Admiro, em especial este santo – São Vicente de Paulo, que horrorizado com a miséria de seu tempo – séc. XVII, na França, ainda que de origem muito pobre, estudou, e, com empenho extremo, até o dia de sua morte, alimentou os que viviam necessitados de tudo, isto é, na miséria. Acreditava que corpos sob a pressão da fome contínua, podem vir a enlouquecer pelo desamparo, ou se entregar, pelo caráter, ao roubo ou ao assassínio. É o que vemos hoje.
Qualquer um de nós pode imaginar o quanto a miséria absoluta afasta o pensamento da salvação da alma… Afinal, um ser humano que tem em mente nada mais que a sobrevivência do corpo, e deve, por obrigação alimentar uma família, obviamente, terá em seu horizonte a idéia quase fixa de que somente possui um corpo… Aliás, um corpo faminto.
O próprio São Vicente de Paulo menciona casos absurdos, que lembram os filmes de horror atuais, ou seja, pessoas que viviam na indigẽncia, ao vagarem enlouquecidas pelos becos de Paris, alimentavam-se de carne humana… Cozinhavam braços de crianças, que haviam perecido, por fome…
A fome é um obstáculo à transcendência. Ela persegue ainda a maior parte da Humanidade, principalmente crianças.
Fazemos a nossa parte, segundo nossas possibilidades? Mas podemos fazer mais que encaminhar doações a entidades de assistência aos necessitados – o que é importantíssimo! Certamente será possível alcançá-los através de nossas atividades profissionais. Nos EUA profissionais dedicam de uma a duas horas por semana ao voluntariado. Sejamos criativos.
Sociedade São Vicente de Paulo – Brasil (SSVP-Brasil) – site oficial
Vicentinos SSVP – Arquidiocese de Belo Horizonte – Paróquia São João Bosco
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Fonte: “Cada dia tem seu Santo” (*)
Domingo, 27 de setembro de 2009
São Vicente de Paulo, Confessor
(+ Paris, 1660)
Foi o fundador da Congregação da Missão e, juntamente com Santa Luísa de Marillac, das Irmãs da Caridade. Sua vida é tão movimentada que faz lembrar uma obra de ficção. Nasceu de uma família muito pobre em Landes, França. Quando menino guardou porcos, e só pôde completar seus estudos porque foi auxiliado por uma advogado caridoso, cujos filhos ajudou a educar ao mesmo tempo em que ele próprio estudava. Ordenado sacerdote aos 19 anos, passou a dar aulas particulares para se manter. Durante uma viagem marítima, caiu prisioneiro de piratas maometanos e foi conduzido à África, como escravo. Foi comprado por um médico árabe que lhe ensinou os segredos da medicina, e em troca São Vicente o converteu à Fé católica. Conseguindo retornar à França, empenhou-se na prática da caridade cristã, tanto espiritual quanto corporal, chegando a ter grande penetração na Corte. Foi capelão e conselheiro da rainha Margarida de Valois e prestou assistência ao rei Luís XIII moribundo. Fez parte do Conselho da Regência, durante a menoridade de Luís XIV, e exerceu grande influência sobre a rainha Ana d`Áustria.
Fortunas espantosas, provenientes de coletas entre a alta nobreza, passavam por suas mãos e eram distribuídas aos necessitados de toda a França, sem em nada alterar sua nobreza e simplicidade. Aos próprios parentes (pobres e necessitados) nunca quis favorecer, confiando-os à Divina Providência.
Recebeu um benefício eclesiástico muito rendoso, que lhe assegurava uma vida sem preocupações econômicas, mas renunciou a ele, por achar que não era conveniente para sua santificação. Aproveitou a enorme influência política que desfrutava para conseguir a nomeação de Bispos virtuosos, dispostos a promover na França uma salutar reforma e a combater os erros do jansenismo. Incentivou a idéia de uma expedição armada contra a Inglaterra protestante que proibia, sob pena de morte, a atuação dos católicos em seu reino. Morreu em 1660, cercado da consideração geral, e foi canonizado em 1737.
(*)”Cada dia tem seu Santo”, de A. de França Andrade – Artpress.