A Coroa de Nossa Senhora das Dores teve início na Itália em 1617, por iniciativa da Ordem dos Servos de Maria, assim como a Missa de Nossa Senhora das Dores, que hoje é celebrada em toda a Igreja no dia 15 de setembro. (Movimento Rosário Permanente)

Para refletirmos juntos: o que pode ser mais digno de nossa compaixão e ação, se somos filhos e filhas de Cristo Jesus, que a dor sem mitigação de crianças doentes com HIV, AIDS, ou câncer? Infelizmente, esta é uma realidade no Quênia. Neste país, as autoridades públicas deixam sem a apropriada assistência quase 80% das crianças que se encontram no estágio de agonia… Ou seja, não recebem os devidos cuidados paliativos para dor e, além disso, não são providenciados para todas as infectadas, os anti-retrovirais para o combate ao HIV em seus frágeis organismos.

__________________________________________________________________________________________________

Fonte: Movimento do Rosário Permanente

Nossa Senhora das Dores

Festa: 15 de setembro

A Coroa de Nossa Senhora das Dores teve início na Itália em 1617, por iniciativa da Ordem dos Servos de Maria, assim como a Missa de Nossa Senhora das Dores, que hoje é celebrada em toda a Igreja no dia 15 de setembro.
A Coroa é um dos frutos do carisma mariano da Ordem, cultivado desde 1233, ano de sua fundação.
A Coroa surgiu inicialmente como alimento da piedade mariana dos leigos reunidos em grupos chamados Ordem Terceira.
A Coroa das Dores teve sempre a aprovação dos Papas.

Introdução
D- Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
R- Amém!
D- Nós vos louvamos, Senhor, e vos bendizemos!
R- Porque associastes a Virgem Maria à obra da salvação.
D- Nós contemplamos vossas Dores, ó mãe de Deus!
R- E vos seguimos no caminho da fé!

Primeira Dor – Profecia de Simeão
Simeão os abençoou e disse a Maria, sua mãe: Eis que este menino está destinado a ser ocasião de queda e elevação de muitos em Israel e sinal de contradição. Quanto a ti, uma espada te transpassará a alma (Lc 2,34-35).

1 Pai Nosso; 7 Ave Marias

Segunda Dor – Fuga para o Egito
O anjo do Senhor apareceu em sonho a José e disse: Levanta, toma o menino e a mãe, foge para o Egito e fica lá até que te avise. Pois Herodes vai procurar o menino para matá-lo. Levantando-se, José tomou o menino e a mãe, e partiu para o Egito (Mt 2,13-14).
1 Pai Nosso; 7 Ave Marias

Terceira Dor – Maria procura Jesus em Jerusalém
Acabados os dias da festa da Páscoa, quando voltaram, o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que os pais o percebessem. Pensando que estivesse na caravana, andaram o caminho de um dia e o procuraram entre parentes e conhecidos. E, não o achando, voltaram a Jerusalém à procura dele (Lc 2,43b-45).

1 Pai Nosso; 7 Ave Marias

Quarta Dor – Jesus encontra a Sua Mãe no caminho do Calvário
Ao conduzir Jesus, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que vinha do campo, e o encarregaram de levar a cruz atrás de Jesus. Seguia-o grande multidão de povo e de mulheres que batiam no peito e o lamentavam (Lc 23,26-27).
1 Pai Nosso; 7 Ave Marias

Quinta Dor – Maria ao pé da Cruz de Jesus
Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Vendo a Mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse Jesus para a mãe: Mulher, eis aí o teu filho! Depois disse para o discípulo: Eis aí a tua Mãe! (Jo 19,15-27a).
1 Pai Nosso; 7 Ave Marias

Sexta Dor – Maria recebe Jesus descido da Cruz
Chegada a tarde, porque era o dia da Preparação, isto é, a véspera de sábado, veio José de Arimatéia, entrou decidido na casa de Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Pilatos, então, deu o cadáver a José, que retirou o corpo da cruz (Mc 15,42).
1 Pai Nosso; 7 Ave Marias

Sétima Dor – Maria deposita Jesus no Sepulcro
Os discípulos tiraram o corpo de Jesus e envolveram em faixas de linho com aromas, conforme é o costume de sepultar dos judeus. Havia perto do local, onde fora crucificado, um jardim, e no jardim um sepulcro novo onde ninguém ainda fora depositado. Foi ali que puseram Jesus (Jo 19,40-42a).
1 Pai Nosso; 7 Ave Marias

Oração
Ó Deus, por vosso admirável desígnio, dispusestes prolongar a Paixão do vosso Filho, também nas infinitas cruzes da humanidade.
Nós Vos pedimos: assim com oquisestes que ao pé da Cruz do Vosso Filho, estivesse Sua Mãe, da mesma forma, à imitação da Virgem Maria, possamos estar sempre ao lado dos nossos irmãos que sofrem, levando amor e consolo.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

Ladainha de Nossa Senhora das Dores

Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.

(…)

Há necessidade urgente de cuidados paliativos para as crianças soropositivas e com câncer: somente 24% usufruem do tratamento anti-retroviral e do recurso a medicamentos de alívio para dor – Relatório da Human Rights Watch – HRW (Agência Fides – 14.09.2010)

Crianças desabrigadas no Quênia

Fonte/imagem: topicos.estadao.com.br

__________________________________________________________________________________________________

Fonte: Agência FIDES

13.09.2010

ÁFRICA/QUÊNIAHá necessidade urgente de cuidados paliativos para as crianças soropositivas e com câncer: somente 24% usufruem do tratamento anti-retroviral e do recurso a medicamentos de alívio para dor*

Nairóbi (Agência Fides) – De um novo relatório da Human Rights Watch (HRW) emerge a necessidade de que o governo do Quênia se empenhe mais em favor dos cuidados paliativos para crianças com doenças crônicas, incluindo o HIV e AIDS. O relatório, ‘Needless Pain: Government Failure to Provide Palliative Care for Children in Kenya’, destaca os progressos consideráveis realizados pelo governo sobre a administração da terapia antirretroviral (ART) e quanto ainda tem de ser feito para aliviar a dor de muitas crianças que vivem longas agonias, sofrendo de câncer, HIV/AIDS. A falta de uma política nacional de cuidados paliativos, serviços precários de assistência às crianças, a escassa de disponibilidade de tratamentos contra as dores crônicas e a falta de um guia para os profissionais de saúde sobre o uso de opiáceos, estão entre os principais obstáculos para o acesso das crianças ao tratamento adequado da dor.

O Kenya Hospices and Palliative Care Association (KEHPCA) está trabalhando com o governo por um serviço de cuidados paliativos aos pacientes com HIV e câncer em 10 hospitais públicos do país. Infelizmente, embora a Organização Mundial de Saúde recomende a administração de morfina e outros opiáceos e o governo queniano os considera como medicamentos essenciais, não são tão comuns nos hospitais. O apelo ao governo é feito não só para melhorar o tratamento contra a dor das crianças, mas para melhor integrar a gama completa de cuidados paliativos pediátricos no sistema de saúde no país. Em 2008, a HRW criticou o governo por não tomar os cuidados adequados para o tratamento pediátrico com os ART, com apenas 24% das crianças que delas necessitam têm acesso. No entanto, segundo a Sessão Especial da Assembléia Geral da ONU sobre os progressos realizados no campo do HIV/SIDA no Quênia, muitas ONGs, a sociedade civil e funcionários do governo descobriram que a maioria das pessoas que necessitam não têm acesso aos cuidados paliativos e ao tratamento de infecções relacionadas ao HIV. (AP) (13/9/2010 Agência Fides)

*Título original: “ÁFRICA/QUÊNIA – Servem urgentemente curas paliativas para as crianças soropositivas: somente 24% usufruem do tratamento”

…………………………………………………………………………………………………………………………………………..

Fonte: Agência FIDES

2010-09-07

ÁFRICA/QUÊNIA – Daqui a um ano nascerá a Catholic Continental News Agency for Africa

Nairóbi (Agência Fides)- O Igreja Católica africana terá uma única, grande, agência de notícias para todo o continente. Isto é o que ficou decidido no encontro em Nairóbi, que teve início em 31 de agosto (ver Fides1/9/2010), organizado pelo Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar (SECAM), em colaboração com o Conselho dos Meios de Comunicação Católicos (CAMECA). “Nós estabelecemos um ano de tempo para traçar o plano final para o lançamento da nova agência” – disse à Fides disse Benedict Assorow, Diretor das Comunicações do SECAM e membro do Central Working Group, responsável de projetar a nova agência. Os outros membros do Central Working Group são, Pe. Patrick Alumuku e André Quenum. Foi constituído uma comissão financeira e de colega de fundos presidido por Pe. Roger Tessier da Agência CISA de Nairóbi. “A reunião de Nairóbi é o ponto de chegada de um percurso iniciado há três anos, em 2007, quando começamos a discutir a criação de uma única agência de notícias católica em toda a África, com também a contribuição dada por jornalistas da UCAN, a agência católica asiática”, lembra Assorow. 
Segundo um comunicado divulgado no final da reunião, a Catholic Continental News Agency for Africa foi criada para fazer ouvir “a voz autêntica da África”, segundo a exortação do Papa Bento XVI para a II Assembleia Especial para a África do Sínodo dos Bispos realizada em Roma, em Outubro de 2009 e as Proposições Finais da Assembléia.

Em particular, a proposição nº 56 exige: “uma maior presença da Igreja nos meios de comunicação; a rede de centros áudio-visual, casas publicitárias e centros midiáticos; a formação profissional e a formação ética dos jornalistas para promover uma cultura de diálogo que evite a divisão, o sensacionalismo, informações erradas e ofensiva banalização do sofrimento humano, comportamentos que possam prejudicar a harmonia e a paz da sociedade e das comunidades; o uso dos meios modernos para propagar o Evangelho e os frutos do Sínodo atual, para a educação dos povos africanos à verdade, reconciliação e promoção da justiça e da paz; desenvolvimento de redes de satélite, sob a coordenação do CEPACS (o órgão da mídia SECAM) para servir a Igreja-Família de Deus na África, e organização de comissões para a comunicação diocesana, nacional e regional, com pessoas competentes para ajudar a Igreja a exercer o seu ministério profético na sociedade”. A nova agência será difundida gratuitamente em inglês, francês e português. (L.M.) (Agência Fides 7/9/2010)

“O erro nunca se mostra de facto tal qual é, com receio de que, colocado a nu, seja denunciado; antes se disfarça (…) de tal modo que pareça – que coissa ridícula esta! – mais verdadeiro que a própria verdade, graças a esta aparência exterior e aos olhos dos ignorantes.” – Santo Irineu (130-200)

Fonte/imagem: http://www.aascj.org.br/

……………………………………………………………………………..

Pensei o seguinte sobre o escrito abaixo, de Santo Irineu: todos os cristãos devem ter (ou tentar ter) os pés na terra e o pensamento no Céu. Já lá no primeiro século do Cristianismo já alertava seus “paroquianos” sobre a ação, a intenção, por exemplo, de dirigentes políticos, ou até de líderes religiosos. Fala da pedra tomada como preciosa, que não é senão vidro. Penso que esta análise é análoga aos discursos, principalmente políticos atuais, repletos de raciocínios singelos, que, no entanto, nada têm de simples; pelo contrário: são simplistas. “Palavras-pluma”, eu diria, que escondem intenções sub-reptícias.

Assim, quase 1.900 anos depois, ainda é válida a sua explanação sobre o mascaramento da verdade , o que evidencia que esta intenção é essencialmente humana. No entanto, Santo Irineu que eram bem preparado para enfrentar a mentalidade pagã da época nos indica alguns cuidados essenciais à manutenção de uma vida cristã. Podemos adaptar suas palavras ao nosso tempo perfeitamente, já que o relativismo moral dominante evidencia que nossa época se deixa nortear por uma cultura neo-pagã. (LBN)

…………………………………………………………………………………………………………………………………………………….

Fonte: Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC)

Pregação de Santo Irineu sobre a verdade

O erro nunca se mostra de facto tal qual é, com receio de que, colocado a nu, seja denunciado; antes se disfarça fraudulentamente sob uma veste de verosimilhança, de tal modo que pareça – coisa ridícula esta! – mais verdadeiro que a própria verdade, graças a esta aparência exterior e aos olhos dos ignorantes. Como dizia a propósito um homem superior a mim: ‘a pedra preciosa, como a esmeralda, de grande valor aos olhos de alguns, vê-se insultada por um pedaço de vidro habilmente trabalhado, se não se encontra alguém capaz de proceder a um exame capaz de desmascarar a fraude…'”

“Participam da vida os que veem a Deus, porque é o esplendor de Deus que dá a vida. Por isso, Aquele que é inacessível, incompreensível e invisível, torna-se visível, compreensível e acessível para os homens, a fim de dar vida aos que o alcançam e veem. Porque é impossível viver sem a vida; e não há vida sem a participação de Deus, participação que consiste em ver a Deus e gozar da sua bondade.”

“A glória de Deus é o homem vivo, e a vida do homem é a visão de Deus. Com efeito, se a manifestação de Deus, através da criação, dá a vida a todos os seres da terra, muito mais a manifestação do Pai, por meio do Verbo, dá vida a todos os que veem a Deus.”

Santo Ireneu (c. 130 – c. 200)

Publicado em Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC)

“Em 1212, a jovem Clara de Assis seguiu o atraente exemplo de Francisco e viveu, dentro da clausura e na contemplação, o ideal de pobreza evangélica.” – Missões Franciscanas – Santa Clara (Memória – 11 de agosto)

Fonte: Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil

…………………………………………………………………………………………………………………………………………………..

Fonte: Missões Franciscanas

Frei Kleber em 11 Ago 2008

Oração a Santa Clara

Clara, coração transbordante, acende a alegria.

Clara, louca de amor,
orienta a nossa ternura.Clara, de nome e de vida,
guia-nos na noite.

Clara, fervor do Espírito,
dissipa nossos temores.

Clara, candeia sobre a mesa,
une-nos em família.

Clara, dos olhos límpidos,
tira o pó de nossas pálpebras.

Clara, mãe e irmã,
Roga por nós.
Roga por estas mãos
que por vezes se equivocam.
Roga por estes olhos
que por vezes se fecham.
Roga por este coração
que não ama como deveria.

Clara, mãe e irmã
roga pela paz que nos falta,
pela esperança que não temos
pela alegria que se esvai.

Clara, mãe e irmã,
roga ao Senhor para que nos conceda
o dom da fidelidade
e o dom de novos irmãos e novas irmãs.

Frei José Rodríguez Carballo, Ministro Geral da OFM

_________________________________________________________________________________________________

Frei Kleber em 11 Ago 2008

Especial Santa Clara de Assis

Em 1212, a jovem Clara de Assis seguiu o atraente exemplo de Francisco e viveu, dentro da clausura e na contemplação, o ideal de pobreza evangélica. Surgiu, assim, a Ordem das Clarissas, ou a Segunda Ordem Franciscana.

Santa Clara nasceu em Assis, Itália, por volta de 1194, numa família rica e nobre. Seus pais chamavam-se Favarone e Hortolana, sendo Clara a filha primogênita. Com Inês e Beatriz, suas irmãs menores, que mais tarde também entrariam no Mosteiro de São Damião, Clara esforçava-se no amor a Jesus e sentia em seu coração o chamado para segui-lo.

Clara sonhava com uma vida mais cheia de sentido, que lhe trouxesse uma verdadeira felicidade e realização. O estilo de vida dos frades a atraía cada vez mais.
Depois de muitas conversas com Francisco, aos 18 de março de 1212, (Domingo de Ramos), saiu de casa sorrateiramente em plena noite, acompanhada apenas de sua prima Pacífica e de outra fiel amiga, e foi procurar Francisco na Igrejinha de Santa Maria dos Anjos, onde ele e seus companheiros já a aguardavam.
Frente ao altar, Francisco cortou-lhe os longos e dourados cabelos, cobrindo-lhe a cabeça com um véu, sinal de que a donzela Clara fizera a sua consagração como Esposa de Cristo. Nem a ira dos seus parentes, nem as lágrimas de seus pais conseguiram fazê-la retroceder em seu propósito. Poucos dias depois, sua irmã, Inês, veio lhe fazer companhia, imbuída do mesmo ideal. Alguns anos após, sua mãe, Ortulana, juntamente com sua terceira filha Beatriz, seguiu Clara, indo morar com ela no conventinho de São Damião, que foi a primeira moradia das seguidoras de São Francisco.
Com o correr dos anos, rainhas e princesas, juntamente com humildes camponesas, ingressaram naquele convento para viver, à luz do Evangelho, a fascinante aventura das Damas Pobres, seguidoras de São Francisco, muitas das quais se tornaram grandes exemplos de santidade para toda a Igreja.
As Irmãs Clarissas vivem um estilo de vida contemplativa, sendo enclausuradas. Quer dizer que não têm, normalmente, uma atividade pública no meio do povo, dedicando-se mais à oração, à meditação e aos trabalhos internos dos mosteiros.

Publicado em http://www.franciscanos.org.br/.

A REFORMA TERESIANA, PLENITUDE DA VIDA DO CARMELO – Flos Carmeli

Santa Teresa de Jesus: visão de Cristo Ressuscitado

Fonte/imagem: http://teresadejesus.carmelitas.pt

__________________________________________________________________________________________________

Fonte: Flos Carmeli

A REFORMA TERESIANA, PLENITUDE DA VIDA DO CARMELO

(Carmelo São José)

Entre todas as tentativas de reforma na Ordem do Carmo, a mais definitiva e eficaz foi a empreendida por Santa Teresa de Jesus, na cidade espanhola de Ávila dos Cavaleiros. O que não conseguiram homens santos e sábios, o conseguiu esta mulher, lutando contra marés, graças à ajuda divina mais que humana.

A – Causas que motivaram a Reforma Teresiana

Fonte/imagem: evangelhoquotidiano.org

Santa Teresa de Ávila havia tomado o hábito carmelitano no mosteiro da Encarnação no dia 2 de novembro de 1536. Mas não estava contente com o gênero de vida que ali se levava. Havia demasiada relaxação entre as religiosas: muitas visitas, muitas saídas, muita liberdade e pouca observância e vida interior. Isto começou a preocupá-la muito. E “pensava que poderia fazer por Deus, e pensei que o primeiro era seguir o chamamento que sua majestade me havia feito à religião, guardando minha Regra com maior perfeição que pudesse. E embora na casa onde estava havia muitas servas de Deus e era muito servido nela a causa de ter grande necessidade, saíam às monjas muitas vezes a partes onde com toda honestidade podíamos estar, e também não estava fundada em seu primeiro rigor a Regra, senão que se guardava segundo a Bula de relaxação, e também outros inconvenientes, que me parecia a mim ter muito regalo por ser casa tão grande e deleitosa (…) Havendo um dia comungado, mandou-me muito Sua majestade o procurasse com todas as minhas forças, fazendo-me grandes

promessas de que não se deixaria de fazer o mosteiro”.

E assim aconteceu. Ao ver a vontade clara do Senhor, Teresa pôs mãos à obra. Quando as companheiras do convento e quando mais tarde os avileses se inteiraram das intenções de Teresa, valha-me Deus o que se armou: murmurações, insultos, vexames de todas as classes contra a fundadora e reformadora. Até a chamaram de “mulher inquieta e andarilha”, isto o disse o Núncio. Ela aguentou tudo e deixou tudo nas mãos de Deus. E como era da vontade do Senhor que a reforma se fizesse, pois à hora marcada ela aconteceu. E em 24 de agosto de 1562, se erguia o primeiro mosteiro reformado sob o patrocínio de São José na cidade de Ávila berço da reforma. Aquele dia vestiu o hábito de Descalças as quatro “grandes servas de Deus”. A simplicidade do mobiliário, a vida fervorosa e até a reza do Ofício Divino, eram o ambiente apropriado para a oração constante da nascente reforma, que exigia principalmente isso: intimidade com Deus, oração contínua com Ele e vida de família com as irmãs, que haveriam de ser poucas em cada convento, doze ou treze no máximo. Com este novo modo de vida, o Carmelo de São José era insignificante, contrastante, com as formas aparatosas dos antigos mosteiros.

Anos depois chegava à Espanha o Geral da Ordem, João Batista Rúbeo de Rávena, quem trazia autorização do papa Pio V para reformar o Carmelo. Grande foi sua alegria ao conhecer a obra de Teresa. Tanto que a animou a fundar novos Carmelos. Até lhe concedeu autoridade para fundar conventos de homens com o mesmo estilo de vida, homens que como reza a patente de autorização, foram “claros espelhos, lâmpadas ardentes, tochas acesas, estrelas resplandecentes capazes de esclarecer e guiar aos viajantes deste mundo”.

Havia em Salamanca um jovem Freizinho Carmelita que andava dando voltas para entrar na Cartuxa. Chamava-se Frei João de Yepes. A reformadora se entrevista com ele, lhe fala com entusiasmo de seus intentos e o convence. Frei João lhe põe só uma condição: que fosse logo. Que mais queria a Santa? Aos poucos dias, 28 de novembro de 1568, se abria já em Duruelo o primeiro convento de Carmelitas Descalços. Como Prior foi nomeado o Pe. Antonio de Jesus, outra conquista da Madre e a João da Cruz encarregava da direção dos noviços, embora de momento não tivesse nenhum (…) E assim foram colocadas as primeiras pedras da Reforma entre os frades. E que reforma! Uma mulher fazendo “as barbas a homens estudados”, como dizia mais tarde um frade.

S. Teresa de Jesus e S. João da Cruz

A semente lançada pela mão de Teresa foi crescendo segura e firme, de tal maneira que quando morria já se haviam levantado 17 mosteiros de monjas e 15 de frades.

B – Propósito que teve Santa Teresa ao empreender a reforma
A Teresa Reformadora empreende sua obra entre as monjas, graças ao seu zelo eclesial que vibrava em seu peito. Ela mesma nos conta em seu livro “Caminho de Perfeição”:

“Neste tempo recebi notícias dos danos na França e os estragos que haviam feitos estes luteranos e quanto ia aumentando esta desventurada seita. Deu-me grande fadiga, e como se eu pudesse algo ou fosse algo, chorava com o Senhor e lhe suplicava remediasse tanto mal. Parecia-me que mil mortes colocaria eu para remédio de uma alma das muitas que ali se perdiam. E como me vi mulher e ruim e impossibilitada de aproveitar em que eu queria no serviço do Senhor, e toda minha ânsia era, e ainda é, pois que tem tantos inimigos e tão poucos amigos, que eles fossem bons… determinei fazer esse pouquinho que havia em mim, que é seguir os Conselhos Evangélicos com toda perfeição que eu pudesse e procurar que essas pouquinhas que estão aqui fizessem o mesmo, confiante na bondade de Deus, que nunca falta de ajudar a quem por Ele se determina a deixar tudo (…) e que todas ocupadas em oração pelos que são defensores da Igreja e pregadores e letrados que a defendem, ajudássem os no que pudéssemos a este Senhor meu…” (1,2). “Não me deixa de quebrar o coração tantas almas que se perdem (…) Oh, irmãs minhas, em Cristo! Ajudem-me a suplicar a este Senhor, que para isto às juntou aqui, esta é vossa vocação, estes irão ser os vossos negócios, estes hão de ser os vossos desejos, aqui vossas lágrimas, estas vossas preces” (1,5).

O propósito da Santa reformadora está, pois, claro: junta a suas monjas em um pequeno convento para orar por tantas almas que se perdem e pelos defensores da Igreja, pregadores e estudiosos que a defendem. Quer dizer, um motivo de oração completamente eclesial.

O ideal que a Santa buscava na reforma dos Freis é mais ou menos semelhante: ter defensores, pregadores e estudiosos da Igreja para a extensão do reino de Deus e salvação das almas; diretores espirituais de suas irmãs Carmelitas e, como uma arma, a oração e intimidade com Deus.

C – Dificuldades por parte dos calçados
Os primeiros 10 anos foram de tremendas lutas entre Descalços e Calçados ou Padres da Antiga Observância, devida a incompreensões, cuja raiz era a duvidosa legitimidade da nova Reforma. O certo é que no Capítulo Geral da Ordem, em Plasência, Itália 1575, os reformados foram submetidos ao velho tronco da Ordem. Momento terrível para a nascente Reforma. Santa Teresa foi confinada no mosteiro de Toledo, com proibição de sair dali. É São João da Cruz, encarcerado durante nove meses na prisão conventual dos Calçados, também em Toledo, e graças ao Rei Felipe II, a quem depois de Deus se deve a salvação dos Descalços e Descalças, a tempestade diminuiu em 1577 quando o Rei negou seu palacete ao Padre Tostado, encarregado de por em prática os decretos do Capítulo de Plasência.

Em 1578, o Padre Jerônimo Gracian reunia os Descalços em Almodóvar Del Campo, e ali se origina sua província autônoma. Após muitas amarguras, foi aprovada a Reforma Teresiana pela Santa Sé em 1580, fato que causou imensa alegria a Teresa Fundadora, que morria tranqüila, dois anos mais tarde. Em 1587 foi nomeado um Vigário Geral da Ordem e no Capítulo Geral de Cremona, celebrado em 1593, aprovou a separação total da Reforma Teresiana.

D – Contratempos Internos
Lamentavelmente, logo começaram as lutas internas no Carmelo Reformado. Uma dupla corrente, semelhante à surgida na emigração dos Carmelitas à Europa se levantou, capitaneando ambos os lados duas figuras eximias da Descalces Teresiana: os Padres Nicolau Dória e Jerônimo Gracian. O primeiro grande financista que solucionou o caos econômico do império de Felipe II. Era italiano. Liderava o lado dos estritos que gritavam observância e penitência e não admitiam fundações fora da Espanha por temor ao relaxamento. O Padre Gracian, grande amigo e confidente de Santa Teresa e líder da corrente oposta, tinha uma visão mais ampla, conforme o pensamento Teresiano, aberto ao apostolado.

A contenda foi tremenda e o assunto chegou ao Vaticano de tal maneira que para acabar com o assunto, o Papa Clemente VIII erigiu duas Congregações dentro do Carmelo Reformado: a Italiana e a Espanhola. Era no ano de 1600.

– A Congregação de Santo Elias. Tinha tendências apostólicas; além das casas em Gênova e Roma, fundou na Pérsia, Mesopotâmia, Malabar, Mogol, China, Moçambique, Síria e Palestina. Personagens ilustres desta Congregação foram os PP, Pedro de la M. de Dios, primeiro Vigário, Fernando de Santa Maria, João de Jesus Maria, o calagurritano, Tomás de Jesus e Domingo Ruzola de Jesus Maria.

– A Congregação espanhola de São José se limitou ao solo da Espanha; aqui vivia Dória. Distinguiu-se por uma consagração quase exclusiva à vida contemplativa e estabeleceu desertos, que deram muita glória à Ordem. Praticamente o que buscava era voltar à vida eremítica do Monte Conte Carmelo. Apesar da divisão, as relações entre ambas eram boas.

E – Unificação das duas Congregações
As perseguições liberais e revoluções políticas do século XIX extinguiram praticamente a Ordem na Espanha e da Congregação espanhola não ficou oficialmente nada. Perdeu-se o rico arquivo do convento de São Hermenegildo de Madrid, que não mais pertence à Ordem. Ao voltar à restauração, uma vez amainada a tormenta, a Congregação Espanhola extinguida não renasce senão que os conventos que se vão restaurando passam a formar parte da Ordem existente, ano de 1868. Alma desta restauração foi o Padre Manuel de Santa Teresa. Expulsado da Espanha, foi à França e era então Prior do convento francês de Agén.

Graças a esta unificação, a Ordem veio fortalecendo-se e estendendo-se lentamente, porque o golpe da revolução contra o pessoal da Congregação Espanhola foi fatal. Hoje a reforma Teresiana conta com 4.000 religiosos no mundo, com umas 30 províncias vicariatos e delegações e com uma vida missionária rigorosa. Prova de uma fecundidade são também as Irmãs Carmelitas em torno de 15.000, e as numerosas Congregações de Irmãs como as Carmelitas Missionárias, fundadas pelo Padre Palau, OCD, a Companhia de Santa Teresa de Padre Henrique de Ossó, a Instituição Teresiana do Padre Poveda, e muitos outros ramos nascidos das fontes da Espiritualidade e Carisma eliano-teresiano, inclusive há umas cinco congregações brasileiras de inspiração carmelitana.

Fonte/imagem: http://carmelofatima.carmelitas.pt/

http://carmelofatima.carmelitas.pt/Menu.htm (Temas)

A Ordem do Carmo não Reformada
Enquanto teve lugar este grande acontecimento da Reforma Teresiana com o processo que vimos, como ficou o velho tronco da Ordem do Carmo, não reformados, chamado de Antiga Observância?

A – A Ordem e a Revolução Francesa
A Revolução Francesa foi um abalo que comoveu toda a Igreja, reduzindo a cinzas obras e instituições particulares. A Ordem do Carmo como as demais Ordens, sentiram a agonia. De 54 províncias que contava no século XVIII, ficaram em fins do mesmo século somente em 08.

Ao longo daquele século fatal se nota, em toda Europa, uma decadência geral do espírito religioso, com a conseqüente deturpação dos costumes. Neste ambiente nasce a Revolução Francesa, que nega os direitos de Deus e amplia os direitos do homem.

A famosa Constituição Civil do Clero aboliu a vida religiosa em nome da liberdade (1789/1790). Pouco depois (1795) aumentou a influência até a vinda do Diretório e de Napoleão.

O resultado final foi à supressão de todas as Ordens Religiosas do território Francês. O Carmelo tinha ali 08 províncias e 130 conventos. Alguns religiosos se submeteram ao juramento civil imposto pela Revolução ao Clero, enquanto que outros preferiram derramar seu sangue em testemunho de sua fé.

A Revolução Francesa se propagou como um regato de pólvora por toda a Europa, chegando inclusive a repercutir na América. Propagou-se por meio do Exército de Napoleão que passeou triunfalmente por toda a Europa, deixando atrás de si seus germes envenenados.

Ao apoderar-se da Itália, Napoleão suprimiu, em 1830, as Ordens Religiosas; contudo a supressão definitiva chega a ter vigência com o novo governo do Piemonte, de 1854 em diante. Por obra sua se extinguiu o Carmelo Italiano com seus 344 conventos (63 de monjas) da antiga observância, e 119 da reforma de Santa Teresa (29 de monjas).

Uma lei de 1796 terminou com a Ordem na Bélgica e Holanda. Só o convento de Boxmeer sobreviveu e logo foi o ponto de partida para a restauração atual do Carmelo Holandês.

Em 1802 desapareceram as duas províncias da Alemanha.

As demais províncias da Europa Central e Oriental foram desaparecendo, ficando somente um ou outro convento em miseráveis condições.

Em fins do século XVIII desapareceram quase totalmente as províncias: Polônia, Rússia, Lituânia e Boêmia.

Em Portugal foi suprimida a Ordem em 1832, com a conseqüente decadência de suas missões no Brasil.

Excetuando Malta, nada ficou intacto. As províncias inglesas não se restauraram mais depois da Reforma Protestante. Somente em 1827 a Irlanda começava sua restauração.

A perseguição contra os religiosos foi maior na Espanha que em qualquer outra parte. A lei iníqua do governo de Mendizábal do ano de 1835 despojou a Igreja de suas propriedades e declarou abolidas as Ordens Monásticas. Os conventos carmelitas desapareceram por completo.

O balanço da Revolução Francesa é pavoroso: de 466 províncias, 782 conventos e 15.000 religiosos com que contava o Carmelo da Antiga Observância quase nada subsistiu.

B – Restauração
Antes de tudo se tratou de dar a Ordem uma nova existência material.Em 1827 se restaura o Carmelo Irlandês.

Em alguma parte, como Itália, se leva a cabo a restauração com relativa facilidade, graças ao Geral da Ordem Luis M. Galli (1899/1900).

Apenas restaurada a monarquia na Espanha com a chegada de Alfonso XII, se iniciou também em 1875 a restauração carmelitana. Fundou-se em Palma de Mallorca um convento que pouco subsistiu; em 1880 se funda em forma definitiva em Jerez de la Frontera, (Andaluzia), de onde se propaga o novo Carmelo pós Espanha e outros países.

Em alguns países a restauração se iniciou com maiores dificuldades, como em França e Bélgica. Em 1876 se fundou em Montpellier, mas fracassou ao vir à lei de exclaustração de 1880. Na Bélgica nem sequer se tentou a restauração.

Holanda começou partindo do convento de Brexmeer, estendendo-se logo para a Alemanha.

Em 1863 entram os Carmelitas em Lewenworth (Kansas) USA.

Em 1881 fundam na Austrália os padres Irlandeses.

C – Atualmente
Atualmente a Ordem da Antiga Observância está florescendo em vários países:

Na Itália conta a Ordem com 4 províncias.

Malta tem 1 província e 1 missão no Peru (1949).

Na Espanha tem 4 províncias, casas em Portugal, Porto Rico (1920) Argentina (1947), Venezuela (1922), Brasil (1933), Colômbia (1957). Na Revolução Espanhola de 1936 sofreram o martírio 54 religiosas.

Brasil conta com duas províncias, Pernambuco, onde estão desde 1580 e Rio de Janeiro. No Paraná, Curitiba, está o Comissariado, com várias casas, que pertencem a uma província alemã.

Holanda é a Província principal da Ordem com cerca de 500 religiosos. Seu êxito se deve ao incremento dos estudos que tem favorecido sempre a vida religiosa. Holanda tem uma missão na Indonésia e casas em diversos países. Entre os holandeses se destaca o Pe. Tito Brandsma, mártir da imprensa católica, morreu vítima do ódio nazista nos campos de Concentração Nazista em Dachau, no ano de 1942. Foi beatificado pelo Papa João Paulo II, no dia 03 de novembro de 1985.

O Carmelo alemão tem casas na Áustria,Tcheco-Eslováquia e Brasil.

Polônia, apesar do regime ateu, todas as ordens estão florescendo.

A Província Irlandesa se estendeu para a Austrália e USA. Austrália é província autônoma e tem casas em Nova Zelândia.

Nos USA há duas províncias: a de Nova York, de origem irlandesa e de Chicago, a mais florescente; em 1949 fundou casas no Peru e Chile.

Com a Reforma Teresiana os Carmelitas e as Carmelitas estão em diversas partes do mundo, nos cinco continentes.

****

Publicado em Flos Carmeli (Fonte de pesquisa: Carmelo São José, texto publicado em http://www.clerus.org/clerus/)

“O Ano Sacerdotal, que celebramos 150 anos depois da morte do Santo Cura d’Ars, modelo do ministério sacerdotal no nosso mundo, está para terminar. Deixamo-nos guiar pelo Cura d’Ars, para voltarmos a compreender a grandeza e a beleza do ministério sacerdotal.” – Homilia do Papa Bento XVI durante o encerramento do Ano Sacerdotal (Vaticano)

Memória: 04 de agosto

S. João Maria Vianey (Santo Cura de Ars), da Ordem Terceira de S. Francisco, falecido em 1859, após dedicada e exemplar pastoral de paróquia rural. Canonizado em 1925.

Fonte: Ordem Franciscana Secular – Fraternidade de Ovar – Portugal

__________________________________________________________________________________________________

ENCERRAMENTO DO ANO SACERDOTAL

SANTA MISSA

HOMILIA DO PAPA BENTO XVI
Solenidade do Sagrado Coração de Jesus
Praça de São Pedro
Sexta-feira, 11 de Junho de 2010

(Vídeo)

Imagens da celebração

Prezados irmãos no ministério sacerdotal,
Amados irmãos e irmãs,

O Ano Sacerdotal que celebrámos 150 anos depois da morte do Santo Cura d’Ars, modelo do ministério sacerdotal no nosso mundo, está para terminar. Deixámo-nos guiar pelo Cura d’Ars, para voltarmos a compreender a grandeza e a beleza do ministério sacerdotal. O sacerdote não é simplesmente o detentor de um ofício, como aqueles de que toda a sociedade tem necessidade para nela se realizarem certas funções. É que o sacerdote faz algo que nenhum ser humano, por si mesmo, pode fazer: pronuncia em nome de Cristo a palavra da absolvição dos nossos pecados e assim, a partir de Deus, muda a situação da nossa vida. Pronuncia sobre as ofertas do pão e do vinho as palavras de agradecimento de Cristo que são palavras de transubstanciação – palavras que O tornam presente a Ele mesmo, o Ressuscitado, o seu Corpo e o seu Sangue, e assim transformam os elementos do mundo: palavras que abrem de par em par o mundo a Deus e o unem a Ele. Por conseguinte, o sacerdócio não é simplesmente «ofício», mas sacramento: Deus serve-Se de um pobre homem a fim de, através dele, estar presente para os homens e agir em seu favor. Esta audácia de Deus – que a Si mesmo Se confia a seres humanos; que, apesar de conhecer as nossas fraquezas, considera os homens capazes de agir e estar presentes em seu nome – esta audácia de Deus é o que de verdadeiramente grande se esconde na palavra «sacerdócio». Que Deus nos considere capazes disto; que deste modo Ele chame homens para o seu serviço e Se prenda assim, a partir de dentro, a eles: isto é o que, neste ano, queríamos voltar a considerar e compreender. Queríamos despertar a alegria por termos Deus assim tão perto, e a gratidão pelo facto de Ele Se confiar à nossa fraqueza, de Ele nos conduzir e sustentar dia após dia. E queríamos assim voltar a mostrar aos jovens que esta vocação, esta comunhão de serviço a Deus e com Deus, existe; antes, Deus está à espera do nosso «sim». Juntos com a Igreja, queríamos novamente assinalar que esta vocação devemos pedi-la a Deus. Pedimos operários para a messe de Deus, mas este pedido a Deus é simultaneamente Deus que bate à porta do coração de jovens que se considerem capazes daquilo de que Deus os considera capazes. Era de esperar que este novo resplendor do sacerdócio não fosse visto com agrado pelo «inimigo»; este teria preferido vê-lo desaparecer, para que em definitivo Deus fosse posto fora do mundo. E assim aconteceu que, precisamente neste ano de alegria pelo sacramento do sacerdócio, vieram à luz os pecados dos sacerdotes – sobretudo o abuso contra crianças, no qual o sacerdócio enquanto serviço da solicitude de Deus em benefício do homem se transforma no contrário. Também nós pedimos insistentemente perdão a Deus e às pessoas envolvidas, enquanto pretendemos e prometemos fazer tudo o possível para que um tal abuso nunca mais possa suceder; prometemos que, na admissão ao ministério sacerdotal e na formação ao longo do caminho de preparação para o mesmo, faremos tudo o que pudermos para avaliar a autenticidade da vocação, e que queremos acompanhar ainda mais os sacerdotes no seu caminho, para que o Senhor os proteja e guarde em situações penosas e nos perigos da vida. Se o Ano Sacerdotal devesse ser uma glorificação do nosso serviço humano pessoal, teria ficado arruinado com estas vicissitudes. Mas, para nós, tratava-se precisamente do contrário: sentir-se agradecidos pelo dom de Deus, dom que se esconde em «vasos de argila» e que sem cessar, através de toda a fraqueza humana, concretiza neste mundo o seu amor. Assim consideramos tudo o que sucedeu como um serviço de purificação, um serviço que nos lança para o futuro e faz agradecer e amar muito mais o grande dom de Deus. Deste modo, o dom torna-se o compromisso de responder à coragem e à humildade de Deus com a nossa coragem e a nossa humildade. Nesta hora, a palavra de Cristo, que proclamámos no cântico de entrada desta liturgia, pode dizer-nos o que significa tornar-se e ser sacerdotes: «Tomai o meu jugo sobre vós e aprendei de Mim, que Eu sou manso e humilde de Coração» (Mt 11, 29).

Celebramos a festa do Sagrado Coração de Jesus e, com a liturgia, por assim dizer lançamos um olhar dentro do Coração de Jesus que, na morte, foi aberto pela lança do soldado romano. Sim, o seu Coração está aberto por nós e aos nossos olhos; e deste modo está aberto o Coração do próprio Deus. A liturgia dá-nos a interpretação da linguagem do Coração de Jesus, que fala sobretudo de Deus como pastor dos homens e, deste modo, manifesta-nos o sacerdócio de Jesus, que está radicado no íntimo do seu Coração; indica-nos assim o perene fundamento e também o critério válido de todo o ministério sacerdotal, que deve estar sempre ancorado no Coração de Jesus e ser vivido a partir dele. Hoje queria meditar principalmente sobre os textos com que a Igreja em oração responde à Palavra de Deus apresentada nas leituras. Nestes cânticos, compenetram-se palavra e resposta; por um lado, são tirados da Palavra de Deus, mas, por outro e simultaneamente, são já a resposta do homem à referida Palavra, resposta na qual a própria Palavra se comunica e entra na nossa vida. O mais importante destes textos na liturgia de hoje é o Salmo 22 (23) – «O Senhor é meu pastor» –; nele Israel acolheu em oração a auto-revelação de Deus como pastor e dela fez a orientação para a sua própria vida. «O Senhor é meu pastor, nada me falta»: neste primeiro versículo, exprimem-se alegria e gratidão pelo facto de Deus estar presente e Se ocupar de nós. A leitura tirada do Livro de Ezequiel começa com o mesmo tema: «Eu próprio tomarei cuidado das minhas ovelhas, Eu é que hei-de olhar por elas» (Ez 34, 11). Deus, pessoalmente, cuida de mim, de nós, da humanidade. Não fui deixado sozinho, perdido no universo e numa sociedade onde se fica cada vez mais desorientado. Ele cuida de mim. Não é um Deus distante, para Quem contaria muito pouco a minha vida. As religiões da Terra, por aquilo que nos é dado ver, sempre souberam que, em última análise, só há um Deus; mas este Deus era distante. Aparentemente, Ele deixava o mundo abandonado às outras potestades e forças, às outras divindades. Com estas, era preciso encontrar um acordo. O Deus único era bom, mas distante. Não constituía um perigo, mas tampouco oferecia uma ajuda. Assim, não era necessário ocupar-se d’Ele. Não era Ele que dominava. Por estranho que pareça, este pensamento ressurgiu no Iluminismo. Que o mundo pressupõe um Criador, ainda se compreendia. Este Deus teria construído o mundo, mas depois, evidentemente, retirou-se dele. Agora o mundo tinha um conjunto próprio de leis, segundo as quais se desenvolvia e nas quais Deus não intervinha, nem podia intervir. Deus era apenas uma origem remota. Muitos talvez não desejassem sequer que Deus cuidasse deles. Não queriam ser incomodados por Deus. Mas, sempre que a solicitude e o amor de Deus são sentidos como incómodo, o ser humano acaba subvertido. É bom e consolador saber que há uma pessoa que me ama e cuida de mim; mas muito mais decisivo é que exista um Deus que me conhece, me ama e Se preocupa comigo. «Conheço as minhas ovelhas, e elas conhecem-Me» (Jo 10, 14): diz a Igreja, antes do Evangelho, tomando uma palavra do Senhor. Deus conhece-me, preocupa-Se comigo: este pensamento deveria fazer-nos verdadeiramente felizes; deixemo-lo penetrar profundamente no nosso íntimo. Então compreenderemos também o que significa isto: Deus quer que nós, como sacerdotes, num pequenino ponto da história, compartilhemos as suas preocupações pelos homens. Como sacerdotes, queremos ser pessoas que, em comunhão com a sua solicitude pelos homens, cuidamos deles e lhes fazemos experimentar concretamente esta solicitude de Deus. E o sacerdote, no âmbito que lhe está confiado, deveria poder dizer juntamente com o Senhor: «Conheço as minhas ovelhas, e elas conhecem-me». O sentido deste «conhecer», na Sagrada Escritura, nunca é simplesmente o de um saber exterior, como quando se conhece o número do telefone de uma pessoa; mas «conhecer» significa estar interiormente próximo do outro, amá-lo. Nós havemos de procurar «conhecer» os homens por parte de Deus e em ordem a Deus; havemos de procurar caminhar com eles pela estrada da amizade de Deus.

Voltemos ao nosso Salmo. Lá se diz: «Ele me guia pelo caminho mais seguro para glória do seu nome. Passarei ravinas tenebrosas e não temo; Vós estais comigo, o vosso cajado me sossega» (22, 3-4). O pastor indica a estrada certa àqueles que lhe estão confiados. Vai à sua frente e guia-os. Por outras palavras: o Senhor mostra-nos como se realiza de modo justo o ser homens. Ensina-nos a arte de ser pessoa. Que devo fazer para não me afundar, para não desperdiçar a minha vida com o que não tem sentido? Esta é precisamente a pergunta que cada homem se deve colocar a si mesmo, válida em cada período da vida. E como é grande a escuridão à volta de tal pergunta, no nosso tempo! Vem-nos sempre de novo à mente aquela atitude de Jesus, que Se enchera de compaixão pelos homens, porque eram como ovelhas sem pastor. Senhor, tende piedade também de nós! Indicai-nos a estrada! A partir do Evangelho, sabemos isto: Ele mesmo é o caminho. Viver com Cristo, segui-Lo: isto significa encontrar o caminho certo, para que a nossa vida ganhe sentido e possamos dizer um dia: «Sim, foi bom viver». O povo de Israel sentia-se, e sente-se, agradecido a Deus, porque lhe indicou, nos Mandamentos, o caminho da vida. O longo Salmo 118 (119) é todo ele uma expressão de alegria por este facto: não titubeamos na escuridão. Deus mostrou-nos qual é o caminho, como podemos caminhar de modo certo. O que dizem os Mandamentos foi sintetizado na vida de Jesus e tornou-se um modelo vivo. Compreendemos assim que estas directrizes de Deus não são algemas, mas o caminho que Ele nos indica. Podemos alegrar-nos por elas, e exultar porque em Cristo nos aparecem como realidade vivida. Ele mesmo nos tornou felizes. Caminhando juntamente com Cristo, fazemos a experiência da alegria da Revelação, e, como sacerdotes, devemos comunicar às pessoas a alegria pelo facto de nos ter sido indicado o caminho certo da vida.

Aparece depois a palavra que nos fala de «ravinas tenebrosas», através das quais o homem é guiado pelo Senhor. O caminho de cada um de nós conduzir-nos-á um dia às ravinas tenebrosas da morte, onde ninguém pode acompanhar-nos. Mas Ele estará lá. O próprio Cristo desceu à noite escura da morte. Mesmo lá, Ele não nos abandona. Mesmo lá, Ele nos guia. «Se descer aos abismos, ali Vos encontrais»: diz o Salmo 138 (139). Sim, Vós estais presente mesmo no último transe; e assim o nosso Salmo Responsorial pode dizer: mesmo lá, nas ravinas tenebrosas, não temo mal algum. Mas, ao falar de ravinas tenebrosas, podemos pensar também nas ravinas tenebrosas da tentação, do desânimo, da provação, que cada pessoa humana tem de atravessar. Mesmo nestas ravinas tenebrosas da vida, Ele está presente. Sim, Senhor, nas trevas da tentação, nas horas de ofuscamento quando todas as luzes parecem apagar-se, mostrai-me que estais presente. Ajudai-nos, a nós sacerdotes, para podermos nessas noites escuras estar ao lado das pessoas que nos foram confiadas, para podermos mostrar-lhes a vossa luz.

«O vosso cajado me sossega»: o pastor precisa de usar o cajado como um bastão contra os animais selvagens que querem irromper no meio do rebanho; contra os salteadores que procuram o seu botim. A par de bastão, o cajado serve também de apoio e ajuda para atravessar sítios difíceis. As duas coisas fazem parte também do ministério da Igreja, do ministério do sacerdote. Também a Igreja deve usar o bastão do pastor, o bastão com que protege a fé contra os falsificadores, contra as orientações que, na realidade, são desorientações. Por isso mesmo este uso do bastão pode ser um serviço de amor. Hoje vemos que não se trata de amor, quando se toleram comportamentos indignos da vida sacerdotal. E também não se trata de amor, se se deixa proliferar a heresia, a deturpação e o descalabro da fé, como se tivéssemos nós autonomamente inventado a fé; como se já não fosse dom de Deus, a pedra preciosa que não deixaremos arrebatar. Ao mesmo tempo, porém, o bastão deve continuar a ser o cajado do pastor, cajado que ajude os homens a poderem caminhar por sendas difíceis e a seguirem o Senhor.

A parte final do Salmo fala da mesa preparada, do óleo com que se unge a cabeça, do cálice transbordante, de poder habitar junto do Senhor. No Salmo, tudo isto exprime, antes de mais nada, a dimensão da alegria pela festa de estar com Deus no templo, ser hospedados e servidos por Ele mesmo, poder habitar junto d’Ele. Para nós, que rezamos este Salmo com Cristo e com o seu Corpo que é a Igreja, esta dimensão de esperança adquiriu uma amplidão e profundidade ainda maiores. Por assim dizer, vemos nestas palavras uma antecipação profética do mistério da Eucaristia, no qual Deus mesmo nos acolhe como seus comensais oferecendo-Se-nos a Si mesmo como alimento, como aquele pão e aquele vinho refinados que são os únicos capazes de constituir a derradeira resposta à fome e sede íntima do homem. Como não sentir-se feliz por poder cada dia ser hóspede à própria mesa de Deus, por habitar junto d’Ele? Como não sentir-se feliz pelo facto de Ele nos ter mandado: «Fazei isto em memória de Mim»? Felizes porque Ele nos concedeu preparar a mesa de Deus para os homens, dar-lhes o seu Corpo e o seu Sangue, oferecer-lhes o dom precioso da sua própria presença. Sim, com todo o coração podemos rezar juntos as palavras do Salmo: «A vossa bondade e misericórdia me acompanham no caminhar da minha vida» (22, 6).

Por último lancemos, ainda que brevemente, um olhar sobre os dois cânticos da comunhão propostos pela Igreja na sua liturgia de hoje. Em primeiro lugar, temos as palavras com que São João conclui a narração da crucifixão de Jesus: «Um dos soldados abriu o seu lado com uma lança e dele brotou sangue e água» (Jo 19, 34). O Coração de Jesus é trespassado pela lança. Aberto, torna-se uma fonte; a água e o sangue que saem remetem para os dois Sacramentos fundamentais de que vive a Igreja: o Baptismo e a Eucaristia. Do lado trespassado do Senhor, do seu Coração aberto brota a fonte viva que corre através dos séculos e faz a Igreja. O Coração aberto é fonte de um novo rio de vida; neste contexto, João certamente pensou também na profecia de Ezequiel que vê brotar do novo templo um rio que dá fecundidade e vida (cf. Ez 47): o próprio Jesus é o novo templo, e o seu Coração aberto a fonte da qual jorra um rio de vida nova, que se nos comunica no Baptismo e na Eucaristia.

Mas a liturgia da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus prevê como cântico de comunhão ainda outra frase, ligada à primeira, tirada do Evangelho de João: «Se alguém tem sede, venha a Mim e beba, diz o Senhor. Se alguém acredita em Mim, do seu coração brotará uma fonte de água viva» (cf. Jo 7, 37-38). Na fé, por assim dizer bebemos da água viva da Palavra de Deus. Deste modo o próprio fiel torna-se uma fonte, dá à terra sequiosa da história água viva. Vemo-lo nos Santos. Vemo-lo em Maria que, como grande mulher de fé e de amor, se tornou ao longo dos séculos fonte de fé, amor e vida. Cada cristão e cada sacerdote deveriam, a partir de Cristo, tornar-se fonte que comunica vida aos outros. Devemos dar água da vida a um mundo sedento. Senhor, nós Vos agradecemos porque nos abristes o vosso Coração; porque, na vossa morte e na vossa ressurreição, Vos tornastes fonte de vida. Fazei que sejamos pessoas que vivem, que vivem da vossa fonte, e concedei-nos a possibilidade de sermos também nós fontes capazes de dar a este nosso tempo água da vida. Nós Vos agradecemos pela graça do ministério sacerdotal. Senhor, abençoai-nos a nós e abençoai todos os homens deste tempo que estão sedentos e andam à procura. Amen.

Saudações no final da Santa Missa

Queridos sacerdotes dos países de língua oficial portuguesa, dou graças a Deus pelo que sois e pelo que fazeis, recordando a todos que nada jamais substituirá o ministério dos sacerdotes na vida da Igreja. A exemplo e sob o patrocínio do Santo Cura d’Ars, perseverai na amizade de Deus e deixai que as vossas mãos e os vossos lábios continuem a ser as mãos e os lábios de Cristo, único Redentor da humanidade. Bem hajam!

Al termine di questa straordinaria concelebrazione, desidero esprimere la mia viva gratitudine alla Congregazione per il Clero, per l’opera svolta durante l’Anno Sacerdotale e per aver organizzato queste giornate conclusive. Un pensiero di speciale riconoscenza va ai Signori Cardinali ed ai Vescovi che hanno voluto essere presenti, in particolare a quanti sono venuti da lontano.

Chers prêtres francophones, vous avez une proximité particulière avec saint Jean-Marie Vianney. Je souhaite qu’elle devienne une véritable complicité spirituelle. Puisse son exemple sûr, vous inspirez afin que le don que vous avez fait de vous-même au Seigneur porte du bon fruit! Je vous renouvelle ma confiance et je vous encourage à progresser sur les chemins de la sainteté. Que le Seigneur vous garde tous en son Cœur très-aimant!

I now wish to greet all the English-speaking priests present at today’s celebration! My dear brothers, as I thank you for your love of Christ and of his bride the Church, I ask you again solemnly to be faithful to your promises. Serve God and your people with holiness and courage, and always conform your lives to the mystery of the Lord’s cross. May God bless your apostolic labours abundantly!

Von ganzem Herzen grüße ich die Bischöfe, Priester und Ordensleute wie auch alle Pilger, die aus den Diözesen des deutschen Sprachraums zum Abschluß des Priesterjahres nach Rom gekommen sind, um ihre Einheit mit dem Nachfolger Petri zu zeigen. Liebe Mitbrüder, wo kein Zusammenhalt ist, da gibt es keinen Fortschritt. Wenn wir miteinander verbunden bleiben, wenn wir in Christus, dem wahren Weinstock, bleiben, dann können wir starke und lebendige Zeugen der Liebe und der Wahrheit sein, können uns die Winde des Augenblicks nicht verbiegen oder brechen. Christus ist die Wurzel, die uns trägt und uns Leben gibt. Danken wir dem Herrn für die Gnade des Priestertums; dafür, daß er uns jeden Tag neu Gelegenheit gibt, in seiner Nachfolge gute Hirten zu sein. Der Heilige Geist stärke euch bei all eurem Wirken!

Saludo cordialmente a los presbíteros de lengua española, y pido a Dios que esta celebración se convierta en un vigoroso impulso para seguir viviendo con gozo, humildad y esperanza su sacerdocio, siendo mensajeros audaces del Evangelio, ministros fieles de los Sacramentos y testigos elocuentes de la caridad. Con los sentimientos de Cristo, Buen Pastor, os invito a continuar aspirando cada día a la santidad, sabiendo que no hay mayor felicidad en este mundo que gastar la vida por la gloria de Dios y el bien de las almas.

“Dobroć i łaska pójdą w ślad za mną przez wszystkie dni mego życia” (Ps 23/22/, 6). Tymi słowami Psalmu pozdrawiam polskich kapłanów. Drodzy Bracia, Chrystus Was wybrał, wezwał, napełnił dobrocią i łaską. Szczerym sercem podejmujcie każdego dnia ten dar i nieście go z miłością tym, do których zostaliście posłani. Świętymi bądźcie i prowadźcie innych do świętości w Chrystusie. Niech Bóg wam błogosławi!

Rivolgo infine il mio cordiale saluto ai sacerdoti di Roma e d’Italia; come pure ai Presuli, ai sacerdoti e ai seminaristi di tutti i Riti delle Chiese Orientali cattoliche. So, infine, che in tutte le parti del mondo si sono tenuti moltissimi incontri celebrativi e spirituali con grande e fruttuosa partecipazione. Pertanto, desidero ringraziare Vescovi, sacerdoti e organizzatori ed auguro a tutti di proseguire con rinnovato slancio il cammino di santificazione in questo sacro ministero che il Signore vi ha affidato. Vi benedico di cuore!

© Copyright 2010 – Libreria Editrice Vaticana

“Nesta primeira perseguição, de caráter local, morreram os apóstolos Pedro(crucificado ) e Paulo (decapitado por ser cidadão romano).”, in As Perseguições – A Lex Romana (Blog Missio Fides – Pe. Edson Ausier – Brasil)

Fonte: MISSIO FIDES – TOTUS TUUS (Pe.Edson Ausier. Arquidiocese de Manaus, Amazonas, Brasil)

Confira também:

MISSIO FIDES – TOTUS TUUS – “Ícone: Janela para a Eternidade” – quinta-feira, 29 de julho de 2010

PERSEGUIÇÕES- A LEX ROMANA

No ano 186 a C. o senado romano reagiu contra os cultos forâneos (= externos) proibindo as Bacchanalia (=festas em honra de Baco, deus do vinho),e perseguindo duramente os seus seguidores; vários milhares deles foram executados. Proibia-se a associação dos crentes de Baco, a não ser em grupos de dois homens e não mais de três mulheres. Os que não cumprissem estas normas sofreriam a pena capital..

173 a C. para frear os progressos da superstitio populi (= superstição do povo) e restaurar a credibilidade dos deuses pátrios o Senado romano viu-se obrigado a emitir decretos de expulsão contra mestres de retórica e filósofos gregos.

Cícero(-63) em De legibus (= sobre as leis) mantém que a única religião pública é aquela que recebe o reconhecimento do poder político. Os deuses romanos eram cidadãos que podiam ser naturalizados, ou privados de cidadania, segundo decisão, ou conveniência do Estado. Ele afirmava que “nossos antepassados nunca foram mais sábios nem melhor inspirados pelos deuses, que quando decidiram que as mesmas pessoas que presidem a religião governem o Estado”. Daí ao cesaropapismo(= uma única pessoa assume todos os poderes cívicos e religiosos) só um passo, ou um tempo.

Lucrecio ( de Rerum Natura) é um defensor da religião pública frente a toda forma de superstição.

59 a C. o Senado mandou destruir os altares a Isis e Osiris, dentro do pomoerium (direito de alojamento) e do capitólio (= uma das sete colinas de Roma na qual estava o templo de Júpiter, protetor da cidade, chamada também Tarpeya, pela rocha célebre desde que se atiravam os meninos com defeitos no nascimento); proibição que se repetiu em anos posteriores.

29 a C., Augusto, ou melhor Caio Octávio, que reformou seu nome para Caio Julio César Octaviano e recebeu o sobrenome de Augusto, como é conhecido na História, recebe todo o poder político em suas mãos, aceitando o título de princeps senatus( príncipe do Senado).. Recebe o título de Imperator, general vitorioso, encarnação viva de Júpiter, o deus supremo dos romanos. No ano 37 recebe o título de Augustus, (= divino) com autoridade para ser o garante dos auspícios. No ano 12 recebe o título de Pontifex máximus, ( pontífice máximo),uma vez morto Lépido, ficando como único e máximo reponsável de toda a religião romana. Assim neste mesmo ano mandou destruir 2 mil oráculos diversos quando transferiu para o templo de Apolo Palatino os livros sibilinos (da Sibila, mulher sábia com poderes proféticos). A religião romana se transformou num dos apoios mais sólidos do regime imperial. Com exceção de Calígula e Nero, os demais imperadores do século I, apenas se afastaram das normas marcadas por Augusto, apresentando-se como máximos protetores da religião tradicional: a tríade capitolina (Júpiter,Juno, Minerva) a deusa Roma e o Imperador divinizado especialmente em províncias.

Tibério (14-37 )mandou destruir o templo de Isis-Serapis e jogar no Tibre a estátua da deusa. Como continuador da obra de Augusto perseguiu os magos, astrólogos e matemáticos (= no tempo considerados como adivinhos), judeus e outros seguidores de deuses orientais.

Claudio (43) ordena uma perseguição de judeus em Roma por causa de tumultos provocados por enfrentamentos com os cristãos. Entre eles Áquila (At 18,2).

Nero (64) inicia a primeira perseguição contra os cristãos não por motivos religiosos mas por causa do incêndio de Roma do qual são acusados. Nela morrem Pedro e Paulo. Segundo Tertuliano,(final sec II) Nero decretou o Institutum Neronianum( Decreto neroniano) que permitia às autoridades romanas perseguir os cristãos pelo fato mesmo de praticar sua religião, embora os autores modernos o neguem. Porém se propagou entre o povo a idéia de que os cristãos eram ateus (ver o caso de Sócrates) porque rejeitavam os deuses e as religiões, especialmente as tradicionais, sem cujos ritos os males sobrevinham sobre Roma e portanto eram culpáveis dos mesmos. Também que em seus cultos comiam carne de crianças e organizavam orgias sexuais, o qual apontava os banquetes eucarísticos, que eram confundidos com os orientais como os cultos de Mitra ou Baco.

A LEX ROMANA – AS PERSEGUIÇÕES (cont.)

No ano 304 a C. existia uma lei promulgada pela autoridade do Senado que proibia sem ordem do mesmo Senado ou dos tribunos da plebe, dedicar templo ou altar algum privadamente. Cícero explica dizendo que ninguém pode separar-se da cidade no culto aos deuses como ninguém pode infringir suas leis, ou negar-lhe seu serviço, sem deixar, ipso facto, de ser cidadão e cair sob sua justa vingança.

Tertuliano ( autor cristão no fim do século II) é o único que afirma que existiu um decreto de Nero que afirmava Ut christiani non sint(= não é lícito ser cristiano). Não se encontrou outro testemunho e por isso muitos autores o rejeitam. Nero culpou do incêndio de Roma aos cristãos à semelhança do acontecido na Roma do século II a C. quando um incêndio de umas casas vizinhas esteve a ponto de destruir o templo de Vesta, onde se guardava o fogo sempiterno da cidade. O cônsul (magistrado da república com suprema autoridade por um ano; era também chefe do exército), mandado pelo Senado para pesquisar as causas, acusou os habitantes de Cápua, que então visitavam Roma como causantes, porque Cápua era aliada de Aníbal, e esperava ser cabeça da Itália contra os interesses de Roma. Nesta primeira perseguição, de caráter local, morreram os apóstolos Pedro(crucificado ) e Paulo (decapitado por ser cidadão romano). Foram os mais ilustres mártires, de quem Caio (198-217), presbítero romano, escreve: “Dá fé desta história a inscrição, conservada até hoje dos seus sepulcros….que acharás se te aproximas ao Vaticano”. Modernamente nas escavações feitas no subsolo da basílica atual do Vaticano se descobriu um sepulcro com ossos do 1º século de um velho de 70 anos, com moedas desde o 1º século, e a inscrição Petros eini em grego(Pedro está aqui).

Do ano 64 até o 313, ano este em que o cristianismo gozou de liberdade no Império, houve estes períodos de perseguição: Século I 6 anos de perseguição (domiciano) e 28 de tolerância. – Século II: 86 anos de perseguição e 14 de tolerância.- Século III: 24 anos de perseguição e 74 de tolerância. –Século IV: 13 anos de perseguição Total: 129 anos de perseguição e 120 de tolerância. As perseguições mais importantes são as de Domiciano (5 anos) cujo motivo foi que eram molitores rerum novarum, (maquinadores de coisas novas) e que poderíamos traduzir como suspeitosos contra o regime, em que a nobreza romana pela primeira vez foi mártir de Cristo..

250 Décio, descendene de uma família senatorial romana, oficial do Illirico (Yugoslávia atual) tentou reavivar o culto em torno à figura do imperador. No momento em que assumiu o império ditou um edito obrigando a todos os cristãos a realizar atos públicos de submissão religiosa ao imperador e aos deuses oficiais. Aos que o faziam entregava um certificado(libellus)para não serem molestados de novo; e os que se negavam podiam ser encarcerados, torturados e mortos. No fim de um ano as medidas começaram a ser suavizadas, devido à opinião pública impressionada pelos excessos cometidos. Mártires: Fabião, papa em Roma, Ágata na Sicília, Dionísio em Paris. Alguns como Pablo se esconderam no deserto, outros compraram o libello ou apostataram, daí o problema dos lapsi (caídos).

Em 257, Valeriano – O velho Valeriano, no início tolerante, incitado por Macrino, ministro da fazenda que ambicionava os bens eclesiásticos, iniciou uma perseguição mais seletiva., de modo que só se obrigava a oferecer sacrifícios aos membros da hierarquia eclesiástica. Um segundo decreto ia dirigido contra os cristãos da classe alta em 258. Tudo terminou em 260 ao cair Valeriano nas mãos dos persas. Total 3 anos. Seu filho Galiano devolveu aos cristãos as igrejas e iniciou uma paz de quase 50 anos. Mártires: Sixto II em Roma com seu diácono Lourenço. Frutuoso na Espanha, Cipriano em Cartago.

A última perseguição foi a de Diocleciano(10 anos) – um gigante de corpo, de espírito organizador. Instaurou a tetrarquia, que estava acompanhada de um rearme moral e religioso. Sua mulher e filha eram cristãs. Esta perseguição, que teve início por dois incêndios perto da casa imperial, foi a mais cruenta e duradoura. Iniciada em 303, a instigação de seu colega Galério, César do Oriente, alcançou enorme dureza, exceto nas Gálias e Britannia, onde César Constâncio, colega do Augusto Maximiano, se limitou a destruir alguns lugares de culto. Em 305, Diocleciano abdicou e a perseguição só se manteve no Oriente através dos dois césares Galério e Maximino, sendo que no Ocidente cessou praticamente. Em 311, Galério, pouco antes de morrer, ditou um edito de tolerância. Licínio, Constantino e Majêncio o aprovaram. Só Maximino. de modo parcial e por pouco tempo, reiniciou as medidas anticristãs. Mártires: Sebastião em Roma, Lucia em Siracusa.

AS PERSEGUIÇÕES (Sobre os mártires)

O NÚMERO DOS MÁRTIRES.: O número de mártires que conhecemos com nomes próprios é um pouco mais de duzentos. O número conhecido pelas Acta Martyrum (atas dos mártires), pelo culto, ou outras fontes, se aproxima do milhar. Algumas atas e alguns mártires são famosos. No ano 117, Ignácio de Antioquia em Roma. No ano 156, Policarpo de Esmirna.. Em 165, Justino. Em 177, os mártires de Lion nas Gálias, França atual, entre eles S Blondina, escrava. No ano de.180 Perpétua e Felicidade( esta escrava) em Cartago. No século III, temos Cipriano, bispo de Cartago e Frutuoso, bispo de Tarragona. Finalmente, na perseguição de Diocleciano, Vicente, diácono de Zaragoza. São mártires cujas atas conhecemos. Outros, cujo martírio é conhecido pelo culto antigo como os grandes mártires romanos Inés, Sebastião, Pancrácio, dos que temos a igreja a eles dedicada, com seu sepulcro e inscrições e notícias litúrgicas. Muitos são desconhecidos. Para os mais moderados, seu número total nos IV primeiros séculos está mais perto dos 10 mil que dos 100 mil. Talvez foram muitos mais os que, sem ser mortos, tiveram que afrontar a confiscação de bens, o desterro, os cárceres e as minas. Como nota: no primeiro semestre da guerra civil na Espanha, foram mortos 12 bispos, 4 mil sacerdotes seculares e mais de 2 mil religiosos, entre eles 250 escolápios.

[Leia mais neste artigo – LBN]:

OS CÁRCERES

A TORTURA

AS MINAS.-AS CATACUMBAS

A FRAGILIDADE HUMANA – O Pão dos Fortes, Os Lapsi, Tipos de Lapsi, Os Confessores.

A ÚLTIMA PERSEGUIÇÃO – Diocleciano e o Baixo Império, A Perseguição, Galério, Morte de Galério, Licínio, Consequências.

FIM DAS PERSEGUIÇÕES – Constantino (285-337),  Batalha da Ponte Mílvio, Edito de Milão, Batismo e Morte de Constantino.

…………………………………

Postado no site Missio Fides, por Pe.Edson Ausier, em 30 de abril de 2007.

Desnutrição alarmante das crianças do Níger e Apelo internacional do Papa frente à violência no Oriente Médio (assassinato de Dom Luigi Padovese, em 03 de junho, na Turquia) – Agência Fides/Roma – 09.06.2010

Dom Luigi Padovese, presidente da Conferência Episcopal da Turquia, foi assassinado na última quinta-feira, dia 3 de junho, dia em que celebramos Corpus Christi – Corpo de Deus – o sacrifício e a Ressurreição de Jesus Cristo. Uma data terrivelmente emblemática para a morte de um homem consagrado ao serviço da construção do Reino de Cristo, até Sua vinda. Lembremos de Dom Luigi em nossas orações.

Creio que seu martírio representa a grave crise, que toma o disfarce de religiosa, mas que visa, de fato, tomada de poder entre grupos que, historicamente, vivem em conflito pelo domínio de uma terra que é chamada Santa, Jerusalém. No caso, todo seu amplo entorno, que afinal, se estende por todo o Oriente Médio. Ao que parece os cristãos chamam a atenção para o diálogo entre as várias vertentes, tanto entre muçulmanos, quanto judaicas, com chave negativa em relação à visão do Estado de Israel. No entanto, salvo melhor avaliação, os cristãos no Oriente Médio, apesar de serem numericamente quase ínfimos naqueles países, são incômodos, e infelizmente, alvo fácil.

Leia, logo abaixo o apelo internacional do Papa Bento XVI para o enfrentamento da violência no Oriente Médio, principalmente contra os cristãos.

…………………………………………………………………………………………………..

Sempre houve muita fome e miséria na África, principalmente devido à desestruturação social decorrente de centenas de anos de escravidão sofrida e perpetrada, com raras exceções pelo mundo inteiro. No entanto, a cultura africana é propícia à manutenção da violência entre elites tribais, ainda que em meio a arranha-céus… A corrupção é moeda corrente, e a decorrência disso é o frequente esfacelamento dos tecidos sociais.As crianças do Níger passam fome ou sobrevivem desnutridas. Há uma “super-dieta” que está em vias de não poder ser mantida. Uma organização internacional importante está enfrentando a ausência de uma estrutura permanente de assistência – via setor público, devido a uma simples questão: os homens não admitem que suas mulheres se afastem das áreas de colheita, para ajudá-los.  O resultado é que as crianças com saúde mais crítica, não conseguem receber adequadamente a alimentação que lhes é reservada. Por certo, há indiferença dos setores públicos, que, além de aceitarem passivamente a dependência de iniciativas internacionais, não garantem que a cadeia de ajuda humanitária seja mantida. Seria o caso de aplicar multas pesadas sobre os habitantes que desfazem do trabalho de Ongs em geral e de iniciativas, tanto católicas, quanto de outras igrejas cristãs.

Logo abaixo, leia a notícia de hoje sobre a situação em Níger, com cidades que, por falta de transporte chegam a exigir três dias de viagem para ir aos centros de distribuição de alimentação das crianças, e três para a volta.

________________________________________________________
Fonte: AGÊNCIA FIDES – Roma

Imagem: "Palco da Vida"-Cabo Verde

ÁFRICA/NÍGER Toda criança tem direito a alimentação e assistência médica

Niamey (Agência Fides) – A falta de meios de transporte, o estilo de vida rural e a pressão exercida sobre as mulheres para trabalhar nos campos, ajudam a piorar as formas de desnutrição nas crianças do Níger que não podem levar a termo os programas de alimentação terapêutico aos quais são submetidos. Em algumas áreas rurais remotas, os centros de saúdem onde são realizados tais tratamentos, estão muito longe. Isso faz com que uma criança desnutrida a cada cinco que participa destes programas, nas províncias de Zinder e Maradi, interrompe o tratamento porque proveniente da Nigéria. A terapia intensiva dura oito semanas. Por causa da interrupção, o número de crianças gravemente desnutridas que são registradas nos programas terapêuticos aumenta semana após semana. Foram verificados 8 mil casos na última semana. Segundo o coordenador do UNICEF, na capital, Niamey, desde o início do ano as agências humanitárias cuidam de 84 crianças gravemente desnutridas. Na província de Diffa, onde trabalha a Ong Save the Children, a situação está piorando. A organização está programando aumentar as ajudas em todos os centros de saúde nos distritos deDiffa onde trabalha.

De Zinder e Maradi é preciso muito tempo para ir e voltar do centro, além disso os maridos não querem que suas mulheres e crianças fiquem ali muito tempo sozinhos e em vista da estação da colheita, as mulheres que trabalham nos campos, são obrigadas a voltar para suas casas. Em algumas áreas, 70% dos povoados distam mais de 15 km dos centros de saúde, outros 50 km, tornando necessário 3 dias para ir e 3 para voltar!

O índice de desnutrição aguda geral em Diffa é o mais alto da região, com 17.4%. Na zona norte da província acontece que ao voltar ao povoado depois de um mês ele não mais existe. As crianças em terapia devem ser controladas pelo menos uma vez por semana para verificar se estão perdendo peso, que não tenham contraído outras complicações, e que a comida hiper-calórica a eles destinados não seja dada aos outros membros da família. No Níger, a assistência de saúde oferecida às crianças com menos de cinco anos e às mulheres grávidas é gratuito, todavia, os remédios não são suficientes. (AP) (8/6/2010 Agência Fides)

__________________________________________________________

Imagem: Loyola Notícias
Papa Bento XVI no Memorial de Moisés, no Monte Nebo - Basílica (Jordânia) - 08.05.2009. Imagem: Loyola Notícias

Fonte: AGÊNCIA FIDES – Roma

2010-06-07

VATICANO Apelo do Papa em favor do “esforço internacional urgente e intrépido a fim de resolver as tensões que continuam no Oriente Médio, sobretudo na Terra Santa, antes que tais conflitos conduzam a um maior espargimento de sangue”

Nicósia (Agência Fides) – “Renovo o meu apelo pessoal pelo esforço internacional urgente e intrépido a fim de resolver as tensões que continuam no Oriente Médio, sobretudo na Terra Santa, antes que tais conflitos conduzam a um maior espargimento de sangue.” São as palavras proferidas pelo Santo Padre Bento XVI no domingo, 6 de junho, no final da Santa Missa celebrada no Palácio do Esporte Eleftheria de Nicósia, antes da entrega do Instrumentum laboris da próxima Assembleia Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos, que se celebrará em outubro.

Em seu discurso o Santo Padre recordou Dom Luigi Padovese, Presidente da Conferência Episcopal da Turquia, assassinado em 3 de junho. O Papa recordou que o prelado contribuiu na preparação doInstrumentum Laboris e acrescentou: “Confio a sua alma à misericórdia de Deus Onipotente, recordando seu compromisso, especialmente como Bispo, pela compreensão mútua no âmbito inter-religioso e cultural e pelo diálogo entre as Igrejas. A sua morte é um lúcido chamado à vocação que todos os cristãos partilham em ser, em toda circunstância, testemunhas corajosas de tudo aquilo que é bom, nobre e justo”. O Papa evidenciou como o Oriente Médio tenha “um lugar especial no coração de todos os cristãos, a partir do momento que foi ali que Deus se manifestou aos nossos pais na fé”. A mensagem do Evangelho se difundiu no mundo inteiro e “os cristãos em cada lugar continuam olhando o Oriente Médio com reverência especial, por causa dos profetas e dos patriarcas, dos apóstolos e dos mártires, aos quais devemos tanto, aos homens e às mulheres que ouviram a Palavra de Deus, que deram testemunho dela, e a entregaram a nós pertencentes à grande família da Igreja”.

Falando sobre a próxima Assembleia Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos, o Santo Padre evidenciou que ela “buscará aprofundar os laços de comunhão entre os membros das Igrejas locais, como também a comunhão destas Igrejas entre si e com a Igreja universal”. Será um encorajamento no testemunho de fé em Cristo, vivida nos países onde esta fé nasceu e cresceu. “A Assembleia Especial é uma ocasião para todos os cristãos do resto do mundo de oferecer uma ajuda espiritual e uma solidariedade para seus irmãos e irmãs do Oriente Médio” – prosseguiu o Santo Padre. É uma ocasião para ressaltar o valor importante da presença e do testemunho cristão nos países da Bíblia, não somente para a comunidade cristã no mundo, mas igualmente para todos os vizinhos e concidadãos. Contribuam de várias formas ao bem comum, por exemplo, através da educação, do cuidado pelos doentes e a assistência social. Trabalham em favor da construção da sociedade. Vivam em paz e harmonia com seus próximos judeus e muçulmanos.

Muitas vezes vocês agem como artesãos da paz no difícil processo de reconciliação. Vocês merecem o reconhecimento pela função inestimável que desempenham. Espero que os seus direitos sejam sempre respeitados, incluindo o direito à liberdade de culto e a liberdade religiosa, e que vocês não sofram discriminações de todos os tipos. Rezo para que os trabalhos da Assembleia Especial chame a atenção da comunidade internacional sobre a condição dos cristãos no Oriente Médio, que sofrem por causa de sua fé, para que possam encontrar soluções justas e duradouras aos conflitos que causa tantos sofrimentos”. (SL) (Agência Fides 7/06/2010)

“Da pureza e simplicidade do coração” – IMITAÇÃO DE CRISTO (Livro II, Cap. IV)

Alguns contratempos, graças a Deus, já devidamente resolvidos, além de meu envolvimento em uma revisão de texto longo e complexo (que está na metade), me impediram de movimentar o Blog “Castelo Interior”, dedicado a Santa Teresa de Avila (de Jesus), santa fundadora do Carmelo Descalço (viveu no século XVI).

Saúdo a todos,  tal como Jesus Cristo nos ensinou: “Que a Paz reine nesta casa”. Amém.

Por gentileza, aproveito para pedir a todos os visitantes que este meu voto repercuta em seus corações, e pensem também em mim e meu esposo. A Igreja nos ensina que devemos rezar uns pelos outros. A petição dos (as) amigos(as) é valiosa para os “ouvidos” de nosso Criador, que é Pai Misericordioso, e de Seu Filho, Jesus, Nosso Senhor e Salvador. Nossa casa deve ser um reduto de amor, um refúgio nestes tempos tão contraditórios e difíceis. A propósito, penso na Sagrada Família: Jesus, Nossa Senhora – a Virgem Maria e São José. Como é importante (e Santa Teresa frisa este aspecto) contar com a proteção de nossa Mãe Santíssima e o pai adotivo, amadíssimo por Jesus  – São José! Nossas famílias e as do mundo inteiro estão enfrentando crises terríveis:  materialismo (gerado pela descrença), relativismo moral, drogas, alcoolismo (talvez nestes dois casos, a situação seja tão crítica, devido ao desemprego vivido pelos jovens, ou, em boa parte dos casos, ausência total de educação religiosa, etc.), descaso público com a pobreza e a miséria de dois terços da humanidade, desamor… Em nossas orações lembremos dos que sofrem, perto ou longe de nossos olhos.

Voltarei a postar (por enquanto com menor frequência). Então, Paz e Bem a todos, e, tal como Santa Teresa escreveu em seus poemas, lembremos, todos os dias, se possível a cada hora: “Só Deus basta!”.

***

IMITAÇÃO DE CRISTO*

Capítulo IV

Da pureza e simplicidade do coração

1. Tem o homem duas asas com que se levanta acima das coisas terrenas, que são simplicidade e pureza.

A simplicidade há de estar na intenção, e a pureza no afeto.

A simplicidade busca a Deus; a pureza o abraça e nele se compraz.

Nenhuma boa obra te impedirá de voar, se interiormente estiveres livre de todo o afeto desordenado.

Se não quiseres senão o que Deus quer e o que é útil ao próximo, gozarás da liberdade interior.

Sendo o teu coração reto, tens em qualquer criatura um espelho de vida e um livro de santa doutrina.

Não há criatura tão pequena e tão vil que não represente a bondade de Deus.

2. Se fosses bom e puro no interior, logo verias e entenderias bem todas as coisas sem impedimento.

O coração limpo penetra o céu e o inferno.

Cada um julga as coisas exteriores, segundo suas disposições interiores.

Se há alegria no mundo, sem dúvida que a possui o homem de coração puro.

E se em algum lugar há tribulação e angústia, a má consciência é que melhor conhece.

Assim como o ferro metido no fogo perde a ferrugem e fica todo em brasa, assim o homem que inteiramente se converte

a Deus, se desentorpece e se muda em novo homem.

3. Quando o homem começa a afrouxar, teme ainda o menor trabalho, e recebe com gosto a consolação interior.

Porém, quando começa perfeitamente a vencer-se e a andar com valor no caminho de Deus, logo tem por ligeiras as coisas que antes lhe pareciam pesadas.

REFLEXÕES

(“Imitação de Cristo” – Livro II – pg. 143)

Quando Jesus Cristo quis propor um modelo a seus discípulos, escolheu-o por ventura entre os homens sábios e poderosos? Não: “chamou um menino, pô-lo no meio deles e disse-lhes: em verdade vos digo, se não vos converterdes e vós não fizerdes como meninos, não entrarei no reino dos Céus” (MT 18, 2-3).

Ora, que vês num menino? A simplicidade, a pureza. Ele crê, ama e age, sem pensar em si mesmo, pelo primeiro movimento do coração; e eis que agrada a Deus. ele não pede nem longas orações, nem eloquentes discursos, nem meditações profundas, mas uma vontade reta, uma intenção pura, um amor inocente. Não ter outros desejos senão os seus, esquecer-te inteiramente de si mesmo, submeter-se aos decretos de sua adorável Providência, sem buscar investigá-los – que pode haver mais puro que esta resignação, que esta singela obediência?Por isso, será grande a recompensa dos que assim praticarem: ” Bem-aventurados, diz o Salvador, os que têm o coração puro, porque eles verão a Deus” (MT 5,8).

Dai-me, Deus meu, a simplicidade das almas puras, para que minha boca possa dignamente cantar os vossos louvores e anunciar a vossa grandeza. “Louva minha alma, o Senhor, e todas as minhas entranhas bendigam o seu nome santo. Louva, minha alma, o Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios. Não, a nós, Senhor, não a nós, mas ao Vosso nome dai glória” (Sl 102, 1-2:; 112,9)

****

* IMITAÇÃO DE CRISTO – Livro II – Capítulo IV, pg.141.

“A celebração da Páscoa é certeza para nós de que a vida vence a morte, a alegria vence a dor! Portanto, nunca se deixe abater, lembre que depois da Cruz vem a glória. E, como diz um canto que cantamos em nossas celebrações: [em Jesus temos a razão do sofrer que traz salvação]” – Carmelo Sagrado Coração de Jesus – Carmelo de Santo Ângelo (RS – Brasil – segunda-feira – 05 de abril de 2010)

PÁSCOA ETERNA

Jesus Cristo – a nossa Páscoa – ressuscitou! Ele veio, em nome do Amor, para nos mostrar o caminho da Eternidade!

N’ Ele nossas aflições têm descanso… Somos provados para poder acompanhá-lo, com nossos passos vacilantes, desde agora até a implantação definitiva do Reino de Deus, Seu Pai, nosso por adoção. Reino de Misericórdia! Amém!

(L.B.N.)

………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….


Segunda-feira, 5 de abril de 2010

Feliz Páscoa!

(Santo Ângelo-RS-Brasil)

“Somente no silêncio a pessoa penetra nas profundezas de Deus, sua base original. Somente no silêncio ela capta grandes relações, sente a dor, a busca, os anseios e a alegria do outro. Se nos afastamos, é para enxergarmos mais longe. Para abranger na totalidade do amor de Deus, o mistério do mundo tão carente de amor e de paz. O mistério dos homens e mulheres, nossos irmãos e irmãs; especialmente dos excluídos.

Nas dificuldades da vida nunca deixe de olhar mais além!

No horizonte sempre brilha uma nova luz!”

Post publicado em “Carmelo de Santo Ângelo”.

Os quatro evangelistas individuam concordemente o lugar da crucifixão de Jesus. Mateus escreve: “Ao saírem, encontraram um homem de Cirene, de nome Simão. E o requisitaram para que carregasse a cruz. Chegando ao lugar chamado Gólgota, isto é, lugar que chamavam de Caveira, deram-lhe de beber vinho misturado com fel” (Mt 27,34a). in Holy Sepulchre – Custódia Franciscana da Terra Santa

Fonte: Holy Sepulchre http://www.christusrex.org/www1/jhs/TSspport.html

© franciscan cyberspot

GÓLGOTA E O SANTO SEPULCRO

Os quatro evangelistas individuam concordemente o lugar da crucifixão de Jesus. Mateus escreve: “Ao saírem, encontraram um homem de Cirene, de nome Simão. E o requisitaram para que carregasse a cruz. Chegando ao lugar chamado Gólgota, isto é, lugar que chamavam de Caveira, deram-lhe de beber vinho misturado com fel” (Mt 27,34a). Marcos conta: “E levaram-no fora para que o crucificassem. Requisitaram um certo Simão Cirineu, que passava por ali vindo do campo, para que carregasse a cruz. Era o pai de Alexandre e de Rufo. Levaram Jesus ao lugar chamado Gólgota, que, traduzindo, quer dizer o lugar da Caveira” (Mc 15, 20b-22). Lucas dá mais detalhes: “Enquanto o levaram, tomaram um certo Simão de Cirene, que vinha do campo, e impuseram-lhe a cruz para levá-la atrás de Jesus. Grande multidão do povo o seguia, como também mulheres que batiam no peito e se lamentavam por causa dele. … Eram conduzidos também dois malfeitores para serem executados com ele. Chegando ao lugar chamado Caveira, lá o crucificaram, bem como aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda” (Lc 23, 26-33). O quarto evangelista relata sinteticamente: “Então eles tomaram a Jesus. E ele saíu, carregando a sua cruz, e chegou ao chamado ‘Lugar da Caveira’ – em hebraico chamado Gólgota – onde o crucificaram; e, com ele, dois outros: um de cada lado e Jesus no meio.” (Jo 19,17). Os evangelistas precisam que Jesus saíu a um lugar fora da cidade, em hebraico (aramaico!) chamado Gulgoltha (em latim “Calvaria”, de onde Calvário).

Se Jesus foi crucificado fora da cidade, como se explica que o Calvário e seu sepulcro estejam dentro de seus muros? A cidade cresceu, ora! A arqueologia, além da realidade, o confirmou! Ademais, existe a sagrada tradição. Não a que vem do ocidente, mas a judeu-cristã, especialmente no que se refere ao lugar da sepultura de Adão, cuja caveira foi lavada pelo sangue de Cristo para que todos os filhos de Adão fossem nele pelo “segundo Adão” remidos…

Orígenes refere que a tradição relativa ao sepulcro de Adão no mesmo lugar da crucifixão de Cristo é de origem hebraica. Esse padre da Igreja, nascido em Alexandria do Egito no ano 185, argumenta: “De modo que, como todos morrem em Adão, todos possam ressurgir no Cristo”. A pequena ábside aos pés do Calvário (Capela de Adão) perpetua esse antiqüíssimo vestígio de natureza simbólica. Eusébio de Cesaréia, antes dos trabalhos (327-335) empreendidos por ordem do imperador Constantino, testemunha: “O lugar da caveira, onde Cristo foi crucificado, ainda hoje é mostrado em Élia, ao norte do monte Sião”, embora o culto idolátrico da deusa Vênus/Afrodite se tenha apoderado do lugar, há muito tempo. Uma preciosa cruz, que se perdeu nos saques posteriores, não tardou a ser colocada no topo da elevação rochosa, considerada pelos cristãos como o umbigo, centro espiritual, do mundo (S. Cirilo de Jerusalém, IV séc.).

Eusébio de Cesaréia (pelo ano 340) refere detalhadamente as circunstâncias que levaram à descoberta do sepulcro de Cristo, encoberto por imensa terraplenagem desde o tempo do imperador Adriano (135 d. C.). Narra ele que o imperador Constantino, pouco depois de 325, ordenara derrubar o templo pagão e desentulhar em profundidade o terreno “e, então, contra toda a esperança, apareceu… o venerando e santíssimo testemunho da ressurreição salvífica”. Desde então a tumba reencontrada foi sempre venerada, até ser destruída por ordem do califa Hakem (1009) e era possível observá-la completamente escavada na rocha, por estar revestida de mármore só externamente, relata o peregrino Arculfo, do VII séc.

Apesar das numerosas restaurações, da tripartida basílica constantiniana (Martyrion, Tripórtico e Anástasis) sobra apenas a rotunda da Anástasis, qual grandioso mausoléu sobre o túmulo vazio de Cristo. O resto da construção, a saber, o ingresso a sul, o Cathólicon ao centro, o deambulatório e a capela subterrânea de Sta. Helena é obra dos cruzados (1141). O terremoto de 1927 causou graves rachaduras no monumento; as restaurações, iniciadas em 1960, oportunizaram um conhecimento mais aprofundado sobre a história e a topografia do lugar ao tempo de Cristo.

Desde o século 14, os franciscanos usufruem dos direitos de celebrar na Basílica juntamente com os demais diversos ritos cristãos, direitos esses concedidos inicialmente, a seu bel-prazer, pelo paxá do Cairo e, desde 1517, pelo sultão de Constantinópola, chegando em 1757 e 1852 a estabelecer o “Statu quo”, um férreo ordenamento que até hoje regula a convivência das diversas comunidades. (http://www.christusrex.org/www1/jhs/TSspport.html)

Texto do Frei Eugênio Alliata OFM, SBF – Jerusalém.
Custódia Franciscana da Terra Santa
Um projeto associado
Christus Rex e Franciscanos de Malta / Terra Santa

© direitos autorais 1997.

Outras informações sobre este artigo :

Please fill in our Guest book formThank you for supporting us!
Created / Updated

Wednesday, December 26, 2001 at 20:31:34

by John Abela ofm
Web site uses Javascript and Cascading Style Sheets – Space by courtesy of Christus Rex

Da Cruz Misericórdia e perdão – Cardeal Geraldo Majella Agnelo (CNBB) -Artigo sobre a Semana Santa – 30.03.2010

Fonte/imagem: PASTORAL VOCACIONAL CARMELITANA – Província São José

(clique na imagem)

_________________________________________________________________________________________________________________________

CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) – Artigos dos Bispos

Ter, 30 de Março de 2010

Cardeal Geraldo Majella Agnelo

Da Cruz Misericórdia e perdão

Hoje, entramos na Semana Santa. A comemoração do ingresso de Jesus em Jerusalém. Recordamos o mistério de Cristo Salvador que dá a vida por nós, e aprofundamos o sentido de nosso ser cristãos. A celebração de hoje é ao mesmo tempo Domingo de Ramos e Domingo da Paixão do Senhor. Por desejo do Papa é também Jornada mundial da Juventude.

Os ramos constituem o aspecto mais vistoso e sugestivo do acontecimento: palmas e ramos de oliveira recordam o ingresso triunfal de Jesus em Jerusalém. Os ramos eram sinal de alegria, porque o povo tinha em Jesus o seu rei e messias. Nós abençoaremos os ramos de oliveira e os levaremos para nossas casas como recordação de Cristo vencedor da morte.

A Jornada da Juventude. Foram os jovens sobretudo com seu entusiasmo a proclamar o triunfo de Jesus em seu ingresso em Jerusalém. É também o reconhecimento da Igreja ao papel dos jovens no anúncio do Evangelho. O apóstolo João na sua Segunda Carta dirige-se aos jovens com plena confiança: “Escrevi a vós, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus habita em vós, e vencestes o maligno”. Eles são capazes de entusiasmo, de disponibilidade com o seu tempo, o seu empenho, de criatividade: sabem ser originais e doar-se.

Na primeira leitura da missa, (Isaias 50,4-7), o profeta do tempo da deportação dos hebreus para a Babilônia, descreve um personagem obscuro, chamado “Servo Sofredor”, que é perseguido por seus inimigos, mas põe sua confiança em Deus. Descreve antecipadamente a vida e a paixão do Senhor Jesus.

Na segunda leitura (Filipenses 2,6-11), Paulo convida os cristãos de Filipos a terem em si “os mesmos sentimentos que foram em Cristo Jesus”. Ele soube viver a obediência ao Pai, e o serviço aos irmãos, até ao dom supremo da vida. Por isso o Pai o proclamou Senhor.

Hoje, lemos por inteiro o relato da Paixão do Senhor, narrado por Lucas 22-14-23,56. Lucas, evangelista da misericórdia de Deus, evidencia como o amor do Senhor, a sua divina capacidade de perdão, tiveram plena manifestação no momento crucial da Paixão. Jesus repõe a orelha do servo do sumo sacerdote ferido pela espada; dirige a Pedro depois da traição um olhar de perdão; demonstra compreensão também para o bom ladrão; os judeus que o escarneciam; o centurião que o põe na cruz. Naquele doloroso momento até Herodes e Pilatos tornaram-se amigos. Jesus não opõe violência à violência, mas escolhe a vida da mansidão e do perdão.

Podemos imaginar o relato da Paixão segundo Lucas como articulado em seis momentos: A hora da amizade: Jesus na última ceia, doa-se a seus amigos; revela com delicadeza a presença de um traidor; confirma Pedro no papel de chefe dos apóstolos. A hora da angústia: Jesus em oração no Horto das Oliveiras experimenta a amargura do abandono, enquanto os seus discípulos dormem. A hora da traição: Judas com um beijo entrega Jesus a seus inimigos. A hora do julgamento: Jesus inocente é processado e condenado pelos homens pecadores. A hora da morte: Jesus é crucificado com dois malfeitores, promete o paraíso ao bom ladrão, abandona-se com confiança ao Pai e morre. A hora do silêncio:Jesus é sepultado por seus amigos em um túmulo novo, à espera da ressurreição.

Escutaremos com atenção, gratidão e afeto, sabendo que o Senhor morreu por cada um de nós.

Uma vez conhecida esta imagem de um Deus que sofre, todas as demais não nos bastam. Se no jardim das oliveiras Jesus consumou a sua paixão moral, no Calvário consumou a sua paixão física. Ele está portanto vizinho também a quem sofre no corpo.  A paixão de Cristo, liturgicamente se renova nesta semana, nos ritos sobretudo da Missa que celebramos, mas de fato, materialmente se renova cada dia, em toda parte em que exista uma pessoa se debatendo-se nos tormentos da violência. Quem sofre pode estar seguro de ser compreendido por Jesus, também quando não tem nada a fazer  e grita a Deus, “Por que, por que, por que?”

O relato evangélico não termina aqui. O último momento é a hora da ressurreição. Nós a celebraremos com alegria no domingo próximo, festa da Páscoa.

(CNBB- Cardeal Geraldo Majella Agnelo – 30.03.2010)

****

PARA REFLETIR….

História da Igreja e a ação de Deus

****

CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) – Artigos dos Bispos

Dom Orani João Tempesta

A ação de Deus na História

Ultimamente o debate sobre os passos do Concílio Vaticano II nos fazem refletir sobre a importância desse acontecimento eclesial.  Como recordou muitas vezes o Papa Bento XVI, infelizmente tivemos muitas interpretações errôneas dos textos conciliares que levaram a Igreja a muitas dificuldades. De outro lado, também escutamos as dificuldades em colocar em prática não só a letra, mas também o espírito desse importante evento. Passados alguns decênios e devido a tantas discussões atuais, seria interessante que pudéssemos estar sempre voltados para a ação do Espírito Santo na sua Igreja e descobrir esses sinais.

Nos inícios do século XX, o interesse pela Igreja renascia nas almas com renovado vigor. O “Movimento litúrgico” esforçava-se por colocar ao alcance de todos o profundo significado da ação litúrgica da Igreja, e a memorável encíclica do Papa Pio XII, “Mystici Corporis”, recolhendo a contribuição de aprofundados estudos e avanços da teologia, ressaltou a dimensão teológica e mística, que, com a dimensão visível e institucional, identifica a Igreja em sua unidade profunda.

Talvez em nenhum outro século a Igreja tenha se voltado para si mesma e refletido sobre sua própria identidade e missão com tanta intensidade e profusão de estudos teológicos e documentos do magistério eclesiástico como no século XX. Mas o que marcou o século XX para a Igreja foi, de fato, o Concílio Vaticano II. A Igreja foi aí o grande tema: a Igreja em si mesma e em sua relação com o mundo; a Igreja em sua unidade fundamental e diversidade de expressões; a Igreja como depositária do Evangelho do Deus vivo revelado em Jesus.

Um dos grandes documentos do Concílio é a Constituição Dogmática “Lumen gentium”. Temos aí uma fonte da qual somos chamados a beber continuamente. A constituição oferece, em linguagem acessível, o que a Igreja pensa sobre si mesma. Toda a riqueza teológica sobre a Igreja, presente nas Escrituras, ressaltada pelos Santos Padres, vivida pelos santos, estudada e sistematizada pelo labor dos teólogos ao longo dos séculos, isto é, toda a tradição de fé a respeito da Igreja encontra na “Lumen gentium” uma vigorosa síntese. Logo no início do documento, a Igreja é apontada como sendo, em Cristo, “como que o sacramento, ou o sinal e instrumento, da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano” (n.1). Essas breves palavras revelam já o teor e a profundidade das reflexões contidas ao longo de todo o texto.

Quem deseja unir-se intimamente a Cristo, Deus feito homem, não pode ignorar a Igreja que Ele quis. Cristo e a Igreja são, na verdade, inseparáveis. Aqueles que querem Cristo não podem rejeitar a Igreja. O Plano de Salvação de Deus é sacramental, isto é, Deus houve por bem dispensar-nos a salvação valendo-se de sinais sensíveis, de modo que o invisível viesse a nós por meio das coisas visíveis. A humanidade de Cristo é o primeiro grande sinal visível da salvação de Deus. Cristo é o grande e primordial sacramento de Deus no meio de nós. A visibilidade da salvação continua na Igreja, que, com seus sacramentos, a Palavra que anuncia, o serviço da caridade e a sua organização visível, é o grande sinal de Cristo ao longo da história.

(…)Somos convidados a conhecer melhor a Igreja. Sim; ela é a Esposa de Cristo. Nós, batizados, como Povo de Deus a caminho, somos seus membros vivos, em comunhão com os que nos precederam na mesma fé e que hoje estão na glória do céu ou se purificam no purgatório para a visão de Deus. (…)Não podemos ficar indiferentes à Igreja que Ele amou e conquistou com o Seu sangue. A Igreja é a família de Deus, é a mãe que nos gera para a fé em Cristo. Ela nos ensina a amá-Lo, servi-Lo, celebrá-Lo e esperá-Lo vigilantes. Bento XVI, na abertura da Conferência de Aparecida, disse: “A Igreja tem a grande tarefa de conservar e alimentar a fé do Povo de Deus, e recordar também aos fiéis deste Continente que, em virtude do seu batismo, são chamados a ser discípulos e missionários de Jesus Cristo”.

Que o século XXI possa continuar a empreitada do século XX, fazendo de nosso tempo uma ocasião propícia para um continuado aprofundamento da nossa identidade de cristãos e católicos, membros vivos da Igreja de Cristo. Que a Constituição “Lumen gentium” do Vaticano II nos sirva de farol e guia, já que o revigoramento do verdadeiro sentido de Igreja em nossos corações significa o revigoramento de Cristo em nossas vidas.

(CNBB – Dom Orani João Tempesta – 18.12.2009)

Domingo de Ramos: “”Como nos amastes, ó Pai Bondoso!… Entregaste teu Filho Único à morte por nós, ímpios pecadores! Como nos amastes! Foi por nosso Amor que Ele, não tendo como usurpação o ser igual a Vós, se fez por nós obediente até a morte e morte de cruz, Ele, o Único que, entre os mortos, estava isento da morte, o Único que tinha Poder de entregar a Vida e de retomá-la!(…) – Santo Agostinho – (OCDS-28.03.2010)

………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………

DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR – 28/03/10 (Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares(OCDS)

LITURGIA DIÁRIA
https://i0.wp.com/www.nossasenhoradasvitorias.org.br/_pix/imagem_liturgia.gif

A Semana Santa que inclui o Tríduo Pascal, visa recordar a Paixão e a Ressurreição de Cristo, desde a sua entrada messiânica em Jerusalém.

EVANGELHO (São Lucas 19, 28-40)

Naquele tempo, 28Jesus caminhava à frente dos discípulos, subindo para Jerusalém. 29Quando se aproximou de Betfagé e Betânia, perto do monteperto do monte chamado das Oliveiras, enviou dois de seus discípulos, dizendo: 30“Ide ao povoado ali na frente. Logo na entrada encontrareis um jumentinho amarrado, que nunca foi montado. Desamarrai-o e trazei-o aqui. 31Se alguém, por acaso, vos perguntar: ‘Por que desamarrais o jumentinho?’, respondereis assim: ‘O Senhor precisa dele’”. 32Os enviados partiram e encontraram tudo exatamente como Jesus lhes havia dito. 33Quando desamarravam o jumentinho, os donos perguntaram: “Por que estais desamarrando o jumentinho?” 34Eles responderam: “O Senhor precisa dele”. 35E levaram o jumentinho a Jesus. Então puseram seus mantos sobre o animal e ajudaram Jesus a montar. 36E enquanto Jesus passava, o povo ia estendendo suas roupas no caminho. 37Quando chegou perto da descida do monte das Oliveiras, a multidão dos discípulos, aos gritos e cheia de alegria, começou a louvar a Deus por todos os milagres que tinha visto. 38Todos gritavam: “Bendito o rei, que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!” 39Do meio da multidão, alguns dos fariseus disseram a Jesus: “Mestre, repreende teus discípulos!” 40Jesus, porém, respondeu: “Eu vos declaro: se eles se calarem, as pedras gritarão”.

Palavra da Salvação.
Glória a vós, Senhor!

MEDITANDO O EVANGELHO DO DIA

“Como nos amastes, ó Pai Bondoso!… Entregaste teu Filho Único à morte por nós, ímpios pecadores! Como nos amastes! Foi por nosso Amor que Ele, não tendo como usurpação o ser igual a Vós, se fez por nós obediente até a morte e morte de cruz, Ele, o Único que, entre os mortos, estava isento da morte, o Único que tinha Poder de entregar a Vida e de retomá-la! Foi, diante de Vós, o nosso Sacerdote e sacrifício: e foi Sarcedote por que foi sacrifício. De escravos fez-nos vossos filhos; e serviu-nos, apesar de ter nascido de Vós. Com razão Nele coloco toda a minha firme confiança, esperando que curais todas as minhas enfermidades por intermédio Daquele que, sentando à Vossa Direita, intercede por nós. Sem Ele eu desesperaria! Ah! São muitas e grandes as minhas fraquezas, mas maior é o Poder da Vossa Medicina.” (Santo Agostinho)


…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..

Vamos refletir um pouco mais sobre a Paixão de Jesus? (LBN)

…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..

FLOS CARMELI – FLOR DO CARMELO

Meditação – Ano Litúrgico 2009

Reflexão – Por que a Cruz?

Ensina-nos quem somos

Recorda-nos o Amor Divino

O sinal do cristão

Contemplar a cruz com fé nos salva

Força de Deus

Síntese do Evangelho

(Fonte: ACIDigital)

Este post foi publicado em Flos Carmeli.

“Na humildade e no recolhimento de um lar de Nazaré se passou o mais transcendente acontecimento da História.” – A. de França Andrade – Hagiografia

Fonte/imagem: Câmara Municipal de Lamego (séc. XVI) – Portugal

__________________________________________________________________________________________

Quinta-feira (Santa), 25 de março de 2010

Anunciação do Anjo e Encarnação do Verbo

Na humildade e no recolhimento de um lar de Nazaré se passou o mais transcendente acontecimento da História.

Quando a Santíssima Virgem respondeu ao Arcanjo São Gabriel “Faça-se em mim segundo a tua palavra” (São Lucas, 1,38), o próprio Verbo de Deus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, “se fez carne e habitou entre nós” (São João, 1,14).

Tinha assim início o processo de Redenção do gênero humano, o qual culminaria no Calvário, com a Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Fonte: “Cada dia tem seu Santo”, de A. de França Andrade – Artpress.

Meditação para a Quaresma – “A Sagrada Face do Senhor” – (Flos Carmeli)

No site Flos Carmeli há um interessante resgate histórico sobre a Ordem Terceira e a Ordem do Carmo, que publico aqui, na íntegra, logo abaixo.

Dentro do espírito da Quaresma, também este site carmelita nos apresenta a especial devoção de Santa Teresinha do Menino Jesus à “Sagrada Face”. Esta, ao entrar no Carmelo Descalço passa a assinar seus escritos como  “Ir. Teresa do Menino Jesus da Sagrada Face”. Hà uma boa razão para esta decisão. Sua piedade é profundamente espiritual em relação à imagem de Jesus que se mostra com os olhos semi-cerrados, e com uma coroa de espinhos cravada em sua cabeça, enfim, a própria face do sofrimento. Ela vê nesta imagem o uma analogia com o sofrimento humano, tanto na enfermidade quanto nas provações. Contemplava a “Sagrada Face”, que reproduziu a partir de um quadro,e colocou no cortinado de seu quarto, na condição de enferma.

Pessoalmente, vejo na imagem que Santa Verônica obteve ao colocar um lenço na face de Jesus, rumo ao Calvário, toda a decepção, toda tristeza que Ele sentiu pela carga pesadíssima de pecados da Humanidade, do passado, de seu tempo e dos tempos terríveis que viriam no futuro. Por certo, sabia da tendência futura quanto ao apego ao que é passageiro no mundo. Afinal, Ele mesmo afirmava que era o “Alfa e o Ômega”. Resta-nos refletir:  o que somos nós neste mundo de aparências? O materialismo está nos tornando mais e mais miseráveis…

Senhor, tende piedade de nós! Amém.

****

Leia mais sobre a “Sagrada Face” em  Meditação para Quaresma V – A Sagrada Face do Senhorhttp://flordocarmelo.blogspot.com/2010/03/meditacao-para-quaresma-v-sagrada-face.html

Fonte: Flos Carmeli (Flor do Carmelo)

Quem são os carmelitas

A Venerável Ordem Terceira do Carmo (ou chamada Ordem dos Terceiros Carmelitas) é um ramo da Ordem do Carmo composto pelo grupo de membros leigos dos Carmelitas da Antiga Observância, os quais encontram-se sempre unidos em comunhão espiritual e fraterna com os frades contemplativos e com as freiras de clausura da sua ordem religiosa.

A Ordem Terceira do Carmo usufrui do carisma carmelita primitivo da Antiga Observância, ainda que partilhe a riqueza espiritual do ramo reformado por Santa Teresa de Ávila e São João da Cruz.

A instituição da Ordem Terceira do Carmo, depois também chamada de Venerável (devido ao fato de se tratar da maior ordem religiosa mariana), remonta ao tempo de São Simão Stock que, além de ter sido um importante instrumento na expansão da Ordem do Carmo, foi quem recebeu das mãos de Nossa Senhora o Escapulário, sob a promessa das graças que concedidas aos seus confrades que o usassem com devoção.

Nossa Senhora anunciou-lhe: “Meu filho muito amado: eis o escapulário que será o distintivo da minha Ordem. Aceita-o como um penhor de privilégio, que alcancei para ti e para todos os membros da Ordem do Carmo. Aquele que morrer vestido deste escapulário, estará livre do fogo do inferno“. A partir daí, São Simão Sotck passou a difundir, com toda a sua dedicação, esta piedosa devoção mariana pelo mundo inteiro, tendo inclusive sido ele que extendeu a devoção do do Escapulário aos leigos, e obtido, por parte da Rainha Celestial, especial proteção na fundação da confraria de Nossa Senhora do Carmo (no ano de 1251), acolhendo também os devotos leigos que passaram a participar dos grandes privilégios inerentes ao Escapulário.

O Beato João Soreth foi quem instituiu os conventos femininos das Irmãs Carmelitas de clausura e da própria Ordem Terceira do Carmo . Na realidade, tal deve-se ao fato de que, em meados do século XV, apesar dessas comunidades religiosas já existirem, estas viviam sem Regra definida e foi ele quem deu-lhes a devida forma canónica. Foi o Beato João Soreth quem, na primeira pessoa, empreendeu todos os esforços necessários e obteve do Papa a aprovação dos estatutos legais e o reconhecimento da Ordem das Irmãs Carmelitas de clausura e da Ordem Terceira do Carmo (sendo esta última composta maioritariamente por homens e mulheres leigos, mas que estão ligados espiritualmente, e de modo bastante particular, aos restantes membros da Ordem do Carmo).

Breve Histórico da Ordem do Carmo
Quanto à origem da ordem carmelitana, remonta tempos muito antigos. O culto especial e a devoção à Santa Mãe de Deus, remonta a origem da congregação carmelitana aos tempos do profeta Elias. Na Ordem Carmelitana, é guardada a tradição, na qual o profeta Elias, ao ver aquela nuvenzinha que se levantava no mar e a pegada d’homem, teria nela reconhecido a figura da futura Mãe do Salvador.

Segundo uma tradição, aprovada pela liturgia da Igreja (dia de Pentecostes), um grupo de homens devotos aos profetas Eliseu e Elias, foram preparados por São João Batista para o advento do Salvador, ocasião em que abraçaram o cristianismo e construíram junto ao Monte Carmelo, um santuário à SS. Virgem, no mesmo lugar onde Elias vira aparecer aquela nuvenzinha, anunciadora da fecundidade da Mãe de Deus.

Historicamente documentado, temos que no século XII, o calabrês Bertoldo estabeleceu-se no Monte Carmelo com mais alguns companheiros, não sabendo-se se lá encontraram-se com a Congregação dos Servos de Maria ou se fundaram uma com este nome. Em 1209, Santo Alberto, Patriarca de Jerusalém escreveu as regras da Ordem, e por isto é considerado o primeiro legislador da Ordem Carmelita. Alguns anos depois, São Simão Stok, um eremita que vivia em solidão, e que tinha por morada um tronco oco de madeira, dirigiu-se ao Monte Carmelo, onde encontrou-se com os Servos de Maria e decidiu agregar-se à Congregação. Foi ele quem levou a regra escrita por Santo Alberto ao conhecimento do Papa Honório III, que aprovou e reconheceu a Ordem Carmelita. Fundou a Irmandade do Escapulário a pedido de Nossa Senhora do Carmo.

A instituição oficial das Irmãs Carmelitas e da ordem Terceira do Carmo deve-se ao Beato João Soreth. Apesar de já estarem presentes, em meados do século XV, deu forma canônica e empreendeu todos os esforços junto à Santa Sé para obter do Papa o reconhecimento e aprovação dos Institutos legais.

No século XVI, durante o pontificado de Gregório XIII, Santa Tereza Dávila reformou a Ordem Carmelita, tendo pessoalmente escrito a regra para o segmento feminino. Pediu auxílio de São João da Cruz que, ficou incumbido de escrever as regras do segmento masculino. Desde então, existem dois segmentos: Os da Antiga Observância, e os Descalços (ou Reformados).

Post publicado em Flos Carmeli.