão que nasce da vontade de Deus que Jesus cumpriu com toda determinação e do mesmo modo deverão fazer os apóstolos.

Para São João Evangelista, o dia de Pentecostes é marcado como o momento em que todos recebem o dom especial de Deus (o Espírito Santo), mas também o dia em que a Igreja parte em missão. Jesus ainda lembra no Evangelho sobre a importância em relação ao perdão de Deus. Os apóstolos devem ajudar as pessoas a buscarem sua conversão e reconciliação com Deus Pai. Assim, os discípulos de Jesus, a partir daquele momento, receberam o dom de também perdoar em nome de Deus. Mas cabe também aquele que recebeu o sopro divino (o Espírito Santo) mudar de vida e se arrepender dos seus pecados. As graças de Deus são como pérolas preciosas que precisam ser acolhidas por aquele que crê no amor de Deus e que deseja se tornar presença de Deus neste mundo, assim, abandonar o pecado é a condição fundamental para se tornar manifestação de Deus e do Espírito Santo de Amor neste mundo.

Publicado em Arquidiocese de Pouso Alegre.

Preparação para Pentecostes

Por que e como devemos nos preparar para a Festa de Pentecostes?

File:Maino Pentecostés, 1620-1625. Museo del Prado.jpg - Wikimedia Commons

 Estavam os apóstolos preparados para sua sublime vocação?

Era de supor que, após três anos de convívio diário com Nosso Senhor Jesus Cristo, estivessem preparados para a missão que lhes cabia, de firmar e expandir a Santa Igreja.

Contudo, não o estavam. Em várias passagens do Evangelho, vemo-los repletos de fragilidades. Logo após episódios, sermões e milagres impressionantes, não se punham a fazer comentários sobre a grandeza das palavras ou dos gestos do Mestre, mas sim a discutir a respeito de quem seria o primeiro-ministro num suposto reino temporal que, acreditavam, Cristo iria fundar…

Quando Jesus lhes dizia que estavam para se cumprir as profecias a respeito de sua Paixão, Morte e Ressurreição, eles nada entendiam (Lc 18, 31-43), voltando a disputar sobre quem seria o maior (Mc 9, 31-35). A mãe de João e Tiago aproximou-se um dia de Jesus, acompanhada pelos dois filhos, para Lhe pedir que reservasse para eles os dois primeiros cargos do futuro reino (Mt 20, 2028).

No fim da Santa Ceia, logo após a saída de Judas, houve um diálogo revelador. Depois de Pedro dizer que estava disposto a dar a vida pelo Mestre — declaração que Jesus não aceitou, profetizando-lhe a tríplice negação —, Tomé manifestou sua cegueira sobre os acontecimentos iminentes, e Filipe demonstrou não estar plenamente consciente da divindade de Jesus, pedindo-lhe: “Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta”. Ao que Nosso Senhor replicou: “Há tanto tempo estou convosco e não me conheceste, Filipe! Aquele que me viu, viu também o Pai. Como, pois, dizes: Mostra-nos o Pai… Não credes que estou no Pai, e que o Pai está em mim?” (Jo 14, 2-10).

Por que os Apóstolos não compreendiam?

Esta era a situação daqueles que Jesus Cristo convocara para serem as colunas de sua Igreja. Não O compreendiam. Por quê? Entre as várias explicações possíveis, três parecem de maior peso.

Em primeiro lugar, o ser humano, debilitado após o pecado original, não tem apetência de elevar as vistas para as verdades superiores. Seu gosto está em voltar-se para cogitações meramente práticas, concretas, atraído pelos aspectos medíocres da vida.

Por isso não se dá conta daquilo de grandioso para o qual é chamado. Este problema se coloca de forma mais aguda para quem tem vocação incomum, como ocorreu com os apóstolos: não percebiam que lhes cabia a maior missão da história.

Outra explicação é de natureza psicológica. A sociedade de Israel era bem hierarquizada, tendo no topo a raça dos sacerdotes, e depois toda uma coorte de pessoas vinculadas com o sacerdócio ou a realeza, como os escribas, os fariseus e a classe mais abastada.

De outro lado, a Galileia era uma região desprezada, considerada “bárbara” e ignorante. Ora, os apóstolos eram quase todos galileus e pescadores. Sentiam-se, portanto, em certa inferioridade. Agora lhes aparecia a oportunidade de subirem aos primeiros cargos do novo reino…

Faltava-lhes o amor

Por fim, faltava-lhes um amor ardoroso por Nosso Senhor. Se o tivessem, todo o resto se resolveria. Não adiantava assimilarem a doutrina, nem mesmo ter fé e esperança, pois essas virtudes de nada valem se não são acompanhadas pela caridade.

Nem após a Ressurreição de Nosso Senhor desapareceram essas fragilidades. A incredulidade de São Tomé é exemplo característico. Passou o Senhor entre eles mais quarenta dias, e fez lhes revelações e deu ensinamentos. Não adiantou.

Com o que continuavam preocupados? Com a restauração do reino de Israel… Ainda no momento da Ascensão, quando o Divino Mestre lhes fala da vinda próxima do Espírito Santo, eis como reagem: “Então os que se tinham congregado, interrogavam-No dizendo: Senhor, porventura chegou o tempo em que restabelecereis o reino de Israel?” (At 1, 6).

Preparação para a vinda do Espírito Santo

Imediatamente antes da Ascensão, Jesus havia ordenado aos apóstolos que não se afastassem de Jerusalém, pois dentro de poucos dias seriam batizados no Espírito Santo. Voltaram, então, para a Cidade Santa, e subiram ao andar superior do cenáculo: “Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele”.

Vemos também como os apóstolos conheciam o valor da oração. Por meio dela se preparavam para receber o Espírito Santo. E “perseveraram unanimemente”, ou seja, estavam concordes, e, além disso, estavam juntos, porque a oração de vários unidos pelo amor de Jesus Cristo e em função d’Ele tem esta promessa: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18, 19).

Estavam recolhidos, modo excelente de preparação para grandes acontecimentos. O próprio Jesus passara 40 dias no deserto, antes de iniciar sua vida pública.

Embora não se possa dizer que os apóstolos estivessem melhores do que antes, haviam tomado, assim, uma atitude sapiencial. A graça de Pentecostes será, de algum modo, o desabrochar de uma flor, cuja semente vinha germinando em suas almas.

Intercessão de Maria

Quer dizer, apesar de essa graça ter sido gratuita, uma iniciativa de Deus, eles, em certa medida, prepararam o caminho para ela. Por fim chegamos a um ponto fundamental: oravam com Maria.

Eis a condição indispensável para receber as graças do Espírito Santo. Como esposa d’Ele, Nossa Senhora deve Lhe ter pedido que descesse sobre os apóstolos. Reunindo-se com a Santíssima Virgem, os apóstolos obtiveram graças que liberaram suas almas dos últimos obstáculos para se beneficiarem com Pentecostes.

Enviai o Vosso Espírito

Para aproveitarmos convenientemente as graças da comemoração de Pentecostes, que se aproxima, consideremos a maravilha da ação santificadora do Espírito Santo em nossas almas.

Quão necessitado está o mundo, na situação presente, de um sopro especial d’Ele para mudar os corações e renovar completamente a face da Terra!

Peçamos à divina Esposa do Paráclito, Mãe e Senhora nossa, que nos obtenha a graça da vinda o quanto antes deste Espírito regenerador à nossas almas, conforme suplica a Santa Igreja: “Emitte Spiritum tuum et creabuntur, et renovabis faciem terræ” — “Enviai o vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da Terra”.

Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP

Texto extraído, com adaptações, da Revista Arautos do Evangelho n.5, maio 2002.

Publicado em Gaudium Press.

Igreja celebra hoje a solenidade da Ascensão do Senhor

REDAÇÃO CENTRAL, 21 Mai. 23 / 05:00 am (ACI).- Hoje a Igreja Universal celebra a solenidade da Ascensão do Senhor ao céu, após quarenta dias de sua ressurreição.

São João Paulo II, ao meditar sobre esta solenidade, em sua homilia de 24 de maio de 2001, assinalou que “a contemplação cristã não nos subtrai ao compromisso histórico. O ‘céu’ da Ascensão de Jesus não quer dizer distância, mas o ocultar e a vigilância de uma presença que nunca nos abandona, até que Ele venha na glória”.

“Entretanto – continua o santo – chegou a hora exigente do testemunho para que, em nome de Cristo, ‘sejam anunciadas a todas as gentes a conversão e a remissão dos pecados’”.

Uma das passagens bíblicas que narra este episódio da vida do Senhor está no evangelho de são Lucas 24,46-53:

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 46“Assim está escrito: O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia 47e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém.

48Vós sereis testemunhas de tudo isso. 49Eu enviarei sobre vós aquele que meu Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto”.

50Então Jesus levou-os para fora, até perto de Betânia. Ali ergueu as mãos e abençoou-os. 51Enquanto os abençoava, afastou-se deles e foi levado para o céu. 52Eles o adoraram. Em seguida voltaram para Jerusalém, com grande alegria. 53E estavam sempre no Templo, bendizendo a Deus.

Publicado em ACI Digital.

Maio: Mês de Maria

Maio: Mês de Maria

As referências dos Evangelhos e do Atos dos Apóstolos a Maria, Mãe de Jesus, apesar de poucas, deixam ver muito desta privilegiada criatura, escolhida para tão alta missão. São Paulo, na Carta aos Gálatas (4,4), dá a entender claramente que, no pensamento divino de nos enviar o Seu Filho, quando os tempos estivessem maduros, uma Mulher era predestinada a no-Lo dar. Para que se compreenda a presença da Virgem Maria nesta predestinação divina, a Igreja, na festa de 8 de dezembro, aplica à Mãe de Deus aquilo que o livro dos Provérbios (8, 22) diz da sabedoria eterna: “Os abismos não existiam e eu já tinha sido concebida. Nem fontes das águas haviam brotado nem as montanhas se tinham solidificado e eu já fora gerada. Quando se firmavam os céus e se traçava a abóboda por sobre os abismos, lá eu estava junto dele e era seu encanto todos os dias”. Era, pois, a predestinada nos planos divinos.

Para se perceber melhor o perfil materno de Nossa Senhora, três passagens bíblicas podem esclarecer isso. A primeira é a das Bodas de Caná, que realça a intercessora. Quando percebeu – o olhar feminino que tudo vê e tudo observa – estar faltando vinho, sussurra no ouvido do Filho sua preocupação e obtém, quase sem pedir, apenas sugerindo, o milagre da transformação da água em generoso vinho. Ela é, de fato, a mãe que se interessa pelos filhos de Deus que são seus filhos.

Outra passagem do Evangelho esclarecedora da personalidade de Maria é a que nos mostra seu silêncio e sua humildade. O anjo a encontra na quietude de sua casa, rezando, para dizer-lhe que fora escolhida por Deus para dar ao mundo o Emanuel, o Salvador. Ela se assusta com a mensagem celeste, porque, na sua humildade, nunca poderia ter pensado em ser escolhida do Altíssimo. Acolhe assim, por vontade divina, a palavra do mensageiro, silenciosamente, sem dizer, nem sequer ao noivo, José, o que nela se realizava. Deus tem o direito de escolher e por isso ela diz apenas o generoso “sim” que a tornou Mãe de Deus.

O terceiro traço de Maria-Mãe é sua corajosa atitude diante do sofrimento. Ao apresentar o seu Jesus no templo, ouve a assustadora profecia do velho Simeão: “Uma espada de dor transpassará a tua alma”. Pouco mais tarde, estreitando ao peito o Menino Jesus, deve fugir para o Egito com o esposo, para que a crueldade de Herodes não atingisse a Criança que – pensava ele, Herodes – lhe poderia roubar o trono. Quando seu Filho tem doze anos, desencontra-se dele e, ao achá-Lo após três dias, queixa-se amorosamente: “Por que fizeste isto? Eu e teu pai te procurávamos, aflitos”. Sua coragem se confirma na Paixão e Crucifixão de Jesus. De pé, ali no Calvário, sofre e associa-se ao sacrifício do Redentor. É a mulher forte, a mãe corajosa e firme, a quem a dor não derruba. De fato, a espada de Simeão lhe atravessara a alma e o coração. É a Senhora das Dores.

Maio, mês dedicado a Nossa Senhora, pela piedade cristã, é um convite para voltarmos nosso olhar a esta Mãe querida para pedir-lhe que abra as mãos maternas em bênção de carinho sobre nossos passos nesta difícil escalada da Jerusalém celeste.

Publicado em Diocese de Valadares.

Por que esta semana é Santa?

[Domingo, 02 de abril até sábado, 8 de abril]

Na Semana Santa, a Igreja Católica celebra os mistérios da salvação, levados ao cumprimento por Jesus Cristo nos últimos dias de Sua vida, a começar pelo Seu ingresso messiânico em Jerusalém. O tempo da Quaresma, o período de 40 dias, cujo início é na Quarta-feira de Cinzas, continua até a Quinta-feira Santa. A partir da Missa Vespertina da Quinta-feira (“in Cena Domini”/Ceia do Senhor) inicia-se o Tríduo Pascal que abrange a Sexta-feira Santa da Paixão do Senhor e o Sábado Santo. E tem o seu ápice na Vigília Pascal e no Domingo da Ressurreição.

A Semana Santa começa no Domingo de Ramos, que une num todo o triunfo real de Cristo e o anúncio de Sua Paixão. Desde a Antiguidade comemora-se a entrada do Senhor em Jerusalém com uma procissão solene. Com ela, os cristãos celebram esse evento, imitando as aclamações e os gestos das crianças hebreias, que foram ao encontro do Senhor com o canto do “Hosana” (o grito de exaltação e adoração ao messianismo de Jesus).

Mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo

Durante a Semana Santa, a Igreja Católica celebra, todos os anos, os grandes mistérios da redenção humana. O Tríduo Pascal tem início na Quinta-feira Santa com a Missa do Lava-pés, expressão máxima da frase de Jesus: “Eu vim para servir, não para ser servido”. Nessa celebração, Cristo deixa o exemplo do amor ao próximo; nessa Missa também se recorda a instituição da Eucaristia e do sacerdócio. Ao final da celebração, acontece a “Transladação do Santíssimo”, na qual o sacerdote recolhe as Hóstias Consagradas e as deposita no sacrário. Tudo isso acontece numa procissão luminosa, na qual, o povo, em silêncio e recolhimento, é chamado à adoração a Nosso Senhor Jesus Cristo, que vai entregar-Se como sacrifício.

Na Sexta-feira Santa recorda-se o dia em que Cristo entrega-Se como vítima pela humanidade. A celebração desse dia se dá em três partes: Liturgia da Palavra com o Evangelho da Paixão; adoração da cruz, com o tradicional beijo da cruz e distribuição da comunhão. Esse é o único dia em que não há Missa. Nesse dia, os católicos observam o jejum juntamente com a abstinência de carne, como também, guarda-se o silêncio numa atitude de oração e contemplação.

semana santa

Foto Ilustrativa: Arquivo CN/ cancaonova.com

Ressurreição de Cristo

Na noite do Sábado, segundo uma antiga tradição da Igreja Católica, celebra-se a chamada “Vigília Pascal”. Esta noite santa, em que Jesus ressuscitou, deve ser considerada como “mãe de todas as santas vigílias”. Esta celebração inclui a chamada “bênção do fogo novo” com uma procissão luminosa, por meio da qual os fiéis católicos renovam sua fé em Jesus: a luz do mundo; a proclamação solene da Páscoa com o canto do “Exultat“; as leituras do Antigo e Novo Testamentos; e a celebração de um batismo, que é expressão da vida nova que Jesus veio trazer. Os fiéis são convidados a cantar com alegria que Jesus ressuscitou.

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:: Páscoa, seu real sentido
:: Nossa religião gira em torno da Páscoa

 O Domingo de Páscoa, para os católicos, marca o início de um novo ciclo ou como é chamado “O Tempo Pascal”, que se estende por cinquenta dias até a chamada Festa de Pentecostes (descida do Espírito Santo). Esses dias são vividos com a mesma intensidade e júbilo como se fossem um só e mesmo dia, o Dia da Ressurreição.

Equipe de Colunistas do Formação

Publicado em Formação Canção Nova.