Santa Edith Stein ou Irmã Teresa Benedita da Cruz foi canonizada, em celebração na Praça de São Pedro, no dia 11 de outubro de 1998. Logo abaixo, podemos acompanhar a trajetória desta Santa, carmelita descalça, desde a infância até seu martírio, em 1942, quando foi levada pelos nazistas para um campo de concentração. Judia alemã, recebeu o Batismo em 1º de janeiro de 1922, com a a idade de 31 anos, tendo tomado o hábito das carmelitas descalças, na data de 15 de abril de 1934.
Como todos sabemos, o regime nazista era comandado por “gângsters”, ou seja, era a própria barbárie. Uma caçada foi “empreendida” por toda a Europa, em busca dos que apresentavam ascendência judaica. Dois oficiais da Gestapo a levaram de um convento na Holanda como prisioneira, juntamente com sua irmã Rosa, recém-admitida como noviça. Partiram em 02 de agosto de 1942. O destino foi irreversível: os campos de extermínio nazistas. Despojadas de toda dignidade humana, foram assassinadas naquele mesmo ano, juntamente com outras mulheres judias. Morte de câmara gás, no campo de Auschwitz… O valor espiritual de seus escritos a tornaram doutora da Igreja Católica universal.
A conversão de Santa Edith Stein ao Cristianismo praticamente a isolou da família. Tendo rapidamente superado o corte, e já adaptada e reconhecida como religiosa católica de alto preparo intelectual, inclusive por outras ordens, veio a conhecer o holocausto… Por exemplo, em 1933, há o relato de que, mesmo com a chegada do Partido Nacional Socialista, de Hitler ao poder, ela enfrentou com heroísmo sua condição de judia, nascida na Alemanha: “(…)apesar da insistência de um Instituto de Educação Católico, no sentido em que Edith Stein aceitasse uma vaga de docência na América do Sul, ela a recusou”. Do mesmo modo, poderemos compreender melhor sua conversão ao catolicismo, não aceita por sua mãe, e que se deu já em idade adulta, além de sua atuação como professora.
Vale a pena ler mais sobre a vida de Santa Edith Stein no seguinte site:http://www.lepanto.com.br/dados/HagEdith.html. Assim, além das informações contidas no site do Vaticano, que publiquei mais abaixo, confiram no endereço acima, outros componentes históricos de sua vida. Há mais detalhes sobre sua condição de religiosa carmelita descalça, e antes deste período, como filósofa de renome, que, convertida ao catolicismo, se destacou como professora em instituto católico para moças. Reconhecida na Europa como Dra. Edith Stein, consta em sua biografia que “junto de suas jovens alunas, Edith elaborou métodos de educação inovadores, que além de atrair e interessar as moças pelo estudo e conhecimento , contribuíam para sua formação moral e espiritual, na qualidade de pessoas e de mulheres católicas”. (LBN)
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FONTE: http://www.vatican.va/news_services/liturgy/saints/ns_lit_doc_19981011_edith_stein_po.html
Irmã Teresa Benedita da Cruz – Edith Stein
(1891-1942)
Nascida em Vrastilávia a 12 de Outubro de 1891, os seus genitores eram de nacionalidade alemã e de religião hebraica. Foi educada na fé dos pais, mas no decurso dos anos tornou-se praticamente ateia, conservando muito elevados os valores éticos, mantendo uma conduta moralmente irrepreensível. De maneira brilhante obteve o doutoramento em filosofia e tornou-se assistente universitária do seu mestre, Edmund Husserl. Incansável e perspicaz investigadora da verdade, através do estudo e da frequência dos fermentos cristãos e, por fim, através da leitura da autobiografia de Santa Teresa de Ávila, encontrou Jesus Cristo que resplandecia no mistério da cruz e, com jubilosa resolução, aderiu ao Evangelho.
Em 1922, recebeu o baptismo na Igreja católica com o nome de Teresa: a sua vida mudou de modo radical. Os anos sucessivos foram despendidos no aprofundamento da doutrina cristã, no ensinamento, apostolado e publicação de estudos científicos, e numa intensa vida interior nutrida pela palavra de Deus e a oração.
Em 1933, coroou o desejo de se consagrar a Deus e entrou na Congregação das Carmelitas Descalças, tomando o nome de Teresa Benedita da Cruz, exprimindo assim, também com este nome, o ardente amor a Jesus crucificado e especial devoção a Santa Teresa de Ávila. Emitiu regularmente o voto de pobreza, obediência e castidade e, para realizar a sua consagração, caminhou com Deus na via da santidade.
Quando na Alemanha o nacional-socialismo exacerbou a louca perseguição contra os judeus, os superiores da Beata enviaram-na, por precaução, para o carmelo de Echt, na Holanda. Impelida pela compaixão para com os seus irmãos judeus, não hesitou em oferecer-se a Deus como vítima, para suplicar a paz e a salvação para o seu povo, para a Igreja e para o mundo. A ocupação nazista da Holanda comportou o início do extermínio também para os judeus daquela nação. Os Bispos holandeses protestaram energicamente com uma Carta pastoral, e as autoridades, por vingança, incluíram no programa de extermínio também os judeus de fé católica.
A 2 de Agosto de 1942, a Beata foi aprisionada e internada no campo de concentração de Auschwitz, e juntamente com a irmã foi morta na câmara de gaz no dia 9 de Agosto de 1942. Assim morreu como filha do seu povo martirizado e como filha da Igreja Católica. «Judia, filósofa, religiosa, mártir — como foi afirmado por João Paulo II no dia da Beatificação, a 1 de Maio de 1987, em Colónia — a Beata Edith Stein representa a síntese dramática das feridas do nosso século. E, ao mesmo tempo, proclama a esperança de que é a cruz de Jesus Salvador que ilumina a história».
Imagem: http://santiebeati.it/immagini/?mode=album&album=65800&dispsize=Original