O humano vem sendo substituído pelo artifício, e nem mesmo os sentimentos, as emoções estão fora de seu alcance. O mundo virtual está mudando, em sentido geral, a noção do que é viver em uma perspectiva ampla… A Ciência tem se mostrado em muitos campos, um bem para a Humanidade. Mas sabemos que, em geral, oculta conteúdos nefastos ao longo de seu desenvolvimento. Este blog é uma tentativa, e ao mesmo tempo, uma proposta de autopreservação tanto emocional quanto espiritual. Quanto aos visitantes do blog "Castelo Interior", penso que o legado de Santa Teresa, bem como as contribuições da cristandade podem propiciar este "cuidado interior". Aliás, um cuidado vital que envolve nossas mentes, nossas almas. O título do blog é uma reverência à vida e à obra de Santa Teresa de Jesus (Ávila). Suas leituras me inspiraram, e mais que isto, continuam me ensinando a viver neste tempo caótico, a interpretá-lo à luz da Fé. A partir do que compreendi de seus escritos "Castelo Interior" e "Livro da Vida", e os mais breves (estou no início de "Caminho da Perfeição"), me lancei à proposta de uma "mescla" entre Jornalismo, Literatura (suas Obras, por excelência, através da análise de estudiosos carmelitanos descalços, principalmente), com abertura para textos clássicos católicos, e artigos universais e relevantes, segundo a ótica da doutrina católica. Por fim, acredito que a produção de Santa Teresa de Ávila evidenciará o quanto sua produção nos insere em uma inevitável espiral de espiritualidade. Seu tempo, como o nosso, estava impregnado de perigos extremos – tanto para o corpo, quanto para a alma. Entretanto, esta Doutora da Igreja deixou-nos, em seus três principais escritos, a essência de seu pensamento: "Nada te turbe, nada te espante. Tudo se pasa. Dios no se muda. La paciencia todo lo alcanza. Quien a Dios tiene nada le falta. Sólo Dios basta!" (Santa Teresa de Jesus). Este blog foi criado em 2007 e não tem fins comerciais.
“Anunciamos Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição, vinde Senhor Jesus!”, aclamamos a cada consagração do pão e do vinho.
Padre Cesar Agusuto, SJ – Vatican News
Neste domingo, que abre a Semana Santa, a Liturgia nos propõe refletirmos sobre a entrada de Jesus em Jerusalém, para ser aclamado como Filho de Davi e para, alguns dias depois, ser julgado e condenado como um grande malfeitor, um bandido que subleva o povo.
Estamos chegando no auge, no pico do Ano Litúrgico, com a solenidade das solenidades que é a Páscoa da Ressurreição do Senhor, no domingo próximo.Ouça e compartilhe
Nesta Semana, vamos refletir sobre a entrega de Jesus na Nova e Eterna Aliança, na quinta-feira e na paixão e morte de Jesus, na sexta. Tendo o sábado como um dia de esperança, aguardando a realização da promessa do Senhor, de que ressuscitaria, passamos estes dias ao lado da Virgem Maria, a Nossa Senhora das Dores, a Mãe da Esperança, em casa, no aguardo da Vida Nova.
Esta Semana Santa, de 2021, como a do ano passado, de 2020, terá suas celebrações diferentes, em muitas cidades serão transmitidas online, com todos os fiéis leigos em casa, protegendo-se da pandemia. Isso nos afervora o sentimento de meditação e contemplação, já que nada será motivo de distração, mas sim, de união com o Cristo que sofre sua paixão, também nos irmãos que estão enfermos e, muitos, agonizantes, além de estar presente naqueles que fazem o papel de cireneu, os médicos e enfermeiros e todos da área da saúde, que lidam direta ou indiretamente a favor daqueles que sofrem.
Veremos a Virgem Dolorosa também nas pessoas que, aflitas, acompanham, de longe, o sofrimento dos amados, dos queridos, daqueles que importam em suas vidas. Por que não citar aquelas pessoas que como Maria, outras mulheres, João Evangelista e José de Arimatéia fazem um cortejo fúnebre, mesmo apenas com o coração, e sepultam ou cremam os corpos de seus entes queridos?
Esta semana será Santa em todos os sentidos. Vamos vivê-la na dimensão unitiva com todos os que padecem em nosso mundo.
A primeira leitura da missa deste domingo, extraída de Isaías 50, 4-7, inicia dizendo que o Senhor deu ao personagem principal do texto, capacidade de confortar pessoa abatida e para ouvir, como discípulo. Ao mesmo tempo, o personagem principal sofre agressões e afrontas, mas não perde o ânimo porque sabe que o Senhor é o seu auxílio e não sairá humilhado dessa situação de ultrajes. A cena pode ser aplicada ao Cristo, em sua paixão, e a nós, em situações de profundo sofrimento. A esperança em Deus permanece. O Senhor pode não nos livrar de vexames e afrontas, mas Ele nos liberta dentro dessa situação e nos mantem, apesar das humilhações, com nossa dignidade intocável. O salmo responsorial, Sl 21 (22) descreve com tragicidade o que acontece com o Servo do Senhor, mas será o Sl 23(22), o que nos falará do sentimento mais profundo durante a experiência de atroz sofrimento: “Ainda que eu caminhe por vale tenebroso nenhum mal temerei, pois estás junto a mim … minha morada é a casa do Senhor por dias sem fim.”
Na segunda leitura, tirada de Filipenses 2, 6-11, São Paulo nos fala explicitamente de Jesus Cristo ao fazer a kenosis de si mesmo, isto é, ao se esvaziar da postura de Filho de Deus para se preencher com a condição de escravo e se igualar aos seres humanos.
Vivemos essa entrega do Senhor a cada Eucaristia, onde ele assume nosso lugar e sendo homem e Deus, faz a aliança nova e eterna com o Pai, renovada a cada sim dado ao Pai, quando saímos de nós mesmos e aceitamos morrer e abraçar a vida nova.
A Quinta-Feira Santa e a Sexta-Feira Santa celebram especialmente essa entrega do Senhor, que também pode, aos poucos, ir se tornando a nossa, quando conscientes no dia de nosso Batismo, demos o Sim radical ao Senhor da Vida, a cada dificuldade o vamos repetindo, até o Sim absoluto dado na hora de nossa morte.
“Anunciamos Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição, vinde Senhor Jesus!”, aclamamos a cada consagração do pão e do vinho. Aí, jaz a esperança, ou melhor, a certeza de que a vida dará sua palavra final com a ressurreição. A do Senhor já aclamada, e a nossa, imbricada na Dele.
A profecia de Simeão se realizou em plenitude na Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. O sofrimento que Maria passou em todo o martírio de Jesus nos sensibiliza e nos cativa a contemplar as dores de Maria na Paixão de Cristo.
1ª Dor: Saber que seu amado e querido Filho Jesus Cristo, foi traído por um dos seus discípulos.(Lc 22, 47-48)
Jesus foi traído por um dos discípulos que freqüentava a sua casa. Um dos que eram servidos sempre com carinho e amor quando visitavam a Casa de Maria. Saber que, Jesus, a Suma Bondade, que em toda vida testemunhou a perfeita fidelidade a Maria e José, e, a Deus-Pai, estava sofrendo injustamente uma traição para pagar os pecados de toda humanidade. Pai Nosso. Ave-Maria. Glória.
2ª Dor: Saber que seu amado e querido Filho, Jesus Cristo, foi preso.(Lc 22, 54)Quanto sofrimento passou Maria ao saber da prisão do Seu Filho Jesus. Jesus que é manso e humilde de coração. Jesus que curou cegos, paralíticos, coxos, leprosos; Jesus que ressuscitou a filha de Jairo e o amigo Lázaro. Jesus que, pregou a todos a misericórdia e o amor. Jesus, a Suma Bondade é preso injustamente para que, toda humanidade fosse liberta da prisão do pecado e pudesse assim encontrar a graça da salvação pela morte e Ressurreição de Jesus. O sofrimento de Maria foi extremo. Saber que o seu único Filho, estava preso mesmo sendo inocente. Saber que, estava sendo humilhado, tratado sem misericórdia, sendo que, em toda a vida Jesus pregou misericórdia para todos. Quão grande a dor inconsolável de Mãe. Pai Nosso. Ave Maria. Glória.
3ª Dor: Saber que seu amado e querido Filho, Jesus, foi escarnecido, injuriado e recebeu bofetadas dos soldados.
Maria e José sempre cuidaram com carinho, zelo, amor, união e ternura o Filho Jesus. Desde a infância Jesus foi tratado com amor e carinho. Em nenhum momento se viu qualquer olhar de repreensão na sagrada família, pois Jesus é manso e humilde de coração. Sempre foi obediente e cheio de sabedoria. Na perda e encontro de Jesus conversando com os doutores da Lei, Deus já estava preparando Maria para a imensa dor que enfrentaria na Paixão de Cristo. Pois, Maria e José ficaram três dias angustiados com a perda do Menino Jesus. Esta aflição de ficar três dias longe do menino Jesus foi uma grande dor no coração de Maria. Esta dor de Mãe que ficou três dias aflita e longe do filho sem saber notícias, preparou o coração de Maria para uma dor ainda maior que seria os três dias que ficaria ausente do Filho após a morte de cruz que haveria de passar. Vejamos a palavra da perda e do encontro do menino Jesus.Pai Nosso. Ave Maria. Glória.
A Perda e o Encontro do Menino Jesus no Templo
Tendo ele atingido doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa. Acabados os dias da festa, quando voltavam, ficou o menino Jesus em Jerusalém, sem que os seus pais o percebessem. Pensando que ele estivesse com os seus companheiros de comitiva, andaram caminho de um dia e o buscaram entre os parentes e conhecidos. Mas não o encontrando, voltaram a Jerusalém, à procura dele. Três dias depois o acharam no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. Todos os que o ouviam estavam maravilhados da sabedoria de suas respostas. Quando eles o viram, ficaram admirados. E sua mãe disse-lhe: Meu filho, que nos fizeste?! Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura, cheios de aflição. Respondeu-lhes ele: Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai? Eles, porém, não compreenderam o que ele lhes dissera. Em seguida, desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso. Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração. E Jesus crescia em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens.(Lc 2, 42-52).
4ª Dor: Saber que seu amado e querido Filho, Jesus, foi acusado injustamente com violência pelos príncipes dos sacerdotes e tratado com desprezo por Herodes.
Maria teve o grande sofrimento de saber de todas as falsas acusações que faziam para o seu querido Filho. Jesus foi tratado na Paixão de Cristo de forma inversa ao que viveu e ensinou. As obras de Jesus são sempre boas e seu testemunho de vida é de amor, justiça e misericórdia. Mas para pagar os pecados da humanidade assumiu nossas culpas e recebeu grandes injúrias e violência aceitando com mansidão todo sofrimento, pois quis doar a Sua vida para nos salvar.Pai Nosso. Ave Maria. Glória.
“Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos”.(Isaías 53, 4).
5ª Dor: A flagelação de Jesus.(João 19, 1).
A flagelação de Jesus foi um momento de grande sofrimento de Maria. Jesus que, só recebeu amor e carinho de Maria e José, que, nunca sofreu nenhum arranhão de ninguém, é coberto de violência, a pedido de Pilatos, e recebe em seu corpo a extrema dor da flagelação. Maria que em nenhum momento se desesperou, manteve o silêncio e a paz diante de todos os sofrimentos que Jesus passava para que, o plano de Deus se cumprisse e toda humanidade fosse salva, mas no coração de Mãe a dor era imensa. Pai Nosso. Ave Maria. Glória.
6ª Dor: A Coroação de espinhos(João 19, 2-3).
Maria sofre grande dor ao ver seu Filho Jesus coroado de espinhos e toda face dolorosa e ensangüentada de Jesus. Maria que ama Jesus com todo o coração compartilha no coração do sofrimento do filho. O coração de Mãe quer retirar cada espinho de Jesus para diminuir-lhe a dor, mas a obediência à vontade de Deus compreende que o sofrimento do Filho traz consigo a salvação de toda humanidade. Por isso, resolve silenciar e transmitir o amor de sua presença pura e maternal.Pai Nosso. Ave Maria. Glória.
7ª Dor: O povo pede que Jesus, o Salvador, seja crucificado e resolve soltar o homicida do Barrabás.(Lc 23, 24-25).
Maria sofre enorme dor ao ver, seu Amado Filho Jesus, ser preso. Mais a dor aumenta ao saber que preferem soltar o homicida do Barrabás e deixar Jesus, o Salvador, preso. Esta dor em Maria é revivida nos dias de hoje quando resolvemos soltar o ódio e o rancor contra o próximo e prendemos o amor. A prisão de Jesus simboliza a escolha do ser humano pelo pecado. Por isso, se quisermos decidir por soltar Jesus devemos abrir nosso coração para amar a todos, inclusive os que nos maltratam ou ofendem.Pai Nosso. Ave Maria. Glória.
8ª Dor: Jesus carrega a cruz.(Lc 23, 26).
Maria sente uma profunda dor ao ver que Seu Amado Filho Jesus, mesmo após todos sofrimento das chagas feitas pela flagelação e pela coroação de espinhos, ainda é obrigado a carregar pesadíssima cruz. Maria que queria no coração que tudo parasse para tratar das feridas do filho. Maria que desde a concepção cuidou de Jesus com todo carinho, amor e ternura, se vê num sofrimento indizível ao ver as dores que Jesus suporta, mas o seu conforto está na obediência à vontade de Deus-Pai e na salvação da humanidade.Pai Nosso. Ave Maria. Glória.
9ª Dor: A tríplice queda de Jesus
Contemplamos o doloroso sofrimento de Maria Santíssima ao ver seu Filho Jesus cair três vezes diante do peso da cruz. Maria que ensinou Jesus a andar quando ainda era bebê, que o levantava quando caia ao aprender a andar, teve que, suportar o sofrimento de ver seu amado Filho Jesus caído por três vezes, pelo peso da cruz, sem nada poder fazer, pois se no seu coração o desejo de mãe de levantá-lo era forte, muito mais forte era o amor a obediência divina para que fosse cumprido o plano de Deus e toda a humanidade fosse redimida dos pecados com a salvação que nos seria dada pela crucificação, morte e Ressurreição de Jesus.Pai Nosso. Ave Maria. Glória.
Meditação da Paixão pelo Vaticano – Papa Bento XVI
A tradição da tríplice queda de Jesus sob o peso da cruz recorda a queda de Adão – o ser humano caído que somos nós – e o mistério da associação de Jesus à nossa queda. Na história, a queda do homem assume sempre novas formas. Na sua primeira carta, S. João fala duma tríplice queda do homem: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida. Assim interpreta ele a queda do homem e da humanidade, no horizonte dos vícios do seu tempo com todos os seus excessos e depravações. Mas, olhando a história mais recente, podemos também pensar como a cristandade, cansada da fé, abandonou o Senhor: as grandes ideologias, com a banalização do homem que já não crê em nada e se deixa simplesmente ir à deriva, construíram um novo paganismo, um paganismo pior que o antigo, o qual, desejoso de marginalizar definitivamente Deus, acabou por perder o homem. Eis o homem que jaz no pó. O Senhor carrega este peso e cai… cai, para poder chegar até nós; Ele olha-nos para que em nós volte a palpitar o coração; cai para nos levantar.
10ª Dor: Jesus é crucificado juntamente com dois malfeitores.(Lc 23-33).
Contemplamos toda imensa dor que Maria sentiu ao ver que Jesus estava sendo crucificado. Toda dor de Mãe ao ver seu único e amado Filho ser morto de forma cruel. Jesus o cordeiro manso, humilde e inocente dando a própria vida pela salvação da humanidade. Maria além da dor indizível de ver seu filho sofrer no madeiro da cruz, também, sofre por Jesus ter sido crucificado de forma humilhante, no meio de dois malfeitores. O Justo dos justos, O Rei dos reis, tendo uma morte cruenta juntamente com dois ladrões. Se na vida teve o convívio dos discípulos, do amigo Lázaro, da amiga Marta e Maria, de Sua querida e terna Mãe Maria Santíssima, na morte teve como companhia dois ladrões.Pai Nosso. Ave Maria. Glória.
Foi-lhe dada sepultura ao lado de criminosos e ao morrer achava-se entre malfeitores, se bem que não haja cometido injustiça alguma, e em sua boca nunca tenha havido mentira. (Isaías 53, 9).
11ª Dor: Jesus é escarnecido, zombado na cruz pelos príncipes dos sacerdotes e pelos soldados e blasfemado pelo ladrão mau.(Lc 23, 35-38).
Maria vê o sofrimento do seu filho e sente profunda dor ao vê-lo com o corpo todo chagado e sofrido e, ainda, ver os algozes O humilharem constantemente sem piedade nem misericórdia. Maria que amou Jesus por toda a vida sofreu profundamente com a dor do seu único Filho sendo maltratado e humilhado. Maria que sempre guarda as palavras de Deus no coração tem o sofrimento de ouvir blasfêmias, perseguições e injúrias dos algozes e do ladrão mau ao Seu Querido Filho Jesus.Pai Nosso. Ave Maria. Glória.
12ª Dor: Jesus se despede de Maria e recomenda João como filho. (João 19, 26-27).
Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa.(João 19, 26-27).
Toda dor da despedida que Maria sofreu foi amplamente dolorosa. A dor da separação lembrou o momento da perda e reencontro de Jesus no templo. Deus já havia preparado Maria para o momento de aflição que passaria na morte de Jesus, mas Jesus vendo a dor e a saudade que a Mãe iria ficar do amado Filho, resolve recomendar o discípulo que mais se assemelhou a Jesus no amor, João. Por João ter ficado presente no momento da cruz recebeu o presente de receber Maria como Mãe. Nos dias de hoje, torna-se clara a necessidade de enfrentarmos nossa cruz com fidelidade, pois assim, teremos a certeza de recebemos o apoio maternal da Bem-Aventurada sempre Virgem Maria que, é nossa Mãe e nos auxilia com Sua poderosa Intercessão para vencermos todas as tentações e adquirirmos todas as virtudes que necessitamos para ser santo.
João sempre diz no evangelho que é o discípulo mais amado, mais esta certeza dele, não estava pautada na diferenciação do amor de Jesus em relação aos discípulos. Esta certeza de ser mais amado foi concretizada na perfeita escolha de João para cuidar de Maria, como sua Mãe e na entrega de João à Maria para que ela cuidasse dele como seu amado Filho. João tinha um coração de criança puro e dócil e seria o consolador de Maria após a Sua morte. Esta entrega de Maria à João como filho e de João à Maria como Mãe é a certeza que Jesus nos entregou Sua própria Mãe para que a assumíssemos como Mãe da humanidade e Rainha dos anjos e dos santos no céu. Jesus quis nos ensinar que para sermos filhos amados de Maria devemos ser como João, dócil, humilde, fiel e não fugir da cruz. Mas, antes, ajudar a consolar aquele que sofre e ser sensível a dor alheia. João não teve medo de morrer por assistir a crucificação de Jesus, por isso teve ainda uma vida longa.(João 21, 18-23).
Jesus disse: Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, recobrá-la-á.(Mateus 16, 24-25).Pai Nosso. Ave Maria. Glória.
13ª Dor: A morte de Jesus. (João 19, 28-30)
A morte de Jesus é o momento do cumprimento da profecia de Simeão que disse: Uma espada transpassará a tua alma. (Lc 2, 35)
É o momento de profunda dor no Coração Imaculado de Maria. Um sofrimento que é indizível e não dá para mensurar, pois se já é dolorido para a Mãe ver um filho morrer, imagine para Maria Santíssima que é de coração terno, doce, puro, amável, e que, ama completamente com todas as suas forças o Filho Jesus. Imagine ver morrer um Filho perfeito. Perfeito na obediência, perfeito no carinho, perfeito na pureza, perfeito nas virtudes, perfeito na paz, perfeito na alegria, perfeito na paciência, perfeito na verdade, perfeito na justiça, perfeito em toda sua vida, perfeito no amor. Jesus é a perfeição! Contemplamos toda dor que Maria sentiu na morte de Jesus até a alegria da Ressurreição no terceiro dia.Pai Nosso. Ave Maria. Glória.
Oração:Por todas estas dores, te pedimos Maria a sua intercessão para que sejamos preservados de todo mal e protegidos contra as ciladas do inimigo. Mãe querida, peço humildemente que, me ajudais a sair de todos os vícios da carne, os pecados da língua, e todas impurezas do olhar, do pensamento, e do ouvido. Ó Mãe querida, te peço que possa, pela Sua Poderosa Intercessão, aumentar em mim a fé e as virtudes que preciso para ser santo. Amém.
1. Quanto agrada a Jesus Cristo que nós nos lembremos continuamente de Sua paixão e da morte ignominiosa que por nós sofreu. Muito bem se deduz de haver Ele instituído o Santíssimo Sacramento do altar com o fito de conservar sempre viva em nós a memória do amor que nos patenteou, sacrificando-se na Cruz por nossa salvação.
Já sabemos que na noite anterior à sua morte Ele instituiu este sacramento de amor e depois de ter dado Seu corpo aos discípulos, disse-lhes — e na pessoa deles a nós todos — que ao receberem a santa comunhão se recordassem do quanto Ele por nós padeceu:
“Todas as vezes que comerdes deste pão e beber de deste cálice, anunciareis a morte do Senhor” (1Cor 11,26). Por isso a santa Igreja, na missa, depois da consagração , ordena ao celebrante que diga em nome de Jesus Cristo: “Todas as vezes que fizerdes isto, fazei-o em memória de Mim”. E São Tomás escreve: “Para que permanecesse sempre viva entre nós a memória de tão grande benefício, deixou seu corpo para ser tomado como alimento” (Op. 57). E continua o santo a dizer que por meio de um tal sacramento se conserva a memória do amor imenso que Jesus Cristo nos demonstrou na sua paixão.
2. Se alguém padecesse por seu amigo injúrias e ferimentos e soubesse que o amigo, quando se falava sobre tal acontecimento nem sequer nisso queria pensar e até costumava dizer: falemos de outra coisa — que dor não sentiria vendo o desconhecimento de um tal ingrato? Ao contrário, quanto se consolaria se soubesse que o amigo reconhece dever-lhe uma eterna obrigação e que disso sempre se recorda e se lhe refere sempre com ternura e lágrimas? Por isso é que todos os santos, sabendo a satisfação que causa a Jesus Cristo quem se recorda continuamente de sua paixão, estão quase sempre ocupados em meditar as dores e os desprezos que sofreu o amantíssimo Redentor em toda a Sua vida e particularmente na Sua morte. S. Agostinho escreve que as almas não podem se ocupar com coisa mais salutar que meditar cotidianamente na paixão do Senhor.
Deus revelou a um santo anacoreta que não há exercício mais próprio para inflamar os corações com o amor divino do que o meditar na morte de Jesus Cristo. E a Santa Gertrudes foi revelado, segundo Blósio, que todo aquele que contempla com devoção o crucifixo é tantas vezes olhado amorosamente por Jesus quantas ele o contempla. Ajunta Blósio que o meditar ou ler qualquer coisa sobre a paixão traz-nos maior bem que qualquer outro exercício de piedade. Por isso escreve S. Boaventura: “A paixão amável que diviniza quem a medita” (Stim. div. amor. p. 1. c. 1). E falando das chagas do crucifixo, diz que são chagas que ferem os mais duros corações e inflamam no amor divino as almas mais geladas.
Fonte: A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo – Piedosas e edificantes meditações sobre os sofrimentos de Jesus, por Sto. Afonso Maria de Ligório, traduzidas pelo Pe. José Lopes Ferreira, C.Ss.R. – Volume II – Edição PDF de Fl.Castro, abril 2002.
Oh! Salvador meu, minha consciência me diz que tem sido eu que vos cravou na cruz, com estas minhas mãos, todas as vezes que tenho ousado cometer um pecado mortal. Deus meu, meu amor e meu tudo, digno de toda adoração e amor, vendo como tantas vezes me haveis cumulado de bênçãos, me acho de joelhos, convencido de que ainda posso reparar as injúrias com que vos tenho ofendido. Ao menos posso me compadecer, posso dar-Vos graças por todo o que haveis feito por mim. Perdoai-me, Senhor meu. Por isso com o coração e com os lábios digo: Perdoai-me, Senhor meu.
A Chaga do Pé Esquerdo:Santíssima Chaga do pé esquerdo de meu Jesus, Vos adoro.
Me dói, Bom Jesus, ver-Vos sofrer aquela pena dolorosa. Vos dou graças, Oh! Jesus de minha alma, porque haveis sofrido tão atrozes dores para deter-me em minha carrera ao precipício, sofrendo-Vos a causa dos pulsantes espinhos de meus pecados.
Ofereço ao Eterno Pai, o sofrimento e o amor de vossa santíssima Humanidade para ressarcir meus pecados, que detesto com sincera contrição.
A Chaga do Pé Direito: Santíssima Chaga do pé direito de meu Jesus, Vos adoro.
Me dói, Bom Jesus, de ver-Vos sofrer tão dolorosa pena. Vós dou graças, Oh! Jesus de minha vida , por aquele amor que sofreu tão atrozes dores, derramando sangue para castigar meus desejos pecaminosos e andadas em pró do prazer.
Ofereço ao Eterno Pai, o sofrimento e o amor de vossa santíssima Humanidade, e peço a graça de chorar minhas transgressões e de perseverar no caminho do bem, cumprindo fidelíssimamente os mandamentos de Deus.
A Chaga da Mão Esquerda: Santíssima Chaga da mão esquerda de meu Jesus, Vos adoro.
Me dói, Bom Jesus, de ver-Vos sofrer tão dolorosa pena. Vós dou graças, Oh! Jesus de minha vida, porque por vosso amor me haveis livrado a mim de sofrer a flagelação e a eterna condenação, que tenho merecido por causa de meus pecados.
Ofereço ao Eterno Pai, o sofrimento e o amor de vossa santíssima Humanidade e suplico me ajude a fazer bom uso de minhas forças e de minha vida, para produzir frutos dignos da glória e vida eterna e assim desarmar a justa ira de Deus.
A Chaga da Mão Direita: Santíssima Chaga da mão direita de meu Jesus, Vos adoro.
Me dói, Bom Jesus, de ver-Vos sofrer tão dolorosa pena. Vós dou graças, Oh! Jesus de minha vida, por ter-me acumulado de benefícios e graças, e isso a pesar de minha obstinação no pecado.
Ofereço ao Eterno Pai o sofrimento e o amor de vossa santíssima Humanidade e suplico me ajude a fazer tudo para maior honra e Glória de Deus.
A Chaga do Sacratíssimo Peito:Santíssima Chaga do Sacratíssimo Peito de meu Jesus, Vos adoro.
Me dói, Bom Jesus, de ver-Vos sofrer tão grande injúria. Vós dou graças, Oh! Bom Jesus, pelo o amor que me tendes, ao permitir que Vos abrissem o peito, com uma lançada e assim derramar a última gota de sangue, para redimir-me.
Ofereço ao Eterno Pai esta oferta e o amor de vossa santíssima Humanidade, para que minha alma possa encontrar em vosso coração transpassado um seguro Refúgio. Assim seja.
Perguntando São Bernardo ao Divino Redentor, qual era a dor que sofrera mais, e desconhecida dos homens: Jesus lhe respondeu:
“Eu tinha uma chaga profundíssima no ombro sobre o qual carreguei minha pesada cruz: Essa chaga era mais dolorosa que as outras. Os homens não fazem dela menção, porque não a conhecem. Honra pois, essa chaga a farei tudo o que por ela me pedires”.
Oração:
Oh! amante Jesus, manso cordeiro de Deus, apesar de ser eu uma criatura miserável e pecadora vos adoro e venero a chaga causada pelo peso de vossa cruz, que dilacerando vossas carnes, desnudou os ossos de vosso ombro Sagrado e da qual vossa Mãe dolorosa tanto se compadeceu.
Também eu, ó altíssimo Jesus, me compadeço de vós e do fundo do meu coração vos louvo, vos glorifico, vos agradeço por essa chaga dolorosa de vosso Ombro em que quisestes carregar vossa Cruz por minha salvação.
Ah! pelos sofrimentos que padecestes e que aumentaram o enorme peso de vossa Cruz vos rogo com muita humildade: Tende piedade de mim, pobre criatura pecadora, perdoai os meus pecados e conduzi-me ao céu pelo caminho da Cruz.
Rezam-se sete Ave-Marias e acrescenta-se: “Minha Mãe Santíssima imprimi em meu coração as Chagas de Jesus Crucificado”
Indulgência de 300 dias cada vez.
“Oh! dulcíssimo Jesus, não sejais meu juiz, mas meu Salvador”
Indulgência de 100 dias cada vez.
Oração à Chaga do Ombro de Jesus II
Nas Atas do convento de Claraval (França) lêem-se estas palavras: São Bernardo perguntou ao Divino Salvador qual tinha sido a maior de suas dores desconhecida dos homens.
Jesus lhe respondeu:
Eu tinha uma Ferida no Ombro, em que havia carregado a Cruz, e esta Ferida era mais dolorosa que as outras.Os homens não fazem menção dela, porque é desconhecida. Honrai-a, pois, e Eu vos concederei tudo o que me pedires por sua virtude. Todos aqueles que a venerarem, obterão a remissão dos seus pecados veniais e graças eficazes para conseguirem o perdão dos pecados mortais que tiverem cometido.
Oração:
Oh! bom Jesus, Senhor e Redentor meu, que carregastes a pesada Cruz de todos os pecados do Mundo e também os meus; pelos méritos da Chaga e dor que tal Cruz rasgou no vosso Ombro, eu Vos peço humildemente o arrependimento e perdão de todas as minhas culpas e a graça de morrer sem pecado.
E lembrando o auxílio que vos deu Simão Cireneu, aliviando o peso da vossa Cruz, peço-Vos ainda, em virtude da Chaga do vosso Ombro, que foi a mais escondida do vosso sacrifício redentor, que susciteis no mundo muitas almas vítimas, a continuarem nelas a vossa Paixão, e, pela generosidade do seu holocausto, suportando com amor heróico, resgatem muitos pecadores, salvem muitos moribundos, e atraiam sobre a Terra uma chuva da Caridade e Pureza. Amém.
Rezam-se sete Ave-Marias e acrescenta-se: “Minha Mãe Santíssima imprimi em meu coração as Chagas de Jesus Crucificado”
Indulgência de 300 dias cada vez.
“Oh! dulcíssimo Jesus, não sejais meu juiz, mas meu Salvador”
A Chaga do Lado: Lembra a Eucaristia, fonte de Vida, graça, amor e luz. É seguro refúgio para todos nós, e é especialmente reaberta pelos profanadores do Santíssimo Sacramento.
A Chaga da Mão Direita: Por ela Jesus eleva ao Pai as almas que se santificam por força do Amor divino. É reaberta pela ingratidão e falta de amor das almas que fogem aos sacrifícios que Deus lhes pede.
A Chaga da Mão Esquerda: É por ela que Jesus faz chegar ao Pai os anseios das almas dedicadas ao apostolado. Ferem-na os hipócritas que trabalham no reino de Deus apenas por vaidade e ostentação.
A Chaga do Pé Direito: Por ela Jesus promete salvar os pecadores, socorrer os atribulados e aliviar as Almas do Purgatório. É reaberta pela insensibilidade e falta de caridade para com o próximo.
A Chaga do Pé Esquerdo: Por esta Chaga se salvarão os pecadores mais obstinados, se o Senhor lhes der a graça do arrependimento final, pelos Seus infinitos merecimentos e dos balsamizadores desta mesma Chaga. Ferem-na os indiferentes para com a sorte eterna dos seus irmãos.
A Chaga do Ombro: É reaberta pela ingratidão e falta de amor de tantas almas a Deus consagradas.
São Bernardo ouviu de Jesus estas palavras:
“Eu tinha uma Chaga profundíssima no ombro sobre a qual carreguei a Minha pesada Cruz. Essa Chaga era mais dolorosa que as outras. Honra, pois, essa Chaga, e farei tudo o que pedires.”
A Chaga da Fronte:Por esta Chaga que ensanguentou o rosto triste e machucado de Jesus, o mesmo Jesus promete aceitar os espinhos das almas que trabalham para defender a Sua seara. Os pecados de inveja, ciúme, ódio, derrotismo, entre as almas do santuário, ofendem a Fronte de Jesus.
É tempo de proclamarmos a misericórdia de Deus, buscando o seu perdão. No início do cristianismo, o tempo da Quaresma servia à purificação e iluminação daqueles que se preparavam para os sacramentos da iniciação cristã (Batismo, Confirmação, Eucaristia). Os catecúmenos iniciavam neste tempo uma caminhada de exame de consciência,de revisão de vida, de reconciliação para celebrar e viver os frutos da Páscoa de Jesus Cristo, aproveitando os 40 dias para preparar-se para a graça da vida nova, da adesão à pessoa de Jesus Cristo.
Somos convidados a intensificar nossa vida de oração. Entrar na intimidade de Deus, intensificar os laços de amizade com Aquele que é a razão de nossa vida.
Esse ideal ainda permanece. Nós que já fomos iniciados na vida cristã também somos convidados à purificação e renovação de nosso ardor no seguimento de Jesus, reavivando nosso Batismo e assumindo nossos compromissos cristãos, à luz do mistério pascal de Cristo. Somos convidados a intensificar nossa vida de oração. Entrar na intimidade de Deus, intensificar os laços de amizade com Aquele que é a razão de nossa vida. Dedicar-nos à escuta da Palavra, à vivência sacramental.
Destaco aqui o sacramento da Reconciliação para este tempo de graça. Como estamos celebrando o sacramento da Reconciliação? Temos sentido necessidade da misericórdia de Deus, do seu perdão?
Sobre o sacramento da Reconciliação, o Catecismo da Igreja Católica nos ensina que: o Batismo nos dá vida nova, mas não suprime a fragilidade, a fraqueza da natureza humana inclinada ao pecado. Por isso somos chamados à conversão para vivermos cada dia nossa vocação à santidade. A Igreja (que somos nós) é santa e pecadora, tem necessidade de purificar-se, renovar-se, e assim, atraídos pela graça, respondendo ao amor misericordioso de Deus, celebramos o sacramento da Reconciliação com o coração contrito e o propósito de conversão sincera. (cf. CIC 1426-1428)
A conversão é obra da graça. Deus chega antes em nosso coração. Nos dá força para começar de novo. Pela reconciliação o cristão é convidado a reorientar-se para Deus, de todo coração, rompendo com o pecado. A conversão é obra da graça. Deus chega antes em nosso coração. Nos dá força para começar de novo. O Espírito Santo nos dá a graça do arrependimento e da conversão e nós respondemos a cada dia com o esforço de sermos melhores e mais coerentes com nossa fé.
O Catecismo também nos ensina que o sacramento produz efeitos em nossa vida: reconciliação com Deus,paz e tranquilidade de consciência, consolo espiritual, ressurreição espiritual, restituição da dignidade da vida de filho de Deus, reconciliação com a Igreja (comunhão fraterna), participação dos bens espirituais, reconciliação consigo mesmo e com os irmãos. Convertendo-se a Cristo pela penitência e pela fé o pecador passa da morte para a vida. (cf. CIC 1468-1470)
Neste tempo também somos convidados à pratica da caridade e ao jejum. Oferecemos nosso sacrifício para nosso crescimento espiritual e para o bem de nossos irmãos e irmãs.
“A Quaresma oferece-nos a oportunidade de refletir mais uma vez sobre o cerne da vida cristã: o amor. Com efeito, este é um tempo propício para renovarmos, com a ajuda da Palavra de Deus e dos sacramentos, o nosso caminho pessoal e comunitário de fé. Trata-se de um percurso marcado pela oração e a partilha, pelo silêncio e o jejum, com a esperança de viver a alegria pascal”. (Bento XVI)
Percorramos o caminho quaresmal, conduzidos pelo Espírito Santo. Que Ele sustente nossos propósitos e reforce em nós a atenção e solicitude pela miséria humana, para nos tornarmos misericordiosos, solidários, reconciliadores, verdadeiros cristãos que comunicam em palavras a atitudes a alegria do Cristo Ressuscitado!
“Andar de morada em morada” com Santa Teresa de Jesus Os Carmelitas Descalços estão a preparar um novo retiro para oferecer a todos os cristãos para a próxima Quaresma em ordem a preparar a Páscoa da Ressurreição de Jesus. Basta entrar em www.webretiro.karmel.at e preencher o formulário, inscrevendo-se gratuitamente para o retiro online da Quaresma de 2021. Atualmente estão inscritos cerca de 66000 em diversos países, sendo o texto traduzido em oito línguas. Este ano a temática é acompanhada por Santa Teresa de Jesus (1515-1582). Foi em plena crise que escreveu a sua obra prima, o Livro das Moradas ou Castelo Interior. Enquanto toda a sua obra de fundação de novos Carmelos parecia estar a desmoronar-se, ela orienta todas as suas energias para o seu Castelo Interior. No contexto de crise sanitária e económica que vivemos, Santa Teresa de Ávila pode ajudar, nesta Quaresma, a descobrir que a nossa força está dentro, no interior do Castelo da nossa alma. Com esta Doutora da Igreja, pretende-se caminhar de Morada em Morada até ao centro onde brilha a luz da Páscoa do Senhor. A presença do Ressuscitado é a verdadeira boa nova que pode revitalizar a nossa vida espiritual e abrir-nos novos horizontes de esperança.
Os Três Reis Magos ou simplesmente “Os Magos”, a que a tradição deu os nomes de Melchior, Baltazar e Gaspar, são personagens da narrativa cristã que visitaram Jesus após o seu nascimento (Evangelho de Mateus). A Escritura diz “uns magos”, que não seriam, portanto, reis nem necessariamente três mas, talvez, sacerdotes da religião zoroástrica da Pérsia ou conselheiros. Como não diz quantos eram, diz-se três pela quantia dos presentes oferecidos.
Talvez fossem astrólogos ou astrónomos, pois, segundo consta, viram uma estrela e foram, por isso, até a região onde nascera Jesus, dito o Cristo. Assim os magos, sabendo que se tratava do nascimento de um rei, foram ao palácio do rei Herodes em Jerusalém. Perguntaram-lhe sobre a criança mas ele disse nada saber. No entanto, Herodes alarmou-se e sentiu-se ameaçado e pediu aos magos que, se encontrassem o menino, o informassem, pois iria adorá-lo também, embora suas intenções fossem a de matá-lo.
A estrela, conta o evangelho, precedia-os e parou sobre o local onde estava o menino Jesus. “E vendo a estrela, alegraram-se eles com grande e intenso júbilo” (Mt 2, 10). Os Magos ofereceram três presentes ao menino Jesus, ouro, incenso e mirra, cujo significado e simbolismo espiritual é, juntamente com a própria visitação dos magos, um resumo do evangelho e da fé cristã, embora existam outras especulações respeito do significado das dádivas dadas por eles: o ouro pode representar a realeza (eles procuravam o “Rei dos Judeus”); o incenso pode representar a fé, pois o incenso é usado nos templos para simbolizar a oração que chega a Deus; a mirra, resina antiséptica usada em embalsamamentos desde o Egipto antigo, remete-nos para o género da morte de Jesus, o martírio, sendo que um composto de mirra e aloés foi usado no embalsamamento de Jesus (João 19, 39 e 40).
“Sendo prevenidos em sonhos a não voltarem à presença de Herodes, regressaram por outro caminho a sua terra” (Mt 2, 12). Nada mais a Escritura diz sobre essa história cheia de poesia, não havendo também quaisquer outros documentos históricos sobre eles.
A melhor descrição dos reis magos foi feita por São Beda, o Venerável (673-735), que no seu tratado “Excerpta et Colletanea” assim relata: “Melchior era velho de setenta anos, de cabelos e barbas brancas, tendo partido de Ur, terra dos Caldeus. Gaspar era moço, de vinte anos, robusto e partira de uma distante região montanhosa, perto do Mar Cáspio. E Baltazar era mouro, de barba cerrada e com quarenta anos, partira do Golfo Pérsico, na Arábia Feliz”.
Quanto a seus nomes, Gaspar significa “Aquele que vai inspecionar”, Melchior quer dizer: “Meu Rei é Luz”, e Baltazar se traduz por “Deus manifesta o Rei”.
Como se pretendia dizer que simbolizavam os reis de todo o mundo, representariam as três raças humanas existentes, em idades diferentes. Segundo a mesma tradição, Melchior entregou-Lhe ouro em reconhecimento da realeza; Gaspar, incenso em reconhecimento da divindade; e Baltazar, mirra em reconhecimento da humanidade.
A exegese vê na chegada dos reis magos o cumprimento a profecia contida no livro dos Salmos (Sl. 71, 11): “Os reis de toda a terra hão de adorá-Lo”.
Devido ao tempo passado até que os Magos chegassem ao local onde estava o menino, por causa da distância percorrida e da visita a Herodes, a tradição atribuiu à visitação dos Magos o dia 6 de Janeiro. Algumas Conferências Episcopais decidiram, contudo, celebrar a festa da Epifania no primeiro domingo de Janeiro (quando não coincide com o dia 1)
Devemos aos Magos a troca de presentes no Natal. Dos presentes dos Magos surgiu essa tradição em celebração do nascimento de Jesus. Em diversos países a principal troca de presentes é feita não no Natal, mas no dia 6 de Janeiro, e os pais muitas vezes se disfarçam de reis magos.
É com muita alegria que celebramos a Epifania do Senhor dia 3 de janeiro no Brasil. Com essa solenidade, encerramos o Tempo do Natal!
Mas, afinal de contas, o que é a Epifania do Senhor?
A palavra “epifania” significa “manifestação”. Sendo assim, a epifania do Senhor é a manifestação de Deus!
Mas, para entendermos profundamente essa solenidade, precisamos olhar um pouco para trás, precisaremos olhar para o Gênesis! Quando Deus criou o paraíso, Adão e Eva viviam em perfeita harmonia, mas, com o pecado original, o mundo virou de cabeça para baixo.
Porém, Deus não abandona o seu povo. Para reestabelecer a ordem o Senhor enviou o seu Filho Único ao mundo como nosso Redentor. Desde então, todos os profetas anunciaram a vinda do Messias, como podemos ver relatado no Antigo Testamento.
No dia de hoje, cuja data também é reconhecida como Festa dos Reis Magos, comemoramos a primeira manifestação de Deus em Jesus, que aconteceu diante daqueles homens – os três Reis Magos – que guiados por uma estrela, se depararam com Jesus, Nossa Senhora e São José, em um humilde estábulo na cidade de Belém.
No entanto, precisamos entender que Deus ainda continua manifestando o seu amor no mundo, de diversas formas! Todas as vezes que participamos da Santa Missa, por exemplo, renovamos o Sacrifício de Jesus!
Que possamos estar atentos, para sempre acolher as manifestações do amor de Deus em nossa vida!
Alguns pensam que celebrar o Natal é comemorar o aniversário de Jesus; alguns chegam até a cantar “parabéns pra você”! Coisa totalmente fora de propósito, contrária ao sentimento da Igreja e fora do sentido da celebração dos cristãos…
Então, se não celebramos o aniversário de Jesus, o que fazemos no Natal?
Antes de tudo é necessário entender o que é a Liturgia, a Celebração da Igreja.
Vejamos. O nosso Deus, quando quis nos salvar, agiu na nossa história. Primeiramente agiu na história de toda a humanidade, guiando de modo secreto e sábio todos os seres humanos e sua história.
Basta que pensemos nos santos pagãos do Antigo Testamento – santos que não pertenceram ao povo de Israel: Santo Abel, Santo Henoc, São Matusalém, São Noé, São Melquisedec, São Jó… Nenhum destes pertencia ao povo de Deus… E, no entanto, Deus agia através deles… Depois, Deus agiu de modo forte, aberto, intenso na história do povo de Israel, com as palavras de fogo dos profetas, com a mão estendida e o braço potente nas obras maravilhosas em benefício do Seu povo eleito.
Finalmente, Deus agiu de modo pleno e total, fazendo-Se pessoalmente presente, em Jesus Cristo, que é o cume, o centro e a finalidade da revelação e da ação de Deus: em Jesus, tudo quanto Deus sonhou para nós se realizou de modo pleno, único, absoluto, completo e definitivo! Então, o nosso Deus não Se revela principalmente com ensinamentos, com doutrinas e conselhos, mas com ações concretas e palavras concretas de amor! E tudo isso chegou à plenitude na vida, nos gestos, palavras e ações de Jesus Cristo!
Pois bem: são estas obras salvíficas de Deus, realizadas de modo pleno em Jesus, que nós tornamos presente na nossa vida quando celebramos a Santa Liturgia, sobretudo a Eucaristia! Na força do Espírito Santo de Jesus Cristo imolado e ressuscitado, através das palavras, dos gestos e dos símbolos litúrgicos, os acontecimentos do passado – todos resumidos em Cristo: na Sua Encarnação, no Seu Nascimento, Ministério, Morte e Ressurreição e no Dom do Seu Espírito – tornam-se presentes na nossa vida!
Vejamos, agora, o caso do Natal. Quando a Igreja celebra as cinco festas do Natal, ela quer celebrar não o aniversário do menininho Jesus… O que ela quer fazer e faz é tornar presente para nós, na força do Espírito Santo, a graça da vinda salvíficos do Cristo Senhor! Celebrando a Liturgia do Natal, o acontecimento do passado (a Manifestação do Filho de Deus) torna-se presente no hoje da nossa vida! Na Liturgia do Natal a Igreja não diz:
“Há dois mil anos nasceu Jesus”!
Nada disso! O que ela diz é:
“Alegremo-nos todos no Senhor: HOJE nasceu o Salvador do mundo, desceu do Céu a verdadeira paz!” (Antífona de Entrada da Missa da Noite do Natal).
Então, celebrando as santas festas do Natal, celebramos a Manifestação do Salvador no nosso hoje, na nossa vida, no nosso mundo! A Liturgia tem essa característica admirável: na força do Santo Espírito torna presente realmente, de verdade, aquele acontecimento ocorrido no passado. Não é uma repetição do acontecimento, nem uma recordação! É, ao invés, aquilo que a Bíblia chama de memorial, isto é, tornar presente os atos de salvação de Deus!
Agora vejamos: a Eucaristia é a celebração, o memorial da Páscoa do Senhor. Como é, então, que no Natal a gente celebra a Missa, que é a Páscoa? Como é que já no Natal a Igreja mete a celebração da Páscoa?
É que a Eucaristia não é simplesmente a celebração da paixão, morte e ressurreição de Cristo! Essa seria uma ideia muito mesquinha, estreita! Em cada Missa é todo o mistério da nossa salvação que se faz presente, é tudo aquilo que Deus realizou por nós, desde a criação até agora… E tudo isso tem o seu centro em Jesus: na Sua Encarnação, na Sua vida e na Sua pregação, e alcança seu cume na Sua morte e ressurreição, na Sua ascensão e no dom do Santo Espírito.
Então, celebramos as cinco festas do Natal celebrando a Missa, porque aí o mistério, o acontecimento da nossa salvação se torna presente e atuante na nossa vida. Voltando para casa após a Missa do Natal, podemos dizer:
“HOJE eu vi, HOJE eu ouvi, HOJE eu experimentei, HOJE eu testemunhei e HOJE eu anuncio: nasceu para nós, nasceu para o mundo um Salvador! Ele veio, Ele não nos deixou, Ele Se fez nosso companheiro de estrada! Na Eucaristia eu O encontrei, nós O encontramos, a Igreja O encontrou e o mundo inteiro pode encontrá-Lo, a Ele convertendo-se!”
Celebrando a Eucaristia do Natal, recebemos a graça do Natal, entramos em comunhão com o Cristo que veio no Natal, porque recebemos no Corpo e Sangue do Senhor o próprio Cristo que nasceu para nós, e, agora, Cristo ressuscitado, pleno do Santo Espírito!
É incrível, mas a graça do Natal chega a nós mais do que chegou para Maria e José e os pastores e os magos há dois mil anos, Porque eles viram um menininho no presépio, enquanto nós O recebemos dentro de nós, Seu Corpo no nosso corpo, Seu Sangue no nosso sangue, Sua Alma na nossa alma, Seu Espírito no nosso espírito… É não mais um menininho frágil, em estado de humilhação, em condição de servo, com esta nossa vidinha humana, mas o próprio Filho agora glorificado, com uma natureza humana imortal e gloriosa, plena de Vida divina, que nos transformará para a Vida eterna.
Então, que neste Natal ninguém cante parabéns para o Menino Jesus, nem fique com inveja dos pastores e dos magos… Também para nós hoje nasceu um Salvador: o Cristo ressuscitado, glorioso, que recebemos no Seu Corpo e Sangue e cujo mistério celebramos nos gestos, palavras e símbolos da sagrada Liturgia!
Anjo redescoberto na basílica Natividade, Belém, olha fixo para o local onde Jesus nasceu
Veio à luz graças a uma equipe de restauradores italianos precioso mosaico de um anjo encoberto por uma massa de pintura na Basílica da Natividade, em Belém, informou a BBC Brasil.
O feliz achado, depois da primorosa restauração, exibe em toda sua beleza um anjo que olha fixo para o local onde Jesus nasceu.
Coberta por reboco há quase mil anos, a obra encontrava-se fora do alcance do olhar humano.
A Basílica da Natividade, em Belém, precisava de uma importante restauração que envolvia a própria estrutura do milenar templo.
Contudo, um imprudente “ecumenismo” fazia depender as obras de restauro da aprovação de um conjunto de denominações cristãs.
As denominações ditas “ortodoxas” vivem apegadas a um passado mofado e amarfanhado, antipatizando-se com as restaurações.
Ademais, não têm a escola teológica nem o amor pelo passado que é sinal distintivo dos católicos. Esses possuem outra visão da tradição, da importância das obras de arte do passado e de sua contribuição para o presente e o futuro.
Malgrado os defeitos que possam ocorrer, o dinamismo católico é impulsionado por um amor sincero ao belo, à tradição, à história e de tudo o que se refere a Nosso Senhor Jesus Cristo.
Em tudo procura o brilho que merece a única Igreja e que resplandece ao longo das vicissitudes tempestuosas dos milênios.
O resultado da incompatibilidade entre essas duas mentalidades é que havia toda espécie de desentendimentos, concorrendo para que as reformas na Basílica não se dessem apesar de cada vez mais urgentes numa das mais antigas igrejas em uso no mundo.
A Basílica da Natividade é uma das igrejas mais antigas do mundo
Em 2009, o presidente palestino temendo que a igreja desmoronasse e motivado por razões políticas ordenou reformar o prédio, passando por cima das brigas “ecumênicas” desprovidas de sentido.
Participou da equipe de restauradores o engenheiro cristão-palestino Issa Hazboun.
Com efeito, ter trabalhado no local foi uma fonte de “orgulho” não só para ele mas para todos os cristãos do Oriente Médio, hoje tão perseguidos pelo furor islâmico anticristão na Síria, Iraque e outros países. Milhões deles tiveram de abandonar suas casas sob a injustificada invasão islâmica.
Tampouco o governo de Israel os trata com benevolência, mas a população cristã vem crescendo neste país desde 1940, enquanto decai em todos os outros países do Oriente Médio.
Os reparos ainda não foram concluídos e há muito a fazer, de modo especial com 50 colunas do século VI nas quais estão representados cruzados renomados que partiram da Europa a fim de resgatar a Terra Senta, tendo contribuído para a manutenção da Basílica ao ‘adotar uma coluna’.
Ziad Bandak, chefe do comitê da autoridade palestina que supervisiona o andamento dos trabalhos, mencionou problemas com “córregos subterrâneos, terremotos e outros incidentes históricos acontecidos em Belém e que causaram impactos negativos na estrutura da igreja, sobretudo no teto”, citou o jornal londrinense “The Guardian”.
Ele não quis mencionar o tema polêmico, mas os “incidentes históricos” a que se referiu foram as invasões e depredações dos islâmicos acontecidas em séculos passados.
A porta principal da Basílica que inclui a Gruta de Belém é minúscula. É chamada ‘Porta da Humildade’
E sempre há o perigo de um atentado dos fanáticos seguidores da falsamente denominada “religião de paz”, o Islã.
A equipe principal da restauração é italiana.
O jornal israelense “Times of Israel” escreveu que desde 2013, os restauradores italianos, de acordo com a autoridade palestina, vinham fazendo um esforço titânico para restaurar a Basílica visitada por milhões de romeiros que vão beijar e venerar o local onde nasceu Jesus.
O teto e as janelas foram recuperados, mas o caso mais complicado eram os mosaicos, dificilmente perceptíveis após séculos de usura e reformas mal feitas, sendo necessário restaurar pedrinha por pedrinha de cada um deles.
Já na fase final desse paciente trabalho apareceram sinais da existência de um mosaico coberto de reboco que havia passado despercebido.
Câmaras semelhantes às usadas pelos soldados para “ver” na noite, serviram para escanear as paredes e descobrir o que havia por trás, segundo descreveu Giammarco Piacenti, diretor geral da empresa de restauração responsável principal pelos trabalhos.
“Esta parte se via completamente diferente, aqui onde agora vemos o anjo. Nós dizemos: ‘o que é isto? Não pode ser um anjo!’, explicou à agência France Press.
Na basílica já haviam sido recuperados seis mosaicos de anjos e não se suspeitava que houvesse mais um. Mas, agora podem se ver os sete.
Apresentação dos mosaicos recuperados na basílica
Com sua mão estendida o anjo aponta em direção à local exato onde estava a gruta onde Jesus nasceu há dois mil anos.
Um sorriso especial para a restauradora que descobriu o anjo, que é a sobrinha de Gianmarco Piacenti, pois logo depois de descobrir o anjo, ela soube que esperava uma criança e toda a família começou a dizer que o anjo a tinha abençoado.
A igreja foi construída pela primeira vez no ano 339, mas após um incêndio foi feita uma nova no século VI. Outra grande reforma aconteceu em 1478, explicou Piacenti. Após 800 anos, a reforma se impunha.
“De um ponto de vista histórico, artístico e espiritual, [a Basílica de Belém] é o centro do mundo – Ela é tudo”, comentou Piacenti.
Marcello Piacenti é o patriarca da empresa familiar de restauradores que durante seis gerações vem recuperando antigos santuários da Europa.
Ele se sentiu muito honrado vencendo a licitação internacional e recebendo a incumbência de reparar as vigas de madeira da basílica doadas pelo rei Eduardo IV da Inglaterra em 1479.
Piacenti conta com ufania que “seus” especialistas recuperaram o anjo de mosaico de ouro na nave do século VI construída pelo imperador Justiniano.
Também analisaram o estado dos muros e concluíram que “esta antiga estrutura se manteve em pé durante séculos, e esperamos que com nossa contribuição continue sempre presente aqui”.
As infiltrações de umidade tinham danificado os afrescos de colunas e muros que datam dos tempos dos Cruzados e outros mais antigos ainda.
O local onde Jesus nasceu é marcado por uma estrela de prata, sobre o mármore do chão
O empreendimento recebeu escassas verbas e sente necessidade delas para prosseguir.
Mas, disse Piacenti: “Há muitos anjos acima de nós. E eu tenho a esperança de que podemos salvá-los”.
Por certo, eles, os próprios, lá no Céu, vão dar a sua contribuição para honrar a Rainha dos Anjos que ali deu a luz virginalmente ao Redentor e Senhor Rei de todo o criado.
O antigo mosaico de beleza admirável relembra o revoar dos anjos protetores e adoradores em volta da Gruta de Belém na luminosa noite do Natal.
O sétimo anjo está olhando fixamente para o local que sempre foi venerado como o ponto exato em que Jesus veio maravilhosamente à vida, conservando imaculada a integridade virginal de Sua Santíssima Mãe.
Quer dizer, a gruta de Belém, hoje acobertada na grandiosa Basílica da Natividade.
O mosaico do anjo, por assim dizer, dissipa toda dúvida e exorciza qualquer confusão ou sofisma que se queira fazer a respeito do magno evento de Natal que o mundo inteiro comemorará até o fim dos séculos.
Teresa de Jesus chamava-o de seu pequeno Sêneca, brincava amavelmente com a sua baixa estatura apelidando-o de meio homem, mas não hesitava em considerá-lo o pai de sua alma, afirmando também que não era possível discorrer com ele sobre Deus sem vê-lo em êxtase. Vinte e sete anos mais jovem que Teresa (nasceu em 1542 em Fontiveros) João de Yepes é uma das figuras mais desconcertantes e ao mesmo tempo mais transparentes da mística moderna. Verdadeiro mestre de vida espiritual, resumia o novo ideal de vida monástica em breves sentenças: “Não faças coisa alguma, nem digas palavra alguma, que Cristo não faria ou não diria se se encontrasse nas mesmas circunstâncias que tu, e tivesse a mesma saúde e idade tuas”. “Nada peças a não ser a cruz, e precisamente sem consolação, pois isso é perfeito”. “Renuncia aos teus desejos e encontrarás o que o teu coração deseja”. Ingressou na Ordem dos Carmelitas aos vinte e um anos, após ter dado prova da sua imperícia nas várias ocupações às quais a família, muito pobre, tentou encaminhá-lo. Foi atacado por grande desilusão pelo relaxamento da vida monástica em que viviam os conventos carmelitas. Quis remediar passando dos carmelitas aos cartuxos, cujas regras severas pareciam mais condizentes com o seu fervor ascético. Mas a essas alturas aconteceu o seu encontro com Teresa de Jesus, a reformadora das carmelitas. A santa fundadora tinha em mente ampliar a reforma também aos conventos masculinos da Ordem carmelita, e seu tino delicado fê-la entrever naquele jovem frade, pequeno, extremamente sério, fisicamente insignificante, mas rico interiormente, o sócio ideal para levar adiante o seu corajoso projeto. E o jovem de vinte e cinco anos deu logo prova de grande coragem. Desde esse dia trocou o nome, chamando-se João da Cruz e pôs mãos à obra na reforma, fundando em Durvelo o primeiro convento dos carmelitas descalços. Mas a volta à mística religiosidade do deserto custou ao santo fundador maus-tratos físicos e difamações: em 1577 foi até preso por oito meses no cárcere de Toledo. Mas foi nessas trevas exteriores que se acendeu a grande chama da sua poesia espiritual. “Padecer e depois morrer” era o lema do autor da Noite escura da alma, da Subida do monte Carmelo, do Cântico espiritual e da Chama de amor viva. Morreu no convento de Ubeda, aos quarenta e nove anos, a 14 de novembro de 1591. Canonizado em 1726, dois séculos depois Pio XI lhe conferiu o título de doutor da Igreja.
Extraído do livro: “Um santo para cada dia”, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.
A noite escura de São João da Cruz: alguns comentários
Em uma noite escura
De amor em vivas ânsias inflamada
Oh! Ditosa ventura!
Saí sem ser notada,
estando já minha casa sossegada.
Na escuridão, segura,
Pela secreta escada, disfarçada,
Oh! Ditosa ventura!
Na escuridão, velada,
estando já minha casa sossegada.
Em noite tão ditosa,
E num segredo em que ninguém me via,
Nem eu olhava coisa alguma,
Sem outra luz nem guia
Além da que no coração me ardia.
Essa luz me guiava,
Com mais clareza que a do meio-dia
Aonde me esperava
Quem eu bem conhecia,
Em lugar onde ninguém aparecia.
Oh! noite, que me guiaste,
Oh! noite, amável mais do que a alvorada
Oh! noite, que juntaste
Amado com amada,
Amada no amado transformada!
Em meu peito florido
Que, inteiro, para ele só guardava,
Quedou-se adormecido,
E eu, terna o regalava,
E dos cedros o leque o refrescava.
Da ameia a brisa amena,
Quando eu os seus cabelos afagava,
Com sua mão serena
Em meu colo soprava,
E meus sentidos todos transportava.
Esquecida, quedei-me,
O rosto reclinado sobre o Amado;
Tudo cessou. Deixei-me,
Largando meu cuidado
Por entre as açucenas olvidado.
De todos os poemas de São João da Cruz, este me é o mais caro. Cada vez que o leio, descubro novas coisas; cada vez que o leio, sinto uma santa inveja de amor tão ardente por Cristo Jesus.
Não pretendo, nestas considerações, esgotar todas as leituras possíveis. Nem isto seria possível.
Aos carmelitas, peço, desde já, mil desculpas se minha interpretação não for sequer infimamente digna. Ajudem-nos com seus comentários.
Na tradição cristã, Cristo é apresentado como o Amado, viril e forte, que corteja a sua amada (a Igreja fundada sobre Pedro, por quem Ele se entregou; e, por extensão, cada fiel por Ele conquistado), dando a Sua vida por ela. A Cruz é vista como o leito nupcial, onde estes amantes se encontram, e no qual o Amado gera, na Amada, uma vida nova. Neste sentido vemos, no final do poema, que o primeiro a adormecer (a morrer na Cruz) é o Amado (quedou-se adormecido), para, somente depois, adormecer também a amada (com o significativo gesto de inclinar a cabeça de Jo 19, 30), sobre o peito do amado.
Assim, o misticismo católico (do qual, talvez, São João da Cruz seja o mais alto exponente) sempre aponta a Cruz como sendo o caminho mais curto e delicioso para o Homem encontrar o criador. O cristão que não carrega sua cruz, que não a aceita, não se encontra com Cristo, não entra numa relação de amor com Ele, e não tem gerada, dentro de si, a nova vida que nos conduz ao céu.
Neste poema, a Cruz é substituída pela expressão “noite escura”. Todos nós já tivemos “noitas escuras” em nossas vidas. São aqueles momentos de agudo sofrimento, nos quais nossas seguranças mesquinhas (dinheiro, prazeres, comodidade, afetividade, etc.) nada nos dizem; nos quais nossas forças e nossa inteligência nada podem. Noites tenebrosas, de lágrimas e de desespero. Noites em que clamamos e nas quais o Senhor se mantém em silêncio.
Para o mundo, para os não-cristãos, estas “noites escuras” são a mais solene prova de que Deus não existe. Ou, se existe, de que não os ama. Por isto, todos fogem dela. Preferem dormir a enfrentá-la (estando já minha casa sossegada), pois, dormindo, têm a ilusão de que a mesma passará mais rapidamente.
O Cristão, no entanto, pode enfrentá-la. Se todas as luzes do mundo se apagaram, se todas as nossas seguranças e todas as nossas forças nada podem, é o momento propício para que nos abandonemos em Deus. O cristão, ainda que com medo, vai ao encontro desta noite (saí sem ser notada; na escuridão segura; na escuridão velada), pois sabe que é através desta noite escura que brilhará a luz de Deus. Sobe, ainda que dolorosamente, nas cruzes que surgem em suas vidas. A escada secreta de que nos fala o poema é símbolo da Cruz. É a escada de Jacó, que liga o céu e a terra, e pela qual todos devemos subir se quisermos entrar no paraíso.
Mas a luz de Deus, para aqueles que se aventuram em enfrentar a “noite escura”, brilha mais do que a luz do mundo (nem eu olhava coisa alguma,/Sem outra luz nem guia/Além da que no coração me ardia./Essa luz me guiava, Com mais clareza que a do meio-dia). A “noite escura” é o momento ideal para que o cristão perceba que a luz do mundo são trevas; e que, as trevas em Deus, são luzes potentes que nos conduzem a Ele (Essa luz me guiava, /Com mais clareza que a do meio-dia/ Aonde me esperava/ Quem eu bem conhecia, Em lugar onde ninguém aparecia.) E ninguém aparece neste lugar porque todos fogem da Cruz. A Cruz é o único lugar onde somente Cristo nos espera, pois todos os outros deuses, todos os outros ídolos do mundo nela não têm espaço.
Subindo na Cruz, entrando pela noite escura, o cristão é conduzido a Cristo. Encontra-se com seu Amado; encontra-se com a razão de sua vida e, finalmente, percebe que a Cruz, que a noite escura, que o sofrimento pelo qual passou foi um grandíssimo dom de Deus. Por esta cruz, morreu o homem velho; atravessada a noite escura, rompeu o cristão com os laços que o prendiam ao pecado e àqueles que renegam a Cristo.
Que maravilha é ouvir um testemunho neste sentido! Quantas vezes já não ouvi cristãos que, após esta vivência, afirmam que não trocariam os sofrimentos passados pela comodidade do mundo. Que não pediriam para Deus uma história diferente. Cristãos que podem afirmar, com toda a convicção :
Oh! noite, que me guiaste,
Oh! noite, amável mais do que a alvorada
Oh! noite, que juntaste
Amado com amada,
Amada no amado transformada!
Afinal, tornou-se um com Cristo. Entrou na comunhão da Trindade Santíssima. Pode desprezar, finalmente, os prazeres do mundo e almejar as coisas do alto. Como disse São Paulo, não se encontra mais dividido (Esquecida, quedei-me, O rosto reclinado sobre o Amado; Deixei-me, Largando meu cuidado Por entre as açucenas olvidado.)
Afinal “tudo cessou.” Só lhe importa o precioso tesouro do Amor de infinito de Cristo.
Que o Senhor nos ajude, e nos conceda inúmeras “noites escuras” durante a nossa peregrinação terrestre.
Maria é celebrada como modelo de virtude. A Solenidade da Imaculada Conceição foi instituída por São Paulo VI, no dia 2 de fevereiro de 1974, por meio da exortação apostólica “Marialis Cultus”, na qual ressalta a celebração e atenção especial dada a Maria no tempo do Advento.
No dia 8 de dezembro, a Igreja celebra a Solenidade da Imaculada Conceição, doutrina de origem apostólica foi proclamado dogma pelo Papa Pio IX em 8 de dezembro de 1854, com a bula “Ineffabilis Deus”.
A bula declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, desde a sua Conceição, ou seja, que ela foi preservada desde sempre da mácula do pecado original, no qual nascem todos os filhos de Adão. Enquanto estes estão privados da graça divina, a Virgem Maria foi toda pura, santa e imaculada desde o início da sua vida. Esta foi desde sempre a convicção profunda da Igreja, que viu na Virgem Maria a ‘Nova Eva’ (S.Ireneu).
Como todos os dogmas, também a ‘Imaculada Conceição’ foi a solene proclamação da fé do povo de Deus, do sentir da Igreja, do que se poderia chamar a ‘devoção popular’. A ‘Imaculada Conceição’ caracteriza o catolicismo em Portugal, tendo sido sob esta invocação Nossa Senhora proclamada por D. João IV Rainha e Padroeira de Portugal, no dia 25 de Março de 1646, título que nenhum regime, mesmo o republicano e o que surgiu de Abril de 1974, foi capaz de abolir.
O dogma da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria foi a solene confirmação do mistério central da fé. A Virgem Maria foi pensada por Deus como a mediadora do mistério da Incarnação.
Porque chamada a ser a mediadora deste mistério, a Virgem Maria não podia ser pensada senão como a primeira totalmente redimida, e como a primeira redimida é que ela concebeu sem pecado o Filho de Deus, porque sem pecado foi concebida.
Ao acolher a Palavra do Anjo, a Virgem Maria permitiu que a Palavra eterna de Deus assumisse a carne do pecado e por causa desta assunção ela foi previamente redimida pelo seu próprio Filho. Por ela o Verbo de Deus entra na história, inaugurando o tempo da Graça e da Liberdade dos filhos de Deus.
A Virgem Maria abriu a porta do mundo para o Advento do Deus redentor, na carne da humanidade. Ela é por excelência a primeira na ordem da Redenção.
O dogma da Imaculada Conceição proclama que ela desde o início do seu ser não foi apenas envolvida pelo mistério da Graça da redenção prometida, mas a primeira redimida pelo seu Filho que ia gerar; este dogma toca, portanto, no centro do mistério da Redenção.
A ‘Imaculada Conceição’ mostra a Virgem Maria como a primeira na ordem da Redenção, Redenção esta que não pode acontecer sem ela. Sem a Imaculada Conceição da Virgem Maria não seria pensável a redenção, como vitória divinizante da natureza humana sobre o pecado do mundo.
A Virgem Maria é a primeira redimida: depois dela e por meio dela, todos são chamados a participar na vitória da redenção, através do baptismo, pelo qual o homem é regenerado, e chamado também a ser santo e imaculado na presença de Deus.
A Imaculada Conceição eleva a Virgem Maria a paradigma da antropologia cristã. Ela manifesta de um modo eminente a transfiguração do homem que se opera pela participação no mistério de Cristo, com o qual por graça o homem é chamado a configurar-se.
A Imaculada Conceição da Virgem Maria revela a ontológica transfiguração do ser e da existência na relação com o Verbo de Deus encarnado. Paradigma da antropologia cristã, a Imaculada Conceição é o caso eminente da redenção pela graça, a que ela corresponde, na plena liberdade do ‘ecce ancilla’, no mistério da Anunciação. Não apenas do ‘homem novo’, mas também da Igreja.
Mariano, com certeza, o dogma da ‘Imaculada Conceição’ é também eclesial, porque nela se espelha o que é o mistério da Igreja a qual, tendo na Virgem Imaculada a sua figura excelsa (cf. LG 53; 63), é também santa e imaculada, Mãe e Virgem puríssima dos seus filhos gerados nas águas do batismo.
Por isso, com razão na ‘Imaculada Conceição’, a Igreja e todos os fiéis exultam de alegria, talvez como em nenhum outro dia, porque aí está o exemplo das maravilhas de Deus na história, do que Ele pode fazer na Igreja e na vida de cada crente se como a Virgem Santa Maria cada qual se colocar na mesma atitude de filial obediência e de amor, naquele cujo Nome é grande e que grandes coisas realizou na sua humilde serva! Bem-aventurada a nação que se honra por tê-la como Mãe e Padroeira!
Teresa, nascida no dia 28 de março de 1515, seus pais, Alonso Sanchez de Cepeda e Beatriz d’Ávila y Ahumada, a educaram, junto com os irmãos, dentro do exemplo e dos princípios cristãos. Aos sete anos, tentou fugir de casa e peregrinar ao Oriente para ser martirizada pelos mouros, mas foi impedida. A leitura da vida dos santos mártires tinha sobre ela uma força inexplicável e, se não fossem os parentes terem-na encontrado por acaso, teria fugido, levando consigo o irmão Roderico.
Órfã de mãe aos doze anos, Teresa assumiu Nossa Senhora como sua mãe adotiva. Mas o despertar da adolescência a levou a ter experiências excessivas ao lado dos primos e primas, tornando-se uma grande preocupação para seu pai. Aos dezesseis anos, sua atração pelas vaidades humanas era muito acentuada. Por isso, ele a colocou para estudar no colégio das agostinianas em Ávila. Após dezoito meses, uma doença grave a fez voltar para receber tratamento na casa de seu pai, o qual se culpou pelo acontecido. Nesse período, pela primeira vez, Teresa passou por experiências espirituais místicas, de visões e conversas com Deus. Todavia as tentações mundanas não a abandonavam. Assim atormentada, desejando seguir com segurança o caminho de Cristo, em 1535, já com vinte anos, decidiu tornar-se religiosa, mas foi impedida pelo pai. Como na infância, resolveu fugir, desta vez com sucesso. Foi para o Convento carmelita da Encarnação de Ávila.
Entretanto a paz não era sua companheira mais presente. Durante o noviciado, novas tentações e mais o relaxamento da fé não pararam de atormentá-la. Um ano depois, contraiu outra doença grave, quase fatal, e novamente teve visões e conversas com o Pai. Teresa, então, concluiu que devia converter-se de verdade e empregou todas as forças do coração em sua definitiva vivência da religião, no Carmelo, tomando o nome de Teresa de Jesus. Aos trinta e nove anos, ocorreu sua “conversão”. Teve a visão do lugar que a esperaria no inferno se não tivesse abandonado suas vaidades. Foi grande amiga do seu conselheiro espiritual São João da Cruz, também Doutor da Igreja, místico e reformador da parte masculina da Ordem Carmelita. Por meio de contatos místicos e com a orientação desse grande amigo, iniciou então, o seu grande trabalho de reformista. Pequena e sempre adoentada, ninguém entendia como conseguia subir e descer montanhas, deslocar-se pelos caminhos mais ermos e inacessíveis, de convento em convento, por toda a Espanha. Em 1560, teve a inspiração de um novo Carmelo, onde se vivesse sob as Regras originais.
Dois anos depois, fundou o primeiro Convento das Carmelitas Descalças da Regra Primitiva de São José em Ávila, onde foi morar. Daí partiu para todas as direções da Espanha, criando novos Carmelos e reformando os antigos. Provocou com isso muitos ressentimentos por parte daqueles que não aceitavam a vida austera que propunha para o Carmelo reformado. Chegou a ter temporariamente revogada a licença para reformar outros conventos ou fundar novas casas. Mas obteve o apoio do rei Felipe II e conseguiu dar seqüência ao seu trabalho. Em 1580, o Papa Gregório XIII declarou autônoma a província carmelitana descalça.
Apesar de toda essa atividade, ainda encontrava espaço para transmitir ao mundo suas reflexões e experiências místicas. Santa Teresa deixou-nos várias obras grandiosas e profundas, principalmente escritas para as suas filhas do Carmelo : “O Caminho da Perfeição”, “Pensamentos sobre o Amor de Deus”, “Castelo Interior”, “A Vida” entre outros. Neles, ela própria narra como um anjo transpassou seu coração com uma seta de fogo, (transverberação). E ela só seguiu numa rota segura porque foi devidamente orientada pelos que agora eram os santos Francisco Bórgia e Pedro de Alcântara, que perceberam os sinais da ação de Deus.
Morreu em Alba de Tormes na noite de 15 de outubro de 1582 aos 67 anos, e em 1622 foi proclamada santa. O seu segredo foi o amor. Conseguiu fundar mais de trinta e dois mosteiros, além de recuperar o fervor primitivo de muitas carmelitas, juntamente com São João da Cruz. Teve sofrimentos físicos e morais antes de morrer, até que em 1582 disse uma das últimas palavras: “Senhor, sou filha de vossa Igreja. Como filha da Igreja Católica quero morrer”.
No dia 27 de setembro de 1970 o Papa Paulo VI reconheceu-lhe o título de Doutora da Igreja. Sua festa litúrgica é no dia 15 de outubro. Santa Teresa de Ávila é considerada um dos maiores gênios que a humanidade já produziu.
Santa Teresa de Ávila, rogai por nós!
texto/adaptação: Caminhada com Cristo vídeo: Canção Nova
“O Rosário é minha oração preferida. Oração maravilhosa em sua simplicidade e em sua profundidade. Nesta oração repetimos muitas vezes as palavras que a Virgem Maria escutou da boca do anjo e de sua prima Isabel. A estas palavras toda a Igreja se associa”. Estas são as palavras de São João Paulo II que remetem à data celebrada neste dia 7 de outubro, Festa de Nossa Senhora do Rosário.
Foi a própria mãe de Deus quem pediu que essa oração fosse difundida para a obtenção de graças abundantes. Em 1208, a Virgem Maria apareceu a São Domingos de Gusmão para ensinar-lhe a rezar o Rosário e pediu que ele difundisse a devoção desta arma poderosa para vencer os inimigos da fé. Foi por causa deste anúncio do santo que as tropas cristãs, antes da Batalha de Lepanto (7 de outubro de 1571), rezaram o Santo Rosário e venceram os turcos otomanos.
Em agradecimento a Nossa Senhora, o Papa São Pio V instituiu esta data como a Festa de Nossa Senhora das Vitórias e acrescentou o título de “Auxílio dos Cristãos” às ladainhas da Mãe de Deus. Mais tarde, o Papa Gregório III mudou o nome para Festa de Nossa Senhora do Rosário.
Rosário significa “coroa de rosas”. Foi definido por São Pio V como “um modo muito piedoso de oração, ao alcance de todos, que consiste em ir repetindo a saudação que o anjo fez a Maria; intercalando um ‘Pai Nosso’ entre cada dez ‘Ave Marias’ e tratando de ir meditando enquanto isso na vida de Nosso Senhor”.
São João Paulo II, que acrescentou os mistérios luminosos à oração do Santo Rosário, escreveu em sua Carta Apostólica “Rosarium Virginis Mariae” que esta oração “na sua simplicidade e profundidade, permanece, mesmo no terceiro milênio recém iniciado, uma oração de grande significado e destinada a produzir frutos de santidade”.
Ao visitar o Santuário de Pompeia, na Itália, em março de 2015, o Papa Francisco se deteve em oração durante alguns minutos em frente à imagem de Nossa Senhora do Rosário e recitou a “Pequena Súplica”, extraída da histórica oração, composta pelo Beato Bartolo Longo, que, em 1875, levou a imagem ao Santuário de Pompeia. Esta é a oração:
“Virgem do Santo Rosário, Mãe do Redentor, mulher da nossa terra elevada aos céus, humilde serva do Senhor, proclamada Rainha do mundo, do profundo das nossas misérias recorremos a Ti. Com confiança de filhos, contemplamos o teu rosto dulcíssimo.
Coroada por doze estrelas, tu nos conduzes ao mistério do Pai, tu resplandeces de Espírito Santo, tu nos dais o teu Menino divino, Jesus, nossa esperança, única salvação do mundo. Mostrando-nos o teu Rosário, nos convidas a fixar o seu rosto. Tu nos abres o seu coração, abismo de alegria e de dor, de luz e de glória, mistério do Filho de Deus, que se fez homem por nós. Aos teus pés, nas pegadas dos Santos, sentimo-nos família de Deus.
Mãe e modelo da Igreja, tu és nossa guia e sustento seguro. Tu nos tornas um só coração e uma só alma, povo forte a caminho para a pátria do céu. Nós te apresentamos as nossas misérias, os tantos caminhos do ódio e do sangue, as antigas e novas pobrezas, sobretudo os nossos pecados. A ti confiamos, Mãe de Misericórdia! Obtém-nos o perdão de Deus! Ajuda-nos a construir um mundo, segundo o teu coração.
Ó Rosário bendito de Maria, doce corrente que nos liga a Deus; corrente de amor, que nos faz irmãos, não te deixaremos jamais. Nas nossas mãos serás a arma da paz e do perdão, estrela do nosso caminho. O nosso beijo a ti, com o último respiro, nos imergirá em um mar de luz, na visão da amada Mãe e do seu Filho divino, anseio e alegria do nosso coração, com o Pai e o Espírito Santo. Amém”.
Os Carmelitas contemplam aquela que é o ideal de vida carmelita, a Virgem Maria, a quem invocamos com o doce título de Senhora do Carmo; recordando o Monte do Carmo, sítio privilegiado onde a nossa família nasceu.
Quando em 1191 Ricardo I reconquista a Terra Santa, um sem número de cristãos, esquecendo a Europa fixam-se nos Lugares Santos, sobretudo em locais de tradição bíblica. O Monte Carmelo com o seu silêncio, as suas águas vivas, o encanto da vegetação, a vista deliciosa sobre o mar, a solidão que apelava para Deus atraíram muitos desses homens para a beleza deste Monte.
Recordavam-se daquela frase do profeta Jeremias que dizia: «Levar-vos-ei ao Carmo onde saboreareis os seus deliciosos frutos». Recordavam-se do profeta Elias e da nuvenzinha pequenina e frágil que ele vira subir do mar, como símbolo de Maria. E resolveram construir uma capela em honra de Nossa Senhora que passou a ser conhecida, desde o início, como a Senhora do Carmo.
Carmo quer dizer «jardim de Deus», «vinha de Deus». Os carmelitas eram as flores do jardim cuidado e protegido por Maria, eram vinha preciosa que Maria diligente trabalhava para dar frutos apetecíveis.
No ano de 1251, já na Europa, a família do Carmo, é alvo de perseguições de várias proveniências, de dentro e fora da Igreja. S. Simão Stock, VI Geral da Ordem, reza com todos os carmelitas a Maria para que ela lhes acuda.
No dia 16 de Julho, enquanto o Geral reza a oração do Flos Carmeli, vê a Virgem que o anima e lhe promete ajuda, enquanto lhe entrega o Escapulário do Carmo, convidando todos a usá-lo para terem a sua protecção. A partir desta data a devoção à Mãe e Irmã dos carmelitas aumentou dentro e fora da Ordem.
Em Lourdes, Bernardete viu Nossa Senhora várias vezes; a última aparição foi no dia de Nossa Senhora do Carmo, 16 de Julho de 1858. Bernardete declara ter visto nesse dia a Virgem «tão bela e gloriosa como nunca».
Em Fátima, a última aparição, no dia 13 de Outubro de 1917, foi de Nossa Senhora do Carmo. A Ir. Lúcia diz que «por fim lhes apareceu Nossa Senhora do Carmo a abençoar o mundo» e imediatamente se deu o início do milagre do sol.
Muitos santos, depois da aparição de Nossa Senhora do Carmo se quiseram revestir do escapulário ou da medalha para melhor manifestarem o seu amor a Maria e assim serem por Ela protegidos: S. Cláudio de la Colombière, Santo Afonso Maria de Ligório, Santo António Maria Claret, o Santo Cura d’Ars, Santa Bernardete, S. João Bosco, S. Domingos Sávio, S. Gabriel das Dores e um inumerável número de santos. Para já não falar de todos os santos e santas carmelitas, sobretudo Santa Teresa de Jesus e S. João da Cruz que sentiam a maior glória em usar o hábito carmelita da Ordem de Nossa Senhora do Carmo.
Também os papas manifestaram o seu amor ao Escapulário do Carmo. João XXII, no séc. XIV promoveu esta devoção. Nos nossos dias, Leão XIII, Pio XII, João XXIII, Paulo VI e João Paulo II têm manifestado entusiasticamente o seu amor pelo Escapulário e pela devoção a Nossa Senhora do Carmo.
Também os nossos reis, sobretudo os da IV Dinastia, de quem há documentação, usaram o Escapulário e amavam Nossa Senhora do Carmo, a quem tinham muita devoção.
(…)
Desde muito cedo a devoção a Virgem Maria passa a ser, como outros aspectos da vida da Santa, uma experiência dos seus mistérios, quando Deus faz entrar Santa Teresa em contacto com o mistério de Cristo de tudo o que a Ele pertence.
Na experiência mística teresiana do mistério da Virgem há como uma progressiva contemplação e experiência dos momentos mais importantes da vida da Virgem, segundo a narração evangélica.
Vamos agora escutar o que nos diz a Santa Teresa de Jesus nos Conceitos do Amor de Deus (Cap. 6, 7), sobre a Virgem Maria.
SANTA TERESA DE JESUS FALA-NOS DE MARIA.
“Oh segredos de Deus! Aqui não há senão render entendimentos e pensar que para entender as grandezas de Deus, não valem nada. Aqui vem a propósito ajoelharmo-nos como fez a Virgem Nossa Senhora com toda a sabedoria que Deus lhe deu, que perguntou ao anjo quando A saudou: “Como se fará isto?” Em dizendo-lhe: “O Espírito Santo sobrevirá em ti, e a virtude do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra”, não tratou de mais disputas. Como quem tinha grande fé e sabedoria, entendeu logo que, intervindo estas duas coisas, não havia mais que saber nem que duvidar.”
(Conceitos do Amor de Deus, Cap. 6,7).
(…)
Oração Final: Deus todo-poderoso, que, segundo o que anunciaste pelo anjo, quisestes que o teu Filho se encarnara no seio da Virgem Maria, escuta as nossas súplicas e faz que sintamos a proteção da Virgem Maria os que a proclamamos com firmeza Mãe de Deus. Amém.