Domingo de Páscoa: “Eis o dia que o Senhor fez. Exultemos nele, Aleluia” – Ordem Carmelita Descalça (OCD)

FONTE: Ordem Carmelita dos Descalços (OCD) – Frades Carmelitas Descalços

Domingo, 12 de Abril de 2009

DOMINGO DE PÁSCOA

“Eis o dia que o Senhor fez. Exultemos nele, Aleluia”. É o dia mais alegre do ano porque “o Senhor da vida estava morto; agora vive e triunfa”. Se não tivesse Jesus ressuscitado, vã teria sido sua Encarnação, e sua morte não teria dado vida aos homens. “Se não ressuscitou, é vã a nossa fé”, exclama São Paulo. Quem, de fato, pode crer e esperar em um morto? Mas Cristo não é um morto, é um vivo. “Procurais Jesus Nazareno, o crucificado – disse o Anjo às mulheres. Ressuscitou, não está aqui”. O anúncio, a princípio, gerou temor e espanto, tanto que as mulheres fugiram… E nada a ninguém disseram, porque estavam com medo. Mas com elas, talvez precedendo-as de pouco, estava Maria Madalena que apenas vê “a pedra removida do sepulcro” e corre logo a dar notícias a Pedro e João:”Tiraram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde o colocaram”. Vão os dois a correr e, entrando no túmulo, vêem “os panos no chão e o sudário… dobrado, à parte”; vêem e crêem. É o primeiro ato de fé, em Cristo Ressuscitado, da Igreja nascente, provocado pela solicitude de Madalena e pelo sinal dos panos encontrados no sepulcro vazio. Se se tratasse de roubo, quem se teria preocupado de despir o cadáver e dobrar os linhos com tanto cuidado? Serve-se Deus de coisas simples para iluminar os discípulos que “não haviam ainda compreendido as Escrituras, segundo as quais devia Cristo ressuscitar dos mortos”; nem o que predissera Jesus da própria Ressurreição. Pedro, chefe da Igreja, e João “o discípulo que Jesus amava”, tiveram o mérito de receber os “sinais” do Ressuscitado: a notícia levada por Madalena, o sepulcro vazio, os linhos dobrados. Embora de outra forma, estão agora os “sinais” da Ressurreição presentes no mundo: a fé heróica, a vida evangélica de tanta gente humilde e escondida; a vitalidade da Igreja, que as perseguições externas e lutas internas não conseguem enfraquecer; a Eucaristia, presença viva de Cristo Ressuscitado, que contínua a atrair a si os homens. Cabe a cada um acolher estes sinais, crer como creram os Apóstolos e tornar sempre mais firme a própria fé.

As obras principais de Santa Teresa de Jesus e o mundo atual

Em buscas na Internet tive a oportunidade de constatar um dado importante: além dos principais escritos de Santa Teresa de Jesus (Ávila), há uma grande variedade de livros publicados sobre sua vida, bem como, sobre seu legado espiritual nos principais idiomas do mundo ocidental, e, melhor,  com igual destaque ao que foi produzido pelos doutores e santos da fé católica.

Santa Teresa de Jesus, monja carmelita, com agudeza transmitiu ao mundo sua visão sobre a vida que se passa no mundo e suas implicações em nossa vida espiritual. Afinal, o que a preocupa são os perigos nada evidentes aos quais está exposta a alma humana. Escreve com profundidade sobre os dilemas que enfrentamos em nossas vidas, quer sejamos leigos ou consagrados. Sua linguagem absorve leitores há mais de quatro séculos, e isto é impressionante, já que a marca do último século e deste que inicia é a correria, em geral, sem uma boa razão de ser…

O século XXI está impondo a todos nós a superficialidade como modo de vida. Há a cultura da pressa e da profusão de informações (sem reflexão), o que exige maior esforço para nos concentrarmos no que consideramos essencial para uma vida plena, na medida do possível. Observo o quanto fica cada vez mais difícil mantermos o foco sobre o que “desesperadamente” queremos aprofundar, compreender, ou seja, viver sem deixar de lado nossa vida interior. Contudo, ela, a Santa apaixonada por Jesus Cristo nos alenta: podemos alcançar ao longo de nossa existência, em escala crescente, ainda que com tropeços e recuos, o que ela denomina “Caminho de Perfeição”.

Sabemos, entretanto, que esta busca deve ser feita com naturalidade, ou seja, não há lugar para a pressa. Sigamos, então, sempre em frente neste caminho, indicado com delicadas e sutis obervações, por Santa Teresa de Jesus – mestra de espiritualidade.  (LBN)