Papa Bento XVI reafirma que Deus “(…) não é um deus qualquer, ou pior, um ídolo em sociedades materialistas nas quais a idolatria é semelhante à da antiguidade, mas o Deus que se revelou a Moisés, isto é, a Palavra que se fez carne em Jesus.” – Homilia (L”Osservatore Romano – Vaticano)

O artigo “O Papa e o mistério da lua“, escrito por Giovanni Maria Vian, e publicado no L’Osservatore Romano, quando o papa Bento XVI iniciava seu quinto ano de pontificado – em 2009, é atemporal. Fala das reações, muitas vezes desfavoráveis,  à proposição do Papa, em todos os cantos do mundo, além do católico, em “progredir no caminho ecuménico”, e que esta proposta manifesta sua “vontade de amizade e de busca religiosa comum com o povo judaico”, acelerando, conforme o articulista, “o confronto com as outras grandes religiões, com a atenção dirigida sobretudo às raízes culturais; de forma que este confronto dê frutos reais sobre temas concretos, do respeito da liberdade religiosa ao da dignidade da pessoa humana, como acontece agora com os muçulmanos”. Para ele, por esta razão, isto faz com que este procedimento do Papa, por ele considerado “límpido,  seja ignorado e que continue a representar, sobretudo em alguns Países europeus, Bento XVI e os católicos em chave negativa e hostil.”

Dentre do âmbito deste artigo, publico a notícia da morte, no dia de ontem, de uma figura de destaque no Oriente Médio dentro do diálogo inter-religioso entre as religiões monoteístas, intermediado pelo Vaticano – xeique de Al-Azhar, Muhammad Sayyed Tantawi . Na página “Mundo” ela foi replicada. Na página “Mundo Católico”, publico notícias, entre outras, que demonstram  o desenvolvimento das várias crises enfrentadas pela Igreja Católica, dentro de um mundo notoriamente materialista, ou seja, com forte tendência ao relativismo moral, que resulta em indiferença ao Cristianismo na própria esfera do mundo ocidental, e como o Vaticano enfrenta tais dilemas.

Sua morte, já que detinha a presidência do grupo formado pela união de duas iniciativas – Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso e o Comitê Permanente de Al-Azhar para o Diálogo, deve afetar os direcionamentos propostos na última reunião deste grupo. Presidiu o encontro, realizado entre os dias 23 e 24 de fevereiro último, no Cairo. Publiquei as notícias referentes aos apelos dos líderes religiosos frente à violência e morte por motivos religiosos, bem como sobre o encontro presidido pelo xeique falecido ontem –  Muhammad Sayyed Tantawi, presidente do grupo ecumênico. Neste encontro foi definido que na mesma data, em 2011, haverá nova reunião.

Os encontros entre o Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso e o Comitê Permanente de Al-Azhar para o Diálogo  procuram atender aos apelos dos líderes religiosos do Oriente Médio frente aos assassínios de cristãos e de fiéis de outras religiões monoteístas. A violência e a morte de civis têm sido perpetrada por  grupos terroristas em nome da religião, e de grupos para-militares, em todo Oriente Médio. Mas estas ações, que, deliberadamente são de extermínio, incluem o Paquistão, a Índia, em outra faixa do Oriente, além da África onde, cristãos  são perseguidos, sequestrados e assassinados. Para piorar, suas igrejas são queimadas, principalmente, no Quênia, na Somália e Sudão. A única saída é buscarem ajuda entre as comunidades cristãs, principalmente do Quênia, que possuem melhor estrutura para darem abrigo aos cristãos africanos que buscam  por proteção neste país. No entanto, sabemos que as comunidades cristãos do Quênia, em ondas, sofrem também a dor da violência e morte em atentados sob o comando de milícias étnicas, avessas ao Cristianismo. No caso de famílias inteiras que conseguem sobreviver a machetes e queimas de povoados, os missionários católicos e de outras denominações providenciam a fuga para lugares seguros em outros países. Por tais razões há registros de inúmeras mortes de clérigos e religiosas católicos, bem como de líderes cristãos nesta faixa de nosso planeta.

O que podemos fazer como leigos e leigas católicos? Encaminhar contribuições, doações por pequenas que sejam (se possível, mensais) às Ordens ou outras denominações que enfrentam perigos mortais em suas Missões. Elas realizam contemporaneamente, de fato, o que Jesus ordenou: “Ide e evangelizai”.

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11-03-2010
Permalink: http://www.zenit.org/article-24322?l=portuguese

Pêsames do Papa pela morte do xeique de Al-Azhar

Muhammad Sayyed Tantawi foi um impulsor do diálogo com os cristãos

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 11 de março de 2010 (ZENIT.org).- Bento XVI enviou ao xeique Muhammad Abd al-Aziz Wasil, wakil de Al-Azhar, do Cairo (Egito), uma mensagem de condolências pelo falecimento do grande imame e xeique de Al-Azhar, Muhammad Sayyed Tantawi.

O texto foi assinado pelo cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, quem explica que o pontífice, após ter recebido a notícia da repentina morte do xeique, pediu que transmitisse “à sua comunidade e à família do xeique suas mais sentidas condolências”.

O Santo Padre, acrescenta, “recorda a figura relevante deste líder religioso que, durante muitos anos, foi um interlocutor precioso no diálogo entre muçulmanos e cristãos”.

O cardeal Bertone expressa também suas próprias condolências e recorda “com agradecimento o impulso que o falecido xeique deu aos encontros entre o Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso e o Comitê Permanente de Al-Azhar para o Diálogo”, presidido pelo xeique a quem se dirige a mensagem papal.

O último destes encontros aconteceu no Cairo, nos dias 23 e 24 de fevereiro deste ano. O xeique Tantawi recebeu os participantes no final, acolhendo o agradecimento do cardeal Tauran, presidente do dicastério vaticano, por ter condenado os atos de violência que provocaram a morte de 6 cristãos e de um policial muçulmano em Naga Hamadi, durante o Natal ortodoxo, e de ter expressado solidariedade aos familiares das vítimas, reafirmando a igualdade dos direitos e deveres de todos os cidadãos, independentemente da religião que professam.

Naquela ocasião, o xeique Tantawi declarou que havia feito somente aquilo que considerava “seu dever diante daqueles trágicos acontecimentos”.

Publicado em ZENIT.org.

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FONTE : L’Osservatore Romano – Vaticano

O Papa e o mistério da lua

Giovanni Maria Vian

Inicia o quinto ano de pontificado de Bento XVI, eleito com uma rapidez quase sem precedentes pelo conclave mais numeroso que jamais se reuniu. E contudo o novo Papa não celebrou a sua eleição com tons triunfais, e na homilia da missa inaugural do seu serviço como Bispo de Roma pronunciou uma frase surpreendente: “Rezai por mim, para que eu não fuja, por receio, diante dos lobos”. Uma imagem forte, cujo significado se compreende sobretudo nestes últimos meses atormentados.

Conhecedor da tradição, o Pontífice sabe que as vicissitudes da Igreja neste mundo são como as fases alternadas da lua, que continuamente cresce e decresce, cujo esplendor depende da luz do sol, ou seja, de Cristo. Assim, o mistério da lua descrito pelos antigos autores cristãos é o da Igreja, muitas vezes perseguida, com frequência obscurecida pela sujidade por causa dos pecados de muitos dos seus filhos, tal como Joseph Ratzinger denunciou pouco antes da sua eleição, mas que cresce sempre de novo, iluminada pelo seu Senhor. Levar e mostrar a luz de Cristo à obscuridade do mundo como fez várias vezes o Bispo de Roma no escuro inicial da vigília pascal, com um gesto repetido em todos os recantos da terra é a tarefa essencial do Papa.

Consciente de que em muitos Países, também nos de longa tradição cristã, esta luz corre o risco de se apagar, como escreveu na última carta aos bispos. Confirmando, com tonalidades de dolorosa admiração perante o falseamento dos factos, as prioridades menosprezadas do seu pontificado. Antes de tudo, o testemunho e o anúncio de que Deus não está distante de cada pessoa humana e que é verdadeiramente, como repetem incessantemente as liturgias orientais, amigo dos homens. Por isso Bento XVI pede para não excluir o transcendente do horizonte da história, por isso pede com a mesma confiança dos seus predecessores para não se fechar pelo menos à possibilidade, razoável, de Deus. Que não é um deus qualquer ou, pior, um ídolo em sociedades materialistas nas quais a idolatria é semelhante à da antiguidade mas o Deus que se revelou a Moisés, isto é, a Palavra que se fez carne em Jesus. Para falar de Deus, Bento XVI celebra-o na liturgia e explica-o como poucos bispos de Roma souberam fazer, solícito da paz na Igreja que deseja restabelecer, como fez com uma oferta de misericórdia e de reconciliação que está em perfeita continuidade com o Vaticano II em relação aos bispos lefebvrianos.

Por isso o Papa deseja progredir no caminho ecuménico, por isso confirmou a vontade de amizade e de busca religiosa comum com o povo judaico, por isso acelera o confronto com as outras grandes religiões, com a atenção dirigida sobretudo às raízes culturais; de forma que este confronto dê frutos reais sobre temas concretos, do respeito da liberdade religiosa ao da dignidade da pessoa humana, como acontece agora com os muçulmanos. Então fere que este proceder límpido seja ignorado e se continue a representar, sobretudo em alguns Países europeus, Bento XVI e os católicos em chave negativa e hostil. Como aconteceu com o obscurecimento da viagem em África e com o silêncio mediático face às homilias pascais. Mas o Papa não tem medo dos lobos. E não está sozinho porque é apoiado pelas orações da Igreja. Que, como a lua, sempre tira a sua luz do sol.

(Vaticano – 25.04.2009)

Publicado em L’Osservatore Romano.

Dom Orani Tempesta afirma: “Os cristãos ‘participam na vida pública como cidadãos’. A Igreja venera entre os seus Santos numerosos homens e mulheres que serviram a Deus através do seu generoso empenho nas atividades políticas e de governo. Também os políticos podem ser santos!” – Artigo publicado no novo site da CNBB (03.03.2010)

"Movimentos: evangelizar a cultura, com testemunho de santidade, oração e formação!" É o que pede no Brasil o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada - Província Franciscana Nossa Senhora da Assunção - Bacabal - MA

Fonte/imagem/notícia: http://www.franciscanosmapi.org.br/ – Publicado em 18/12/2008 – Atualizado em 07.03.2010.

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Fonte: CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – “Artigos dos Bispos”

O nosso futuro

Qua, 03 de Março de 2010

A nossa Conferência Episcopal, ecoando um grito de todo o nosso povo, aprovou, coletou assinaturas e entregou ao Congresso Nacional o projeto de lei popular denominado “Ficha Limpa”. É uma iniciativa da Igreja em conjunto com o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, congregando mais de 50 organizações da sociedade civil.

É interessante que quando foi iniciado o processo houve muitas pressões para que não ocorresse. É claro que ele indica uma direção que a sociedade está tentando encontrar para que o nosso processo político seja mais transparente e possa dar frutos democraticamente para o bem social e justo do nosso país. Estamos todos aguardando os passos que os nossos legisladores irão dar para a aprovação desse projeto de lei.

Nas eleições (que a cada dois anos acontece), as tensões políticas acirram os ânimos com as várias denúncias, e ocorre também uma certa paralisia das instituições que começam desde o início a disputa, e com as leis eleitorais, a partir da metade do ano, os projetos e iniciativas são cerceados justamente para tentar barrar aproveitadores da situação, mas que, ao mesmo tempo, emperram a caminhada das instituições e a caminhada do país.

A nossa Conferência Episcopal tem intensificado o seu trabalho em favor de uma verdadeira política para atender aos anseios da população, que necessita de verdadeiras políticas para a educação, saúde, trabalho, habitação, cultura, lazer, em uma sociedade que se privilegia o capital em detrimento à pessoa humana.

Os cristãos “participam na vida pública como cidadãos”. A Igreja venera entre os seus Santos numerosos homens e mulheres que serviram a Deus através do seu generoso empenho nas atividades políticas e de governo. Também os políticos podem ser santos!

As sociedades democráticas atuais, onde, louvavelmente, todos participam na gestão da coisa pública num clima de verdadeira liberdade, exigem novas e mais amplas formas de participação na vida pública da parte dos cidadãos, cristãos e não cristãos. Todos podem, de fato, contribuir através do voto na eleição dos legisladores e dos governantes e, também de outras formas na definição das orientações políticas e das opções legislativas que, no seu entender, melhor promovam o bem comum. Num sistema político democrático, a vida não poderia processar-se de maneira profícua sem o envolvimento ativo, responsável e generoso de todos, “mesmo na diversidade e complementaridade de formas, níveis, funções e responsabilidades”.

Nossa “polis” encontra-se hoje dentro de um processo cultural complexo, que evidencia o fim de uma época e a incerteza relativamente à nova que desponta no horizonte. As grandes conquistas de que se é espectadores obrigam a rever o caminho positivo que a humanidade percorreu no progresso e na conquista de condições de vida mais humanas. Constata-se hoje certo relativismo cultural, que apresenta sinais evidentes da sua presença quando teoriza e defende um pluralismo ético que sanciona a decadência e a dissolução da razão e dos princípios da lei moral natural.

Do concreto da realização e da diversidade das circunstâncias brota necessariamente a pluralidade de orientações e de soluções, que, porém, devem ser moralmente aceitáveis. Não cabe à Igreja formular soluções concretas – e muito menos soluções únicas – para questões temporais, que Deus deixou ao juízo livre e responsável de cada um, embora seja seu direito e dever pronunciar juízos morais sobre realidades temporais, quando a fé ou a lei moral o exijam. Se o cristão é obrigado a “admitir a legítima multiplicidade e diversidade das opções temporais”, é igualmente chamado a discordar de uma concepção do pluralismo em chave de relativismo moral, nociva à própria vida democrática, que tem necessidade de bases verdadeiras e sólidas, ou seja, de princípios éticos que, por sua natureza e função de fundamento da vida social, não são “negociáveis”.

A busca da verdade e do bem comum faz com que muitas vezes as nossas posições sejam confundidas com as de outros que também defendem posições parecidas em alguns campos, mas contrários aos princípios cristãos em outra realidade. Isso ocorre nos dois lados do processo político, e a Igreja sempre sofre por tomar posições que, se de um lado podem assemelhar-se a de outros grupos, no entanto faz parte de uma totalidade de mentalidade que contradiz outras situações. Estamos sempre em “companhias” que os adversários não aceitam e que outros aplaudem e vice-versa.

A fé em Jesus Cristo, que Se definiu a Si mesmo “o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6), nos indica o esforço de nos empenharmos mais decididamente na construção de uma cultura que, inspirada no Evangelho, proponha o patrimônio de valores e conteúdos da Tradição cristã e católica, que no fundo são os valores verdadeiros da pessoa humana.

Porém, é insuficiente e redutivo pensar que o empenho social dos católicos possa limitar-se a uma simples transformação das estruturas, porque, não existindo na sua base uma cultura capaz de acolher, justificar e projetar as instâncias que derivam da fé e da moral, as transformações apoiar-se-iam sempre em alicerces frágeis.

A fé não pretende manietar num esquema rígido os conteúdos sociopolíticos, bem sabendo que a dimensão histórica em que o homem vive impõe que se admita a existência de situações não perfeitas e, em muitos casos, em rápida mudança. Neste âmbito, há que recusar as posições políticas e os comportamentos que se inspiram numa visão utópica que, ao transformar a tradição da fé bíblica numa espécie de profetismo sem Deus, instrumentaliza a mensagem religiosa, orientando a consciência para uma esperança unicamente terrena que anula ou redimensiona a tensão cristã para a vida eterna. Isso não significa uma alienação das realidades do mundo, nem tampouco excluir essas preocupações, mas, pelo contrário, dar o verdadeiro peso das realidades humanas com as quais nos comprometemos justamente por causa do Reino dos Céus.

Assim, o político que professa a fé católica é aquele que, acima dos programas partidários, tem um compromisso inalienável com os aspectos da unidade de vida do cristão: a coerência entre a fé e a vida, entre o evangelho e a cultura. O Concílio Vaticano II exorta os fiéis “a cumprirem fielmente os seus deveres temporais, deixando-se conduzir pelo espírito do evangelho. Afastam-se da verdade aqueles que, pretextando que não temos aqui cidade permanente, pois demandamos a futura, creem poder, por isso mesmo, descurar as suas tarefas temporais sem se darem conta de que a própria fé, de acordo com a vocação de cada um, os obriga a um mais perfeito cumprimento delas”. Queiram os fiéis “poder exercer as suas atividades terrenas, unindo numa síntese vital todos os esforços humanos, familiares, profissionais, científicos e técnicos, com os valores religiosos, sob cuja altíssima jerarquia tudo coopera para a glória de Deus”.

Que neste ano eleitoral os católicos olhem bem a trajetória política de seus candidatos, para os valores que defende ou aprova, verifique se o tipo de sociedade que ele projeta é realmente o mundo que queremos viver e entregar aos nossos descendentes, se ele sabe utilizar os bens públicos para o bem do povo, e tenham a coragem de votar em candidatos de acordo com a nossa iluminada consciência bem formada.

Dom Orani João Tempesta

Publicado em “Artigos dos Bispos” – Site da CNBB.

Cáritas Chile aciona rede local nas 23 dioceses para ajuda de emergência diante de terremoto devastador que já atingiu o número de 711 mortos (Agência Zenit – Roma – 01.03.2010)

Así quedó la zona conocida como Pelluhue, en Chile, tras el terremoto y el tsunami que azotaron al país.

Fonte: http://www.elespectador.com/noticias/elmundo/articulo190533-chile-el-tsunami-causo-mas-muertes-el-terremotoPor: M. Délano, Santiago de Chile / El País de España

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Fonte: Agência Zenit – Roma – http://www.zenit.org/article-24224?l=portuguese

Chile: ajuda da Igreja chega às vítimas do terremoto

Tempo de oração e união, diz presidente do episcopado

SANTIAGO, segunda-feira, 1º de março de 2010 (ZENIT.org).- “É tempo de oração e de nos unirmos como família que somos”, afirmou Dom Alejandro Goic, presidente da Conferência Episcopal do Chile, após o terremoto de sábado.

Cáritas Chile se mobilizou, através de sua rede local presente nas 23 dioceses desse país andino, para prestar ajuda de emergência às vítimas do devastador sismo que deixou ao menos 711 mortos. As missas desse domingo foram uma oração conjunta do país a favor das vítimas e seus entes queridos.

Segundo informa o diretor da Cáritas nacional, Lorenzo Figueroa, a entidade assistencial está-se coordenando com o governo e outras organizações civis “para estabelecer uma rede nacional de ajuda que nos permita superar as grandes dificuldades que temos nas comunicações”.

“Cáritas Chile está recolhendo alimentos em todo o país para enviá-los imediatamente às comunidades que ficaram mais danificadas pelo terremoto e onde já começa a se registrar escassez de produtos de primeira necessidade”, afirma Lorenzo.

“Neste momento, todos os nossos sistemas de comunicação interna e nossa capacidade logística para armazenamento e distribuição da ajuda estão completamente operativos”, acrescentou, ao tempo que reconhece que dada “a magnitude e alcance da catástrofe, que afetou as regiões mais pobres do país, será necessário apoio da rede Cáritas, ainda que, sobretudo, do que mais necessitamos é esperança para nosso atribulado povo”.

Dom Goic confirmou que todas as paróquias e centros locais de Cáritas no Chile estão somando esforços para atender as vítimas desta catástrofe, e informou que tanto em Maule como em Bio Bio, as regiões mais afetadas, os voluntários das paróquias já começaram a distribuir ajuda.

Cáritas Internationalis enviou a Santiago do Chile uma equipe de especialistas com objetivo de colaborar nas operações de ajuda às vítimas. Entre os membros da equipe figura o diretor de assuntos humanitários da Cáritas Internacionalis, Alistair Dutton, que viaja ao Chile desde o Haiti, assim como os membros da equipe de resgate da Cáritas México, que há algumas semanas participaram nos trabalhos de resgate de vítimas em Porto Príncipe. (Agência Zenit -01.03.2010)

Mensagem para a Quaresma de 2010: “A justiça de Deus está manifestada mediante a fé em Jesus Cristo” – Papa Bento XVI (OCDS – Província N.Sra. do Carmo – Sul – Brasil)

Fonte: Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares (OCDS) – Comunidade Santa Teresa – Província Nossa Senhora do Carmo – Sul – Brasil

MENSAGEM PARA A QUARESMA

MENSAGEM DE SUA SANTIDADE,  O PAPA BENTO XVI, PARA A QUARESMA DE 2010

A justiça de Deus está manifestada mediante a fé em Jesus Cristo”
(cf. Rom 3, 21–22 )

Queridos irmãos e irmãs,

“Todos os anos, por ocasião da Quaresma, a Igreja convida-nos a uma revisão sincera da nossa vida á luz dos ensinamentos evangélicos . Este ano desejaria propor-vos algumas reflexões sobre o tema vasto da justiça, partindo da afirmação Paulina: A justiça de Deus está manifestada mediante a fé em Jesus Cristo (cf. Rom 3,21 – 22 ).

Detenho-me em primeiro lugar sobre o significado da palavra “justiça” que na linguagem comum implica “dar a cada um o que é seu – dare cuique suum”, segundo a conhecida expressão de Ulpiano, jurista romana do século III. Porém, na realidade, tal definição clássica não precisa em que é que consiste aquele “suo” que se deve assegurar a cada um. Aquilo de que o homem mais precisa não lhe pode ser garantido por lei. Para gozar de uma existência em plenitude, precisa de algo mais íntimo que lhe pode ser concedido somente gratuitamente: poderíamos dizer que o homem vive daquele amor que só Deus lhe pode comunicar, tendo-o criado à sua imagem e semelhança. (…)

De onde vem a injustiça?

O evangelista Marcos refere as seguintes palavras de Jesus, que se inserem no debate de então acerca do que é puro e impuro: “Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa tornar impuro. Mas o que sai do homem, isso é que o torna impuro. Porque é do interior do coração dos homens, que saem os maus pensamentos” (Mc 7,14-15.20-21). Para além da questão imediata relativo ao alimento, podemos entrever nas reações dos fariseus uma tentação permanente do homem: individuar a origem do mal numa causa exterior.

Muitas das ideologias modernas, a bem ver, têm este pressuposto: visto que a injustiça vem “de fora”, para que reine a justiça é suficiente remover as causas externas que impedem a sua atuação: Esta maneira de pensar – admoesta Jesus – é ingênua e míope. A injustiça, fruto do mal , não tem raízes exclusivamente externas; tem origem no coração do homem, onde se encontram os germes de uma misteriosa conivência com o mal. Reconhece-o com amargura o Salmista:”Eis que eu nasci na culpa, e a minha mãe concebeu-se no pecado” (Sl. 51,7). Sim, o homem torna-se frágil por um impulso profundo, que o mortifica na capacidade de entrar em comunhão com o outro.

Para entrar na justiça é portanto necessário sair daquela ilusão de auto–suficiência , daquele estado profundo de fechamento, que á a própria origem da injustiça. Por outras palavras, é necessário um “êxodo” mais profundo do que aquele que Deus efetuou com Moisés, uma libertação do coração, que a palavra da Lei, sozinha, é impotente a realizar. (…)

Qual é portanto a justiça de Cristo? É antes de mais a justiça que vem da graça, onde não é o homem que repara, que cura si mesmo e os outros. O fato de que a “expiação” se verifique no “sangue” de Jesus significa que não são os sacrifícios do homem a libertá-lo do peso das suas culpas, mas o gesto do amor de Deus que se abre até ao extremo, até fazer passar em si “ a maldição” que toca ao homem, para lhe transmitir em troca a “bênção” que toca a Deus (cf. Gal 3,13-14). (…)

Converter-se a Cristo, acreditar no Evangelho, no fundo significa precisamente isto: sair da ilusão da auto-suficiência para descobrir e aceitar a própria indigência – indigência dos outros e de Deus, exigência do seu perdão e da sua amizade.

Compreende-se então como a fé não é um fato natural, cômodo, obvio: é  necessário humildade para aceitar que se precisa que um Outro me liberte do “meu”, para me dar gratuitamente o “seu”. Isto acontece particularmente nos sacramentos da Penitencia e da Eucaristia. Graças á ação de Cristo, nós podemos entrar na justiça “ maior”, que é aquela do amor (cf. Rom 13,8-10), a justiça de quem se sente em todo o caso sempre mais devedor do que credor, porque recebeu mais do que aquilo que poderia esperar.

Precisamente fortalecido por esta experiência, o cristão é levado a contribuir para a formação de sociedades justas, onde todos recebem o necessário para viver segundo a própria dignidade de homem e onde a justiça é vivificada pelo amor.

Queridos irmãos e irmãs, a Quaresma culmina no Tríduo Pascal, no qual também este ano celebraremos a justiça divina, que é plenitude de caridade, de dom, de salvação. Que este tempo penitencial seja para cada cristão tempo de autentica conversão e de conhecimento intenso do mistério de Cristo, que veio para realizar a justiça. Com estes sentimentos, a todos concedo de coração, a Bênção Apostólica.”

BENEDICTUS PP. XVI

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Leia a mensagem completa no site da Comunidade Santa Teresa.

Postado por Comunidade Santa Teresa – OCDS – Província Nossa Senhora do Carmo – Sul – Brasil.

Papa Bento XVI em mensagem na reza do Angelus salienta a atuação de São Francisco de Sales, no dia de sua memória litúrgica- 24 de janeiro: “Dedicou-se com grande fruto à pregação e formação espiritual dos fiéis, ensinando que o chamado à santidade é para todos e que cada um – como diz São Paulo em sua comparação com o corpo – tem seu lugar na Igreja.” (Agência ZENIT – Roma)

São Francisco de Sales, doutor da Igreja

Fonte/imagem/biografia: Franciscanos – Província Franciscana da Imaculada Conceição – São Paulo

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Transcrevo excerto da mensagem proferida durante a reza do Angelus pelo Papa Bento XVI, por ocasião do 44º Dia das Comunicações Sociais, em que fala de São Francisco de Sales e sua relevância no contexto do revigoramento da evangelização católica entre meados de 1590 até seu falecimento em 1622. A mensagem papal é proferida a cada ano no dia 24 de Janeiro, quando celebramos a memória litúrgica de São Francisco de Sales – santo padroeiro dos jornalistas e da imprensa católica.

A bênção final de Bento XVI também revigora nossa atuação como jornalistas católicos, através dos meios que dispomos, tal como o fez nosso protetor São Francisco de Sales à sua época. Este, através de  “panfletinhos” conquistou milhares de cristãos que, há quase cem anos estavam afastados da fé católica.

São Francisco de Sales interceda junto a Nosso Jenhor Jesus Cristo para que tenhamos a coragem de dar nosso testemunho, através de nossas atividades, tendo o Bem em vista em todas as circunstâncias, e decididamente, evitando a propagação, ou seja, a banalização do mal. Amém.

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Fonte/imagem: Província Capuchinha Nossa Senhora do Carmo (OFMCap) - MA, PA, AP

Papa Bento XVI: “(…)Por fim, queridos amigos, gostaria de recordar a figura de São Francisco de Sales, cuja memória litúrgica é celebrada em 24 de janeiro. Nascido em Sabóia, em 1567, estudou direito em Pádua e em Paris e, chamado pelo Senhor, tornou-se sacerdote. Dedicou-se com grande fruto à pregação e formação espiritual dos fiéis, ensinando que o chamado à santidade é para todos e que cada um – como diz São Paulo em sua comparação com o corpo – tem seu lugar na Igreja. São Francisco de Sales é o santo padroeiro dos jornalistas e da imprensa católica.

À sua assistência espiritual, confio a Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que assino todos os anos nesta ocasião, e que foi há pouco divulgada no Vaticano.

Que a Virgem Maria, Mãe da Igreja, permita-nos a progredir sempre em comunhão, para transmitir a beleza de ser algo único, na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” (24.01.2010)

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Fonte: Agência ZENIT http://zenit.org/article-23892?l=portuguese

Bento XVI: Igreja, organismo rico e vital, não uniforme

Intervenção com motivo do Angelus

CIDADE DO VATICANO, domingo, 24 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).- Publicamos as palavras que Bento XVI dirigiu este domingo, ao rezar o Angelus com os peregrinos na Praça de São Pedro.

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“Caros irmãos e irmãs!

Dentre as leituras bíblicas da liturgia de hoje, há o célebre texto da Primeira Carta aos Coríntios, na qual São Paulo compara a Igreja ao corpo humano. Assim escreve o apóstolo: “Como o corpo é um, embora tenha muitos membros, e como todos os membros do corpo, embora sejam muitos, formam um só corpo, assim também acontece com Cristo. De fato, todos nós, judeus ou gregos, escravos ou livres, fomos batizados num só Espírito, para formarmos um só corpo, e todos nós bebemos de um único Espírito” (1 Cor 12,12-13). A Igreja é concebida como um corpo, do qual Cristo é a cabeça, e que com Ele constitui um todo. Todavia, o que o apóstolo pretende comunicar é a ideia de unidade na multiplicidade dos carismas, que são os dons do Espírito Santo. Graças a estes, a Igreja se apresenta como um organismo rico e vital, não uniforme, fruto do único Espírito que conduz a todos a uma unidade profunda, assumindo a diversidade sem a abolir, e realizando assim um conjunto harmonioso. Ela prolonga através da história a presença do Senhor ressuscitado, em particular por meio dos sacramentos, da Palavra de Deus, dos carismas e ministérios distribuídos pela comunidade. Portanto, é precisamente em Cristo e no Espírito que a Igreja é una e santa, isto é, numa comunhão íntima que transcende as capacidades humanas e as sustenta.

Gosto de sublinhar este aspecto no momento em que vivemos a “Semana de oração pela unidade dos cristãos”, que se conclui amanhã, ocasião da Festa de Conversão de São Paulo. Seguindo a tradição, celebrarei, durante a tarde, a Oração das Vésperas do lado de fora da Basílica de São Paulo, com a participação de representantes de outras Igrejas e Comunidades eclesiais de Roma.

Invocaremos ao Senhor o dom da plena unidade entre todos os discípulos de Cristo, e em particular, de acordo com o tema deste ano, renovaremos nosso empenho em sermos, conjuntamente, testemunhas do Cristo crucificado e ressuscitado (cfr Lc 24,48). A comunhão dos cristãos, de fato, confere credibilidade e torna mais eficaz o anúncio do Evangelho, conforme afirmou o próprio Jesus, ao orar ao Pai na vigília de sua morte: “Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim, e eu em ti. Que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia” (Gv 17,21).

Por fim, queridos amigos, gostaria de recordar a figura de São Francisco de Sales, cuja memória litúrgica é celebrada em 24 de janeiro. Nascido em Sabóia, em 1567, estudou direito em Pádua e em Paris e, chamado pelo Senhor, tornou-se sacerdote. Dedicou-se com grande fruto à pregação e formação espiritual dos fiéis, ensinando que o chamado à santidade é para todos e que cada um – como diz São Paulo em sua comparação com o corpo – tem seu lugar na Igreja. São Francisco de Sales é o santo padroeiro dos jornalistas e da imprensa católica.

À sua assistência espiritual, confio a Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que assino todos os anos nesta ocasião, e que foi há pouco divulgada no Vaticano.

Que a Virgem Maria, Mãe da Igreja, permita-nos a progredir sempre em comunhão, para transmitir a beleza de ser algo único, na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo.”

[Traduzido por ZENIT

© Libreria Editrice Vaticana]

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Fonte: Agência Ecclesia (Agência de Notícias da Igreja Católica em Portugal) – http://agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=77039

Vaticano lembra «Igreja que não é notícia»

Um editorial do jornal do Vaticano, “L’Osservatore Romano”, questiona o motivo pelo qual a imprensa não eclesial ignorou o assassinato de 37 missionários em 2009.

“Nos últimos dez anos nunca foi alcançado um número assim tão alto, e a cifra não é definitiva porque provavelmente outras mortes não tiveram repercussão”, escreve o jornal na edição de 4-5 de Janeiro.

De acordo com o editorial, a notícia não teve relevo porque contradiz a imagem dominante da Igreja nos meios de comunicação social: “uma estrutura rica e potente, que quer impor as suas leis também a quem não se sente parte do universo católico, uma oligarquia que é incapaz de entender como o mundo mudou”.

A generalidade dos media considera que a Igreja é uma instituição antiga e rígida, ignorando ou esquecendo que é composta por pessoas seriamente comprometidas com uma missão difícil, e muitas vezes perigosa, “que perdem a vida por causa dessa escolha de caridade corajosa”, lê-se no artigo assinado pela professora Lucetta Scaraffia, docente de História Contemporânea da Universidade La Sapienza, de Roma.

”Sem armas, e frequentemente com pouquíssimos meios, os missionários mártires testemunham que outro mundo é possível, um mundo de solidariedade e verdade, de amor gratuito. E isso já é suficiente para torná-los um alvo mortal”, destaca o Osservatore Romano, citando as histórias dos padres mortos por morarem e actuarem sem protecção em regiões violentas.

Tratam-se de “locais pouco visitados e que poderiam ser definidos como estando abandonados por Deus, mas onde os missionários estão presentes para provar que Deus jamais abandona alguém”, assinala o jornal. “Esta é a verdadeira Igreja, aquela que não faz notícia”, conclui o editorial.

Com Rádio Vaticano
Internacional | Agência Ecclesia | 2010-01-05 | 13:58:53 | Santa Sé

«Fazei, Senhor – reza Hilário, movido pela inspiração – que me mantenha sempre fiel ao que professei no símbolo de minha regeneração, quando fui batizado no Pai, no Filho e no Espírito Santo. Que eu vos adore, Pai nosso, e junto a vós, o vosso Filho; que seja merecedor do vosso Espírito Santo, que procede de vós através do vosso Unigênito… Amém» («De Trinitate» 12, 57) – Santo Hilário de Poitiers (Catequese – +367 d.C) – Homilia do Papa Bento XVI – Memória litúrgica – 13 de janeiro

Santo Hilário de Poitiers, Bispo, confessor e doutor da Igreja (+ 367)
Lutou tenazmente contra os hereges arianos, que negavam a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Foi por isso chamado “o Atanásio do Ocidente”. Como Santo Atanásio foi perseguido e exilado. Escreveu numerosos livros sobre a Santíssima Trindade.

Fonte: http://www.pastoraldafamilia.com.br/temas/santosesantas/janeiro.htm

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Fonte: Apostolado Veritatis Splendor

SANTO HILÁRIO DE POITIERS

Por Papa Bento XVI

Tradução: Zenit

Fonte: Vaticano/Zenit

Queridos irmãos e irmãs:

Hoje quero falar de um grande padre da Igreja do Ocidente, Santo Hilário de Poitiers, uma das grandes figuras de bispos do século IV. Ante os arianos, que consideravam o Filho de Deus como uma criatura, ainda que excelente, mas só uma criatura, Hilário consagrou toda sua vida à defesa da fé na divindade de Jesus Cristo, Filho de Deus e Deus como o Pai, que o gerou desde a eternidade.

Não contamos com dados seguros sobre a maior parte da vida de Hilário. As fontes antigas dizem que nasceu em Poitiers, provavelmente por volta do ano 310. De família acomodada, recebeu uma formação literária, que pode reconhecer-se com clareza em seus escritos. Parece que não foi criado em um ambiente cristão. Ele mesmo nos fala de um caminho de busca da verdade, que o levou pouco a pouco ao reconhecimento do Deus criador e do Deus encarnado, morto para dar-nos a vida eterna. Batizado por volta do ano 345, foi eleito bispo de sua cidade natal em torno de 353-354.

Nos anos seguintes, Hilário escreveu sua primeira obra, o «Comentário ao Evangelho de Mateus». Trata-se do comentário mais antigo em latim que nos chegou desse Evangelho. No ano 356, ele assistiu como bispo ao sínodo de Béziers, no sul da França, o «sínodo dos falsos apóstolos», como ele mesmo o chama, pois a assembléia estava dominada por bispos filoarianos, que negavam a divindade de Jesus Cristo. Estes «falsos apóstolos» pediram ao imperador Constâncio que condenasse ao exílio o bispo de Poitiers. Dessa forma, Hilário se viu obrigado a abandonar a Gália no verão do ano 356.

Exilado na Frígia, na atual Turquia, Hilário entrou em contato com um contexto religioso totalmente dominado pelo arianismo. Também lá sua solicitude como pastor o levou a trabalhar sem descanso a favor do restabelecimento da unidade da Igreja, baseando-se na reta fé formulada pelo Concílio de Nicéia. Com este objetivo, empreendeu a redação de sua obra dogmática mais importante e conhecida: o «De Trinitate» (sobre a Trindade).

Nela, Hilário expõe seu caminho pessoal para o conhecimento de Deus e se preocupa por mostrar que a Escritura testifica claramente a divindade do Filho e sua igualdade com o Pai não só no Novo Testamento, mas também em muitas páginas do Antigo Testamento, nas quais já se apresenta o mistério de Cristo. Ante os arianos, insiste na verdade dos nomes do Pai e do Filho e desenvolve toda sua teologia trinitária partindo da fórmula do Batismo que o próprio Senhor nos entregou: «em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo».

O Pai e o Filho são da mesma natureza. E ainda que algumas passagens do Novo Testamento poderiam levar a pensar que o Filho é inferior ao Pai, Hilário oferece regras precisas para evitar interpretações equívocas: alguns textos da Escritura falam de Jesus como Deus, outros sublinham sua humanidade. Alguns se referem a Ele em sua pré-existência junto ao Pai; outros levam em consideração o estado de abaixamento («kénosis»), sua descida até a morte; outros, por último, o contemplam na glória da ressurreição.

Nos anos de seu exílio, Hilário escreveu também o «Livro dos Sínodos», no qual reproduz e comenta para os irmãos bispos da Gália as confissões de fé e outros documentos de sínodos reunidos no Oriente ao redor da metade do século IV. Sempre firme na oposição aos arianos radicais, Santo Hilário se assemelha ao Pai na essência, naturalmente tentando levá-los sempre para a plena fé, segundo a qual não se dá só uma semelhança, mas uma verdadeira igualdade entre o Pai e o Filho na divindade.

Isso também nos parece característico: seu espírito de conciliação trata de compreender quem ainda não chegou à verdade plena e os ajuda, com grande inteligência teológica, a alcançar a plena fé na verdadeira divindade do Senhor Jesus Cristo.

No ano 360 ou 361, Hilário pôde finalmente regressar do exílio à sua pátria e imediatamente voltou a empreender a atividade pastoral em sua Igreja, mas o influxo de seu magistério se estendeu, de fato, muito além dos confins da mesma.

Um sínodo celebrado em Paris no ano 360 ou 361 retomou a linguagem do Concílio de Nicéia. Alguns autores antigos consideram que esta mudança antiariana do episcopado da Gália se deveu em boa parte à fortaleza e mansidão do bispo de Poitiers.

Esta era precisamente sua qualidade: conjugar a fortaleza na fé com a mansidão na relação interpessoal. Nos últimos anos de sua vida, ele compôs os «Tratados sobre os Salmos», um comentário a 58 salmos, interpretados segundo o princípio sublinhado na introdução: «Não cabe dúvida de que todas as coisas que se dizem nos salmos devem ser entendidas segundo o anúncio evangélico, de forma que, independentemente da voz com a qual o espírito profético falou, tudo se refere ao conhecimento da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, encarnação, paixão e reino, e à glória e potência de nossa ressurreição» («Instructio Psalmorum» 5).

Ele vê em todos os salmos esta transparência do mistério de Cristo e de seu Corpo, que é a Igreja. Em várias ocasiões, Hilário se encontrou com São Martinho: precisamente o futuro bispo de Tours fundou um mosteiro perto de Poitiers, que ainda existe hoje. Hilário faleceu no ano 367. Sua memória litúrgica é celebrada em 13 de janeiro. Em 1851, o beato Pio IX o proclamou doutor da Igreja.

Para resumir o essencial de sua doutrina, quero dizer que o ponto de partida da reflexão teológica de Hilário é a fé batismal. Em «De Trinitate», Hilário escreve: Jesus «mandou batizar ‘em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo’ (cf. Mateus 28, 19), ou seja, confessando o Autor, o Unigênito e o Dom. Só há um Autor de todas as coisas, pois só há um Deus Pai, de quem tudo procede. E um só Senhor nosso, Jesus Cristo, por quem tudo foi feito (I Coríntios 8, 6), e um só Espírito (Efésios 4, 4), dom em todos… Não se pode encontrar nada que falte a uma plenitude tão grande, na qual convergem no Pai, no Filho e no Espírito Santo a imensidão no Eterno, a revelação na Imagem, a alegria no Dom» («De Trinitate» 2, 1).

Deus Pai, sendo todo amor, é capaz de comunicar em plenitude sua divindade ao Filho. Considero particularmente bela esta formulação de Santo Hilário: «Deus só sabe ser amor, e só sabe ser Pai. E quem ama não é invejoso, e quem é Pai o é totalmente. Este nome não admite compromissos, como se Deus só fosse Pai em certos aspectos e em outros não» (ibidem 9, 61).

Por este motivo, o Filho é plenamente Deus sem falta ou diminuição alguma: «Quem procede do perfeito é perfeito, porque quem tem tudo lhe deu tudo» (ibidem 2, 8). Só em Cristo, Filho de Deus e Filho do homem, a humanidade encontra a salvação. Assumindo a natureza humana, uniu consigo todo homem; Ele «se tornou a carne de todos nós» («Tractatus in Psalmos» 54, 9); «assumiu a natureza de toda carne e, convertido assim na videira verdadeira, é a raiz de todo ramo» (ibidem 51, 16).

Precisamente por este motivo o caminho para Cristo está aberto a todos, porque Ele atraiu todos em seu ser homem, ainda que sempre seja necessária a conversão pessoal: «Através da relação com sua carne, o acesso a Cristo está aberto a todos, com a condição de que deixem para trás o homem velho (cf. Efésios 4, 22) e o encravem em sua cruz (cf. Colossenses 2, 14); com a condição de que abandonem as obras de antes e se convertam para ficar sepultados com Ele em seu batismo, frente à vida (cf. Colossenses 1, 12; Romanos 6, 4)» (Ibidem 91, 9).

A fidelidade a Deus é um dom de sua graça. Por isso, Santo Hilário pede ao final de seu tratado sobre a Trindade poder manter-se sempre fiel à fé do batismo. É uma característica deste livro: a reflexão se transforma em oração e a oração se torna reflexão. Todo o livro é um diálogo com Deus. Quero concluir a catequese de hoje com uma dessas orações, que se converte também em oração nossa: «Fazei, Senhor – reza Hilário, movido pela inspiração – que me mantenha sempre fiel ao que professei no símbolo de minha regeneração, quando fui batizado no Pai, no Filho e no Espírito Santo. Que eu vos adore, Pai nosso, e junto a vós, o vosso Filho; que seja merecedor do vosso Espírito Santo, que procede de vós através do vosso Unigênito… Amém» («De Trinitate» 12, 57).

Todos os artigos disponíveis neste sítio são de livre cópia e difusão deste que sempre sejam citados a fonte e o(s) autor(es).

Para citar este artigo:

PAPA, Bento XVI. Apostolado Veritatis Splendor: SANTO HILÁRIO DE POITIERS. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/4999. Desde 23/06/2008.

“As crianças encontram novos caminhos” é o lema da campanha deste ano, que nas dioceses alemãs, verá novamente cerca de meio milhão de jovens alemães de porta em porta vestindo trajes dos Reis Magos, levando consigo a estrela cometa.(…) O país símbolo desde ano é o Senegal.” – Pontifícias Obras da Infância Missionária (Agência Fides – Cidade do Vaticano – 04.01.2010)

Fonte/imagem/artigo: Jesus abraçava as crianças… – Evangelho Comentado http://www.cantodapaz.com.br/blog/2009/10/02/jesus-criancas-evangelho-comentado/ .Site franciscano, dedicado a Santa Clara e São Franscisco  e temas católicos (esclarecem que os “anúncios Google” são de empresas externas ao site). Confira também: Peça orações às Clarissas, no mesmo site.

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Fonte: Agência Internacional FIDES – News

EUROPA/ALEMANHA Os Cantores da Estrela da Infância Missionária alemã participam da missa de Ano Novo com Bento XVI Aachen (Agência Fides – 04/01/2010)

Uma delegação de 22 crianças e jovens provenientes da Arquidiocese de Colônia, membros dos “Cantores da Estrela” da Infância Missionária alemã, participou, em 1º de janeiro, da missa de Ano Novo com o Santo Padre Bento XVI na basílica de São Pedro. A direção nacional alemã das Pontifícias Obras Missionárias o comunicou à Agência Fides. Durante o ofertório, três jovens da delegação, vestidos com os trajes dos Reis Magos, levaram dons ao altar. A delegação das paróquias de Santo Estevão e São Pancrácio, da arquidiocese de Colônia, estavam acompanhados, em sua permanência em Roma, pelo diretor nacional da Infância Missionária, Mons. Winfrid Pilz.
Esta é a sexta vez, desde 2001, que uma delegação de crianças alemãs participa da missa de Ano Novo com o papa. Nesta ocasião, eles comunicam ao Santo Padre o valor de sua coleta em favor de seus coetâneos mais carentes em todo o mundo. As crianças também participarão da audiência geral com o papa. Vestindo os trajes dos Reis Magos, com sua estrela cometa e cantos, no tempo natalino e nos primeiros dias do ano novo os “Cantores da Estrela” batem às portas das casas alemãs. Cerca de meio milhão de crianças nas paróquias católicas da Alemanha levarão às famílias, nestes dias, a benção “C+M+B” (“Christus mansionem benedicat – Cristo abençoe esta casa”= às benedica questa casa”), recolhendo ofertas para seus coetâneos que sofrem em todo o mundo. A coleta “Cantores da Estrela” tornou-se a maior iniciativa de solidariedade realizada por crianças em prol de crianças, em todo o mundo. (MS) (Agência Fides, 04/01/2010)

EUROPA/ALEMANHA – “As crianças encontram novos caminhos: o Senegal é o país símbolo da 52ª Campanha dos “Cantores da Estrela” (Sternsinger) Aachen (Agência Fides – 04/01/2010)

Pela 52ª vez, nos dias que antecedem e sucedem a Epifania, os “Cantores da Estrela” (Sternsinger) da Infância Missionária Alemã, estão nas ruas do país com seus cantos natalinos. “As crianças encontram novos caminhos” é o lema da campanha deste ano, que nas dioceses alemãs, verá novamente cerca de meio milhão de jovens alemães de porta em porta vestindo trajes dos Reis Magos, levando consigo a estrela cometa. O país símbolo da coleta deste ano, que envolve as crianças alemãs empenhadas por seus coetâneos que sofrem, é o Senegal. Com o lema “Utub yoon bu bees – As crianças encontram novos caminhos”, a campanha de 2010 quer recordar que sobretudo as crianças dos chamados países em vias de desenvolvimento devem encontrar sempre novos caminhos para seu progresso, para construir seu futuro e tomar suas vidas em suas mãos. Graças ao empenho dos “Cantores da Estrela”, em muitas partes do mundo, crianças podem ter a chance de encontrar um caminho de formação escolar e profissional. No Senegal, país símbolo da campanha de 2010, elas tem que percorrer um longo caminho desde as áreas rurais às cidades, onde estão as escolas. Junto a parceiros locais, a Pontifícia Obra da Infância Missionária alemã atua também para garantir que crianças dos países da África Ocidental tenham acesso às novas formas de comunicação, como internet e e-mail. Para preparar a campanha e apoiar a iniciativa, de 15 de setembro de 2009 a 17 de janeiro de 2010, uma van típica colorida, senegalesa, está rodando pela Alemanha. Parando em praças e ruas de várias cidades alemãs, os colaboradores da Missio informam sobre a vida das crianças no Senegal. A coleta “Cantores da Estrela” tornou-se a maior iniciativa de solidariedade realizada por crianças em prol de crianças, em todo o mundo. (MS) (Agência Fides 4/01/2010)

Links: 
Para mais informações e subsídios, visite
 www.kindermissionswerk.de

Postado por Agência Internacional Fides – Cidade do Vaticano.

*Grifos meus.

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“DEIXAI VIR A MIM AS CRIANCINHAS”

Fonte/imagem/artigo: Dicionário da Fé
http://www.dicionariodafe.com.br/artigos/comunhao_7anos.htm: “A Primeira Comunhão aos sete anos ou mesmo antes” – Cardeal Darío Castrillón Hoyos -Prefeito da Congregação do Clero – janeiro de 2005

Carl Vogel von Vogelstein – Galeria de Arte Moderna, Florença

A propósito das Missões e das Pontifícias Obras da Infância Missionária, agrego a vida de São Judas Tadeu, irmão de de São Simão (que é posterior à linha dos doze Apóstolos). Foi um verdadeiro missionário porque pregou o Evangelho de Jesus Cristo em vários países do Oriente, da Pérsia à Mesopotâmia. A íntegra do artigo está contida no Blog da OCDS (Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares).

Uma “historinha” pessoal: quando criança, por sugestão de minha mãe, roguei a São Judas Tadeu, que dizem ser o santo das “causas impossíveis”.. Minha professora, bastante “alterada”, não tinha paciência comigo porque eu, com 11 anos, começava a chorar quando não conseguia resolver (creio que por timidez, nervosismo) uma “quilométrica” conta de divisão… Isto aconteceu várias vezes. Aos meus pés ficava um círculo de lágrimas, e logo que ela me mandava sentar, me via obrigada a pedir para ir para casa devido à dores de barriga, que não cessavam… A vice-diretora, certa vez, irrompeu na sala devido aos seu descontrole… Afinal, tínhamos uma ditadura nos anos 70 no Brasil… Explica mas não justifica, não?

Foi minha professora na 5ª série, e somente falo deste recorte de minha história de vida porque está ligado, por milagre, a São Judas Tadeu e à minha infância, além, é claro, de uma experiência de sofrimento muito marcante. Certamente, segundo a sabedoria divina, deve ter me fortalecido. Creio que me deu um “choque de realidade”. Simples assim. No passado da Humanidade criança não contava… Aliás, isto ainda é comum, infelizmente em nossos dias: as crianças: ou elas passam fome ou são indigentes afetivas, e na pior das hipóteses são expostas a tormentos que lhes tiram a dignidade em mercados que se utilizam até da internet. É o caos. É nosso dever combater estas trevas por todos os meios que dispomos!

No caso de minha professora, compreendi que ela não sabia lidar com sua pesada cruz … A perdoei com a facilidade própria da criança que eu era, já que estava com 11 anos. O evento ficou registrado somente em minha memória. Nada ficou em meu coração sobre sua ação. Explico: era mãe de duas filhas (gêmeas). elas possuíam algum atraso mental, usavam óculos pesados, creio que aos 13, 14 anos, e apresentavam  dificuldades de locomoção. Talvez por este quadro pessoal, tenha projetado o mal-estar que sentia com sua vida… Casualmente, era evangélica: ela mantinha um rabo de cavalo que lhe descia à cintura e sempre vestia saias. enquanto isto, eu apresentava o visual típico dos anos 60, à la “Rita Pavone”, ou seja, bem curtinho… Não guardo mágoa porque quando ela chegava em seu “DKW” com as duas filhas, quase maiores que ela, observava que ela não tinha uma vida “normal”. Possuía compleição física forte – ainda bem… Mas parecia bem difícil sua missão como mãe. Sei lá. Eu era ainda uma criança, mas não tinha raiva dela, e sabia como seria minha tarde se ele me chamasse ao quadro. Me resignava a observar, ao longe, o sofrimento dela… Penso que ela jamais percebeu este fato. O estranho é que, não a vi pedir ajuda e, em contrapartida, ninguém a ajudava… Tenho a imagem quase fotográfica da dificuldade que enfrentava para tirá-las de dentro do carro e levá-las à secretaria. Creio que estudavam em outra escola pela manhã.

Conclusão: a diretora chamou minha mãe pelas dores de barriga frequentes, e principalmente, pelo fato de que minhas notas poderiam impedir-me de passar, no final do ano que estava próximo, para o nível fundamental. Fiz a oração a São Judas Tadeu com fervor, no caso, infantil! Consegui a nota necessária: nem um décimo a mais, nem um décimo a menos! Mesmo assim, a diretora, querida Dona Yolanda não queria me liberar porque acreditava que não conseguiria acompanhar o conteúdo da 6ª série na outra escola. Minha mãe apelou, e ela pelos boletins dos anos anteriores, me liberou! Tem mais: o “milagre” que São Judas Tadeu me concedeu se estendeu à 6ª série: o professor, pai de dois adolescentes, muito brincalhão, por incrível que possa parecer, fez o gesto contrário ao dela: eu me saí tão bem na matemática da 6ª série que ele me chamava ao quadro para “ensinar” os colegas… Nunca esqueci de seu nome: Prof. Cavalcante. Que Deus o abençoe sempre (deve estar com uns 75 anos), e que São Judas Tadeu rogue sempre por ele e sua família! Amém.

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Fonte: OCDS (Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares)

Liturgia – 18 de outubro
29º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Dia Mundial das Missões e das Pontifícias Obras da Infância Missionária

(…)

Leituras : Is 53, 10-11 – Sl 32(33) – Hb 4,14-16 – Mc 10, 35-45
“Mestre, queremos que nos conceda tudo o que te pedimos.”

É nosso dever reconhecer todo dia quanto bem Deus nos faz.

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Liturgia – 28 de outubro – Ss. SIMÃO E JUDAS TADEU

Leituras próprias: Ef 2,19-22 – Sl 18(19) – Lc 6, 12-19
“Ao amanhecer, chamou seus discípulos e entre eles escolheu doze.”
O grupo dos doze constitui o núcleo inicial do novo povo de Deus e nos relembra as doze tribos de Israel.

Festa dos Santos Apóstolos Simão e Judas. Simão é chamado “o Zelota” por São Lucas, pois provavelmente pertencia ao partido que tinha este nome, muito ligado à idéia teocrática e messiânica de Israel. Judas, com o sobrenome de Tadeu, foi o que perguntou a Cristo por que ele se tinha manifestado aos Apóstolos e não ao mundo, e recebeu em resposta a garantia da manifestação divina àqueles que O amam (cf. Jo 14,23).
Simão e Judas aparecem juntos nas diversas listas dos “doze”. Na lista dos doze, Simão vem no undécimo lugar em Marcos e Mateus e no décimo em Lucas; Judas no undécimo em Lucas e no décimo em Marcos e Mateus. Dão a este o cognome de Tadeu. O lugar no fim da lista leva a pensar nos trabalhadores contratados às cinco horas da tarde. (Mt 20,6). “São estes os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, também chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, o filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu …” (Mateus 10,1ss.). A respeito de Simão, apenas sabemos que era originário de Caná e era chamado Zelota. Certamente Simão teria pertencido ao partido radical e nacionalista dos zelotas, opositores intransigentes do domínio romano na Palestina. Quanto a Judas, chamado Tadeu, sabemos pelo Evangelho que, na Última Ceia, perguntou a Jesus: “‘Senhor, por que te manifestarás a nós e não ao mundo?’ Respondeu-lhe Jesus: “Se alguém me ama, guardará minha palavra e o meu Pai o amará, e a ele viremos e nele estabeleceremos morada. Quem não me ama não guarda minhas palavras; e a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que me enviou”.Segundo S. Jerónimo, Judas pregara em Osroene (região de Edessa). Teria evangelizado a Mesopotâmia. S. Paulino de Nola tinha-o como apóstolo na Líbia. Fortunato de Poitiers julgava-o enterrado na Pérsia. Os martirológios latinos conservam esta notícia, utilizando uma narração que o reúne a Simão.

Postado por OCDS (Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares).

“Acreditando na Providência Divina, juntamente com a contribuição do Povo de Deus, construiremos este novo Mosteiro.” – Nova fundação do Carmelo Santa Teresa em Brusque(SC) – Irmãzinhas Carmelitas Descalças

Fonte: Carmelo Santa Teresa – Irmãzinhas Carmelitas Descalças – Itajaí(SC)

Após completar 22 anos de história, o Carmelo Santa Teresa inicia os preparativos para as obras do novo Carmelo Santa Teresa, na cidade de Brusque/SC, na obediência das regras do claustro, pois a obra de Itajaí, foi realizada (adaptada) em construção já existente, não obedecendo suas estruturas as formas gerais pré-estabelecidas para um mosteiro carmelita.

Desejou-se adaptar na cidade de Itajaí as formas obrigatórias de construção, mas em virtude do crescimento da cidade e das casas noturnas na praia Brava, o som provenientes das mesmas e da própria praia devido ao turismo, não oferece o silêncio e a paz, tão necessárias à vida da comunidade Carmelita,  cuja raiz principal é: A vida contemplativa.

Com aprovação das monjas e da Arquidiocese de Florianópolis, foi escolhida a cidade de Brusque/SC, onde a vida é pacata e o local oferece um ambiente próprio e ideal à escuta da Palavra de Deus.

Acreditando na Providência Divina, juntamente com a contribuição do Povo de Deus, construiremos este novo Mosteiro.  As obras de terraplanagem na iniciaram e seu andamento, agora, depende sobretudo, das orações da comunidade e da sua generosidade.

Contribua também, especialmente com as suas orações. Caso queira colaborar com as Irmãzinhas com qualquer quantia, a fim de socorrê-las também em suas necessidades cotidianas, poderá colaborar com qualquer valor através depósito bancário. Nossa conta corrente é: 28.620-6, agência 0401-4 (Banco do Brasil – Brusque/SC),  de titularidade da S. B. Carmelita Santa Teresa.

Qualquer oração ou valor, por menor que seja, representa para nós uma grande ajuda, seja no campo espiritual, seja no material. E desde já agradecemos, pedindo ao Senhor que conceda a todos os visitantes deste portal, copiosas bênçãos, paz na família e sucesso nas suas tribulações e necessidades, sobretudo no campo espiritual. Acompanhe conosco a seguir, as fotos do andamento das obras do novo Mosteiro:

SERVIÇO DE TERRAPLANAGEM PARA O NOVO MOSTEIRO EM BRUSQUE/SC (…)

Postado por Carmelo Santa Teresa (Itajaí-SC).

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(*) Grifo meu.
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Escapulario entregue por Nossa Senhora a São Simão Stock

Se considerarmos que o mundo é a casa onde Deus habita, poderíamos dizer que o Carmelo é este espaço que Ele reserva só para si; a divisão que Ele não mostra aos de “fora”, porque o que está lá dentro Lhe pertence só a Ele”. (Santa Teresa)

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CARMELO SANTA TERESA
Irmãzinhas Carmelitas Descalças  – Carmelo Santa Teresa (Itajaí-SC)

Republicado… (LBN)

Saiba mais sobre o “segredo” que existe na clausura, de acordo com as palavras das irmãs carmelitas descalças, no singelo e interessante site do Carmelo Santa Teresa.

Podem me chamar do que quiserem (os inconvenientes, é claro!):  elas têm um espaço com “velas virtuais”! Adoro ambientes de quietude, em que a chama de uma vela parece iluminar nosso interior. Ela nos lembra a Luz que é Cristo – Aquele que ilumina as nossas trevas, para que as conheçamos, e as que nos circundam – as do mundo. Não acho isto antigo, carola ou “beatice”. Infelizmente, há milhares, milhões de pessoas (mesmo cristãs) fascinadas pelos falsos “brilhos” do mundo…

Deus  criou o  éter… Há uma singela beleza em uma vela acesa dentro de uma pequena igreja; nas catedrais há dezenas, em algumas, centenas. Há muita luz artificial, e pouca lucidez… As velas iluminam o suficiente quando queremos refletir…  A oração pede recolhimento. Mas estamos saturados de imagens e inflacionados por informações desencontradas nas programações televisivas, na internet. Há  letreiros em neon  nas avenidas, luzes que piscam para chamar atenção de qualquer coisa, e por aí vai.  Luminosidades e obscuridades se interseccionando, o tempo todo. Por isto, gosto de velas e castiçais… Dão uma visão poética à vida. Lembram que a vida é um mistério, que a paz pode nos envolver, que temos vida interior…

Em geral, nós, do lado de fora destas grades, ainda que “aprisionados” no deserto desta verdadeira “Babel high-tech”, temos a pretensão de considerar a vida reclusa “um tanto estranha”. Eu penso diferente. Talvez por ter tido o privilégio de ser bisneta de uma aspirante ao noviciado carmelita, no RS. Conheci a intensidade, bondade e serenidade  de sua pessoa, e soube da profunda e sofrida história de vida dessa queridíssima bisavó (materna) – ela faleceu quando eu tinha 17 anos. Além disso, meu avô (aliás, seu filho mais velho), foi seminarista da Companhia de Jesus, também no RS. O fato de serem ambos, mãe e filho “ex-postulantes” nos indica que Deus sussurra em nosso coração um “chamado” especial. No entanto, nos deixa livres quanto à decisão, tal como se dá em todos os âmbitos de nossas vidas. Não há predestinação, e, para mim, esta é a Sua maior prova de amor: a  liberdade. Somos suas criaturas frágeis, miseráveis, e em geral, em meio aos inúmeros afazeres, isto se nos afigura apenas em lampejos. Ainda assim, apesar de nosso reiterado  desinteresse pelo sagrado – as atividades, as preocupações, enfim, o contínuo “fazer” mundano – acredito que Ele cuida de “tudo” suave e discretamente , na tentativa de evitar que nos extraviemos… Por isto acredito em Anjos, sempre prontos, segundo a Vontade de Deus, a nos auxiliar em situações especiais, sem esquecer, é claro, de nosso amado Anjo da Guarda individual, que nos acompanhará até o último sopro de vida (e não sei muito bem), talvez até um pouco mais adiante…

O mundo tem enganado a muitos que associam “fragilidade e miséria humanas” à infelicidade… Esta negação, esta “auto-suficiência” atrelada a uma vida de exterioridades têm levado muitos à perda de si próprios… Estamos todos reclusos dentro do mundo; nossas “celas” são bem diferentes das habitadas pelas  irmãs consagradas… Mas Deus, não nos quis sós, erráticos, sem amparo depois da queda: temos o Espírito Santo, que nos defende, por misericórdia de nosso Salvador e Senhor , Cristo Jesus. Ele que venceu o mundo, sempre ouvirá nossas súplicas. Amém.

No site do Carmelo Santa Teresa elas afirmam convictas: [As Carmelitas estão “escondidas com Cristo em Deus”.]

Memória: Santos Inocentes – Mártires – 28 de dezembro – in “Catolicismo”

Fonte/imagem/matéria: Campanha “Nascer é um Direito”

Matéria – Entrevista com Padre Luiz Lodi da Cruz: “Aborto, jamais. Nenhuma circunstância o justifica”. Aconselhamento.
9/6/2008 – Revista Catolicismo

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Hoje, 30 de dezembro, ante-véspera das comemorações do “Final de Ano”, que se darão no mundo inteiro, é um bom dia para pensarmos nas crianças que nascem sob a égide da injustiça. Há cinco dias comemoramos o Natal (onde o “papai-noel” foi o centro da festa”…), e recordamos a “saga” do Menino Jesus, da concepção à fuga para o Egito. No final das contas, Jesus Menino era um “refugiado” já no ventre da Virgem Maria, acompanha de seu esposo, São José. Estes, certamente são protetores especiais de todos que por eles clamam, porque estão em trânsito, de um país a outro, tanto por perigo de extermínio, quanto, por melhores condições de vida.

Sob outro aspecto, os bebês, as crianças pobres de nosso tempo terão uma heróica mãe subnutrida, desnutrida para os amamentar. E, isto vem se espalhando pelos quatro cantos do planeta, em meio ao prometido e alardeado progresso do binômio “Ciência&Tecnologia”, de fato, não cumprido. é quase um clichê na boca dos tecnocratas e dos burocratas políticos. Não se restringe portanto tão somente aos chamados “Terceiro” e Quarto” Mundos. O “problema”, ou seja, povos itinerantes, trazido pela “ambígua” globalização (ambiguidadade proposital, sem dúvida) começa a minar suas próprias economias nacionais – as do “Primeiro”. Efeito reverso…

Tudo se passa com um indiferença brutal em bairros paupérrimos, na África, na Ásia, e mais recentemente em redutos de pessoas que fogem da miséria de seu país. Nestes guetos, situados em países ricos, não há mais compaixão pela situação em que vivem, salvo exceções. É graça divina o fato de existirem (sem desistência) – iniciativas individuais, de organismos não governamentais sérios, da Igreja Católica e outras igrejas cristãs.

No caso, dos guetos do “Primeiro Mundo”, ao final e ao cabo, por não serem brancos, estes bebês se tornarão trabalhadores “escravos” de pessoas abastadas… São por elas exploradas devido à sua condição de ilegalidade, que remonta a seus pais, avós, tios, etc.. Moram em antros, abandonados pelo poder público que não os legaliza, perseguindo-os como animais, desde os jovens aos mais velhos. Enquanto bebês e crianças não têm direito à assistência pública ampla do país em que são chamados “apátridas”, isto é, sem país. A contradição é que seus pais e familiares lá residem há décadas… Eu diria que os governos fazem “vista grossa” porque, geração após geração, se tornam mão-de-obra barata… Quem vai recolher o lixo, varrer as ruas, limpar prédios turísticos antigos, servir e preparar os jantares, com requintes mantidos há séculos?

O texto abaixo também menciona a naturalização ou banalização, por parte das autoridades públicas, em âmbito mundial, que se dá a partir de propaganda e iniciativas a favor da legalização do aborto. No mundo, a partir desta realidade mais recente (porque, ao que parece, orquestrada…), milhões de bebês-embriões, em clínicas, legais ou ilegais, afora os ambientes sem quaisquer condições de higiene são privados do direito mais elementar: nascer!

Levam faixas e nas ruas gritam suas teorias “pró-escolha”, mas diariamente, de fato, dizem um silencioso e nefasto NÃO à VIDA!

Lembro então que, tudo, desde o início dos tempos, está sendo escrito no Livro da Vida, tanto o bem que fazemos, quanto o mal que perpetramos e não nos arrependemos diante de Deus, o Criador de tudo, de todas as vidas…

Pensando bem, a Humanidade há muito não tem o que comemorar. Esqueceu deliberadamente de praticar o bem que é possível, do amor e de sua partilha…

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Dia dos SANTOS INOCENTES – MÁRTIRES

28 de dezembro

Neste dia a Igreja recorda os meninos inocentes de Belém e arredores, de idade inferior a dois anos, os quais, conforme o relato do Evangelho, foram arrancados de suas mães e assassinados cruelmente, por ordem de Herodes. Embora não tivessem uso da razão, morreram por Cristo Jesus, e por isso a Igreja os honra com o título de mártires.

Em nossos dias, assistimos a uma nova matança dos inocentes, desta vez – é triste reconhecê-lo – tantas e tantas vezes perpetrada pelas próprias mães desnaturadas! De fato, em que consiste o aborto voluntariamente provocado? Consiste, pura e simplesmente, no assassinato do filho pela própria mãe. O feto, ou seja, o ser humano desde o momento da concepção até o do nascimento, é um ser distinto de sua mãe. Eliminar o embrião, seja em que fase for de seu desenvolvimento, é um assassinato que viola os direitos humanos. Ora, com toda a naturalidade se vai disseminando a prática pecaminosa do aborto, consagrada e protegida pelas legislações! E em alguns casos são legalmente punidos médicos ou enfermeiras católicos que em consciência se recusam a participar desses crimes!

Fonte: “Cada dia tem seu Santo”, de A. de França Andrade.

Bispo auxiliar do patriarcado da Igreja Católica no Iraque faz apelo de solidariedade, em passagem pelo Vaticano, à comunidade cristã mundial: necessitam de ações mais decididas para proteção dos fiéis cristãos e outros cidadãos, e para reconstrução e restauração de igrejas e edifícios pastorais em Bagdá ( Agência Ecclesia -Portugal – 20.12.2009)

Fonte/imagem: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=10159

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Fonte: Agência Ecclesia (Agência de Notícias da Igreja Católica de Portugal)

20.12.2009

«Não nos abandonem», pede bispo iraquiano

O bispo auxiliar do patriarcado de Babilónia dos Caldeus (Iraque), D. Shlemon Warduni, lançou um apelo “a todos os cristãos do mundo”: “Não nos abandonem!”.

O pedido foi proferido durante a visita ao Vaticano, que decorre durante estes dias. A estadia faz parte de uma viagem que o prelado está a fazer pela Europa, com o objectivo de pedir solidariedade e ajuda para a reconstrução e recuperação das igrejas e edifícios pastorais de Bagdad, que foram danificados com os atentados dos últimos meses.

A situação dos fiéis iraquianos “provoca preocupação e dor”, declarou o bispo auxiliar. A instabilidade política e a ingovernabilidade, seguidas das “guerras” e “ocupação militar”, geraram miséria e destruição.

Por isso, afirmou D. Warduni, “muitos cristãos, como tantos outros milhares de cidadãos, tiveram que deixar o país. Perdemos aproximadamente um terço de nossa comunidade”.

O prelado denunciou que a “falta de planejamento político faz crescer o terrorismo, que quer ainda desestabilizar o país”.

“A Igreja no Iraque – acrescentou – pede à comunidade internacional um apoio mais forte e mais decidido. É urgente uma pressão firme dos governos ocidentais para a estabilização do quadro iraquiano e a retomada da legalidade e da segurança”.

Com Rádio Vaticano

Internacional | Agência Ecclesia | 2009-12-18 | 16:59:13| Ásia

Fonte: http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=76826

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Veja também:

Agência Ecclesia: Novo atentado contra igreja no Iraque http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=55356

Agência ZENIT:   “Iraque: igrejas continuam sob ataque”http://www.zenit.org/article-23590?l=portuguese

São João da Cruz, o “Doutor Místico” – 14 de dezembro (memória) – Site “Igrejas Católicas Orientais”

Fonte/imagem-textos: Igrejas Católicas Orientais http://www.igrejascatolicasorientais.com/ : “Una, Santa, Católica e Apostólica – A Igreja de Jesus Cristo)   –  http://www.igrejascatolicasorientais.com/artigos/SAO_JOAO_DA_CRUZ.htm

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SÃO JOÃO DA CRUZ: O DOUTOR MÍSTICO

Conheçamos mais um dos baluartes da gloriosa Ordem Carmelita Descalça: seu fundador, São João da Cruz. Ele nasceu em 1542, talvez no dia 24 de junho, em Fontiveros, província de Ávila, na Espanha. Seus pais se chamavam Gonzalo de Yepes e Catalina Alvarez. Gonzalo pertencia a uma família de posses da cidade de Toledo. Por ter-se casado com uma jovem de classe “inferior” foi deserdado por seus pais e tornou-se tecelão de seda.  Em 1548, a família muda-se para Arévalo. Em 1551 transfere-se para Medina Del Campo, onde o futuro reformador do Carmelo estuda numa escola destinada a crianças pobres. Por suas aptidões, torna-se empregado do diretor do Hospital de Medina Del Campo. Entre 1559 a 1563 estuda Humanidades com os Jesuítas. Ingressou na Ordem dos Carmelitas aos vinte e um anos de idade, em 1563, quando recebe o nome de Frei João de São Matias, em Medina Del Campo. Pensa em tornar-se irmão leigo, mas seus superiores não o permitiram. Entre 1564 e 1568 faz sua profissão religiosa e estuda em Salamanca. Tendo concluído com êxito seus estudos teológicos, em 1567 ordena-se sacerdote e celebra sua Primeira Missa.

Infelizmente, ficou muito desiludido pelo relaxamento da vida monástica em que viviam os conventos carmelitas. Decepcionado, tenta passar para a Ordem dos Cartuxos, ordem muito austera, na qual poderia viver a severidade de vida religiosa à que se sentia chamado. Em setembro de 1567 encontra-se com Santa Teresa, que lhe fala sobre o projeto de estender a Reforma da Ordem Carmelita também aos padres. O jovem de apenas vinte e cinco anos de idade aceitou o desafio. Trocou o nome para João da Cruz. No dia 28 de novembro de 1568, juntamente com Frei Antônio de Jesús Heredia, inicia a Reforma. O desejo de voltar à mística religiosidade do deserto custou ao santo fundador maus tratos físicos e difamações. Em 1577 foi preso por oito meses no cárcere de Toledo. Nessas trevas exteriores acendeu-se-lhe a chama de sua poesia espiritual. “Padecer e depois morrer” era o lema do autor da “Noite Escura da alma”, da “Subida do monte Carmelo”, do “Cântico Espiritual” e da “Chama de amor viva”.

A doutrina de João da Cruz é plenamente fiel à antiga tradição: o objetivo do homem na terra é alcançar “Perfeição da Caridade e elevar-se à dignidade de filho de Deus pelo amor”; a contemplação não é um fim em si mesma, mas deve conduzir ao amor e à união com Deus pelo amor e, por último, deve levar à experiência dessa união à qual tudo se ordena ““.Não há trabalho melhor nem mais necessário que o amor “, disse o Santo”.Fomos feitos para o amor ““.O único instrumento do qual Deus se serve é o amor ““.Assim como o Pai e o Filho estão unidos pelo amor, assim o amor é o laço da união da alma com Deus ““.

O amor leva às alturas da contemplação, mas como o amor é produto da fé, que é a única ponte que pode salvar o abismo que separa a nossa inteligência do infinito de Deus, a fé ardente e vívida é o princípio da experiência mística. João da Cruz costuma pedir a Deus três coisas: que não deixasse passar um só dia de sua vida sem enviar-lhe sofrimentos, que não o deixasse morrer ocupando o cargo de superior e que lhe permitisse morrer humilhado e desprezado.

Faleceu no convento de Ubeda, aos quarenta e nove anos, à meia-noite do dia 14 de dezembro de 1591, após três meses de sofrimentos atrozes.  Seu corpo foi trasladado para Segovia em maio de 1593. A primeira edição de suas obras deu-se em Alcalá, em 1618. No dia 25 de janeiro de 1675 foi beatificado por Clemente X. Foi canonizado em 27 de dezembro de 1726 e declarado Doutor da Igreja em 1926 por Pio XI. Em 1952 foi proclamado “Patrono dos Poetas Espanhóis”.

Talvez a mais bela e completa descrição física e espiritual do Santo Fundador tenha sido feita por Frei Eliseu dos Mártires que com ele conviveu em Baeza: “Homem de estatura mediana, de rosto sério e venerável. Um pouco moreno e de boa fisionomia. Seu trato era muito agradável e sua conversa bastante espiritual era muito proveitosa para os que o ouviam. Todos os que o procuravam saíam espiritualizados e atraídos à virtude. Foi amigo do recolhimento e falava pouco. Quando repreendia como superior, que o foi muitas vezes, agia com doce severidade, exortando com amor paternal”.Santa Teresa de Jesus o considerava “uma das almas mais puras que Deus tem em sua Igreja. Nosso Senhor lhe infundiu grandes riquezas da sabedoria celestial. Mesmo pequeno ele é grande aos olhos de Deus. Não há frade que não fale bem dele, porque tem sido sua vida uma grande penitência”. Poucos homens falaram dos sublimes mistérios de Deus na alma e da alma em Deus como São João da Cruz. Santa Teresinha conheceu João da Cruz quando ainda vivia nos Buissonnets. Ela, em seus escritos, refere-se ao Santo Fundador cento e seis vezes, direta ou indiretamente, e confessa a forte influência que dele recebeu: “Ah, que luzes hauri nas obras de Nosso Pai São João da Cruz!… Com a idade de 17 a 18 anos, não tinha outro alimento espiritual…” (MA 83r).

PENSAMENTOS DE SÃO JOÃO DA CRUZ

Extraídos do livro “O Amor não cansa nem se cansa”, seleção de textos feita por Frei Patrício Scidiani, ocd, Editora Paulus, 2a. ed.

Dizem assim:

Para chegares a saborear tudo,

Não queiras ter gosto em coisa alguma.

Para chegares a possuir tudo,

Não queiras possuir coisa alguma.

Para chegares a ser tudo,

Não queiras ser coisa alguma.

Para chegares, a saber, tudo,

Não queiras saber coisa alguma.

Para chegares ao que não gostas,

Hás de ir por onde não gostas.

Para chegares ao que não sabes,

Hás de ir por onde não sabes.

Para vires ao que não possuis,

Hás de ir por onde não possuis.

Para chegares ao que não és,

Hás de ir por onde não és.

Modo de não impedir o tudo:

Quando reparas em alguma coisa,

Deixas de arrojar-te ao tudo.

Porque para vir de todo ao tudo,

Hás de negar-te de todo em tudo.

E quando vieres a tudo ter,

Hás de tê-lo sem nada querer.

Porque se queres ter alguma coisa em tudo,

Não tens puramente em Deus teu tesouro.

Que mais queres, ó alma, e que mais buscas fora de ti,

se encontras em teu próprio ser a riqueza, a satisfação,

a fartura e o reino, que é teu Amado a quem procuras e desejas?

….

Em teu recolhimento interior, regozija-te com ele, pois ele está muito perto de ti.

A alma que verdadeiramente ama a Deus não deixa de fazer o que pode para achar o Filho de Deus, seu Amado. Mesmo depois de haver empregado todos os esforços, não se contenta e julga não ter feito nada.

Ó Senhor, Deus meu! Quem te buscará com amor tão puro e singelo que deixe de te encontrar, conforme o desejo de sua vontade, se és tu o primeiro a mostrar-te e a sair ao encontro daqueles que te desejam?

A alma que busca a Deus e permanece em seus desejos e comodismo, busca-o de noite, e, portanto, não o encontrará. Mas quem o busca através das obras e exercícios da virtude, deixando de lado seus gostos e prazeres, certamente o encontrará, pois o busca de dia.

Quando a pessoa abre e se liberta de todo condicionamento, e une perfeitamente sua vontade à de Deus, transforma-se naquele que lhe comunica o ser sobrenatural, de tal maneira que se parece com o próprio Deus e se deixa possuir totalmente por ele.

O amor consiste em despojar-se e desapegar-se, por Deus, de tudo o que não é ele.

A pessoa, cujo estado de perfeição não corresponde à sua própria capacidade, jamais gozará da verdadeira paz e satisfação, porque, em suas faculdades, não chegou ainda àquele grau de despojamento, que se requer para a simples união.

O centro da alma é Deus. Quando a pessoa se encontra com ele, em todas as suas faculdades, energias e desejos, terá atingido o cerne e a raiz mais profunda de si mesma, que é Deus.

Nesta desnudez acha o espírito sua quietação e descanso, pois nada cobiçando, nada o fatiga para cima e nada o oprime para baixo, por estar no centro de sua humildade. Porque quando alguma coisa cobiça, nisto mesmo se cansa e atormenta.

Quanto mais a pessoa se aproxima de Deus, mais profundas são as trevas que sente, e maior a escuridão, por causa de sua própria fraqueza. Assim, quanto mais alguém se aproxima do sol, sentirá, com seu grande resplendor, maior obscuridade e sofrimento, em razão da fraqueza e incapacidade de seus olhos.

Quem não procura senão a Deus não anda nas trevas, por mais fraco e pobre que seja.

Todo poder e liberdade do mundo, comparados com a soberania e a independência do espírito de Deus, são completa servidão, angústia e cativeiro.

Deus é inacessível. Não repares, portanto, no que as tuas faculdades podem compreender, nem teus sentidos experimentar, para que não te satisfaças com menos e assim perderes a presteza necessária para chegar a ele.

As visões e apreensões dos sentidos não têm proporção alguma com Deus: não podem servir de meio para a união com ele.

Quando a pessoa ama alguma coisa fora de Deus, torna-se incapaz de se transformar nele e de se unir a ele.
A criatura atormenta, e o espírito de Deus gera alegria.
A mosca que pousa no mel não pode voar; a alma que fica presa ao sabor do prazer sente-se impedida em sua liberdade e contemplação.
O caminho da vida é de muito pouco ativismo e barulho. Requer mais mortificação da vontade do que muito saber. Caminhará mais quem carregar consigo menos coisas e desejos.
Quem souber morrer a tudo terá vida em tudo.
A fé e o amor são os dois guias de cego que te conduzirão, através de caminhos desconhecidos, até os segredos de Deus.
O caminho que conduz a vós, Senhor, é caminho santo que se percorre na pureza da fé.
A esperança em Deus só pode ser perfeita quando se afasta da memória tudo o que se contrapõe a Deus.
O amor não consiste em sentir grandes coisas, mas em despojar-se e sofrer pelo Amado.
Por causa de prazeres passageiros, sofrem-se grandes tormentos eternos.
Criatura alguma merece amor senão pelo bem que nela há. Amar desse modo é amar segundo a vontade de Deus e com grande liberdade; e se este amor nos une à criatura, mais fortemente ainda nos une ao Criador.
Quanto mais se acredita em Deus e se serve a ele sem testemunhos e sinais, tanto mais ele é exaltado pelo homem.
O amor não cansa nem se cansa.
Onde não há amor, põe amor e colherás amor.
Para quem ama, a morte não pode ser amarga, pois nela se encontram todas as doçuras e alegrias do amor. Sua lembrança não é triste, mas traz alegria. Não apavora nem causa sofrimento, pois é o término de todas as dores e o início de todo bem.
Para se progredir, o que mais se necessita é saber calar diante de Deus… A linguagem que ele melhor ouve é a do silêncio de amor.
No ocaso da vida serás examinado sobre o amor. Aprende a amar a Deus como ele quer ser amado.
Quando tiveres teus desejos apagados, tuas afeições na aridez e angústias, e tuas faculdades incapazes de qualquer exercício interior, não sofras por isso; considera-te feliz por estares assim. É Deus que te vai livrando de ti mesmo, e tirando-te das mãos todas as coisas que possuis.
O progresso da pessoa é maior quando ela caminha às escuras e sem saber.
À medida que Deus prova o espírito e o sentido, a pessoa vai adquirindo, com sofrimento, virtudes, forças e perfeição.
Enquanto a pessoa não se despojar de tudo, não terá capacidade para receber o espírito de Deus em pura transformação.
O que busca satisfação em alguma coisa não está livre para que Deus o plenifique de seu inefável sabor.
Ainda que estejas no sofrimento, não queiras fazer a tua vontade, pois terás assim o dobro de sofrimento.
Quanto mais Deus quer-se dar, tanto mais desperta em nós o desejo dele, até deixar-nos vazios para encher-nos de seus bens.
A amplidão do deserto ajuda muito o espírito e o corpo. O Senhor se compraz quando também o espírito tem o seu deserto.
Sofrer por Deus é melhor que fazer milagres.
É humilde quem se esconde no seu nada e sabe abandonar-se em Deus.
Põe a atenção amorosamente em Deus, sem ambição de querer sentir ou entender coisa particular a seu respeito.
Quando a alma deseja a Deus com toda a sinceridade, já possui o seu Amado.
Abandone-se a alma nas mãos de Deus e não queira ficar em suas próprias mãos; fazendo assim e deixando livres as potências, caminhará segura.
Quem não busca a cruz de Cristo não busca a glória de Cristo.
Quando tiveres algum aborrecimento e desgosto, lembra-te de Cristo crucificado e cala.
Queres alguma palavra de consolação? Olha o meu Filho, submisso, humilhado, por meu amor, e verás quantas palavras te responde.
Não é bem orientado o espírito que quer caminhar por doçuras e facilidades, fugindo de imitar a Cristo.
A pessoa crucificada interior e exteriormente com Cristo viverá feliz e satisfeita e, na paciência, possuirá a sua alma.
Se quiseres chegar a possuir Cristo, jamais o busques sem a cruz.
Não te detenhas em coisas mesquinhas, nem repares nas migalhas que caem da mesa de teu Pai. Sai, e gloria-te em tua glória; esconde-te nela e aí goza, e alcançarás os pedidos de teu coração.
O amor é a união do Pai e do Filho: e assim é a união da alma com Deus.

Embora a alma tenha altíssimas revelações divinas, a mais elevada contemplação, a ciência de todos os mistérios… Se lhe falta amor, de nada lhe servirá para unir-se a Deus.

Deus só coloca sua graça e predileção numa alma, na medida da vontade e do amor da mesma alma.

O olhar de Deus é amar e conceder favores.

Quando a alma se acha livre e purificada de tudo, em união com Deus, nenhuma coisa poderá aborrecê-la. Daqui se origina para ela, neste estado, o gozo de uma contínua suavidade e tranqüilidade, que ela nunca perde nem jamais lhe falta.

Como a alma já possui, enfim, perfeito amor, é chamada Esposa do Filho de Deus.

Tal é a alma que está enamorada de Deus. Não pretende vantagem ou prêmio algum a não ser perder tudo e a si mesma, voluntariamente, por Deus, e nisto encontra todo o seu lucro.

Não basta que Deus que nos ame para dar-nos virtudes; é preciso que, de nossa parte, também o amemos, a fim de podermos recebê-las e conservá-las.

É próprio do perfeito amor nada querer admitir ou tomar para si, nem se atribuir coisa alguma, mas tudo referir ao Amado. Se nos amores da terra é assim, quanto mais no amor de Deus.

Para Deus, amar a alma é, de certa maneiram integrá-la em si mesmo, igualando-a consigo; ama, então, essa alma, nele e com ele, com o próprio amor com que se ama.

O olhar de Deus produz na alma quatro bens, isto é, a purificam, a favorecem, a enriquecem e a iluminam. É como o sol que, dardejando na terra os seus raios, seca, aquece, embeleza e faz resplandecer os objetos.

Não fujas dos sofrimentos, porque neles está a tua saúde.

Amado meu, tudo o que é difícil e trabalhoso o quero para mim, e tudo o que é suave e saboroso o quero para ti.

Na união com o Amado, à alma verdadeiramente se rejubila e louva a Deus, com o mesmo Deus, e assim este louvor é perfeitíssimo e muito agradável a ele.

Oh, que bens serão aqueles que gozaremos com o olhar da SANTÍSSIMA TRINDADE!

Deus quer mais de ti um mínimo de obediência e docilidade do que todas as ações que realizas por ele.

O falar distrai e o silêncio na ação leva ao recolhimento e dá força ao espírito.

Nenhuma representação ou imaginação serve de meio próximo para a união com Deus; portanto, deve a alma despojar-se de todas elas.

Aprendam a permanecer em Deus, com atenção amorosa, com calma, sem se preocuparem com a imaginação e com as imagens que ela forma. Assim, as faculdades descansam e não atuam; recebem passivamente a ação divina.

Grande mal é olhar mais para os bens de Deus do que para o próprio Deus. Ele pede oração e despojamento.

Ao que está desprendido, não lhe pesam cuidados, na hora da oração ou fora dela.

Para entrar no caminho do espírito (que é a contemplação) deve a pessoa espiritual deixar o caminho da imaginação e da meditação sensível.

O Senhor se comunica passivamente ao espírito, assim como a luz se comunica passivamente a quem não faz mais que abrir os olhos para recebê-la.

É humilde quem se esconde no seu nada e sabe abandonar-se em Deus.

(São João da Cruz)

SÃO JOÃO DA CRUZ – ” O ROUXINOL DO CARMELO”, CRONOLOGIA, OBRAS E SÍNTESE ESPIRITUAL

a) CRONOLOGIA
1542: Nasce em Fontiveros (Ávila), talvez no dia 24 de junho, filho do casal Gonzalo de Yepes e Catalina Alvarez.

1548: Vai residir em Arévalo.

1551: Muda com a família para Medina Del Campo.

1559-63: Cursa humanidades com os Jesuítas de Medina.

1563: Veste o hábito carmelitano, recebendo o nome de Fr. Juan de San Matias, em Medina Del Campo.

1564-68: Professa os votos e estuda em Salamanca na Universidade e no Colégio de San Andrés.

1567: Ordena-se sacerdote e celebra sua Primeira Missa em Medina.

1567: Em setembro se encontra com a Santa Madre Teresa, que lhe fala sobre o projeto da Reforma da Ordem, também entre os religiosos.

1568.28.11: Em Duruelo começa a Reforma com o PE Antonio de Jesús Heredia.

1568-71: Mestre dos noviços em Duruelo, Mancera e Pastrana.

1569: Abre-se o convento de Pastrana e o Santo vai para lá, a fim de suavizar a excessiva dureza de sua vida.

1570: A comunidade de Duruelo se transfere para Mancera

1571: Abril.  Nomeado Reitor do Colégio de Alcalá.

1572-77: Confessor e Vigário na Encarnação, em Ávila.

1577: Na noite de três para 4 de dezembro é levado para o cárcere de Toledo, onde ficará até 15 de agosto de 1578.

Outubro. Prior de Calvano (Jaén).

1579. Reitor do colégio de Baeza.

1581: Março. No Capítulo de Alcalá é nomeado terceiro Definidor, Provincial e Prior de Granada.

1583: Maio. Reeleito Prior de Granada.

1585: Maio. Em Lisboa foi eleito segundo Definidor e em outubro o nomeiam Vigário Provincial de Andaluzia.

1586: Faz a fundação dos padres em Córdoba, Manchuela e Caravaca.

1587: No Capítulo de Valladolid o nomeiam pela terceira vez Prior de Granada.

1588: Junho. No Primeiro Capítulo Geral celebrado em Madrid é nomeado Primeiro Definidor Geral, Prior de Segóvia e Terceiro Conselheiro de consulta.

1591: Junho. Assiste ao Capítulo Geral em Madri e terminam todos os seus cargos.

1591.14.12: Morre em Ubeda (Jaén), à meia-noite, aos 49 anos.

1593: Maio.  Seu corpo é trasladado para Segóvia.Segóvia

1618: Primeira edição de suas obras em Alcalá.

1675.25.1: Beatificado por Clemente X.

1726.27.12: Canonizado por Bento XIII.

1926.24.8: Declarado Doutor Místico da Igreja por Pio Xl.

1952.21.3: Proclamado patrono dos poetas espanhóis.

b) RETRATO DO SANTO
Parece que não se conserva nenhum retrato pessoal, feito a pincel, nenhum desenho.

Mas se conservam maravilhosas descrições de muitos que conviveram com ele e apresentaram depoimentos para o seu processo de beatificação.

Certamente a mais bela e completa descrição foi-nos deixada pelo PE Eliseu dos Mártires, que conviveu com o santo no Colégio de Baeza. Ele nos diz:

“Tinha estatura média, dono de rosto sério e venerável, um pouco moreno e de boa fisionomia; bom no trato e de boa conversação, agradável, homem muito espiritual que trazia muito proveito para os que o ouviam e com ele se comunicavam. E isto o fez tão de modo tão especial e singular, que todos que o procuravam, homens e mulheres, saiam espiritualizados, piedosos e cheios de virtudes.”

Viveu intensamente a oração como trato com Deus. Todas as questões que lhe eram apresentadas sobre estas questões eram respondidas com alta sabedoria, deixando àqueles que o consultavam muitos satisfeitos.

Foi amigo da vida em recolhimento e do pouco falar. Seu riso não era muito freqüente. Era uma pessoa compenetrada.

Quando Superior, o que foi muitas vezes, quando precisava repreender, o fazia com doce severidade, exortando com amor paternal, movido por admirável serenidade e seriedade.

c) PINCELADAS DE SANTA TERESA

* O padre Frei João da Cruz é uma das almas mais puras que Deus tem em sua Igreja. Nosso Senhor lhe infundiu grandes riquezas da sabedoria celeste.

* Ainda criança, tornou-se grande aos olhos de Deus. Não há frade que não fale bem dele, porque toda sua vida foi de grande penitência. Muito me animou a virtude e o espírito que o Senhor lhe deu. Tem uma vida farta em oração e um bom entendimento das coisas de Deus.

* Todos têm Frei João da Cruz como santo.

* “Os ossos daquele pequeno corpo farão milagres”.

d) SUAS OBRAS
Poucos falaram dos mistérios sublimes de Deus na alma e da alma em Deus como este angelical Carmelita de Fontiveros.

Sua prosa e sua poesia são divinas e, como muito bem disse Menéndez y Pelayo, “não se podem avaliar com critérios literários, porque o espírito de Deus embelezou-lhe tudo”.

I. -OBRAS MAIORES:

1. Subida ao Monte Carmelo: É sua obra fundamental. É quase uma única obra com a Noite Escura, começada no Calvário de Jaén, em 1578, e depois continuada em Baeza e Granada.

2. Noite Escura da alma:
A) Livro primeiro, Noite passiva do sentido; consta de 14 cap.
B) Libro segundo: Noite passiva do espírito, consta de 25 cap.

3. Cântico Espiritual. É a mais bela obra do santo. 30 estrofes foram escritas no cárcere. Trata da união com Deus. Consta de 40 estrofes e se divide em três partes.

4. Chama Viva de Amor. Escrita em Granada entre 1585 e 1587, em quinze dias. É o livro mais ardente de todos. Consta de quatro canções com seis versos cada uma.

II. OBRAS MENORES:

1. Avisos: Conselhos que dava às monjas de Beas, quando era seu Confessor.
2. Cautelas: Escreveu-as para as mesmas monjas.
3. Quatro conselhos a um religioso.
4. Cartas: Conservam-se apenas 32 cartas. Devido ao processo que abriram contra ele, muitas cartas foram destruídas.
5. Poesias: As principais são as que aparecem nos grandes tratados: Noite Escura, Cântico Espiritual e Chama.
É sem dúvida o que melhor se escreveu em espanhol.

6. DITOS DE LUZ E AMOR:

Frases de direção para suas carmelitas, que o Santo escrevia ocasionalmente.

A obra sanjuanista – escreveu um ilustre teresianista – se divide em duas partes: “A ensinar os métodos para se conseguir o vazio dos sentidos e as potências da alma mediante engenhosas purificações ativas e passivas se ordenam os dois primeiros tratados de profunda doutrina espiritual e forte consistência: A Subida e a Noite.

Ninguém cantou melhor os amores divinos que o rouxinol do Carmelo. Algumas poesias imediatamente inflamam a alma no mesmo amor em que Deus se abrasa. Sobre seu inspirado lirismo, sobrevoa seu profundo sentido místico.

7) SUA ESPIRITUALIDADE
Impossível sintetizar o maravilhoso magistério vivo e ensinado pelo Doutor Místico em tão breves linhas. O Doutor é a máxima figura mística do Carmelo. À vida ele une a doutrina e a ciência. A santa vida e a ciência sagrada ou a teologia mística são uma só realidade, como o provam suas magníficas obras. Pio XI, que lhe deu o título de Doutor Místico da Igreja, batizou suas obras como “Código e escola da alma fiel que se propõe a empreender uma vida mais perfeita”.  Aqui seguem algumas observações sobre sua rica espiritualidade:

O Santo, em seus escritos, tem sempre presente o fim da vida espiritual, ou seja, Deus, levar as almas a Deus. E subjetivamente uni-las a ele por amor, quer dizer, deseja levar a transformação perfeita em Deus por amor o quanto é possível nesta vida seguindo-se a Jesus Cristo.

Em sua admirável obra recorda a seus leitores freqüentemente o cume daquela montanha e deseja que todos a subam. Ela é a sublime perfeição à qual os encaminha com suas palavras e exemplos convincentes.

Seu raciocínio demonstra que esta subida é necessária porque é um meio indispensável para se despojar de todas as outras coisas, obstáculos para a suprema transformação da alma em Deus.

João da Cruz era um profundo conhecedor do coração humano. Por isso, “como o amor de Deus e o amor da criatura são opostos, é preciso ir limpando a alma do amor das criaturas para que a graça a invista e encha de amor divino”.

E tanto maior será este investimento e plenitude, quanto maior for o vazio da criatura que acha na alma: “Olvido do que é criado, memória do criador, atenção ao interior, e estás amando o Amado”.

Ao ensino os métodos para conseguir este vazio nos sentidos e potências da alma mediante engenhosas purificações ativas e passivas se ordenam os tratados “Subida ao Monte Carmelo” e “Noite Escura da Alma”, ambos de profunda doutrina espiritual e de forte liame lógico.

No Cântico Espiritual e na Chama Viva do Amor, entre metáforas e comparações esplêndidas, tomadas da natureza, vai-se descortinando pouco a pouco as excelências do amor divino nas almas desde os graus inferiores aos mais altos do esposamento e matrimônio espiritual.

Em síntese, pode-se dizer que a grande originalidade do magistério espiritual sanjuanista e o segredo de sua vitalidade encontra-se precisamente na íntima relação entre abnegação e união na vida sobrenatural e, para usar sua terminologia clássica, entre o nada o tudo, que se fundem um no outro.

São João da Cruz, o Doutor Místico, influenciou grandemente a espiritualidade cristã. Alimentou, quando vivo, através de sua direção espiritual e depois de falecido com seus escritos imortais.

Especialmente depois que foi declarado Doutor da Igreja Universal em 1926, suas obras são lidas e citadas por todos os autores espirituais.

Inclusive nossos irmãos da Igreja Anglicana, da Comunidade de Taizé e da Igreja Ortodoxa confessam sua predileção pelo carmelita de Fontiveros.

Literatos, poetas, cientistas e até não-crentes ficam admirados ante a profundidade e a beleza que brotam dos escritos sanjuanistas.

Sua Mensagem

Que Descubramos o tesouro da Cruz;

Que a oração e o silêncio nos levem a descobrir a Deus;

Que sejamos dóceis às inspirações do alto;

Que saibamos perdoar a todos os que nos ofendem.

….

NOITE ESCURA

São João da Cruz

Em uma Noite escura,
com ânsias em amores inflamada,
ó ditosa ventura!,
Saí sem ser notada.
estando minha casa sossegada.

A ocultas, e segura,
pela secreta escada, disfarçada,
ó ditosa ventura!
A ocultas, embuçada,
estando minha casa sossegada.

Em uma Noite ditosa,
tão em segredo que ninguém me via,
nem eu nenhuma coisa,
sem outra luz e guia
senão aquela que em meu seio ardia.
Só ela me guiava,
mais certa do que a luz do meio-dia,
adonde me esperava
quem eu mui bem sabia,
em parte onde ninguém aparecia.

Ó Noite que guiaste!
Ó Noite amável mais do que a alvorada!
Ó Noite que juntaste
Amado com amada,
amada nesse Amado transformada!

No meu peito florido,
que inteiro para ele se guardava,
quedou adormecido
do prazer que eu lhe dava,
e a brisa no alto cedro suspirava.

Da torre a brisa amena,
quando eu a seus cabelos revolvia,
com fina mão serena
a meu colo feria,
e todos meus sentidos suspendia.

Quedei-me e me olvidei,
e o rosto reclinei sobre o do Amado:
tudo cessou, me dei,
deixando meu cuidado
por entre as açucenas olvidado.

….

Tradução de Jorge de Sena [poema].

Postado por “Igrejas Católicas Orientais” – http://www.igrejascatolicasorientais.com/artigos/SAO_JOAO_DA_CRUZ.htm

“Tu que a preservaste de toda a mancha na previsão da morte do Teu Filho…” – Prece de celebração litúrgica – Festividade da Imaculada Conceição da Virgem Maria (Spe Deus – 8 de dezembro)

PREPARAÇÃO AO ADVENTO – 23 DE NOVEMBRO (ÚLTIMA SEMANA DO TEMPO COMUM) – ‘A ANUNCIAÇÃO DO SENHOR”

Fonte: SERVOS DE CRISTO SACERDOTE

A Santa Igreja vive nesta semana a última do Tempo Comum, prefiguração da  Escatologia Final, quando o Senhor vier no fim dos tempos para dar a cada um segundo as suas obras. Os Servos de Cristo Sacerdote propõem a audição de obras solenes e graves, que servirão de ajuda à meditação na brevidade da vida e contemplação na Omnipotência Divina, intercaladas com o canto em gregoriano do «Dies Irae», cujo texto aparece em baixo em latim e português, Dies Irae (“Dia de Ira”) é um famoso hino, em latim, do século XIII. Pensa-se que foi escrito por Tomás de Celano. Sua inspiração parece vir da Vulgata, tradução de Sofonias 1:15–16. Originalmente era a  sequência da Missa de Defuntos, depois da Reforma Conciliar, a Igreja propõe-o para a celebração da Liturgia das Horas precisamente na Última Semana do Tempo Comum.

ESCATOLOGIA
SEGUNDO O CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

§676 Esta impostura anticrística já se esboça no mundo toda vez que se pretende realizar na história a esperança messiânica que só pode realizar-se para além dela, por meio do juízo escatológico: mesmo em sua forma mitigada, a Igreja rejeitou esta falsificação do Reino vindouro sob o nome de milenarismo, sobretudo sob a forma política de um messianismo secularizado, “intrinsecamente perverso”.

§1186 Finalmente, a igreja tem um significado escatológico. Para entrar na casa de Deus, é preciso atravessar um limiar, símbolo da passagem do mundo ferido pelo pecado para o mundo da vida nova ao qual todos os homens são chamados. A igreja visível simboliza a casa paterna para a qual o povo de Deus está a caminho e na qual o Pai “enxugará toda lágrima de seus olhos” (Ap 21,4). Por isso, a igreja também é a casa de todos os filhos de Deus, amplamente aberta e acolhedora.

§2771 Na Eucaristia, a Oração do Senhor manifesta também o caráter escatológico de seus pedidos. E a oração própria dos “últimos tempos”, dos tempos da salvação que começaram com a efusão do Espírito Santo e que terminarão com a Vinda do Senhor. Os pedidos ao nosso Pai, ao contrário das orações da Antiga Aliança, apoiam-se sobre o mistério da salvação já realizada, uma vez por todas, em Cristo crucificado e ressuscitado.

§2776 A Oração dominical é a oração da Igreja por excelência. É parte integrante das grandes Horas do Oficio Divino e dos sacramentos da iniciação cristã: Batismo, Confirmação e Eucaristia. Integrada na Eucaristia, ela manifesta o caráter “escatológico” de seus pedidos, na esperança do Senhor, “até que Ele venha” (1 Cor 11,26)
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"A Mãe de Cristo estava junto à cruz" - São Bernardo, abade (Sermão séc. XIi)

Fonte/imagens e textos adicionais:  http://servosdecristosacerdote.blogspot.com/

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"Mater Dolorosa" - Carlo Dolci

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Fonte: Spe Deus «Creio para compreender e compreendo para crer melhor» (Santo Agostinho, Sermão 43, 7, 9) – http://spedeus.blogspot.com/

Imaculada Conceição de Nossa Senhora*

O pecado original é uma realidade misteriosa e pouco evidente para nós enquanto comporta um prolongamento da culpa dos progenitores até todos nós. Neste dia, nós o consideramos na sua conspícua excepção ou melhor no singular privilégio concedido a Maria, que foi dele preservada desde o primeiro instante da sua concepção, da sua existência humana. O valor doutrinal desta festividade é manifesto na prece da celebração litúrgica, que sublinha o privilégio concedido à futura Mãe de Deus; “Ó Deus, que pela Imaculada Conceição da Virgem preparaste ao teu Filho uma morada digna dele…”, e a própria natureza deste privilégio, enquanto não subtrai Maria à Redenção universal efectuada por Cristo: “Tu que a preservaste de toda a mancha na previsão da morte do teu Filho…”

Antes que Pio IX, com a bula Ineffabilis Deus em 1854, definisse solenemente o dogma da Imaculada Conceição, não obstante as hesitações de alguns teólogos, que podiam apelar para o próprio São Tomás de Aquino, tinha-se chegado a um desenvolvimento não só da devoção popular para com a Imaculada mas também nas intervenções dos papas a favor desta celebração. Antes que o calendário romano incluísse a festa em 1476, esta já havia aparecido no Oriente no século sétimo, e contemporaneamente na Itália meridional dominada pelos bizantinos.

Em 1570, Pio V publicou o novo Ofício e finalmente em 1708 Clemente XI estendeu a festa, tornando-a obrigatória, a toda a cristandade. Mas desde a origem do cristianismo Maria foi venerada pelos fiéis como a TODA SANTA. No primeiro esboço da festa litúrgica da Conceição, anterior ao século sétimo, nota-se, se não a profissão explícita da isenção da culpa original, pelo menos uma persuasão teologicamente equivalente. “Potuit, decuit, ergo fecit”, havia argumentado um brilhante teólogo medieval: “Deus podia fazê-lo, convinha que o fizesse, portanto o fez.” Do infinito amor de Cristo para com a Mãe, que a pré-redimiu e a cumulou do Espírito Santo desde o primeiro instante da sua existência, derivou este singular privilégio, que a Igreja hoje celebra para nos fazer meditar sobre a beleza de toda alma santificada pela graça redentora de Cristo.

Quatro anos após a proclamação do dogma da Imaculada Conceição, a Virgem apareceu a Santa Bernadette Soubirous. Para a menina que, timidamente, perguntava: “Senhora, quer ter a bondade de me dizer o seu nome?”, Maria respondeu: “Eu sou a Imaculada Conceição.”

(*)Padroeira de Portugal e de Moçambique

(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Publicada por JPR em Terça-feira, Dezembro 08, 2009.

“Temos que amar verdadeiramente Deus para poder conhecê-lo” – Papa Bento XVI – Cidade do Vaticano – Audiência Geral na Praça de São Pedro (03.12.2009-RV)

"Finding Faith" - Encontrando a Fé...

Fonte/imagem: http://www.efecrete.gr/index.php?lid=2&mid=0&main_cat=2&efid=39&cid=4

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Fonte: Rádio do Vaticano (na íntegra)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

TEMOS QUE AMAR VERDADEIRAMENTE DEUS PARA PODER CONHECÊ-LO

PAPA: NÃO É POSSÍVEL CONHECER DEUS SEM AMÁ-LO

Cidade do Vaticano (RV) – Ontem, quarta-feira, Bento XVI recebeu milhares de peregrinos e turistas, na Praça S. Pedro, para a Audiência Geral. Em sua catequese, o papa falou de Guilherme de Saint-Thierry, abade nascido em Lieja por volta do ano 1080.Dotado de grande inteligência e de um amor inato pelo estudo, freqüentou uma das escolas mais famosas de seu tempo, como a de sua cidade natal, Reims, na França.

Amigo e biógrafo de São Bernardo de Claraval, Guilherme de Saint-Thierry, após ter sido abade em um mosteiro beneditino, decidiu fazer-se cisterciense, dedicando-se à contemplação orante dos mistérios de Deus e à composição de escritos de literatura espiritual.

Para o papa, podemos considerá-lo como o “Cantor do amor, da caridade”, pois, segundo ele, a força principal que move o espírito humano é o amor.

A natureza humana, na sua mais profunda essência, é feita para amar, recordou Bento XVI. Porém, o homem só consegue realizar este objetivo, sincera, autêntica e gratuitamente, aprendendo na escola de Deus, que é Amor.

“A vocação do homem é tornar-se como Deus, que o criou a sua imagem e semelhança. Por sua vez, o amor ilumina a inteligência e permite conhecer melhor e de um modo mais profundo a Deus e, em Deus, as pessoas e os acontecimentos. Assim, nós conhecemos realmente apenas as pessoas e as coisas que amamos.

A Deus, O conheceremos se O amarmos” – afirmou. Após a catequese, o papa recordou que hoje se celebram os 25 anos da promulgação da Exortação Apostólica Reconciliatio et paenitentia, que chamou à atenção a importância do sacramento da penitência na vida da Igreja. Nesta significativa data, Bento XVI citou algumas figuras extraordinárias de “apóstolos do confessional”, incansáveis dispensadores da misericórdia divina: São João Maria Vianney, São José Cafasso, São Leopoldo Mandić, São Pio da Pietrelcina.

“Que o testemunho de fé e de caridade encoraje vocês, caros jovens, a fugirem do pecado e a projetarem seu futuro como um generoso serviço a Deus e ao próximo.

Que ajude vocês, queridos enfermos, a experimentarem no sofrimento a misericórdia de Cristo crucificado. E peço a vocês, queridos noivos, a criarem na família um clima constante de fé e de recíproca compreensão” – afirmou o pontífice.

Por fim, aos sacerdotes, especialmente neste Ano Sacerdotal, o papa faz votos de que o exemplo desses santos, seja para eles e para todos os cristãos um convite a confiar sempre na bondade de Deus, aproximando-se e celebrando com confiança o Sacramento da Reconciliação. (BF)

Fonte: Rádio do Vaticano

Nossa Senhora responde a Santa Catarina Labouré, irmã vicentina: “Estes raios são o símbolo das Graças que Maria Santíssima alcança para os homens.” – Nossa Senhora da Medalha Milagrosa – 27 de novembro de 1830 (SSVP – Conferência Vicentina Nossa Senhora das Graças – Criciúma-SC)

Fonte: Sociedade São Vicente de Paulo (SSVP) – Criciúma-SC

Nossa Senhora das Graças

Também conhecida como Nossa Senhora da Medalha Milagrosa

Em uma tarde de sábado, no dia 27 de novembro de 1830, na capela das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, Santa Catarina Labouré teve uma visão de Nossa Senhora. A Virgem Santíssima estava de pé sobre um globo, segurando com as duas mãos um outro globo menor, sobre o qual aparecia uma cruzinha de ouro. Dos dedos das suas mãos, que de repente encheram-se de anéis com pedras preciosas, partiam raios luminosos em todas as direções e, num gesto de súplica, Nossa Senhora oferecia o globo ao Senhor.

Santa Catarina Labouré relatou assim sua visão: “A Virgem Santíssima baixou para mim os olhos e me disse no íntimo de meu coração: ‘Este globo que vês representa o mundo inteiro (…) e cada pessoa em particular. Eis o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que as pedem.’ Desapareceu, então, o globo que tinha nas mãos e, como se estas não pudessem já com o peso das graças, inclinaram-se para a terra em atitude amorosa.

Formou-se em volta da Santíssima Virgem um quadro oval, no qual em letras de ouro se liam estas palavras que cercavam a mesma Senhora: Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós. Ouvi, então, uma voz que me dizia: ‘Faça cunhar uma medalha por este modelo; todas as pessoas que a trouxerem receberão grandes graças, sobretudo se a trouxerem no pescoço; as graças serão abundantes, especialmente para aqueles que a usarem com confiança.’

“Então o quadro se virou, e no verso apareceu a letra M, monograma de Maria, com uma cruz em cima, tendo um terço na base; por baixo da letra M estavam os corações de Jesus e sua Mãe Santíssima. O primeiro cercado por uma coroa de espinhos, e o segundo atravessado por uma espada. Contornando o quadro havia uma coroa de doze estrelas.

A mesma visão se repetiu várias vezes, sobre o sacrário do altar-mor; ali aparecia Nossa Senhora, sempre com as mãos cheias de graças, estendidas para a terra, e a invocação já referida a envolvê-la.

O Arcebispo de Paris, Dom Quelen, autorizou a cunhagem da medalha e instaurou um inquérito oficial sobre a origem e os efeitos da medalha, a que a piedade do povo deu o nome de Medalha Milagrosa, ou Medalha de Nossa Senhora das Graças. A conclusão do inquérito foi a seguinte: “A rápida propagação, o grande número de medalhas cunhadas e distribuídas, os admiráveis benefícios e graças singulares obtidos, parecem sinais do céu que confirmam a realidade das aparições, a verdade das narrativas da vidente e a difusão da Medalha”.

Nossa Senhora da Medalha Milagrosa é a mesma Nossa Senhora das Graças, por ter Santa Catarina Labouré ouvido, no princípio da visão, as palavras: “Estes raios são o símbolo das Graças que Maria Santíssima alcança para os homens.”

Oração à Nossa Senhora das Graças

Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramando graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pés para vos expor, durante esta oração, as nossas mais prementes necessidades (momento de silêncio e de pedir a graça desejada).

Concedei, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior Glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E para melhor servirmos ao vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre como verdadeiros cristãos. Amém.

Rezar 3 Ave Marias. Depois: Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.
Nossa Senhora das Graças rogai por nós!

Fonte: http://www.nsconceicaonil.com.br

Postado por Sociedade São Vicente de Paulo – Criciúma-SC:

http://www.vicentinoscriciuma.org/nsg.htm

http://www.vicentinoscriciuma.org/

 

 

 

“Chegou a vitória, o poder e o reinado do nosso Deus e a autoridade de seu Messias: pois foi expulso aquele que acusava nossos irmãos, aquele que os acusava dia e noite diante de Deus.” (Apocalipse 12, 10-12) – Bíblia do Peregrino – Edição de estudo, com aprovação eclesiástica – Pe. Luís Alono Schökel (1920-1998). Publicação brasileira – 1997.

Jesus Cristo no "Limbo"

Em que que consistia exatamente o “Limbo”, quando Jesus “desceu à mansão dos mortos”?

Verifique em…

Fonte/imagens: http://www.filhosdapaixao.org.br/catequese/catequese_03.htm

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Bíblia do Peregrino¹ – “Bíblia del Peregrino – Edición de estudo²

[10] Escutei no céu uma voz potente que dizia: Chegou a vitória, o poder e o reinado do nosso Deus e a autoridade de seu Messias: pois foi expulso aquele que acusava nossos irmãos, aquele que os acusava dia e noite diante de Deus. [11] Eles o derrotaram com o sangue do Cordeiro e com o próprio testemunho, pois desprezaram a vida até morrer. [12] Por isso festejai, céus, e os que neles habitais. Ai da terra e do mar! Porque desceu até vós o diabo, enfurecido por saber que lhe sobra pouco tempo.(…) [13-18]” (Apocalipse 12, 10-12)

12,9: Quatro nomes e um qualificativo para o poder hostil: Dragão gigante + Serpente primitiva (Gn3) = Satanás (rival) = Diabo (acusador); sua tática e sua força consistem em “enganar”, porque é inimigo da verdade (Jo8,44).

12,11: É significativo o paralelismo do “testemunho” e do “sangue do Cordeiro”.

12, 13-18: Continua a hostilidade do dragão contra a mulher na terra (Gn 3,15). Com “asas de águia” (Ex 19,4), a mulher se refugia no deserto: como Moisés, Davi, Elias, um salmista (SL 55,7-9), durante a metade de sete anos, alimentada com um novo maná (cf. Jo,6). O dragão envia, como agente seu, “as “águas torrenciais” (SL 18,5; 32,6; Jn 2,4), que que a terra engole (cf. Nm 16, 30-32). Doravante o dragão lutará contra o “resto da descendência” da mulher (Gn 3,15).

12, 18: O dragão se detém na fronteira da terra e do mar. O anjo poderoso pisava ao mesmo tempo a terra e o mar (10,2).

¹ Organizador e editor (notas) na edição espanhola e brasileira – 1997: Pe. Luís Alonso Schökel (1920-1998). Com aprovação eclesiática. Tradutor (introduções, notas, cronologia e vocabulário): José Raimundo Vidigal. Editora Paulus-2002.

²Título original: Bíblia de Peregrino – Edición de estudo (Tomo I: Prosa; Tomo II: Poesia; Tomo III: Nuevo Testamento). Ega – Mensajeo – Verbo Divino. Luís Alono Schökel, 1997.

Observação: No prefácio à edição brasileira, os Editores nos fornecem algo importante sobre o perfil do Pe. Alonso, que ao tempo da publicação no Brasil, já havia preparado quase um terço a mais às notas do Evangelhos (em 1997): “De fato, a Bíblia do Peregrino amadureceu após 25 anos de trabalho, estudo e contemplação. Nela se encontra sua alma de poeta, místico e sábio. Nesse manancial se alimentaram várias gerações, e muitas outras sugarão com satisfação a abundância dessa sabedoria contemplativa.